Capítulo 4
A enxada não é um ferramenta pesada, mas depois de horas de trabalho o cansaço faz com que os braços percam as forças, e ela se torne pesada demais para um simples corpo levantar. Ariel se sentia assim.
- Descanse um pouco, Ariel.
- Não, vô. Eu aguento.
- Escuta seu avô, Ariel.
Ariel coloca a enxada no chão e olha para Petrus, o príncipe apareceu ali de manhã disposto a ajudar no que quer que fosse. Seu avô gostou, é claro. Ariel não achou ruim, isso foi antes de passar quatro horas com o nobre, que se mostrou insistente e irritante quando quer.
- Primeiro, eu sou forte o suficiente para mexer com uma enxada. Segundo, Petrus é intruso e não pode dar opinião a ponto de virar um complô contra a minha pessoa.
- Primeiro, isso só virou um complô porque estamos certos. Segundo, se você é forte eu não sei, só tem como provar isso chegando primeiro que eu em casa antes que o chocolate acabe!
Petrus grita antes de largar a sua enxada e sair correndo.
- Eu te aconselho a ir atrás dele antes que ele realmente coma o chocolate.
Ariel amaldiçoa o príncipe internamente por o fazer correr estando cansando e ainda colocando em risco um produto alimentício muito bom e raro. Mas ele chega a tempo de tirar o pacote da mão de Petrus quando ele estava prestes a morder o chocolate.
- Você já usufruiu da minha gentileza, não vai fazer isso com o meu chocolate.
- Pelo menos agora você vai descansar um pouco.
Ariel pega metade do seu chocolate e divide em dois mas Petrus não aceita, de acordo com ele foi apenas uma estratégia de fazer o garoto ir descansar. E tinha funcionado. Agora, comendo o seu chocolate ele olhava os desenhos de sua avó. Ela tinha um grande talento, fazia esboços para a loja de roupas ao qual trabalhava, as linhas ornamentadas no papel era como mágica, criavam modelos de vestidos que só pessoas com muito dinheiro conseguiriam comprar, de tantos detalhes que possuía, talvez alguns daqueles desenhos nunca se tornem reais.
- Pronto, vocês foram de grande ajuda, rapazes. Obrigado. - Seu avô diz entrando em casa, ele estava com a blusa cinza cheia de manchas marrom pela terra.
- Não precisa agradecer, vô. Apenas fiz a minha obrigação, apesar de Petrus ter ajudado bastante.
O seu avô se vira para Petrus, para agradece - lo provavelmente, mas algo estava errado, o príncipe estava inclinado com as mãos na cabeça, a sua pele estava mais pálida que o normal.
- Petrus?
O seu avô chega perto do príncipe e o balança pelos ombros o encostando na poltrona, ele não reagia. Ariel achou estranho a mudança repentina, Petrus estava coberto de suor, a blusa branca começará a ficar transparente e seus olhos mostravam o seu pânico.
- Você está bem, Petrus? Estava mexendo com uma enxada a pouco tempo. - Ariel diz vendo o olhar do príncipe se perder por algum tempo.
Petrus respira fundo e passa a não no rosto, tentando se recompor.
- E...Eu...Isso acontece às vezes, não se preocupem.
- Já procurou uma curandeira, Petrus? Isso não é normal, mesmo vindo de você.
- Obrigado, Ariel, por sempre lembrar da minha sanidade mental. Agora, respondendo a sua pergunta, eu vou em uma curandeira desde criança e ela disse que isso é normal, meu sub consciente entra em conflito.
- Então você é mesmo doido?
- Respeito, Ariel. Desculpe, Petrus.
- Tudo bem, não ligo para as perguntas. Não sou doido desse jeito que você pensa. Mudando de assunto, eu posso roubar o Ariel um pouco do senhor, Leônidas?
- Claro, voltem antes do anoitecer. Ah, e é para trazer ele vivo.
Ariel faz uma careta, o seu avô tinha ideias estranhas às vezes, não, na maioria das vezes. Ele achava melhor não comentar.
- Pode deixar, senhor. Vamos, encarnação da rebeldia.
Ariel revira os olhos mas decide seguir o príncipe. Os dois vão pela floresta por um caminho que ele ainda não conhecia, ali as árvores eram maiores e tudo se tornava mais denso e úmido, alguns diriam que era macabro. Ele perdeu a conta de quantas vezes confundiu um arbusto ou árvore com animal.
Após uma longa caminhada que, por incrível que pareça, foi silenciosa. Ariel estava preocupado, Petrus não ficava calado e antes tinha passado mal, mesmo que momentaneamente.
Logo à frente torres se erguiam, elas eram feitas de pedra e isso trazia um ar intimidador ao castelo. Espera, castelo?
- Por que você está me levando ao castelo?
- Quero te mostrar uma coisa. Se eu falasse que estava te levando ao castelo você recusaria.
Ariel apenas assente, ele sabia que era verdade, nunca pensou em entrar no castelo e não tinha vontade disso. Agora ele entendia o silêncio do príncipe.
Os dois entram pela porta ao lado da floresta, que dava à cozinha. Lá continha várias pessoas, tanto homens como mulheres, uma em especifico era alta, com uma linda pele negra e cabelo cacheado castanho escuro. Os seus olhos verdes estavam focados em Petrus.
- Bom dia, Bárbara.
- Bom dia? Já estamos no meio da tarde, Petrus. Aonde você estava?
- Ajudando um senhor, bem gentil por sinal. Ele é avô do Ariel, esse menino do meu lado.
- Prazer em te conhecer, Bárbara.
Bárbara olha para Ariel, fazendo uma análise completa, sobre a sua aparência e depois olhou nos fundos dos seus olhos, eles se encaravam profundamente. Mas Bárbara sorri e abraça a criança.
- Prazer, querido. Eu sou a pessoa que faz esse ser não fazer merda. Certo, alteza?
- Não começa, Bárbara. Ela fala assim mas faz mais merda que eu. Depois se finge de santa.
- Não minta ao meu respeito, Petrus. Já disse que você tem que fazer o que eu digo e não me imitar.
- Sim senhora. Mas me diga, Bárbara, o meu irmão está na sala do trono?
- Sim, ele não sai de lá à algumas horas.
- Ótimo. Fique de olho nele por mim. Vamos, Ariel.
Bárbara revira os olhos mas acaba concordando. Petrus sinaliza para Ariel segui - lo. Os dois passam por longos e escuros corredores de pedra, o castelo não tinha decorações exageradas, quadros ou lustres exuberantes, era tudo o oposto que ele imaginava. Pelo menos para um rei tirano como Baltazar.
Os dois andam mais um pouco até Petrus entrar em um cômodo. Era um quarto, bem simples. Tinha uma cama arrumada com lençóis brancos, uma estante ao lado, um baú e uma estante na outra parede.
- Esse é o seu quarto?
- É. Não é muito chique, certo? O meu quarto e do meu irmão Jackson são bem simples, apenas com o necessário, diferente de Arthur e Baltazar.
- Eles realmente não demonstram muita humildade.
- Se você continuar falando desse jeito as pessoas acharão que és um adulto que não cresceu.
- Agora é proibido ter um bom vocabulário?
Petrus decidiu ignorar Ariel por um momento e foi até uma das paredes de seu quarto. Ele puxou uma pedra e apareceu uma fechadura, estava trancada, então o príncipe pegou o seu colar, o pingente era uma chave e encaixou na tranca, ela fez um pequeno TRECK, a porta abriu mostrando uma escada.
O príncipe pegou a mão de Ariel e o puxou, o obrigando a descer pela escada iluminada por tochas, com o vento fazendo barulho por onde passava, causando arrepios, que assustaria os despreparados.
- Bem vindo à biblioteca exclusiva dos nobres.
Depois de fechar os olhos momentaneamente pela forte luz que surgiu, Ariel ficou surpreso. Diante dele estava inúmeras prateleiras, dispostas em dois andares, cheias de livros. No alto tinha um lustre dourado, ele brilhava e Ariel deduziu ser de ouro. No meio da biblioteca havia uma mesa de madeira redonda com seis lugares.
Petrus chamou Ariel para se sentar em uma cadeira, ele foi mas não deixou de perceber que o príncipe estava animado.
- Essa biblioteca possui livros bem antigos, da época chamada feudalismo, que você não conhece. E, antes que pergunte, são proibidos por serem antes da Nova Era.
- Se são proibidos por que você me trouxe aqui?
- Porque você é corajoso, eu percebi que a sua capacidade é grande e está sendo desperdiçada. Aqui irei te ensinar várias coisas, que a maioria das pessoas não sabe. Vou começar com algo simples, você sabe o que desencadeou a terceira guerra mundial?
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