Dia de Apresentação
Capítulo Dois
Do outro lado da cidade, quase em outro universo, as manhãs pareciam demorar a passar; para a sorte da nossa viajante Tassa, que podia pegar carona com o pai na volta do trabalho, e até fazer parecer que estava mesmo na escola, e é claro que ela tinha sempre uma boa justificativa para não ter estado lá nas últimas 2 horas, se alguém perguntasse.
Tassa gostava de estar na escola, mas tinha lá seus momentos de fuga, inclusive da realidade, que logo trocava por seus livros e personagens fantásticos. A menina até já tinha lido grandes clássicos. Seu envolvimento com a leitura se deu, principalmente, por influência do seu pai, que lhe contou histórias a vida inteira.
Fora desse tipo de trajeto de fuga, que Tassa evitava comentar dentro de casa, podemos dizer até que, na rua 23, as manhãs eram sempre iguais. Tassa já tinha contado todos os quadrados de calçadas possíveis, por isso já não lhe interessavam tanto. O pai a levava para a escola, às vezes, principalmente quando suas ocupações lhe permitiam. E, ao longo do caminho, a menina gostava de ouvir algumas histórias.
— Pai? Pode contar aquela história que contava para a Jenny pirralha? — Tassa sempre fazia o mesmo pedido.
Jenny é a irmã mais velha de Tassa, na verdade, seu nome é Jennyfer. E sobre a tal história... Fazia parte do trajeto até à escola, que ainda era novidade para a pequena Tassa, assim como a Universidade era, para Jenny. Recentemente a família Camartele mudou para a região, possivelmente devido ao trabalho do Doutor Fábio, ou é isso o que todos comentam pelas redondezas, inclusive as vizinhas da família, que só não foram mais receptivas porque não lhes ofereceram a casa para morar.
Quando o doutor Fábio parava o carro em frente a uma mercearia, que ficava próxima de sua casa, para comprar besteiras para suas filhas, era sempre surpreendido por uma enxurrada de elogios ou comentários que, na maioria das vezes, vinham de mulheres solteiras da região.
— Bom dia Doutor! Que prazer vê-lo! — Dizia uma senhora.
— É tão gratificante ter alguém como o senhor por aqui, esse bairro é sempre tão mal frequentado... — Exclamava outra.
As ditas cujas eram Madalena e Berenice, ambas separadas dos maridos, portanto, solteiras. Madalena tinha uma sobrinha, seu nome era Amora e ela era professora, coincidentemente lecionava na instituição em que a pequena Tassa, com seus quase 11 anos, estudaria. Seria maravilhoso se elas se encontrassem. Amora, assim como Tassa, é uma pessoa muito sonhadora. A imaginação, sem dúvidas, fecharia aquele trio.
Amora chegou ao estabelecimento dois minutos depois do Doutor Fábio dar partida no seu belo carro. A jovem tinha apenas 22 anos, era a mais nova contratada da cidade, a tia tinha lá os momentos de felicidade por esse feito, e gostaria muito que sua sobrinha, além de professora, fosse casada, o que não estava bem nos planos de Amora, que sempre respondia: se contente com o meu casamento com meus livros!
— Tia? Preciso subir, porque se eu perder esse primeiro ônibus já sabe... Adeus emprego novo!
A jovem Amora era um pouco apressada em seu jeito de ser, e sua fala era engraçada. Uns diziam até que era "alvoroçada", não se soubessem que era professora.
— Não diga isso, menina, ainda está cedo! Vá, ande! Sem emprego sem direito a frequentar o lar das senhoras amáveis, não, isso de maneira nenhuma poderia me acontecer, não agora. Vá, corra!
"Corra", "ande", só faça alguma coisa que a distancie dessa situação de atraso. Amora nem sempre quis ser professora, embora o seu jeito lhe puxasse para a sala de aula. A "coisa" surgiu mesmo depois do ensino médio, quando foi obrigada a morar com a tia e conseguir uma fonte de renda.
Amora estudava e trabalhava. Estudava para passar no vestibular, talvez para ser médica, já que salvar vidas era uma de suas vontades. As coisas acabaram mudando um pouco conforme a jovem foi crescendo, mas o desejo continuou, e a fez conhecer uma outra forma de alcançar vidas, e salvá-las. E a jovem faz isso através da Leitura, ponte para suas constantes viagens pelos universos desconhecidos, talvez até já tenha visitado o Itan sem se dar conta.
***
Com a ideia de que "estava atrasada", a jovem Amora já entrava na escola numa correria, parecia até seus alunos, principalmente aqueles que chegavam mais atrasados porque fizeram o pai passar o caminho contando histórias, esquecendo de acelerar ou de prestar atenção no trânsito. Bom, o Doutor Fábio tinha lá suas distrações.
— Atrasada, professorinha? — Pergunta alguém que estava na porta da escola, provavelmente um funcionário da instituição.
"Boas-vindas", ou "bom dia", talvez essa fosse a atitude ideal para o começo de um dia repleto de incidentes na vida de Amora, que só não chegara tão pontualmente porque foi dormir tarde organizando dinâmicas de "boas-vindas" para os alunos, e resolvendo coisas de casa. Mas tudo isso é extra sala, não parece justificativa para se dar na escola.
— Sim, mas só foram 10 minutos. — Respondia Amora com um tom de voz bem humorado, assim como ela era.
Amora quase sempre usava vestidos. Sua cor preferida era azul, e suas roupas tinham sempre algum detalhe que demonstrava o amor pelo blue.
— Que bom! Amanhã aumenta ou diminui? Eu preciso de um cronograma fixo para acompanhá-la. — Respondeu a pessoa, que não parecia tão humorada quanto Amora.
Esta, que falava com a jovem professora, era Célia, uma espécie de inspetora do lugar. Célia só estava cumprindo regras, era parte de sua função ficar monitorando as pessoas que trabalhavam na escola. Ela não tinha intenção de cutucar a menina que, constrangida, prometia ser mais pontual na manhã seguinte.
Tassa não teve o mesmo azar, mas precisou remar contra outro tipo de maré; a maré de ser novata. Tudo bem, ainda era começo de ano, quer dizer... Agosto fica ali pelo meio, não passou tanto, mas também não é um "começo" começo. É um para quem espera que aquela seja a sua última apresentação para um monte de gente com cara feia. E Tassa sempre travava na hora de dizer seu nome, tão simples, mas ela não sabia o que acontecia. Dava um frio na barriga, as pernas tremiam, até a cabeça parecia tremer, fora o suor frio em suas mãos, se a professora as tocasse.... Xi, que vergonha!
— Oi, meu nome é...
"Tassa", totalmente comum. Comum demais até. Pensem em quantas crianças são chamadas assim. Pensou? Pois bem. Tassa não terminou sua apresentação, sabia o que vinha depois do seu nome, por isso, preferiu ir ao banheiro antes mesmo que dissesse qualquer outra coisa que lhe fizesse começar com o pé esquerdo.
A caminho do banheiro, Tassa esbarrou em Vicente, que era filho da diretora, mas esses detalhes ninguém descobre assim de cara, é necessário umas trocas de olhares com outras pessoas, como por exemplo com a própria diretora.
— O que faz no corredor, mocinha? — Perguntou a mulher, que mesmo tendo uma voz bastante alta e forte, tinha uma aparência que não causava espanto.
Tassa lembrava dos diretores das outras escolas pelas quais passou... Não eram boas recordações.
— Eu estava procurando o banheiro. — Disse a menina, que não era nada tímida em suas respostas, embora fosse mais quieta em sala de aula.
— Não está em horário de aula? — Perguntou a mulher, que a olhava de forma bem séria.
— Sim, eu estava indo pegar uns livros na biblioteca. — Disse Tassa, de forma segura e calculada, ou não tão calculada assim.
— Estava indo ao banheiro ou procurar livros? — Perguntou a mulher, que parecia confusa.
Talvez as duas coisas, até porque a biblioteca não ficava tão distante do corredor que dava para o banheiro.
— Eu estava decidindo ainda. — Disse a menina sorrindo.
— Então sugiro que decida isso assistindo aula, porque não pode ficar no corredor, menos ainda esbarrando nas pessoas, quase levou meu filho sabe se lá para onde...
— E eu sinto muito, não foi minha intenção... — Respondeu Tassa, e era melhor que tivesse ficado apenas por aí na resposta, mas a menina não podia controlar seus questionamentos, que simplesmente fugiam de sua boca. — Mas, se não pode estar no corredor, por que ele estava? E por que a senhora está?
Sem dizer muita coisa, a diretora apenas sorriu, levou uma de suas mãos até a cabeça da menina, e a acompanhou de volta à sala.
Tassa voltou para a aula, mas não escapou da cerimônia de apresentação, pelo contrário, as coisas só pioraram, porque agora o tal Vicente estava na sala e olhando para ela, assim como todos que esperavam ouvir, ao menos, o seu nome. A menina estava sufocada com o fato de precisar dizer seu nome, e Amora percebeu.
— Bom, pessoal, o intervalo vem aí, sugiro que arrumem as mochilas e se preparem, depois continuamos. E você, menina... — Dizia Amora com um olhar meigo.
Se Tassa não estava gelada antes, com certeza ficou depois daquela chamada da professora para uma conversa particular. Mas Amora não queria intimidar, pelo contrário, só queria dizer que sabia exatamente o que era ter um nome não tão comum entre as crianças de sua idade.
— Eu sei que esperava uma apresentação com nome, mas eu não sou muito boa nessa parte, na verdade... — Tassa falava de forma desenfreada quando estava nervosa e se sentindo pressionada.
Amora, percebendo a situação, a interrompe, pois sua intenção era deixá-la tranquila com tudo.
— Eu sei como se sente, mas não quero que se sinta assim nas minhas aulas, porque eu sei que isso deixa umas marquinhas dolorosas dentro de nós. Olha, eu vou me apresentar para você, tá certo? Não me leva a mal se falhar ou gaguejar, eu também tenho problemas com apresentações.
E assim ela começou. "Amora" não era realmente um nome tão comum, muito menos sua dona, que fez uma breve e divertida apresentação para a pequena Tassa. Apesar da pouca idade, a jovem professora sabia que abraçar suas crianças era um bom primeiro passo em uma escola nova, bem como em qualquer outra escola, não apenas porque se está chegando, mas, principalmente, por se estar chegando e ter pretensões de ficar por perto desses abraços quentinhos por um bom tempo.
***
Se por um lado a menina Tassa detestava apresentações por conta do seu nome, o mesmo não podia se dizer do jovem Itan, que já havia se apresentado para inúmeras personagens, de diversos tipos de histórias, então já estava bem acostumado com esses tipos de cerimônias, que também faziam parte do seu mundo. Olha aí uma coincidência entre os dois universos.
— Você viu florzinha? Viu isso? Nós podemos deixar de ser parte de um livro para ser parte do lixo de alguém. Consegue imaginar como é viver desse jeito? Melhor que tivessem me banido mesmo, não dá para enxergar um futuro aqui dentro. — Dizia Itan, que continuava desejando o mundo exterior mais do que qualquer coisa.
Itan e Tassa não eram tão diferentes, quer dizer, tinham uma diferença considerável de tamanho. Tassa era baixinha, mas tinha um conhecimento bem elevado para sua idade, e tudo por sempre ter sido influenciada a ter a prática da leitura em sua vida. Itan, não muito diferente, ia conhecendo novas histórias e, conforme isso acontecia, ele crescia em tamanho e conhecimento.
As duas crianças eram bem parecidas, isto era um fato. Na realidade de Itan, não se completava ano todos os anos, mas algumas vezes, e em determinados anos. Tassa sentia falta do imaginário na sua realidade, que parecia muito crua, às vezes, e Itan sentia falta da parte mais séria na sua vida tão fantasiosa.
Uma realidade crua é uma realidade que necessita de tempo e de certos ingredientes para que ela atinja o ponto ideal, que é consequência de um processo natural que chega para todos; uns como o Itan, que veem essa realidade um pouco distante, como se o fantasioso fosse o real de outra pessoa, e outros que veem como Tassa, uma realidade que deixa a desejar, que necessita de um complemento para que só assim deixe de ser tão crua, e talvez ambas possuam os elementos de que precisam para, por fim, atingirem um estágio mais completo. Então, talvez, seja hora das duas realidades conversarem.
— Eu penso todos os dias, todos os minutos e segundos em tudo o que existe fora disso aqui, sabia? — Dizia Itan para sua amiga Flor, que gostava de dormir, e que sempre era perturbada em seu sono pelo amigo com espírito aventureiro.
— O que existe fora disso não tem graça. — Respondia Florzinha um pouco sonolenta.
— Por que diz isso, Flor? — Perguntava o menino sem entender o que a amiga dizia.
— Porque se tivesse, estaria aqui. Não vê que o que tem aqui dentro é o que há de mais precioso para quem escreveu? Por isso fica tão guardado e inacessível. — Respondia firmemente flor.
— Acha isso aqui interessante? Porque eu preferiria estar conhecendo o que existe fora do que eu já li. Você não? — Questionava Itan.
— Não sei qual o futuro de uma flor fora desse universo. Você não tem medo de se decepcionar com o que tem do lado de lá? Viveu tanto tempo aqui.
Florzinha tinha razão, o que poderiam esperar fora do universo que os tratava tão bem?
— Eu amo desafios, Flor, você bem sabe. Não tenho tanto medo da reação deles. Faz parte... — Dizia Itan já se erguendo e se preparando para uma cantoria.
— Faz parte? — Perguntou Flor.
E então Itan iniciou sua canção....
"Faz parte do que é a vida, divertida e também colorida, fácil se olhar com atenção, difícil se pensar com o coração... Mas, se quer saber, eu quero te contar, que essa história não vai acabar, até que do outro lado eu consiga chegar...
Ouça bem, com atenção, segure minha mão, deixa eu te mostrar que há alguém do lado de lá...
Alguém que pode nos escutar, ajudar...".
***
Tassa tinha um destino depois da escola, por isso saiu apressada das aulas. Com sua bicicleta azul, que tinha uns adesivos do homem de ferro, ela caminhou em direção ao seu cantinho predileto naquela cidade. A menina podia não conhecer lugares populares, como o parque, o circo ou qualquer outro divertido, mas sentiu-se bem-vinda em uma mesinha afastada, de um lugar frequentado, majoritariamente, por adultos, e na companhia de sua querida e encantada leitura de fim de manhã. A menina não faltava mais aula, principalmente depois da chegada de Amora. Agora ela esperava até o fim das aulas para ir até lá.
— Então quer dizer que o senhor quer se livrar de tudo isso aqui? — Tassa dizia, enquanto caminhava pelos corredores dos livros, à essa altura já tinha liberdade para estar lá.
— Não podemos nos livrar do que foi bom, eu diria que desapegamos. Tenho certeza que já precisou desapegar de alguma coisa. — Respondia Lúcio, que fazia alguns cálculos.
O homem tinha pouco cabelo, e seu bigode era engraçado, pois mexia quando ele estava pensando.
— Serve de alguém? — Perguntou Tassa sem dirigir o olhar para o senhor, que no mesmo instante parou o que estava fazendo e voltou sua atenção para a menina, retirando, assim, os óculos que usava para cálculos, e o colocando sobre seus poucos cabelos brancos.
Cruel? Eu diria que sim, principalmente se você precisa lidar com isso ainda na infância. A transição acontece e você nunca sabe se está mais para o lado de cá ou de lá; do pai ou da mãe, porque essas separações acontecem e são inevitáveis, em alguns casos. E como se lida com isso quando se está no meio da história? Nem lá e nem cá?
Lúcio larga o balcão e os papéis que analisava, e segue em direção de Tassa, que continuava passeando com os olhos pelos livros. O homem já se aproxima da menina apontando com o dedo para uma fileira, em especial.
— Desse lado temos os clássicos da Literatura, com os quais, imagino, que já tenha tido contato.
Tassa passou os olhos brevemente pelos livros apontados por Lúcio, mas não se limitou aos clássicos, apenas. Os dois seguiram caminhando pelos corredores dos livros. A menina cada vez mais admirada, aquele lugar, sem dúvidas, já era o seu preferido na região.
— Ainda não li muitos dos livros que você tem aqui. Mas gostaria! Como faço? Agora que...
A menina se interrompe, seria muito ruim lembrar o amigo de que, tudo o que mais admirava, acabaria dentro de uma caixa, e depois em uma sala empoeirada, com objetos que não servem mais para o uso.
— Se quiser pode levá-los para ler. Na verdade, poucos dos que aqui estão ainda vão me servir, a maioria vai parar numa caixa grande, e alguns talvez fiquem com alguns dos meus melhores pertences... — O desânimo por ter de abrir mão de alguns dos seus tesouros era nítido em Lúcio, que tornou a colocar o óculos de cálculos no rosto.
— Eu não gosto de me mudar, acho que eles também não. Devia deixá-los aqui. — Respondeu Tassa, que continuava passeando com os olhos pelas prateleiras daquele ambiente, agora também tocava os livros, como se dissesse: eu sinto muito, queridos livros.
— Eu gostaria de ficar aqui com eles, mas não somos mais bem-vindos, a Cris não vai querê-los aqui. — Dizia o homem passeando com os olhos pela velha estante da qual se aproximara, alguns segundos atrás.
Tassa tentava entender a situação do seu Lúcio. Que mal os livros fizeram para a mulher querê-los tão longe? Tassa pensou. E, após alguns segundos, deixou o novo amigo, e foi em busca de tomar uma satisfação. Se aquela mulher bem vestida queria tirar os livros de lá; de seus lares, devia, ao menos, apresentar uma boa justificativa para isso.
Tassa caminhou cheia de marra até o lado do estabelecimento ocupado pela cafeteria de Cris. E, com um olhar bem firme, de quem tem total ciência do que vai fazer, Tassa pediu para que chamassem a proprietária do lugar; não da livraria, da tal cafeteria.
— Quero falar com sua patroa! — Disse a menina parada diante de um moço que tinha um crachá com o nome "Júlio".
E ainda disse mais...
— E só saio daqui quando chamarem ela.
Essa teria sido uma ótima ideia, se a Jenny não gostasse de café e entrasse pelas portas da mais nova cafeteria da cidade, acompanhada de um rapaz, possivelmente um novo amigo, afinal; Tassa também já tinha encontrado um, com uma diferença considerável de idades, mas que tem isso a ver? Amizade não é sobre idades, mas sim sobre companheirismo, sobre se ajudar. E foi justamente pensando nisso que Tassa partiu em busca de satisfação. Estava defendendo os interesses de um amigo, ou melhor, de vários amigos, já que os livros também eram a companhia da menina.
— Não acredito! — Disse Jenny ao observar a irmã no balcão com uma expressão que a jovem bem conhecia.
O fato de Tassa estar naquele lugar não era o mais chocante, menos ainda com alguns dos seus livros, que só foram observados por estarem de bobeira em cima de uma das mesas daquela cafeteria.
— Eu posso saber o que você está fazendo aqui, mocinha? — Pergunta Jenny já se aproximando da irmã.
— Jenny? O que você...
Tassa com certeza tinha uma boa explicação para dar, mas não tinha mais tempo, pois a Cristina finalmente viria atendê-la!
— Tudo bem, você pode falar com a patroa do outro lado dessa pequena sala.
Na verdade o que ficava do outro lado da "pequena sala" se chamava saída, quer dizer... Saída de emergência, nunca se sabe o que pode acontecer dentro de uma cafeteria que antes era livraria.
— Não podem me expulsar daqui. — Dizia Tassa revoltada com tamanha grosseria da mulher, que a expulsou de forma crua e dura.
Jenny, que chegou meio perdida na situação, não gostou do que fizeram com a irmã, e logo tomou as dores, como se diz por aí.
— Ela não vai sair daqui coisíssima nenhuma, até porque é minha irmã, e minha convidada agora. — Disse a jovem puxando a irmã mais nova para perto do seu corpo.
Júlio seguia ordens, e tentou explicar que a menina não podia ficar, pois queria "arrumar confusão" com a dona do estabelecimento. E foi nesse mesmo momento que seu Lúcio resolveu se envolver, até porque metade do lugar ainda pertencia a ele, e Tassa era sua amiga.
— Calma, calma, a Tassa é muito bem-vinda aqui, menino, ela é minha amiga, e tem total liberdade de estar aqui, entendeu?
Logo a confusão ficou maior, porque Elly entrou na conversa tornando a lembrar que o espaço seria completamente dela, e antes mesmo que o homem pensasse. E, enquanto Tassa discutia com Júlio, com o apoio de sua irmã Jenny, Lúcio e Elly discutiam a dura relação que vinham tendo.
Aquela discussão se estendeu por um bom tempo, e só terminou mesmo quando a polícia foi chamada, pois já estavam bastante alterados, e Jenny atacou Júlio com o café, que estava um pouco quente.
Que confusão! O que será que vai acontecer com Itan e Florzinha? Agora que os livros precisarão mudar de lar.
Nos vemos nos próximos capítulos!
Não deixe de votar nesse capítulo, se vc gostou, e de deixar o seu comentário, isso nos ajuda muito. Beijos coloridos!!!
Ilustração: @angelaevsousa
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