25
A tarde estava tranquila, me despedi do último cliente com um aceno enquanto guardava o conjunto de porcelanas da loja, me senti pronta para voltar para casa.
Os dias tinham se passado muito rápido, quase um borrão de atividade, e deixar as missões ninjas um pouco de lado para ter uma vida mais caseira era tudo o que precisava. Mesmo assim a tranquilidade me deixava ansiosa, sentia que as coisas não permaneceriam dessa forma por muito tempo.
Sabia que os meus dias de calma estavam chegando ao fim, não tinha dúvidas quanto a isso, só não esperei que o próprio Danzou Shimura estivesse a minha procura.
Não vi o Anbu chegar, mas soube o exato momento em que ele deixou o pergaminho para trás, apenas um farfalhar com a queda do papel sobre a bancada. Peguei o mesmo imediatamente, quase um reflexo involuntário, algo instintivo.
A caligrafia rabiscada estava um pouco confusa, mas trazia uma mensagem muito clara, sem direito a recusa.
— Baki-san! Eu já estou indo! - chamei, tirando as roupas que usava para o trabalho na loja.
— Até amanhã Hanna-chan! - a doce senhora acenou do fundo da loja, com um sorriso caloroso.
Baki-san tinha se tornado alguém muito importante, desde quando eu era apenas uma garotinha ela me deixou ajuda-la com pequenas coisas na loja, me dando uma sensação muito confortável de pertencimento. Talvez ela não me considerasse alguém da família, mas eu certamente a considerava.
O sol estava prestes a se pôr, e junto a ele todos os planos que eu tinha feito para a noite... o treinamento com Sasuke e Kakashi para a conclusão do exame chunnin, o meu encontro com as garotas... Desenrolei o pergaminho novamente, era melhor colocar um ponto final nisso.
Corri através das ruas movimentadas da Vila, seria bem mais rápido correr sobre os muros pulando através dos telhados mas eu gostava de atravessar o movimento, acenar para os conhecidos durante o caminho, e isso me preparava para enfrentar o que viria a seguir enquanto me aproximava do meu destino seguindo para o sul, um do lugares mais remotos de Konoha, onde ficava a Fundação.
E Danzou já me aguardava.
▪︎
Yuna e eu fomos as últimas a chegar, e a sala da Quinta Hokage já estava abarrotada de ninjas.
O período que a Vila permaneceu sem um Hokage causou um grande acúmulo de tarefas, e Tsunade apesar de obviamente detestar a quantidade de trabalho, estava empenhada em terminar uma boa parte dele pelo menos.
Cada grupo de ninja partia de imediato após ter sua missão atribuída, até mesmo os times de nível mais baixo estavam sendo atribuídos a uma grande quantidade de missões, devido ao acumulo de deveres.
Nosso time havia sido designando a uma missão de investigação, seria um trabalho simples. Não demoraria muito tempo para concluir.
Após pegarmos o pergaminho contendo as informações necessárias partimos de imediato para os portões da Vila.
— Você tem estado muito calada... - Yuna comentou, antes que eu tivesse a chance de falar algo um ninja surgiu ao meu lado.
— Hanna-san. - a voz despreocupada me cumprimentou.
— Kakashi-san... - acenei com único movimento.
Gina e Yuna após um breve cumprimento se afastaram nos dando o máximo de privacidade possível.
— Você falou com ele?
— Falei, - suspirei profundamente meus passos se tornando mais arrastados, o vento soprava mais forte, mais frio. — No fundo eu sempre soube que esse dia chegaria, mas não estava preparada para aceitar ainda.
— Eu pensei... que ele desistiria desse pensamento sobre vingança. - Kakashi comentou.
— Não, nenhum de nós jamais mudaria esse pensamento dele.
— O melhor seria...
Ele não precisava terminar o pensamento, eu sabia exatamente o ele diria.
— De que adiantaria? Durante anos Sasuke acumulou a culpa e o ressentimento pelo que aconteceu com seu clã, mesmo não tendo culpa alguma ele se responsabilizou. Não posso nem começar a imaginar o quanto ele se sentiu traído pelo irmão.
— Ele teria aprendido a lidar com essas questões, todos nós temos traumas, temos cicatrizes difíceis de lidar... algumas mais profundas que outras, mas todas são extremamente dolorosas para quem sente.
— De certa forma, cada ferida que temos foi um golpe único, deixado depois disso para que cicatrizasse. - comentei lentamente. — A ferida no Sasuke foi feita quanto ele era muito jovem, totalmente despreparado, e essa mesma ferida é reaberta e a dor revivida sempre que quem a causou é mencionado.
Vi quando as garotas pararam nos portões da Vila, aguardando para que eu me aproximasse.
— Posso não ter a sua experiência Kakashi-san, mas sei que não podemos esperar que outros lidem com suas questões como fazemos com as nossas. - falei tentando de alguma maneira explicar o que eu sentia, mas nem eu mesmo sabia bem o que estava sentido no momento. — Tudo o que podemos fazer é acompanhar o crescimento dos nossos filhinhos, e tudo bem. Um dia eles estarão em nossos lugares.
— É difícil aceitar algumas coisas.
— Nós estamos aqui para ver os erros e acertos de quem amamos. E afinal amar não é exatamente assim? O amor precisa ser dado sem esperar nada em troca.
— Ora, ora, isso é bem verdade. Eu sei que estamos sujeitos a ver algum deles se tornar alguém totalmente diferente do que desejamos, e esperamos... mas essa é uma jornada particular... Não podemos refletir sobre eles nossas ações e nossos anseios. Mesmo esperando que sigam nossos passos, ou que acreditem em nossas verdade.
— Sim. Infelizmente não há como manter as asas dos pequenos pássaros fechadas por muito tempo.
— Isso não quer dizer que seja errado desejar manter.
Sorri tristemente, era verdade, mantive minhas reflexões para mim mesma enquanto seguia para me encontrar com minhas companheiras de equipe. Gina já estava impaciente, Yuna obviamente curiosa, mas nenhuma delas perguntou nada.
— Precisamos estar 100% focadas nessa missão, não temos margens para erros, Ruy-sensei está numa missão nível S, seremos apenas nós. Preciso de vocês focadas. - Gina discursou, seu olhar vagando entre Yuna e eu.
— E quando não estamos?
— Sei que as coisas estão difíceis nos últimos tempos, e é exatamente por isso que precisamos dedicar o nosso melhor para ajudar a Vila.
— Não se preocupe. - murmurei.
▪︎
A cidade das chamas era um lugar imenso, e apesar dos gigantes muros que protegiam a cidade conseguimos passar facilmente por eles.
Finick Nara era nosso objetivo, um ninja renegado listando com alta prioridade no livro bingo, os boatos diziam que o mesmo tinha sido visto na cidade das chamas.
Precisávamos confirmar os boatos, e entregar o paradeiro exato a Hokage, a captura de um renegado era um prioridade para a Vila, os segredos de um clã inteiro poderiam cair nas mãos de inimigos além de informações confidenciais da própria Vila.
Para cobrir um campo maior nos dividimos, responsáveis por uma parte específica da cidade, eu gostava dessa parte do trabalho, a investigação sutil, a coleta de informações, a satisfação de encontrar o alvo.
Mas apesar de todo o esforço o dia foi improdutivo, ninguém tinha nenhum relato promissor, nenhum sussurro que valesse à pena ser ouvido. Entrei na única taverna que parecia existir na minha parte da cidade, o lugar era no mínimo decadente.
Ignorei os olhares mal disfarçados jogados na minha direção, as pessoas sempre olhavam para uma garota solitária, e apesar de ser uma ninja com total capacidade de me defender de alguns bêbados, ninguém que me olhasse de fora poderia dizer isso de mim.
— Acho que entrou no lugar errado, mocinha. A loja de sobremesas fica do outro lado da rua. - o taverneiro falou, sua voz meio arrastada, o suor podia ser visto em sua testa enquanto distribuía canecas com bebida para outros clientes.
— Não, estou no lugar certo. - murmurei. — Quero o melhor saquê que você tiver.
Ele me olhou longamente, como se estivesse avaliando se eu teria ou não dinheiro para pagar, sustentei seu olhar erguendo uma sobrancelha.
— Certo. - ele falou por fim. Logo um copo foi colocado a minha frente com uma garrafa de saquê.
Enchi o copo, me concentrando na bebida enquanto ouvia com atenção os comentários bêbados. Não esperava encontrar ali informações sobre Finick, na verdade estava considerando reformular minhas estratégias quando uma mão pesada caiu no balcão ao meu lado.
— Jeremy. - o recém chegado falou pegando toda a atenção do taverneiro. — Vim buscar o pedido para o conselheiro do ministro.
Não olhei para o homem que chegou por todo o tempo em que ele esteve ali, mas tinha certeza que ele me observou. Quando ele foi embora terminei meu saquê deixando o pagamento sobre o balcão, e fui encontra Gina.
》《
Olaaaaaa meu povooooo!!!!
Como é que vocês estão?
Estava morta de saudade de vocês mores.
Aproveitem esse cap, escrevi rapidinho para atualização, curtinho para já conseguir publicar outro ;)
O que será que Danzou aprontou?
Difícil, difícil...
Até o próximo capitulo!
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