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capítulo 5: o passado sempre se intromete no presente

MANCHESTER, 29 de agosto de 2024

Não me lembro da última vez que escrevi uma simples lista, como uma de supermercado ou de projetos futuros. Não me lembro a última vez que escrevi uma mensagem em um post-it e o fixei na geladeira. Não me lembro exatamente do dia que escrevi o último capítulo do meu livro, agora estacionado há meses. Deveria me lembrar, mas não me lembro. É como um branco total.

Perder pessoas não deveria mudar tanto a gente. Não deveria mudar nossa rotina ou desviar nossa direção. Deveria ser mais fácil se manter, ainda que conciliando o sofrimento de perda, mas que ainda fosse possível retomar. Acredito que para algumas pessoas seja mais fácil lidar com a morte. Eu definitivamente não sou uma delas, não sou forte o suficiente para isso.

Tento afastar os pensamentos negativos, mas sinto como se eles fossem me consumir completamente. É assim que sinto a necessidade de desaparecer, de resgatar de alguma forma os pedaços que ficaram pelo caminho.

Já sei do que preciso.

Desço às escadas como um furacão, nem tenho tempo de avisar tia Aura onde estou indo e mesmo que pudesse, ela não precisa de mais uma preocupação. Pulo no carro, verifico se o cinto de segurança está preso e acelero até o aeroporto. O percurso não é muito longo, então rapidamente estou saltando para fora do carro e indo em direção às portas automáticas.

Me encosto no canto como de costume, sentada e as pernas cruzadas. A vista que tenho dá para um hangar e há um avião posicionado para embarque. A partida demora mais do que o de costume, mas em minutos a aeronave se posiciona na pista e decola. Vejo o avião sumir nos céus, sendo reduzido ao tamanho semelhante a de um grão de arroz.

— Nossos encontros estão se tornando mais frequentes do que imaginava.

Levantei a cabeça e vi Aiden.

— Nem me diga — admiti é um sorriso lateral se formou.

O rapaz de olhos azuis se senta ao meu lado, deixando um espaço de um banco nos separando.

— O que faz aqui? Esperando alguém?

Faço que não.

O que você faz aqui? — Perguntei ignorando sua pergunta.

— Pensei que fosse óbvio —, ele começou e apontou o dedo para si mesmo, mostrando seu uniforme. Ergo as sobrancelhas, fingindo deixar claro que não é. — Certo, você venceu. Sou piloto comercial. Quer dizer, copiloto comercial.

Balancei a cabeça, surpreendida.

— Então é você no comando do avião?

— Quase isso.

— E como é?

Aiden, por algum motivo, se surpreende com minha curiosidade.

— É mágico, me sinto invencível lá em cima — ele admitiu e seu sorriso e olhar são sinceros. Gostaria de poder me sentir assim novamente. — Você deve gostar disso também, do contrário não estaria aqui.

Engulo em seco.

Não quero contar o real motivo de vir aqui, porque eu nem conheço Aiden direito. Por enquanto ele é apenas um desconhecido que sei o nome e que é piloto, somente isso. É pouco informação para sair contando tudo que vem a mente. O que eu tô querendo dizer? Nem mesmo eu sei porque venho aqui. Quanto estupidez.

— Quase isso.

O check-in faz o anúncio de mais um voo liberado para embarque.

— Preciso ir agora —, informei. — Você também está trabalhando, não quero te atrapalhar.

O olhar de Aiden desvia das minhas mãos até os meus olhos.

— Está tudo bem. Chego cedo no aeroporto. Meu voo é em algumas horas — ele garantiu. Ainda assim, quero ir embora. Essa situação é demasiado desconfortável. Não sei o motivo de parecer que ele está curioso ou interessado em alguma informação. Ou em mim, modéstia parte. — Você mora com sua tia, não é?

— Só estou passando uma temporada.

— Minha vó gosta muito dela — ele comentou. Não sei quem é ou pelo menos não assimilei, então franzo as sobrancelhas. — Sou neto da Meredith.

— Sério!? Caramba.

— Pois é.

— Agora faz sentido você estar na casa dela, eu meio que achei estranho — admiti.

Aiden concorda.

— Achou que eu era um penetra?

Eu sorri e completei:

— Achei que fosse um ladrão.

Ele ri, gostando da conversa. Sua risada é discreta. Gosto disso.

— Me desculpe, não quis assustar vossa senhoria — ele brincou, tentando fazer uma reverência desengonçada mesmo estando sentado.

Não contenho a risada.

Tenho que admitir que Aiden carrega consigo senso de humor.

Por impulso, checo as horas no relógio. Droga, eu realmente preciso ir. Tia Aura vai acabar comigo se eu não aparecer em casa logo. Recomponho-me e me inclino para frente, me levantando. Eu já anunciei que preciso ir embora, não preciso fazer novamente. A ideia é dar adeus para Aiden e seguir passos firmes até a saída. Só que ele é mais rápido. Antes que eu possa fazer qualquer coisa próxima de uma despedida, Aiden se antecipa com um convite que por várias vezes eu prometi que jamais aceitaria tão cedo.

— Você topa sair comigo?

Engulo em seco.

Droga, não tô pronta pra isso. E não é justo com ele.

— Por que?

— Porque quero conhecer você — ele respondeu. Seus olhos estão cheios de esperança. — Mais. Quero conhecer mais de você.

Olho novamente para Aiden e admito que ele parece ser um cara legal. Não posso julgar sua honestidade porque mal o conheço, mas engraçado e gentil ele é. Sam também era. Afasto os pensamentos. Não posso fazer isso. Não posso ficar comparando todas as pessoas ou, principalmente, homens que aparecem pelo meu caminho com Sam. Ele é passado. E nem todos serão como ele.

Engraçado dizer isso, é passado mas parece que tá no presente.

Reconsidero.

— Vou pensar — é o que eu digo, sorrindo. Não é um não, mas também não é um sim. Não pode ser tão fácil.

Aiden assentiu, sentindo-se vitorioso.

— Tudo bem.

Olho uma última vez antes de acenar e desaparecer no meio daquele caos. Está mais cheio do que o de costume, então só desvencilho das pessoas e evito, novamente, outro empurrão. Não quero cair. Cair nunca é bom. Ainda mais quando você não tá esperando.

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