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Capítulo 9

"Ela, nunca olha pra trás, ela sabe o que quer, ela sabe o que faz (...) Gosta de provocar, de chamar atenção (...) Ela é linda, lança moda, ela é zika"


— Ninguém segura ela, MC Biel

Clarissa narrando.

Eu tinha ido ao Vidigal, pra apresentar o morro e também ajudar o meu primo/melhor amigo.

Fazia uma semana desde que eu tinha conhecido o tal Digão e meu... Que homem gostoso.

Depois que eu sai da sala dele, estava mesmo decidida a vim ao baile que ele ia dar.

💭Falou em baile, chamou meu nome 💭

E tem mais... Dona Mariana vem comigo sim, nem que eu arraste ela pelos cabelos.

Fiquei encostada na minha moto, esperando o Pietro descer também.
Até que pra uma visita ao posto que ele nem ia começar a trabalhar ainda, ele tava demorando demais.

Acendi meu cigarro e fiquei fumando enquanto observava o movimento da favela.
Acho que quando não tá tendo comando de polícia, é tudo a mesma coisa.

Vaporzinho em esquina vendendo as paradas.
Criança correndo sem camisa e descalço e o barulho de alguns bares, que tinham por ali.

Uma moto encostou e eu vi o Pietro na garupa do tal Neto.

— Valeu aí parceiro — Pietro disse fazendo toque com o Neto.

— Fé — Ele disse acenando pra mim.

Acenei de volta e joguei a butuca do cigarro que tava metade no chão e apaguei no pé.

— Finalmente princesinha... Demorou tanto porque? — Perguntei irônica e encarando ele.

— Sai daí sua doida... Cheguei não cheguei? — Perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Chegou... Mas demorou demais — Falei coçando o queixo.

— Tá com ciúmes Clari? — Ele perguntou irônico.

Comecei a rir.
Rir alto mesmo sabe?

— Se enxerga Pietro... tu acha mesmo que eu tenho ciúmes de alguém na minha vida? — Perguntei ainda com vontade de rir.

— Tu é fria... Parece um cubo de gelo mano — Balançou a cabeça em negativo.

— Sou mesmo... Quer alguém quente vai encostar numa fogueira — Pisquei e fiz a volta pra subir na moto.

Coloquei capacete na cabeça e encarei o palerma que tava lá parado.
Me encarando como se eu fosse alguém sobrenatural.

— Vai vim não meu querido? — Perguntei quase gritando

Ele me deu dedo e colocou o capacete na cabeça, fez a volta e subiu na garupa.

••••••••••••••••••••••

Depois que lariquei dois pratos de macarronada que mamãe preparou, fui arrumar meu quarto que tava uma zona.

Coloquei meu funk no talo e já passei pra o meu banheiro, fui lavar tudo.


— DJ Jorginho se prepara tá tudo de bom, elas dançam e se acabam em cima do som — Cantei alto joguei minha bunda pra o alto.

•••••••••••

Quando terminei de arrumar meu quarto, fui até a janela grande e me sentei ali.
Coloquei as pernas pra o lado de fora enquanto passava a língua na seda, preparando o baseado.

Quando tava pronto, acendi e botei a fumaça pra subir.
Eu tava mortassa.

Peguei meu celular e depois de dar duas bolas, decidi mandar mensagem pra Mari.

Whatsapp on

Tiriça: Ei tá aí?

Sereia: Tô 😘

Tiriça: Cola aqui em casa
↪tenho um convite

Sereia: Passa a visão por aqui pow...
↪Preguiça de ir aí 😴

Tiriça: Te foder Mariana...
↪Tu mora na rua de trás da minha casa véi
↪Deixa de preguiça carai.

Sereia: Que saco Clarissa
↪Tô colando ja 😑

Tiriça: Assim que eu gosto 😘

Whatsapp off.

Sorri vitoriosa e dei mais três bolas, prendi e soltei.

— Clarissa tu... — Guilherme parou de falar na mesma hora.

Revirei meus olhos e ele veio se aproximando de mim.

— Eu não disse que não te quero fumando essas coisas Clarissa? — Perguntou sério.

— Ohhh meu Deus... Falou o homem que manda em mim — Debochei.

— Tu é muito tiriçona véi... Me passa isso aí vai — Apontou a mão.

— Eu te odeio... Bola um pra tu mano, para de roubar minha brisa saco — Falei irritada.

Ele puxou o Beck da minha mão e começou a fumar.
Prendeu e depois soltou tossindo.

Eu ri viu.

O Guilherme tossindo é a melhor coisa que você poderia ver na vida.

— Veio no meu quarto fazer o quê? — Franzi a testa

Ele suspirou.

— Vim saber se tu não tem o contato de ninguém de confiança pra cuidar da Maju e do Arthur pow... Tu daqui a pouco vai viver na tua escolinha lá e eu não vou ter com quem deixar as crias — Coçou a nuca.

Eita foi verdade, eu fiquei de ir atrás de alguém pra cuidar dos pirralhos, e acabei não indo.

— Pow Gui...esqueci geral

— Suave pow... Mas vamo desenrolar esse b.o logo, tu tá ligada que eles não podem ficar sozinhos e sem ninguém né.

Eu assenti.

— Vou ver se acho alguém de confiança — Beijei a bochecha dele e desci da janela.

— Cheguei — Mariana disse dando um berro dentro do quarto.

— Meu amigo... Essa nêga parece que tem um autofalante na guela eu em — Guilherme disse fazendo careta.

— Ohhh meu filho, fecha a boquinha que nem moral pra você eu tô dando — Mari disse fazendo sinal com a mão pra ele ficar calado.

— Eu tô vazando que hoje é dia de ficar com minha princesa — Falou andando com o baseado na boca.

— Apaga o cachimbo da paz antes de chegar perto da menina, porque se não ela vai ficar que nem eu na vida, na lombra sem nem fumar, só porque ando com a Clarissa — Mariana disse rindo.

Olhei pra ela com a mão no peito, me fazendo de indignada.

— Você está me chamando de drogada? — Perguntei bem estilo dramática nível hard.

— Quase isso — Piscou. 

— Meu irmão... Mariana conversa um merda empurrada viu — Guilherme disse rindo.

Ela deu dedo a ele e ameaçou jogar a almofada nele, que saiu correndo do quarto.

Ela se jogou na minha cama com os braços abertos.

— Hummm... Maconha com cheirinho de desinfetante, arrumou o quarto foi? — levantou a cabeça.

Fui até ela e a puxei pelo cabelo.

— Eu arrumei e você está jogada em cima da cama que eu acabei de arrumar... Eu vou te bater garota — Falei entre os dentes.

— Aí... Eu saio — Falou choramingando.

Soltei o cabelo dela que levantou com raiva.

— Te foder a pessoa vem na casa dos outros pra ser humilhada... Se eu soubesse eu ficava em casa mesmo — Fez bico.

— Aí meu Jesus quanto drama — Abracei ela de lado e beijei sua bochecha.

Ela retribuiu o abraço e quando nos soltamos, correu pra sentar na cadeira que tinha em frente a mesa que eu estudo.

— Tu me chamou pra quê? — Perguntou confusa.

— Então menina... Colei lá no Vidigal de novo hoje, fui levar o Pietro lá

— E...? Aonde eu me encaixo nessa história? — Arqueou a sobrancelha.

— O dono de lá me chamou pra eu colar lá no baile amanhã e... — Ela me interrompeu.

— Mano, tu só me chama aqui quando precisa de mim véi... Qual é a que tu quer dessa vez? — Perguntou com os braços cruzados.

— Tu tem uma mania de me interromper e falar as coisas antes de mim né... Sabe nem o que era e já toma as tuas conclusões — Falei séria.

— Desenbucha Clarissa — Fez sinal para eu continuar a falar.

— Quer colar comigo lá não? — Franzi a testa.

Ela arregalou os olhos.

— É o quê? Tu me chamando pra baile? É isso mesmo produção? — Perguntou animada.

— Quem ver acha que tu nunca foi em um né Mariana — Falei com tédio e revirei meus olhos.

— Ir eu até já fui... Mas todos daqui — Fez careta.

— Epaaa querida... Os bailes da Rocinha são os melhores — Levantei o dedo pra o ar.

Ela assentiu

— Mas minha resposta é sim — Sorriu largo.

— Eu sabia que tu ia topar — Sorri vitoriosa.

— Quando é mesmo?

— Amanhã... 20:30 tô saindo daqui viu dona Mariana... Tu não inventa de atrasar não... Eu saio e te deixo aqui — Falei firme e apontei o dedo pra ela.

— Sai daí cuzona... Vou me arrumar aqui fia — Piscou. 

— Assim que eu gosto bebê — Pisquei e batemos palminhas animadas.

••••••••••••••••••••••••••••••••

— Isso é tamanho de vestido Clarissa? — Guilherme perguntou entrando em quarto.

— Eu tô com short por baixo burro — Levantei a barra do vestido mostrando que tava de short.

— Já sabe né? Bebeu, deixa a moto por lá e chama um Uber pra virem pra casa — Falou autoritário.

— Ohhh meu querido... Eu tô indo você esqueceu? — Mariana perguntou atrás dele.

Eu e Guilherme caímos na gargalhada ao mesmo tempo, enquanto Mariana olhava pra gente sem entender.

💭A famosa cara de cú 💭

— Que foi em? — Perguntou séria

— Tu não cuida nem de tu pirralha — Guilherme disse rindo e deu um cocoroque na cabeça dela.

— aí — Falou passando a mão no lugar.

Olhei pra ela de cima a baixo.

💭A pirralha tá gata 💭

— Pisa menos meu anjo — Pisquei pra ela.

— Gostou? — Falou dando voltinha.

— Eu tô vazando que não tenho paciência pra babacão de ovo de vocês duas não — Guilherme disse com tédio.

Dei língua enquanto ele saia.

— Vou ali no banheiro tirar uma fotinha e já volto — Pisquei pra ela.

Ela assentiu.

Fui ao banheiro, tirei a foto, editei e postei.
Quando voltei pra o quarto, Mariana não tava mais por lá, já tinha vazado.

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Pisão é meu sobrenome bebê 😘❤ — Em Rocinha, Rio de Janeiro.

Facebook off

Hoje ia ter que aguentar a noite toda sem fumar cigarro normal.
Comprar por lá na unidade talvez.

Nem celular eu ia levar.

Coloquei o celular em cima do criado mudo e desci.

— Mariana? — Chamei alto.

Ela tava sentada no sofá e sorriu.

— Aquelas cadeiras de plástico estragaram minha foto — Apontou.

— Posso fazer nada meu anjo — Pisquei.

— Pai, mãe... Tô vazando — Falei alto, porque eles tavam na cozinha com Guilherme, Maju e Arthurzinho.

— Juízo Clarissa — Papai gritou.

— Isso eu já tenho — Falei sorrindo.

— Ata — Mariana disse ironicamente.

Dei dedo a ela e peguei os capacetes e a chave da moto.

Saímos de casa e assim que subimos na moto, a doida agarrou minha cintura.

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Assim que liberaram minha passagem, eu cantei pneu pra quadra.
Coisa que não ia estava difícil de saber aonde era, já que o som que vinha de lá era alto.

Deixei minha moto bem bonitinha lá e sai arrumando meu cabelo junto com a Mari.

— Ei moleque — Chamei um menorzinho que tinha lá.

— Fala tia — Ele disse se aproximando.

— Passa aí vinte Mariana — Falei

Ela me entregou a nota de vinte, tinha deixado o dinheiro com ela já que tinha bolso.

— Cuida da minha moto e se eu chegar e não ter merda nenhuma te dou mais — Entreguei a nota e os capacetes a ele.

— Pode deixar tia... Ta comigo tá com Deus — Piscou.

Assenti sorrindo e sinalizei com a cabeça pra Mari, pra gente entrar.

— O cara liberou entrada no camarote — Falei quando a gente entrou e apontei pra o camarote.

— Então vamos pra lá... Marcar presença — Ela disse sorrindo

— Depois eu desço — Falei firme.

Ela assentiu e a gente foi em direção a escada do camarote.
Uns cara com fuzil atravessado na cintura parou a gente.

— Só entra quem tá liberado bonequinhas — Falou sorrindo pra gente.

— Eu tô ligada... Chama aí teu patrão ele disse que ia deixar liberado pra Clarissa, da Rocinha — Pisquei.

Ele coçou a nuca.

— E deixou mesmo

— Então meu filho... Ela é minha prima — Apontei pra Mari

— Toma as pulseiras então — Falou com as duas fitas.

Depois que colocaram as pulseiras nos braços da gente, eu e a Mari seguiu escada a cima.

De longe eu via o tanto de puta que circulava por aqui.
Fui andando no meio das pessoas, por onde eu e a Mari passava chamava atenção.
Dava nem atenção aos olhares que iam comer até minha alma.

De longe eu vi o tal Digão sentado em uma mesa com uma morena no colo.

— Quando tu disse que era bonito, não tava mentindo não em — Mari sussurrou.

— Meu amor... Eu nunca erro — Sussurrei de volta e pisquei pra ela.

Um carinha tava passando do meu lado com uma latinha de Skol Beats do meu lado.
Parei ele e peguei a latinha de sua mão.

Ainda tava bem gelada e fechada.

— Valeu — Pisquei pra ele.

Ele sorriu largo e coçou a nuca.

— Foi nada não — Piscou de volta.

Ele se afastou olhando pra trás enquanto Mariana ria ao meu lado.

— Tu não vale nada — Balançou a cabeça

— Tem que aprender com a prima aqui bebê — Pisquei pra ela.

— Já aprendi

Abri a latinha e tomei um gole longo.
Depois passei pra ela.

— Tá com meu documento aí né? — Perguntei com a testa franzida

— Tô — Falou tocando no bolso.

— Qualquer coisa eu tô responsável por tu

Ela assentiu.

Olhei de volta pra o loiro que na mesma hora olhou pra mim.
Eu sorri e pisquei, ele cochichou alguma coisa no ouvido da morena que levantou do seu colo e foi pra perto da grade, aonde tinha um outro grupo de garotas.

Ele levantou e caminhou até mim.

— Quanta honra... A princesinha no meu baile — Ele sorriu largo e pegou em minha mão.

— Você chamou — Pisquei pra ele.

— É... Eu chamei — Disse sorrindo.

Mariana me passou a latinha de Skol Beats e eu bebi outro longo gole, enquanto olhava pra ele.

— Podem ficar a vontade aí — apontou pra o camarote.

— Valeu... Mas eu prefiro a munvuca — Apontei lá pra baixo.

Pisquei pra ele novamente e sai puxando a Mari lá pra baixo.

💭Essa noite vai ser longa bebê 💭

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Oi amores 😘 E esse baile em 😏

Votem e Comentem o que estão achando da história ❤

Aguardem os próximos capítulos

Kisses 😘😘

Grupinho no whats, link na minha bio 😘🔫🐚

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