Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 76

Clarissa narrando

Eu estava com ódio.

Nunca achei que fosse capaz de sentir esse tipo de sentimento pelo meu próprio pai, mas eu estava estava sentindo naquele momento e não cabia em mim.
Eu já esperava uma reação ruim mas acreditei de verdade que o senhor Mikael ia permanecer apenas nas promessas, mas não, meu pai realmente cumpriu sem ao menos prometer nada.

Encarei o rosto machucado de Digão que agora tava dormindo tranquilo, mesmo sem ter quebrado nada, o Pietro achou melhor ele tomar alguns dias de repouso, e tava sendo horríveis essas noites.
Na primeira e segunda noite Digão vomitou sem razão, sem se sentir, só se vomitou inteiro e por reflexo meu de fazê-lo sentar rápido na cama, não sufocou.
Agora os vômitos passaram, mas ele ainda sente muita dor em alguns hematomas.

Fora os pesadelos...

Flashback on

Acordei um pouco assustada com a agitação do corpo do Digão do meu lado, ele tava balbuciando algumas palavras desconexas que eu não tava entendendo bem, e seu corpo tremia.

— Clarissa, não — Ele disse afoito quase gritando e então sentou com tudo na cama.

Digao primeiro olhou o quarto assustado, encarando as paredes, depois o olhar dele veio até mim.
Meu loiro até esqueceu as dores que tava sentindo e me puxou pra os braços dele.

— O que foi meu loiro? — eu tava tão assustada quanto ele

— Meu amor — Beijou o topo da minha cabeça — Minha moreninha — Ele tava afobado

Eu estava assustada, nunca vi o Digão exposto daquela forma.
Assutado de verdade ele estava.

— Foi um sonho ruim Rodrigo? — perguntei preocupada

— Teu pai tava te levando daqui — Ele Suspirou — Clarissa eu só te deixo se um dia tu olhar pra minha cara e falar que realmente não quer mais nada comigo, porque eu não tô disposto a abrir mão de tu por causa de ninguém, nem mesmo de mim, se eu te perder pra mim eu acabo comigo mesmo mas eu vou até o fim do mundo por tu

Senti meu coração disparar.
Não tava acostumada com essas declarações dele do nada.

— Foi um pesadelo meu amor, vai passar tá — Alisei suas costas

Digao continuou ali abraçado comigo um tempo antes de voltar a pegar no sono.

Flashback off

Não passaram.

Os pesadelos estão cada vez mais sombrios e ele acorda todas as madrugadas praticamente afogado e me procurando na cama, ele sempre me acorda com abraços apertados, beijos  e súplicas para que eu não o deixe.

E claro eu estava culpando meu pai, como não iria?
Digão não consegue nem ir fazer os corre dele tranquilo pois além dos machucados, disse que não quer me deixar.

Eu suspirei em frente ao espelho enorme da sala de ensaio.

— Clarissa você precisa se concentrar — Ouvi meu professor de ballet dizer atrás de mim

Assenti e novamente me alonguei sobre a barra.

Eu iria protagonizar o meu sonho.
Precisava me concentrar, eu seria a Gisele do espetáculo, porém estava cada vez mais difícil vim ensaiar sem pensar em como o Digão vai estar desesperado até que eu volte.

Estávamos vivendo com a ameaça que meu pai fez, uma guerra caso eu não me afastasse do Digão.

Isso tava me deixando puta em um grau tão alto que eu bufei e desci da barra com raiva.

— Tudo bem, ensaio no sábado ok, falta apenas um mês pra nossa apresentação — Ouvi o professor dizer e então assenti — Eu preciso que você esteja perfeita Clarissa, PERFEITA — Ele disse firme e sério

— Eu vou estar — sorri levemente.

Nem eu estava acreditando nisso.

Como em um mês eu ia acertar toda a minha vida para que pudesse fazer esse espetáculo tranquila?

— Será a semana cultural do Rio de Janeiro, virá muitos artistas e produtores, essa é a chance de ouro para você garota, agarre — Ele disse orgulhoso

No fundo eu sabia que era capaz de impressionar quem eu quisesse impressionar, mas seria difícil me concentrar em tudo na bagunça que estava minha vida.

— Eu saio com 5 sugestões de contratos — Falei determinada

Ele bateu palminhas junto alguns colegas da turma.
Algumas palavras sobre ensaios e sobre como tenho que expressar mais romantismo com meu par depois, fomos dispensados.

Fui direto pra ducha, depois disso juntei todos meus materiais para ir embora, quando senti uma mão me parando no meio do caminho para a saída do teatro.

Me assustei

— Finalmente te achei — Iago sorriu ,

— O que você quer? — Perguntei sem muito interesse, nada que viesse dele na realidade me interessaria

— Acho que esses meses que eu te dei foi tempo suficiente pra pensar na proposta me Clarissa, pensa bem garota Tokio te espera — E de novo estava ele nesse absurdo achando que eu iria mesmo pra Tokio com ele

— Você usa droga? — perguntei realmente interessada — Ou você tem algum atraso mental que não entende realmente que isso nunca rolaria? Eu nunca sairia com você nem pra esquina Iago, quem dirá pra o outro lado do mundo — Soltei minha mão da dele com força — E não me toca sem minha autorização

— Desculpa por isso — Levantou as mãos em rendição — Não é possível que você vai alimentar esse ódio por mim até o fim da sua vida — cruzou os braços

— Eu não te odeio, eu simplesmente não sinto nada por você, tu é um vazio, uma página em branco que eu sei que  fez parte da minha história, mas realmente sem nenhum significado pra ter algum capítulo nela — Fui sincera.

Iago já me abalou muito no passado, e eu podia realmente viver presa a um passado de um relacionamento tóxico, mas simplesmente ele não significa nada mais e nada menos que um vazio, um sopro no silêncio.

— Você sabe magoar alguém quando quer fazer Clarissa — ele coçou a nuca

— Me deixa em paz Iago, para de ficar me importunando e vai embora pra o Japão, pra o polo Sul ou pra o diabo que o parta — Balancei uma das mãos sem interesse — Só me deixa em paz de uma vez por todas, eu não vou embora com você pra dançar, namorar ou sei lá o quê — Disse firme — Espero que você entenda de uma vez

Ele só assentiu.

Sem ter mais o que falar a ele, eu simplesmente dei as costas ao cara que um dia balançou minha adolescência e caminhei confiante até minha moto.

Eu tinha coisas a fazer agora, colocar alguns pingos nos i's.

~~••~~

Tirei meu capacete quando cheguei na barreira daquela comunidade que um dia foi minha comunidade.
Agora eu me sentia não mais parte dali, a Rocinha tinha um pedacinho especial em  meu coração, mas ali não era mais meu lar.

Foi então que eu me toquei finalmente que meu lar agora era nos braços dele.

— Princesinha — Ouvi Miguel falar

Eu sorri pra ele

— Libera passagem aí — E ele fez, liberou minha passagem sem precisar consulta.

Pelo menos eu sempre teria aquele lugar, aquele povo ia continuar sendo meu povo.

Fui cortando algumas vielas sentindo o peso de tudo que eu tinha pra falar e estava entalado na minha garganta.
Eu não queria que minha relação com meus pais chegasse a esse ponto, não queria nunca ter que elevar a voz pra minha mãe como fiz no dia que vi o estado que meu pai deixou o Digão, mas foi necessário.

Parei a moto em frente a casa deles.
Desci e toquei a campainha esperando alguém me atender.

— Já vai — escutei a voz da Índia falar algo, ela abriu a porta e arregalou os olhos surpresa

Fazia alguns dias que a gente não tava se falando direito, estava dando um tempo pra cuidar do Digão e falar com as meninas não estava me ajudando muito nesse quesito.

— Viu fantasma Bia? — perguntei ácida

Ela balançou a cabeça em negativo

— Não, é que... Eu não te esperava vim aqui — ela disse confusa

— Meus pais estão em casa? — apontei pra dentro da casa

Bianca Suspirou

— Eu queria ter ido lá, mas o Guilherme ficou muito puto com a história, eu quis evitar mais estresse entre vocês — ela disse meio arrependida, provavelmente por não ter me procurado

— Eu tava sem tempo pra falar com vocês também — dei de ombros — Eu preciso entrar em casa

Bianca assentiu e então me deu passagem.

Entrei e consegui vislumbrar a mesa posta e todos sentados.
Eles pararam de comer e falar na hora que perceberam que eu estava ali.

Minha mãe com os olhos arregalados, enquanto Guilherme fechou a cara e meu pai não esboçou nenhuma reação.

— Desculpa atrapalhar o jantar em família — Fui irônica

— Para de deboche Clarissa — Guilherme foi quem abriu a boca, e disse isso grosseiramente — Cansou de bancar a puta? — disparou

— Guilherme — minha mãe repreendeu

— Não mãe, deixa ele falar — Eu ergui a mão — Anda Guilherme solta todo o seu veneno e sua hipocrisia em mim, fala, o que mais eu sou além de puta? — Ergui uma sobrancelha

Guilherme passou a mão no cabelo e ia abrir a boca, mas eu interrompi.

— Você não abra sua boca pra falar algo que lá na frente vai se arrepender Guilherme — apontei o dedo pra meu irmão — Você e nem ninguém nessa casa tem moral pra falar de mim alguma coisa — Olhei diretamente pra meu pai quando disse isso, ele devolveu o olhar pra mim — Porque todos sabemos que ninguém aqui tem moral pra meter uma palha no meu relacionamento

Meu pai riu debochado

— Relacionamento? — Perguntou com a testa franzida

— Isso, relacionamento — Fui firme — Porque não importa como eu me envolvi com o Rodrigo, eu errei e não nego — Levantei meu rosto — Mas agora estamos juntos e sim temos um relacionamento

— Não te criei pra essas coisas Clarissa — Ele ficou em pé — Não criei minha filha pra tá na boca de Zé povinho falando sobre ela roubar macho dos outros — Ele elevou a voz

— VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO DE TOCAR NO DIGÃO E FAZER O QUE FEZ — Eu gritei com raiva do meu pai.

Eu só conseguia sentir raiva e mais raiva dele.

— Primeiro para de gritar comigo Clarissa, tu ainda é minha filha — Ele apontou o dedo se aproximando

Tal qual a Lumena

— Como é que eu vou abaixar minha voz e te respeitar como meu pai se tu dá uma surra no homem que eu amo, me diz Muka

— Homem que tu ama Clarissa? — Ele ergueu a sobrancelha — O Digão não é homem pra tu não minha filha

— E quem é homem pra mim pai? Isso não é da tua conta

— Tu é minha filha Clarissa, repito, MINHA FILHA E EU NÃO VOU DEIXAR TU COMETER A BURRADA DE SE ENVOLVER COM QUALQUER MACHO POR AÍ — Voltou a gritar

— E TU POR UM ACASO ERA HOMEM PRA MINHA MÃE? TU QUERIA MATAR ELA — antes que eu pensasse duas vezes as palavras escaparam da minha boca, tão altas, tão afiadas e venenosas.

Senti meu rosto virar com força quando o tapa repousou em minha bochecha.
Firme, forte e quente tinha sido a primeira vez que meu pai tinha erguido a mão e me bateu.

Olhei de canto de olho pra todos na sala, Bianca estava com a mão na boca surpresa, minha mãe com os olhos arregalados e Guilherme encarando meu pai surpreso.

Meu pai nunca tinha levantado a mão pra me bater.

Segurei meu rosto chocada e encarei ele séria.

— O que tu fez — Eu estava chocada

Meu pai bateu com força na mesa e passou a mão pelos cabelos.

— Me perdoa minha filha — Ele tentou se aproximar de mim, mas eu recuei alguns passos.

— Não me toca — Ainda segurando meu rosto — Tu tem noção do que tu fez agora?

— Você não tinha o direito também de abrir a boca pra falar sobre a minha história com a Malau, não tinha Clarissa — Vi os olhos do meu pai marejarem.

Eu sabia, por mais que meu pai tivesse tentado todos esses anos se perdoar esse ia ser sempre o gatilho dele, o abismo.

Meu pai não se perdoava por um dia ter desejado matar a mulher que ele mais ama nesse mundo.

Senti meus olhos arderem, eu sabia que tinha ultrapassado todos os limites também, mas eu estava magoada o suficiente pra não desculpar ele agora.

— Eu acho melhor você ir embora Clarissa — Foi Guilherme quem quebrou o silêncio da sala — Já deu de você aqui, hoje tá todo mundo com a cabeça quente — Vi meu irmão tentando ser racional

Encarei minha mãe que ainda estava na mesma posição chocada, a Bia correu no momento que ouvimos o choro da Maju vim dos quartos.

— Eu vou embora agora, mas eu não quero mais ninguém dessa família ameaçando o Digão ou se metendo na nossa relação — Encarei todos — Ou quem vai ser capaz de tudo por ele, sou eu — Falei firme olhando pra meu pai — E tu não vai querer comprar uma guerra comigo pai, não vai mesmo — Juntei meu capacete em cima do sofá e dei um último suspiro enquanto saia da casa dos meus pais.

~~~••~~~

Ta tenso o clima da nossa família favorita em meus amores... Será que vamos ter que chamar alguém pra intervir essa guerra interna entre pai e filha? E quem seria capaz de controlar Clarissa x Muka? 🤔🤔🤔



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro