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Capítulo 68

Clarissa P.O.V

Meu coração estava disparado naquele momento, eu não sabia o motivo na realidade pois por mais que meu cérebro estivesse processando todas aquelas informações, meu corpo simplesmente não reagia, eu travei.

Porra imagina a minha situação, a maluca da Flávia estava gritando estar grávida do homem que eu não queria mas porra eu tô apaixonada, eu tô completamente rendida por esse cara, e agora o loiro responde que não aquele filho não tem a mínima possibilidade de ser dele.
Eu estava assustada.

E eu queria gritar pra ele soltar ela, eu estava vendo ele apertar cada vez mais forte e violentamente o rosto dela e por mais que eu não tolere a Flávia e tenha minhas diferenças com ela, eu não podia permitir aquilo, ele tava ameaçando e eu cresci em favela, eu sei as leis de uma comunidade e eu sei como a traição de uma fiel é cobrada, mas eu estava travada, meu corpo não reagia.

Quando tomei consciência do meu corpo novamente, dei um passo a frente mas antes que eu abrisse minha boca a porta da sala foi aberta bruscamente por um vapor qualquer do morro e com isso recobrei a consciência que Neto estava lá também.

— Polícia tá subindo chefe, os rato tão subindo — O garoto disse afobado

— Mas que Bu... — Digão soltou a Flávia bruscamente que sinceramente só não caiu pois conseguiu se equilibrar — Junta os homens porra quero barricada na frente não quero eles subindo, junta todo mundo — Ele puxou a arma da cintura

Neto também começou a correr pra fora da casa com o moleque, Flávia estava parada na posição que conseguiu se equilibrar, eu estava parada no mesmo local o tempo todo, mas nossos olhares se encontraram os meus e de Digão, ele passou a mão pelo cabelo com raiva e soltou o ar

— Eu volto aqui quando essa merda acabar — Ele estava sério — E tu piranha nem tenta se esconder — Caminhou até Flávia e segurou ela pelos cabelos — Porque nem que eu tenha que derrubar pedra por pedra dessa favela eu te encontro e eu vou tirar teu couro porra, vai fazendo tuas preces tá ligada hoje tu morre — Com isso ele saiu correndo de dentro da minha casa gritando algo que eu não fiz o mínimo esforço pra entender.

A porta tava lá escancarada e eu ouvi os tiros, a polícia estava mesmo invadindo o Vidigal e eu estava com uma bomba em meu colo para aprender a lidar.

— E-eu — A mulher de Neto que eu nem lembrava estar ali falou mas logo correu pra porta e fechou

Flavia se mexeu pela primeira vez desde que Digão a ameaçou de morte, tentou sair mas foi impedida pela amiga.

— Tu não vai, tá tento tiro tu sabe as instruções porra vamo ficar aqui — Disse seria

E eu reagi

— Não tranca a janela, alguém pode precisar entrar aqui, mas tranca a porta — Falei séria, elas assentiram e assim fizemos trancamos a porta mas deixamos janelas destravadas.

Ficamos alguns minutos em silêncio apenas ouvindo as trocas de tiros e eu encarando a Flávia, coincidentemente ela tava me encantando de volta sempre.

Respirei fundo.

— Quem é o pai Flávia? — Não sei porque essa foi a pergunta que saiu da minha boca, eu não sabia porque mas eu senti verdade no Digão quando ele disse que não era dele aquela criança.

— Não é da tua conta — ouvi a voz dela rouca falar

A máscara dela realmente caiu naquele momento pra mim, eu respirei fundo.

— Quem é a porra do pai da tua criança caralho? — Eu perguntei séria e alterando meu tom de voz — Me fala agora, porque você sabe que assumiu que não é dele

Ela riu, simplesmente soltou uma gargalhada e se sentou no chão encolhida perto de mim, eu estava com as costas encostadas no sofá, sentada no chão e ela fez o mesmo.

Demorou alguns minutos pra Flávia abrir novamente a boca e falar alguma coisa.

— Eu queria que fosse dele, eu queria tanto que fosse dele porra, como eu passei todos esses anos casada com o Digão e não sabia disso — E as lágrimas começaram a rolar pelo rosto dela

Eu joguei minha cabeça pra trás encarando o teto

— Tu sabe que vai morrer, ele te disse isso — Eu não queria isso, não estava desejando isso a ela nunca faria isso.

Nesse momento eu senti pena da Flávia, ela abraçou sua barriga e começou a soluçar alto.
Eu sabia que o choro dela era de desespero, pelo erro dela, pela vida da criança e de desespero.

— Eu não quero morrer Clarissa — Acho que aquela era a primeira vez que eu ouvia meu nome sair da boca daquela mulher

Os tiros lá foram eram altos, a gente ouvia mas não importavam, os gritos e ordens dos policiais não faziam sentido.

Na minha frente tava uma mulher quebrada e que tinha visto a derrota, Flávia sabia que aquela disputa que ela travou sozinha comigo tinha chegado ao fim. O Rodrigo estava apaixonado, estava amando alguém de verdade e não era ela.

Eu senti novamente pena da Flávia ao chegar nessa conclusão.

Encarei a mulher ali do meu lado e vi ela me encarar novamente.

— O Pietro, médico lá do postinho— Disse suspirando, Flávia ia desviando o olhar de mim e voltando a encarar o teto enquanto a minha ficha ia caindo com aquela informação e meus olhos se arregalaram.

— O Pietro? Meu primo Pietro? — Estava chocada

— Eu estava carente, o Digão tá completamente apaixonado por você a muito tempo garota, eu precisava de alguém e aconteceu com ele — Ela suspirou juntando as mãos novamente na barriga

Antes que eu pudesse falar alguma coisa uma das janelas da minha casa foi aberta bruscamente e um dos vapores pulou pra dentro, saiu correndo enquanto saia provavelmente na janela da cozinha.

— E-eu não sei o que falar — Eu não sabia mesmo

Ela riu amargamente

— Ele não quer olhar na minha cara Clarissa, e agora... Porra o que foi que eu fiz — balançou a cabeça em negação.

Eu não conseguia pensar no que fazer pra ajudar aquela mulher, não sabia nem o que pensar naquele momento.

Agora não era só a Flávia que estava ameaçada, o Pietro também, no momento que o Digão soubesse dele, soubesse que ele tava envolvido com ela, sobraria pra ele também.

Foi então que eu vi aquela mulher chegar ao seu ápice, o que ela consideraria fundo do poço até algumas horas atrás.

Flávia se virou pra mim e pediu

— Não deixa ele me matar — Ela estava desesperada, eu sabia disso — Não deixa ele matar esse inocente que não tem culpa das minhas decisões erradas — apontou pra barriga — Em algum momento da tua vida tu pensou em ser mãe Clarissa, segurar uma vida nos teus braços e saber que tu é quem deve proteger aquela pessoa tão inocente, Pelo amor de Deus, não deixa ele me matar  e eu não poder ver o rosto do meu filho — Os olhos dela estavam cheios de lágrimas e os meus também.

Eu não desejava a morte dela, não desejava que nada disso tivesse acontecido na realidade, eu amei o marido dela e nós nos apaixonamos, mas eu não queria aquilo.

— Eu não sei o que fazer Flávia, tu sabe que isso é lei da favela — Minha voz saiu quebrada

— Se tu interceder ele vai te ouvir, eu juro, eu saio da vida de vocês, eu não quero mais nunca olhar na cara do Digão eu aprendo a não amar mais ele, mas me ajuda e não deixa ele me matar — As mãos dela se juntaram de frente ao rosto e eu estava sentindo como se tivesse levado um tapa na cara.

Essa mulher, ela me odeia, mas em nome do filho dela decidiu engolir todo orgulho pra que eu não deixasse ela ser morta.

Não respondi nada, eu não sabia o que responder porra eu estava chocada, não só isso eu não sabia o que fazer.

Ela respeitou que eu não queria falar nada naquele momento, não queria pensar não queria sentir, eu simplesmente ouvia os tiros e latidos de cachorros e ficava olhando pra o teto.

Foram horas e horas de operação policial para que os traficantes conseguissem fazer eles recuarem, os tiros foram cessando mas eu sabia que o Vidigal estava todo recluso em suas casas, todo mundo com medo, os traficantes do morro estavam juntando os corpos dos seus amigos, estavam fazendo contagem de drogas apreendidas e que nem que ele quisesse iria vim mesmo ali.

Foram horas e horas de eu, Flávia e a esposa de Neto no mesmo lugar paradas as três, contando a respiração uma da outra.

Quando eu dei conta do tempo olhei pra o lado e as duas tinha  pego no sono, eu levantei tranquei as janelas e sai andando pela minha casa sem rumo, eu não sabia o que fazer.

Acordei com alguém me balançando com força e nem sabia que tinha pego no sono até ver o rosto de Flávia assustado um pouco turvo.

— Ele tá aí — Ela tava assustada de verdade

Eu ouvi as batidas na porta e me levantei apressada, notei que era claro pela luz da cortina e decidi puxar o ar com força antes de abrir aquela porta.

— Vai pra cozinha — Eu falei pra ela antes de ver ela correndo pra o outro cômodo da minha casa e girar a chave.

A loirinha acordou assustada porém Neto foi o primeiro a passar pela porta, estava com um arranhão no ombro que eu percebi pois não queria procurar Digao atrás dele, abraçou a mulher e saiu puxando ela pra fora da minha casa, eles não falavam nada enquanto Digão soltava as armas depois de passar por mim calado e sério demais, em cima do sofá.

Fechei a porta e me virei pra encarar ele.

— Cadê aquela puta? — Foi a primeira pergunta que ele fez

— Você está bem? — Perguntei preocupada e extremamente cansada.

Ele coçou a barba enquanto se aproximava de mim

— Já viu vaso ruim ter desfecho moreninha? — Segurou minha nuca e me deu um beijo rápido — Não deixei eles nem me ver porque tô com sede do sangue daquela puta — Ele me soltou e foi andando pela casa — Eu sei que tu tá aqui, eu vou te achar e te matar agora Flávia — Ele dizia com uma voz tão diferente do tom usado alguns segundos atrás comigo que isso me assustava e arrepiava negativamente inteira.

— Digão vamos conversar — Eu pedi indo atrás dele e segurando seu braço

— Qual foi? — Ele perguntou — Tenho o que conversar contigo não moreninha, pelo menos não hoje tá ligado? — Ele tentava se soltar

— Digão ela tá grávida para com isso — Eu consegui segurar ele com força — Não faz isso eu tô te pedindo

— É o certo Clarissa não me enche — Assim ele se soltou e chegou a cozinha

Flávia tava lá encolhida num canto assustada e abraçada a barriga

— Eu tô só o ódio faz tempo contigo Flávia, querendo te estourar toda, mas tava mantendo, deixando passar em nome do que tu fez por mim esse tempo todo tá ligado, mas não vou deixar me fazer de corno no meu morro e ainda vim jogar filho dos outros no meu colo não — Apontava pra ela enquanto caminhava até ela — Eu não sei se te mato na porrada ou com um tiro na tua testa sua vagabunda

Ela começou a chorar de se debater

— Não mata ela Rodrigo — Decidi intervir

— Não se mete Clarissa — Ele dizia entredentes

— Tem piedade da criança Digão eu tô te implorando — Ela chorava enquanto ele apertava o pescoço dela

— Solta ela Rodrigo — segurei o braço dele — Ninguém sabe, só a gente tá sabendo dessa história toda meu loiro solta ela deixa a Flávia ir embora criar o filho dela, ela me prometeu que vai embora do Vidigal e não volta — Eu segurava o braço dele com tanta força que eu desconhecia — Se tu me ama mesmo não faz mal a essa criança — Decidi usar a cartada que eu tinha — Porque no momento que tu disse lá na sala que era estéril Rodrigo uma parte de um sonho que eu nem sabia que tinha morreu, eu queria ter um filho teu meu loiro — Meus olhos de encheram de lágrimas

Rodrigo soltou o pescoço de Flávia que começou a puxar o ar com dificuldade.

Ele permaneceu de costas pra mim e eu não sabia o que fazer além de chorar.

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Gostaram do capítulo de volta? A Clarissa é muito boazinha, muito empática ou trouxa mesmo de implorar pela vida da Flavinha? Será que a ruivinha vai mesmo embora e deixar os pombinhos em paz?

Aguardem as cenas dos próximos capítulos que sim, irão sair...




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