Capitulo 57
maratona 1/4
votem e comentem bastante beijos
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Clarissa narrando
— Para de passar a mão na minha bunda Neto — Cacau disse toda puta.
Eu acabei rindo pela quinquagésima vez que eu tava aqui.
Sabe, é engraçado ver eles dois juntos, até porque eu nunca que imaginava ver o Neto assim, ele parecia ser tão desapegado e quem não queria ter ninguém na vida... tão eu antes do meu loiro... mas agora.
Acho que a vida é mesmo uma montanha russa né, eu nunca me imaginaria apaixonada por alguém de novo, não depois de tudo o que já sofri, não depois de todas as vezes que eu quebrei a minha cara e olha aonde eu tô....
💭 é aquele ditado, o mundo não gira ele capota💭
O mais engraçado ainda é quem a vida fez eu me apaixonar e também como.
Decidi assumir pra mim mesma de uma vez, não era pra eu ter me apaixonado pelo Digão, não mesmo... mas quem disse que o coração obedece?
Tudo naquele homem me prende a ele e eu sei o quão fodida eu tô... mas o que eu posso fazer cara? não tenho.
— CLARISSA — Neto grita
Balanço minha cabeça despertando das neurose que tava tendo e sorrio.
— Eu
— Eu — ele me imita — Tá viajando aí filhota — riu.
Solto uma risada anasalada e levanto da cadeira.
Puxo minha carteira de cigarro enquanto caminho em direção a porta da varanda do quarto dele.
— Tô cheia de coisa na cabeça parceiro — suspirei — Tô sem falar com ninguém da minha família — Coloco o cigarro que tinha tirado da carteira entre os lábios e acendo.
Me encosto com a maior parte do meu corpo pra fora do quarto, olho na direção que os dois estão, ou seja a cama do Neto.
— Ué gente, o que aconteceu? — Cacau pergunta confusa.
Solto a fumaça que tinha prendido da tragada e brinco com o isqueiro entre meus dedos.
— Todo mundo me escondeu uma parada sinistra... — trago de novo o cigarro e solto rápido — Esconderam uma pessoa na verdade — solto o ar e olho pra o outro lado, a favela.
— Caralho que pesado — Neto disse.
Olhei pra ele com um sorriso fraco no rosto.
— Mano, o que mais me deixa puta é que aquelas duas falsas sabiam tá ligado? elas sabiam caralho — Me alterei um pouco — Porra mano, elas são as únicas pessoas que eu não admito esconderem nada de mim, meus pais? tô me fodendo pra o que escondem sabe, eu cresci com eles sendo obrigados a esconderem coisas pra minha segurança... mas elas — balancei a cabeça — Sempre considerei as duas minhas irmãs sabe, nem o próprio Guilherme sabe coisas minhas como elas duas sabem aí me traem desse jeito — virei a cara de novo pra encarar a favela e tranguei o cigarro de novo.
Um vento mais frio passou por mim, até me arrepiei.
Os dois ficaram em silêncio o tempo todo que eu tava falando, só me encarando e até absorvendo.
Eu tava muito pistola com as meninas sim, mas eu tava mais decepcionada do que com raiva.
Mano, eu só queria entender o porquê delas terem escondido uma coisa tão séria de mim, uma coisa que se elas tivessem me dito, me preparado, não tinha me afetado tanto.
— Olha, você tá com razão eu não tô dizendo que não... mas você já pensou em tentar entender o lado delas também? — Cláudia perguntou se aproximando de mim
Soltei a fumaça e encarei ela com a testa franzida.
— Entender o quê Cacau? — disparei
— Mano, sei lá... elas devem ter um motivo pra não ter contado a tu seja lá o que elas esconderam — deu de ombros.
Cacau pegou o cigarro de mim e tragou.
Voltei pra o quarto sem falar mais nada, Neto sorriu largo pra mim.
— Ei mano na maior... se entende lá com as duas, tu sabe que não pode ficar longe delas pow... pega visão, já pensou se eu não tivesse o Digão véi? eu ia tá até agora de saco de pancadas daqueles ratos — estalou a língua — Vocês são fechamento demais moreninha, deixa as paradas acabar assim não... orgulho leva a nada não, pega a visão — apontou o dedo pra mim e depois sorriu pra mim.
Assenti em silêncio.
Talvez eu devesse mesmo dar uma chance a elas, pelo menos pra se explicar.
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Sai da casa do Neto ja era quase noite, o Digão foi la como sempre ia, mas rápido.
Tinha as coisas dele pra fazer, e sei lá ele tá meio frio pra meu lado.
Eu tô ligada que passei do limite naquele dia que a mulher dele pegou a gente, mas sei lá mano, eu só fiquei puta com tudo.
Eu já não tava muito bem por causa do que aconteceu com a minha família, aí vem aquela louça lá pra cima de mim.
Ok, eu não tenho nem moral pra falar nada com ela, afinal ela é a patroa né, ela quem é casada com ele.
Mas eu gosto dele, aliás, gostar é pouco.
Eu sou apaixonada por aquele homem, e se eu não soubesse que ele também sente algo por mim, eu ficava na minha.
Mas eu não entrei nessa briga pra perder, não depois de ter certeza que ele sente alguma coisa por mim, então eu não vou desistir dele... não mesmo.
Aquela doente que tem que se tocar que ele não quer nada com ela, ou ele tem que se resolver mesmo.
Digão não é santo e ainda tem que mudar muito, ele dizer que gosta de mim não vai me fazer desistir de minha vida pra ficar do lado dele não, de jeito nenhum.
Quem sabe pode ser eu no lugar dela daqui a algum tempo... eu só vou ficar com ele quando tiver certeza que ele mudou.
Brinco com a colher do meu açaí afastando meus pensamentos.
Eu já tava ficando cansada de pensar, sério mesmo.
Eu sinto que qualquer dia eu fico doida de verdade de tanto pensar nas coisas, de tanto tentar sair dessa posição que eu tô.
— A gente pode sentar aqui? — tomo um susto assim que escuto essa voz.
💭Carambava concentrada no meu açaí 💭
— Aí que susto Bianca — coloco a mão no peito.
Mariana solta uma risada baixa enquanto puxa a cadeira.
Bianca também riu e fez a mesma coisa que Mari.
— Tá devendo a polícia Clari? — Mari perguntou rindo.
— Não... mas eu tava concentrada sua acéfala — Fiquei séria — E eu tô com raiva de vocês duas, lembrei agora que eu não posso rir das piadas de vocês — cruzei meus braços e virei o rosto.
— Eu sei que você já perdoou a gente mesmo — Bia deu de ombros — Mas mesmo assim a gente precisa conversar — suspirou.
— Isso aí — Mariana concordou, ela se esticou pra pegar a minha tigela de açaí mas eu dei um tapa na mão dela — Aí Clarissa sua egoísta — choramingou quando puxou a mão de volta pra perto do próprio corpo
— Aí Clarissa meu pau imaginário — Peguei uma colher cheia e coloquei na boca — Eu paguei filha, se quiser pague um pra você — Pisquei.
— Paga aí Bianca, eu tô sem dinheiro — fez bico e juntou as mãos
— Pede ai — revirou os olhos.
Mariana sorriu largo e puxou o rosto da Bia pra perto dela, deixou um beijo na bochecha e saiu pulando pela sorveteria.
— Como vocês duas sabiam aonde eu tava? — Perguntei com a sobrancelha arqueada
Ela suspirou.
— A gente tava passando pela rua e te viu sentada — Deu de ombros — O que é um milagre de Deus, você sozinha — riu fraco
— Faz quase uma semana que eu tô assim — dou de ombros — Cláudia não pode mais sair até o Neto se recuperar, aliás, tá sabendo que eles tão juntos né?
— Tô sim — sorriu — Passamos na casa dele antes de vim pra cá, fico feliz afinal são duas pessoas maravilhosas e pelo que fiquei sabendo a história deles não é de agora — Assenti rindo
— Eles me contaram também
Mariana voltou pra mesa com um sorriso enorme no rosto.
— Eu tava era morrendo de fome — Passou a mão na barriga
Eu e Bianca rimos juntas enquanto a doida se sentava na cadeira do lado da Bia.
Quando paramos de rir, encarei as duas e elas fizeram o mesmo comigo.
Não tava mais aguentando deixar tudo guardado, acabei desabando ali, na frente delas.
As lágrimas vinham grossas, e elas ficaram estataladas, com os olhos arregalados.
Provavelmente porque nunca tinham me visto chorar assim, eu muito mal choro e principalmente assim... na frente as pessoas.
— Clari... se acalma — Bia pediu um pouco assustada.
— O açaí — o dono da sorveteria veio com a tigela pra perto da mesa.
— Tio coloca aí pra viagem, a gente tem que ir pra casa — Mari disse ainda meio perdida.
O senhor me olhou confuso, porque eu não parava de chorar.
Ele assentiu e se afastou com a tigela de açaí na mão.
•••
— Calma Clari — Mariana disse passando a mão pelas minhas costas
Eu tava agora abraçada a Bianca enquanto a Mari afagava minhas costas, ainda não tinha parado de chorar de jeito nenhum.
Tava chorando um rio e parecia que tava lavando toda a minha alma
— Eu... eu me... — solucei
— Shiii não fala nada, eu sei o que você vai falar — Bia disse e beijou o topo da minha cabeça
— Porra Bianca como tu faz isso? tu sempre sabe o que a gente vai falar more — Mariana se pronunciou — Me passa o endereço do cursinho que eu quero ganhar dinheiro com isso — brincou
Eu parei de chorar por alguns segundos e acabei rindo
— Minha vontade é meter minha mão na tua cara — Bianca disse séria
— Violência
Balancei minha cabeça e me afastei dos braços da Bia, joguei minha cabeça pra trás e suspirei.
— Tá tudo me sufocando, minha vida tá tomando um rumo que eu não sei aonde vai acabar — Passei a mão pelos cabelos
— Tu se apaixonou pelo inseto né Clari? — Bia perguntou baixo
Encarei ela com vontade de chorar de novo e balancei a cabeça em positivo.
— E dói Bia... dói tanto — voltei a chorar
— Meu Deus — Mariana exclamou assustada
— Vem aqui meu amor — Bia abriu de novo os braços e eu me aconcheguei naquele abraço de novo.
— Caralho mano, porque? eu tava bem, eu tinha decidido não gostar de ninguém e agora vem isso... porque porra? e ainda tem a volta do Iago, não que eu goste dele, eu não gosto mas mexeu entendem? ele me fez mal e eu fiquei triste com vocês por me esconderem só porque eu queria tá preparada pra isso — solucei
— Desculpa, desculpa, desculpa — Bia apertou mais o abraço — A gente achou que ia te fazer bem não saber, nunca pensamos que ele ia atrás mesmo de você... desculpa — Segurou meu rosto.
— A gente queria te proteger daquela coisa Clari, tu sabe que tu é nossa irmã véi — Mari me abraçou por trás
— Eu já desculpei — suspirei — Me ajudem por favor
— A gente tá aqui — Bia sussurrou.
Ficamos em silêncio por algum tempo, apenas curtindo aquele momento.
Eu tava tão aliviada por está ali com as duas que me entendem tão bem.
— Eu nunca vi duas pessoas mais azaradas no amor do que vocês duas não — Mariana quebrou o silêncio
Levantei a cabeça fungando e encarei a Bia com a testa franzida, ela sorriu fraco.
— Tu não tava se acertando com o Gui? — perguntei confusa
— Guilherme não me ama Clari, e se ama não me ama por inteiro — deu de ombros — ele nunca vai deixar o espírito da Lorena pra trás e eu não tô disposta a parar minha vida por alguém que continua preso a alguém morto não
— Aquele merda só vai parar de cu doce quando te perder de vez — balancei minha cabeça
— Que tal a gente maratonar alguma série e passar a noite toda comendo? vocês podem dormir aqui né? — sorri.
— E tu achou mesmo que a gente ia embora hoje? filha já é noite e eu não tô afim de sofrer tentativa de estupro não — Mariana balançou a cabeça
— Ai que piranha exagerada porra — Bianca disse e fez careta.
Acabei rindo com aquilo.
••
Estávamos enroladas no sofá assistindo alguns episódios de la casa de papel.
Eu já tinha comido tanto que não tava mais querendo ver comida na minha frente.
Digão não mandou mensagem e nem me ligou, também não procurei saber dele não.
O celular da Bianca vibrou mais uma vez, ela tava ignorando totalmente, mas dessa vez decidiu dar atenção.
Ela suspirou e eu me estiquei toda pra ver o que tava rolando.
Era mensagem do Guilherme.
WhatsApp on
cuzão (pior que eu amo): ei parceira vai vim não?
Biazita: pra onde caralho?
cuzão (pior que eu amo) : se faz de doida não véi
↪vai vim pra casa não?
Biazita: eu disse a você que eu ia vim pra o Vidigal
↪tua irmã precisa de mim hoje
↪xau
Ela bloqueou a tela e me encarou.
— Ele vai ficar pistola — sorri
— Minha vida não pode girar em torno do Guilherme não Clari... eu ainda voltaria se a Maju precisasse mas eu sei que ela não precisa agora... hoje minha prioridade são vocês — me apertou abraçando de lado.
— Eu amo vocês — sorri e olhei pra Mariana que tava dormindo com a cabeça apoiada nas minhas pernas.
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Oi amores 😘 ainda bem que elas fizeram as pazes né rs
Votem e Comentem bastante, isso ajuda pra que eu saiba que estão gostando
Esperem os próximos capítulos
kisses
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