Capítulo 52
"Algo deve ter dado errado no meu cérebro
Estou com toda a sua química nas minhas veias(...)
Assim como nicotina, heroína, morfina
De repente, sou uma viciada e você é tudo o que preciso, tudo o que preciso
Sim, você tudo o que preciso
É você, amor
E eu sou uma idiota apaixonada pelo jeito que você se move, amor
E eu poderia tentar fugir, mas seria inútil
A culpa é sua
Apenas uma dose de você e eu soube que eu nunca seria a mesma"
— Never be the same, Camila Cabello
Clarissa narrando.
Sai acelerando minha moto meio desnorteada.
Eu não sei nem explicar direito o que eu tava sentindo, só sei que tava e era muito forte.
Posso até tá fazendo drama, mas tô nem aí.
Elas me traíram, me esconderam uma coisa pesada demais.
Depois que o Iago me disse que me procurou por mais de um mês, deixou escapar que tinha encontrado elas duas no shopping... foi aí que eu não vi mais nada.
Sai correndo do teatro sem esperar nenhuma outra palavra dele e fui até a Rocinha, tomar satisfação.
Porra... eu entendo que família às vezes esconde coisas que são desnecessárias pra vida... mas isso foi demais.
Eu passei mais de um ano pedindo pra ele voltar, todos os dias acordava pedindo pra que tudo o que aconteceu não fosse pesadelo.
Eu era uma adolescente que acreditava ter encontrado o príncipe, mas no final nem sapo ele era... era um morcego.
Eu não me importava com nada, só com a decepção que eu tive de saber que elas duas, a Mariana e a Bianca me esconderam isso.
Eu só quero um tempo pra organizar a bagunça que tá na minha cabeça, e tentar não encontrar mais aquele embuste é um ótimo começo pra que eu consiga isso.
••
Parei a moto em frente a escolinha.
Eu tava com a chave de lá e como não queria papo com ninguém, principalmente com a Cacau que a essa hora já deve saber te tudo, eu preferi vim pra cá.
Ah, e também porque eu não quero colocar meus problemas na cabeça dela... ela anda muito cheia de neurose com essa prisão do Neto, coisa que eu tô estranhando pra caralho.
Tirei o capacete e desci da moto.
Rodei a chave pelo meu dedo e caminhei devagar até a entrada.
Depois que abri a porta e acendi a luz, caminhei até a sala que eu dava aula.
Eu já tava esgotada, mas eu precisava disso.
Dançar me acalma e me traz paz, e é isso que eu preciso... me acalmar, me distrair.
Coloquei a mochila que tava nas minhas costas em cima da mesa e peguei minha roupa de dança.
Depois que me vesti, encarei meu reflexo naquele espelho enorme que tinha ali.
Meu celular tocou mais uma vez, e eu vi o número da Mariana novamente ali.
Desde que eu tinha saído do morro, meu celular tocava.
Ou era chamadas da minha mãe, ou de uma das duas.
E eu não ia atender... não por hoje.
Eu tava exausta de um monte de coisas na minha vida.
Mas a presença do Iago nela, eu tenho certeza ser a maior.
Não deixei ele dizer o que queria comigo, mas eu tenho certeza que boa coisa não deve ser.
💭nada de bom sai daquele lá 💭
Balancei a cabeça e me encarei de novo.
Não sei o que devem pensar de mim... aliás, tenho até uma ideia.
A piranha que senta pra homem casado e uma drogada do caralho...
O julgamento é uma coisa maravilhosa.
Mas sinceramente... nem eu sei direito o rumo que minha vida tá seguindo.
Sinceramente eu queria muito me afastar dele, esquecer que ele existe e deixar qualquer outra piranha no meu lugar, mas eu não consigo sabe.
Eu acabei me viciando nele, ele se tornou pior que qualquer outra droga que eu use e eu sei que tá muito errado.
💭ele nunca vai deixar o comodismo da vida dele, por mim💭
Sem contar que... pra ele eu sou apenas mais uma das piranhas que ele come por aí.
Eu não acredito nesse papo que sou a única além da Flávia não, não consigo.
Além da Flávia...
💭 engraçado eu falar assim né 💭
Sinto minha bochecha molhada e só agora que eu noto, eu tô chorando mesmo.
Solto uma risada seca, e enxugo a lágrima que rolou por ela.
Caminho devagar até a mesa que meu celular tá em cima...
Eu nunca achei que faria isso na minha vida, mas eu preciso dele...
Eu preciso dele por hoje.
Desbloqueio a tela e depois que coloco pra chamar, ele atende depois do segundo toque.
Ligação on
— Passa visão rápido parceira, tô na atividade — soltou de uma vez
Respirei fundo tentando controlar a vontade de chorar mais do que eu já tava chorando.
— Digão eu... — minha voz falhou.
Eu tava com um nó enorme na garganta, uma luta interna grande.
💭Se eu chamar por ele... ele vai tá aqui? 💭
— Deixa eu passar um fio aqui — Escutei a voz dele um pouco abafada.
Ou seja, ele vai me ouvir.
Demorou coisa de um minuto pra ele poder voltar a falar no telefone.
— Tô na boca pow... o Neto vai fazer a primeira parte do plano hoje — disse em forma de explicação
— Tudo bem... desculpa — solucei.
A linha ficou muda por poucos segundos.
— Tu tá chorando Clarissa? — perguntou
— Não... — menti
— Tu tá com voz de choro caralho... bora, desenrola filhona
suspirei
— Digão... eu tô na escolinha, a porta da entrada tá aberta... — ele me interrompeu
— Tá louca fia? a noite porra? — disparou.
— Eu preciso de tu... vem aqui — falei de uma vez.
Não segurei, comecei a chorar sem pudor nenhum.
Ele tava em silêncio, mas eu sabia que não tinha desligado porque ouvia a respiração pesada dele.
— Marca 20 que eu tô chegando — disse por fim.
Ligação off.
Soltei o celular em cima da mesa de novo e deslizei pra o chão, escorando minhas costas no espelho.
Juntei minhas pernas abraçando elas enquanto chorava com a cabeça encostada nos joelhos.
••
20 minutos...
Ele sabe bem cronometrar o tempo dele.
Foram mesmo 20 minutos pra eu escutar a porta da frente da escolinha ser arrastada e a da sala que eu tava ser fechada.
Eu ainda tava na mesma posição, e chorando.
Escutei os passos pesados dele perto de mim, mas não me mexi.
Só reparei em alguma coisa quando meu corpo foi abraçado e eu senti os braços dele em torno de mim.
— Tu tá chorando porque? — perguntou direto.
Funguei e me afastei um pouco pra olhar pra ele.
— Eu... — soltei o ar — Por tudo — Passei a mão pelo olho direito.
— Tudo o quê moreninha? Tu tava lá naquela parada de dança lá... o que aconteceu pra tu voltar assim e principalmente... me chamou? — um sorriso se formou na boca dele.
Por um momento eu viajei na ideia de ele ter mesmo ficado feliz em ter sido eu quem chamei dessa vez.
— Eu reencontrei alguém que não me fez bem... um pedaço chato da minha vida — abaixei a cabeça e brinquei com meus dedos.
— Já que tu me tirou da atividade... tô aqui pra escutar — ele me puxou pra ele de novo — Desenrola o b.o que nós resolve como cobra depois
Toquei o peito dele do lado da minha cabeça e suspirei antes de começar a contar tudo a ele.
Contei tudo a ele, contei o passado, tudo o que o Iago fez comigo.
Contei sobre a Bia e Mariana esconderem de mim também, aliás não só elas, minha família toda.
— Eu me sinto enganada por eles... traída cara — solucei — Porra, eu não tava preparada pra encontrar com ele nunca mais — suspirei.
O Digão tava calado e eu não sei como.
Já que esse aí fala toda hora, reclama toda hora.
— Tu ainda gosta dele? — perguntou quebrando o silêncio dele próprio.
Encarei ele com a sobrancelha arqueada.
— Tu escutou o que eu disse que ele fez comigo? — perguntei séria — Eu não quero nem olhar pra cara dele Digão — levantei limpando minha roupa.
Ele também levantou e cruzou os braços
— Então tá tudo susse, também não te quero perto dele — deu de ombros.
Eu tava de costas pra ele, mas na hora que escutei ele falar isso levantei meu olhar pra ele e encarei pelo reflexo do espelho.
— Tu é doente? — perguntei confusa
— Doente nada — Ele estalou a língua — Tu soltou aí que o mané disse que tava atrás de tu, ou seja voltou pra te comer de novo — disse sério.
Franzi mais minha testa.
— Eu não sei nem porque eu te chamei pra nada — balancei minha cabeça em negativo.
Fui até a mesa de novo, conectei meu celular no som e comecei a procurar uma música pra dançar.
— Eu não quero tu perto dele — Escutei ele atrás de mim.
— Eu que não quero tá perto dele Digão — revirei meus olhos — E tu tá assim porque loiro? — virei pra ele e olhei bem naquele azul todo — Tá com ciúmes de porque? aqui em é casado é tu — dei de ombros com um sorriso cínico
— Ciúmes o quê
— Tá com ciúmes sim... esqueceu quem é tua mulher agora? ela tem cabelo ruivo e é bem menos gostosa que eu — pisquei.
Voltei minha atenção pra o celular e finalmente achei.
Never be the same.
Meu braço foi segurado com força na hora que eu ia colocar a música pra tocar, e meu corpo virado com força pra ele.
— O que... — ele me calou, com um beijo.
A língua dele invadiu minha boca com rapidez e por pouco eu não soube o que fazer.
Mas eu sabia... eu sempre sei.
Levei minha mão a nuca dele e encravei minha unha ali.
Segurei em seu ombro enquanto retribuía aquele beijo quente, como todos os beijos que a gente troca.
Esse homem mexe com toda a minha sanidade, com tudo em mim.
💭eu não posso deixar isso acontecer 💭
Mas o problema acontece quando eu não consigo mais impedir.
Não consigo mais ter ninguém, não consigo mais me afastar dele.
E eu não achei que chegaria a dizer isso...
Não consigo não precisar dele.
E Deus... como eu preciso dele.
Ele apertou minha cintura com força marcando bem o território dele.
O beijo foi parado por mim quando o ar faltou, mas ele não parou.
Desceu pra o meu pescoço, deixou beijos fortes e chupadas ali.
Soltei um gemido na hora que os dentes dele foram fincou os dentes na carne exposta do meu pescoço.
— Tu é minha porra... eu já disse isso, minha e por isso que eu não quero tu perto de nenhum macho ou filho da puta nenhum... principalmente um que já teve de tu o que eu tive — Disse rouco no meu ouvido.
Eu tava com os olhos fechados, apertei mais eles no momento que ele mordeu o lóbulo da minha orelha.
— Não faz isso... a gente tá passando pela linha do limite e isso não vai acabar bem — falei ainda atordoada com os beijos que ele dava no meu pescoço.
— A gente já passou por todo o limite moreninha — disse de uma vez.
Arfei com isso e apertei mais minhas unhas em sua nuca.
O Digão se afastou de mim, me fazendo abrir os olhos e encarar ele.
— Dança pra mim moreninha — pediu com um sorriso largo no rosto.
— O quê? — perguntei confusa.
— Tu não tá vestida pra dançar? — apontou pra meu corpo.
Me olhei e assenti.
— Então pow... dança pra mim — sorriu.
Suspirei e virei de costas pra ele.
Levantei o olhar pelo espelho por poucos segundos e dei play na música.
Digão se afastou mais e eu vi ele sentar no chão enquanto eu me posicionei em frente ao espelho.
Comecei a executar passos não coreografados naquela música.
Eu só queria mesmo relaxar meu corpo e por isso, fechei meus olhos.
Eu não sabia bem o que tava fazendo, então dancei... dancei com minha alma ali.
Eu sabia que ele tava me olhando, sabia que seu olhar estava preso a tudo que meu corpo fazia... mas eu não me importava.
Na verdade, eu apaguei a existência dele ali e agora tava concentrada em mais o que gostava de fazer.
A música comandava meu corpo e eu me movia de acordo com ela.
E por Deus... aquela música falava bem o que eu sentia por ele.
Como disse... ele é a minha droga, ele tá no meu sistema.
E eu sinto que o vício que tenho por ele, não pode ser curado com tanta facilidade como os outros.
Fiquei na ponta do pé dando vários rodopios seguidos quando a música acabou e abri meus olhos.
Ele tava em pé me queimando com o olhar.
Não tive tempo nem de recuperar o ar, minha boca foi atacada por outro beijo selvagem dele.
Ele segurava minha bochecha com força enquanto nossas línguas trabalhavam juntas.
O Digão parou o beijo puxando meu lábio inferior entre os dentes.
— Eu tô sem ar — falei rindo.
Eu tava mesmo ofegante.
Ele riu.
Seu olhar passou por todo meu corpo, ele mordeu o lábio e eu sei o que aquilo significava... e eu também queria.
Ele voltou a me beijar mas dessa vez no meu pescoço, desceu uma mão pra minha bunda e apertou com força na mesma hora que chupou também com força meu pescoço.
— Meu Deus... — falei entre um arfar.
Digão se afastou um pouco me olhando.
— Chama por Deus não moreninha... o que a gente vai fazer aqui não é muito limpo pra ele ver não — Sorriu malicioso e me beijou.
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Oi amores 😘 BULTAOREUNE KKKK
iai, tão apaixonadinhos ou não estão?
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Aguardem os próximos capítulos
kisses
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