Capítulo 47
"Sarah você ficou alguns dias sem postar"
admito que sim, mas gente minha vida tava um mar de confusão essa semana.
Eu moro com minha vó é minha tia avó e tenho que cuidar das duas, minha vó adoeceu e até parar na UPA foi.
Sem contar que quando ela adoece a responsabilidade da casa cai em mim.
Juntou resultado de Enem e pah, bloqueio veio e falta de tempo também, me perdoem!
MAS OLHEM PELO LADO BOM, VOCÊS AGORA VÃO LER O CAPÍTULO DE UMA FUTURA DENTISTA BEIJOS
720 NA REDAÇÃO MEUS CHEIROS, SIM EU CONSEGUI!!
BOA LEITURA
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Tudo bem, se é pra você me usar que é que tem, só de tá com você fico bem (...) tanto faz se você não me ama, posso não ser o amor da sua vida mas eu sou o amor da sua cama"
— Amor da sua cama, Felipe Araujo
Pietro narrando
Eu tava com a Flávia na minha sala enquanto tava rolando a invasão.
Essa maluca tinha vindo aqui do nada.
Depois que eu vazei da casa dela, tive que vim trabalhar, dar plantão porque eu fugi da minha folga.
O bom é que eu tô perto de receber minhas férias e ficar um pouco afastado de toda a correria que rola nessa comunidade, vou até me afastar do Rio durante alguns dias tá ligado.
Essa história toda com a Flávia tá me sufocando de um jeito que eu nem sei falar mano.
Eu só quero tá perto dela, beijar ela e ter ela comigo, mas só pra mim.
Tenho medo não de assumir que me apaixonei pela maluca desde o dia que vi no posto pela primeira vez não, desde aquele dia que eu tive que cuidar do braço dela machucado, eu me apaixonei.
Mas do qua adianta... coisas unilaterais machucam demais véi, machucam pra caralho!
💭mas eu vou ensinar ela a gostar de mim, do jeito que eu gosto💭
— Tá pensando em quê? — ela sussurrou enquanto brincava com meu cabelo.
O movimento aqui até tava tranquilo, não tinha ninguém pra atender não e essa era a sorte.
— Nada não — relaxei meus ombros e soltei o ar — Será que isso não acaba nunca? — olhei pra o relógio em meu pulso e batuquei a caneta
— Ih bofe tem que acostumar — Sorriu — Tu não nasceu em comunidade não foi? — arqueou a sobrancelha
Levantei da cadeira que eu tava sentado e fui até o filtro.
— Nasci, mas depois fui morar fora pra estudar medicina — Dei de ombros enquanto enchia o copo
Bebi a água ainda de costas pra ela.
Me virei pra lhe olhar e vi que ela me encarava fixamente.
— Tu ainda tá na faculdade né não? — ela perguntou e juntou as mãos, apoiando a cabeça
Assenti em silêncio.
Joguei o copo fora ainda escutando barulho de tiro lá fora.
O negócio tava fervendo mesmo.
Ficamos em silêncio por algum tempo.
De vez em quando ela me perguntava quanto tempo tinha passado desde a última vez que ela perguntava, era uma coisa repetida.
O olhar dela ficou perdido por algum tempo, e eu tentava descobrir no que ela tava pensando... mas nem precisava de muito esforço pra eu saber
— Ele tá bem... — soltei
Ela pareceu acordar de alguma coisa e virou pra mim.
— Oi? — franziu a testa e arrumou a postura na cadeira.
— Tá pensando no teu marido né não? — sorri fraco
Ela suspirou e assentiu
— Ele tá bem... ele né o dono dessa porra toda — me sentei na cadeira de novo.
Flavia suspirou de novo e se jogou na mesa de um jeito dramático, com a cabeça pra baixo.
Ouvi os soluços dela se misturando ao barulho de tiro e mesmo não querendo, levei minha mão até a sua, tocando e fazendo um carinho.
Incomoda pra caramba.
Vou ser hipócrita e dizer que vivo de boas com essa situação não, porque eu não vivo.
Saber que tudo dela pertence a outro, a preocupação, o carinho, o corpo e o amor... tudo dela é daquele imbecil do marido dela, isso incomoda.
Eu só queria ter a chance que ele tem, ter essa mulher pra ele mas não valoriza.
💭ah Flávia, se tu fosse minha 💭
— Me — soluçou enquanto limpava o rosto — Me... desculpa — falou com dificuldade por causa do choro.
Sorri enquanto balançava a cabeça em negativo.
— É normal... vocês são casados — Apertei a mão dela.
— Não é só isso — suspirou fazendo o corpo dá pequenos balanços — Não é só o casamento — soltou o ar — É todo o amor que eu sinto por ele... O Digão é minha vida Pietro, eu amo ele demais — confessou me olhando.
Fechei meu olho assim que ela se calou e soltei minha mão da dela.
Dói pra caralho escutar isso.
— Me... me desculpa — ela disse do nada.
Abri meu olho e passei as mãos pelo cabelo.
— Tu sabe que eu sinto uma parada louca por tu né? — perguntei do nada.
Ela arregalou os olhos na mesma hora, assustada.
Soltei uma risada amarga e joguei a cabeça pra trás.
— Eu fico escutando tu dizendo essas parada toda aí dele... e puta que pariu Flávia, o que ele tem? — arqueei a sobrancelha, não esperei ela responder e interrompi na mesma hora que ela ia abrir a boca — Tu ama ele, tu vive pra ele... mas tu quer saber de uma parada? — olhei ela — Tá tudo bem... tu pode não sentir porra nenhuma por mim, mas eu sinto por tu — dei de ombros.
— Pietro... eu... eu nunca te prometi nada, não prometi amor não.... — ela passou a mão na bochecha — Eu tava carente, aconteceu....eu gosto de tá com tu, tu me dá a atenção que o Digão não pode por causa do trabalho — Agora eu gargalhei
Ela me olhava com confusão enquanto eu ria.
Minha risada era de raiva.
Raiva por saber que mesmo a verdade estando estampada na cara dela, ela prefere enxergar aquele filho da puta como o coitado.
— Por causa do trabalho Flávia? — perguntei com ironia — Teu marido tá pouco se fodendo pra tu — me emputeci e joguei na cara — Tu sabe que ele tem um monte de amante e nem assim tu enxerga que ele não te ama... — bati na mesa.
Ela levantou com raiva e começou a andar de um lado pra o outro.
— Idai se ele tem amantes? — disparou alterada — Eu também tô nesse lance com tu e nem por isso deixei de amar incondicionalmente ele... ele me ama, independente de qual for a puta que esteja dando pra ele agora ou sempre... é comigo — bateu no peito — comigo que ele sempre fica, sou eu que ele tem como mulher entendeu?
Ela tava descontrolada.
Foi depois que eu vi ela tremer enquanto passava a mão no rosto rapidamente, que eu me arrependi.
Eu aceitei tá nessa condição com ela, porque agora eu tô querendo cobrar alguma coisa.
Ela tem razão, nunca me prometeu nada não, eu que fui lá e me entreguei.
— Você tem razão... — falei apenas e me calei.
•••
O tempo continuava a passar, a gente não tinha falado mais nada um com o outro depois daquele surto dela não.
Ela se acalmou e ficava agora olhando o celular.
Os tiros tinham parado e agora eu acho que a invasão também.
Soltei o ar, sabendo que não tinha condições de eu ir pra meu apartamento hoje e nem tão pouco ir pra casa dos meus pais na Rocinha.
💭o jeito que tem é eu ir pra casa da Clarissa 💭
— Acho que acabou — ela falou acabando com aquele silêncio que tava me matando.
Agradeci mentalmente por não ter sido eu a acabar com ele, a cota de trouxa do dia já tá esgotando.
— Ah sim — falei em interesse e levantei da cadeira.
Caminhei até a porta da minha sala e a abri.
Escutei o arrastado da cadeira dela também e sabia que ela também tinha se levantado.
Sai pelo corredor pra ir até a recepção, mas na metade escutei um grito.
— Chama o médico — reconheci logo a voz da Clarissa berrando.
Sai correndo pra recepção mas parei na mesma hora quando vi a cena, dois vapores segurando o Digão no colo.
Flávia saiu de trás de mim como um.l furacão, empurrou a Clarissa de perto e chegou até o marido.
— Meu marido... Digão meu amor — A Flávia dizia desesperada.
A enfermeira tava do meu lado também em choque, talvez por aquele ser o dono do morro, o que inferniza a vida de todo mundo que mora aqui.
— PIETRO, SALVA O MEU MARIDO — Flávia gritou me olhando e me fez acordar.
Voltei a correr pra perto dele e sai carregando ele junto com um vapor pra minha sala.
Depois que deitei ele na maca, me aproximei pra examinar.
— Foi só um tiro no braço — falei olhando o local atingido.
— SÓ UM TIRO NO BRAÇO? MEU MARIDO TA PERDENDO SANGUE — Flávia gritou atrás de mim.
Me virei pra olhar pra ela, mas desviei pra enfermeira.
— Tire a camisa dele e faça a limpeza, vamos retirar a bala — Falei firme
A enfermeira assentiu e se virou pra fazer o que eu tinha mandado.
Olhei pra Flávia sério.
— Por favor, saia da sala — apontei pra porta
— Não... — ela disse parecendo não acreditar no que eu tinha pedido — Você não tá falando sério né? — perguntou confusa.
— Seu desespero desnecessário pode atrapalhar — suspirei — Foi apenas um tiro no braço, seu marido pode ter desmaiado por qualquer outra coisa que já vamos saber o porquê — falei baixo — Só... saia da sala — meu tom de voz tava cansado, eu inteiro estava cansado.
— Pietro... é o meu marido — ela tentou argumentar
— Ninguém morre com um tiro no braço, o máximo que perde é seu marido ficar com um braço a menos pra segurar uma arma ou bater uma punheta, só sai da sala
Ela não falou nada.
Suspirou de forma derrotada e se virou, saindo da sala e batendo a porta com força.
Tudo o que eu menos precisava agora era dela fazendo pressão na minha mente, pelo marido que tinha sido baleado apenas no braço.
•••
Terminei de fazer o curativo nele e voltei a checar a pressão.
Desmaiou porque a pressão baixou, só isso.
Ele até tava acordado e perguntando por uma moreninha, se foder que filho da puta.
— Eu não sei... quem te trouxe foi a minha prima — Dei de ombros
— Tua prima? — ele sentou na maca e franziu a testa.
Era só o que me faltava mesmo, bater papo com o homem que eu enfeito a testa.
— Clarissa , professora de dança — respondi.
— Ah a mo... a professora — sorriu — Ela tá aí? — perguntou coçando o queixo
— Sei não... olha acabou e você já pode ir
— Tá me expulsando doutor? — debochou — Mas valeu aí pela força, essa porra doeu pra caralho — levantou
Assenti e ele estendeu a mão pra mim.
Relaxei os ombros e apertei a mão dele, que depois disso saiu da minha sala.
Fui até o lado de fora e encarei ela abraçando ele, beijando e tudo mais.
💭tudo uma porra mesmo💭
•••••••••••••••••
Voltei pra casa só depois de um plantão.
Bocado de morador veio bater aqui, apenas podia atender os mais rápidos e principalmente caso clinico, o resto tinha que transferir.
Duas Adolescentes foram atingidas pelas balas, sem contar os vapores feridos.
Fiquei a noite toda no posto e voltei só de manhã pra o meu apartamento, corpo tava exausto.
Procurei saber dela não sabe, é até melhor eu ter vindo pra pista, Flávia as vezes é tóxica, e distância depois do que eu ouvi é a melhor coisa.
Tava enrolado no sofá, hoje era minha folga pelo dia 31 e 1.
Meu celular apitou e com muita preguiça eu rolei pra o lado pra pegar ele em cima do centro.
Era mensagem dela.
Eu ia até ignorar, mas ela começou a mandar mensagem repetida.
WhatsApp on
Ruiva: Cabeludo
↪Pietro
↪ei
↪P
↪I
↪E
↪T
↪R
↪O
Pietro: oi
Ruiva: Nossa que oi seco
Pietro: viagem
↪joga água no celular então
Ruiva: aí chato kkk
↪começa de novo
Pietro: oi 🚿🌊💧
↪diz logo que eu tô assistindo grey's anatomy
Ruiva: Abre a porta
Franzi a testa enquanto tava olhando o celular.
Pietro: Porta?
↪ahn?
Ruiva: Tô subindo no elevador
↪abre a porta
WhatsApp off
Bloqueei a tela e levantei quase caindo nos meus próprios pés.
Fui até a porta e abri.
Meu apartamento ficava perto do elevador então fiquei olhando pra lá
Podia ser verdade não véi.
A porta se abriu e eu quase cai pra trás quando vi ela saindo mesmo do elevador.
— O que... mas o que tu tá fazendo aqui? — perguntei confuso.
— Eu tava precisando de tu — sorriu e se aproximou ainda mais de mim.
Ela colocou a mão na minha nuca enquanto eu tava com a testa franzida.
— E teu marido? — tentei me afastar.
— O Digão não é assunto nosso... é assunto meu — Falou sorrindo.
Ela puxou a minha nuca e colou nossas bocas, em um beijo que não foi retribuído por mim.
Consegui afastar ela e entrei no meu apartamento.
Fechei mesmo a porta na cara dela.
— Pietro... abre porra — bateu
— Não... vai embora na moral — falei ainda encostado na porta
— Olha que eu vou mesmo hein — falou firme.
Bufei.
Escutei os passos dela se afastando
Abri a porta com desespero e vi ela andando em direção ao elevador
Corri na direção dela e puxei pelo braço, seu corpo virou pra mim e então eu a beijei.
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Oi amores 😘 Pietro até tenta, mas ele não é o Digão né kkk
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Aguardem os próximos capítulos
kisses
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