Capítulo 35
Rodrigo narrando
Pistolei a noite toda.
Se foder, aquela puta tava na mente véi.
Provocou o tanto que pôde, a sorte que não fez besteira.
Mas quer saber, eu tô pouco me fodendo se ela fosse dar aquela buceta a qualquer um.
Mas eu sei ordem, e eu quero que me obedeçam.
Flávia passou a noite toda metendo serinho na mente, me apertando de todo jeito.
Não sei, mas fiquei meio pra cá que ela sabe da Clarissa.
Por falar na diaba, essa porra tinha mesmo que ser tão gostosa?
Filha da puta, tava mais gostosa que qualquer dia, principalmente quando subiu naquele palco.
Notei que aquele cantorzinho filho da puta comeu ela com os olhos, só queria que ela me tirasse da graça, eu ia achar o rumo pra ela, e nem me importava se tava na comunidade do pai dela, eu só ia.
••
- Tu vai pra onde? - Flávia perguntou toda manhosa.
Isso aí tomou umas a mais e capotou no carro mesmo, aliás, tive que sair arrastando do baile.
- Ihh, já te disse que satisfação tu não me cobra - apontei o dedo pra ela.
- Quem é a tua nova comidinha Digão? - Me encarou e cruzou os braços.
Sabia que essa porra já tinha abraçado a visão de alguém.
Na hora da minha saída é que essa criatura vem tomar satisfação, não dei nem idéia, continuei arrumando cabelo.
- Eu tô falando com tu porra - Puxou meu braço com tudo.
Encarei ela que recuou, deu um passo pra trás, acho que arrependida do que fez.
Soltei o ar e fui até ela, dei um empurrão fazendo ela cair com tudo no colchão e me abaixei, apontando meu dedo na cara dela.
- Tu não me peita porra, tu não me cobra nada e nem tenta se criar pra cima de mim... tu tá ligada? - Falei entre dentes e dei um tapa na cara dela - TÁ LIGADA FLÁVIA? - Gritei.
- TÔ - gritou já chorando.
Bufei e sai de cima dela, passei a mão no meu rosto e encarei ela de novo.
- Eu já te disse que comigo não cola essa de coleira não... E eu vou voltar pra o baile porque o Mula é meu aliado caralho... não me aperta não, tu sabe que tu acha o teu - Dei as costas e sai do quarto batendo a porta.
Escutei o grito fino dela, mas nem liguei tá ligado, quero essas porra querendo me controlar não.
Flávia tá ligada no sistema, mas as vezes parece que ela esquece, é sempre bom lembrar.
•••••••
Parei o carro em frente a ela.
Os vapor que tava junto a ela ficaram tudo encarando, olhando feio.
Ela entrou e me olhou sorrindo, toda debochada.
- Deixou a mulherzinha em casa e veio atrás de mim logo em seguida? - debochou- Coisa feia senhor inseto - Estalou a língua e balançou a cabeça em negativo.
- Coloca a porra desse cinto e não abre o caralho dessa boca, até a gente chegar aonde eu vou te levar - falei ríspido.
Ela se calou na hora, pela primeira vez.
Ficou me olhando lá, como se tivesse uma alma na frente dela.
Ela colocou o cinto, me obedeceu mesmo.
Nem falei nada, porque pelo que conheço dessa aí se eu falar qualquer coisa, ela vem me peitar.
Arranquei com o carro, saindo do morro.
Calada ela tava, calada ficou.
- Aonde a gente vai? - Perguntou olhando pras janelas.
- A gente vai bater um lero parceira... um lero - Encarei ela e sorri.
Eu tinha fumado um beck antes de vim atrás dela, assim que cheguei na Rocinha mesmo botei a fumaça pra subir.
••
Parei o carro em frente a casa dela no Vidigal.
Ela ficou olhando pra casa e depois me encarou com a testa franzida.
- O que... o que a gente veio fazer aqui? - Perguntou confusa.
- Aqui é tua casa né não? - perguntei sem dar muita importância.
Tirei meu cinto e desci do carro, fiquei esperando ela.
Demorou alguns minutos, mas escutei a porta do carro fechando e ela veio pra perto de mim.
- Abre a porta, a gente conversa lá dentro - Falei firme.
Ela assentiu e foi até a porta, cambaleando.
Sabia que essa porra tava mais bêbada que qualquer coisa.
Ela nem conseguia enfiar a chave na porta.
Passei a mão no cabelo já com raiva, quando vi ela bufar.
- Arggg... que ódio - Falou entre dentes.
Puxei a chave da mão dela e abri a porta.
Peguei o braço dela e entrei com ela.
Assim que fechei a porta, joguei ela em cima do sofá, que resmungou.
- Ai - choramingou.
- Reclama não - Apontei o dedo - Vamo bater aquele lero - Estalei a língua.
Ela se ajeitou no sofá e ficou me olhando.
Nem sei, mas parecia assustada.
- O que tu quer Digão? - Tomou pose.
- O que eu quero? - soltei uma risada e mexi com o pescoço - Eu já te disse que não queria com macho nenhum né não? eu te disse, essa tua buceta aí - apontei - é minha, até quando eu tiver te comendo, essa porra é só minha... caralho - me aproximei dela que recuou no sofá.
- Eu não fiquei com ninguém - falou firme
- Eu tô pouco me fodendo - Segurei as bochechas dela com uma mão só e apertei, ela começou a se debater - Tu primeiro quase beija o Neto parceira, depois tu foi jogar bunda pra malandro ver... aquele cantor lá tava quase te comendo né não? - Perguntei puto.
Continuei apertando a bochecha dela, eu tava muito puto.
Eu sentia a respiração dela no meu rosto de tão próximos que a gente tava.
Ultimamente minhas neurose tem vindo só por causa dessa mina, todo o sistema tem fodido por causa dela mermo mané, e eu não posso deixar.
💭ela é só mais uma💭
Vi os olhos dela marejando, ela se debatia mermo mané.
Soltei o rosto dela com tudo, a cabeça cambaleou pra trás e eu me afastei do sofá na hora.
- Idai - ela perguntou com a voz abafada atrás de mim.
Me virei pra ela que agora tava me olhando com ódio.
- Idai o quê mermã? - Arqueei a sobrancelha
- Idai que eu tava fazendo isso tudo? - Levantou com a mão na cintura - Você não tem nada... NADA a ver com a minha vida - deu ênfase ao nada, gritando.
- Eu te como... eu tenho alguma coisa a ver sim - Falei com um sorriso debochado
- Você não foi o primeiro... caralho... para, que inferno - Jogou uma almofada em mim - Você acha que o mundo gira em torno de você e desse seu pau é? MAS NÃO GIRA, VOCÊ É SÓ UM FRACO - gritou de novo.
Minha visão escureceu na hora parceiro.
Voei nela com meu sangue fervendo nas veias.
Dei o primeiro tapa, fazendo ela cair com tudo no chão.
Me agachei na altura dela e segurei o cabelo dela pra trás, forçando a cabeça a vim junto.
- Tu não me chama de fraco não... tu não sabe o que eu já passei pra tá me chamando de fraco não tu entendeu? - Apontei meu dedo na cara dela.
Ela não disse nada, ficou me olhando por um tempo em silêncio.
Mas logo senti meu rosto arder, ela também tinha me dado um tapa sem que eu notasse.
Soltei o cabelo dela na hora.
- Eu já te disse... tu não me bate - cuspiu na minha cara - Você acha que só porque eu tive amor dos meus pais e uma vida mais folgada eu não sofri? - Levantou com tudo.
- E o que tu sabe da vida mermã? tu não sabe nada, tu é mais uma puta que não aguenta essa buceta quieta e vai dar ao primeiro que aparece.
Ela me encarou por um tempo, balançou a cabeça e suspirou.
- Quem não sabe das coisas é tu... tu que não sabe o que é ter um sonho uma vida inteira, mas ser julgada por ser filha de quem é... tu não sabe o é ter medo de sair de casa e correr o risco de ser sequestrada... tu nem sabe como eu nasci, minha mãe quase perde eu e meu irmão entendeu? - Ela perguntou séria e segurou o cabelo com raiva - Você - apontou pra mim - Você não tem o direito de me julgar... eu dei sim, eu danço, bebo, fumo... eu sou a porra louca, a ovelha negra da família sim... eu sou - bateu no peito - MAS EU SOU PORQUE EU QUERO, PORQUE EU NÃO DEPENDO DE NINGUÉM PRA FAZER O QUE EU QUERO, PORQUE EU MANDO EM MIM ENTENDEU? EU NÃO SOU CASADA, EU NÃO SOU ESCRAVA SEXUAL DE NINGUÉM... EU TE DOU, MESMO SABENDO QUE É ERRADO - parou e respirou fundo - mas eu faço... porque eu quero... ou porque eu quis - Se sentou aos poucos no sofá.
Eu tava até sem ter o que falar, parece que agora foi ela que me deu um cala a boca.
- Tua mulher veio me cobrar satisfação porque "eu tava te olhando" - fez aspas com os dedos e soltou uma risada irônica, balançando a cabeça.
Franzi a testa
- Como é?
- Isso Digão... ela veio me cobrar satisfação porque eu tava te olhando porra - levantou do sofá de novo, veio em minha direção e começou a me socar no peito - Eu não vou ficar calada entendeu? eu não sou obrigada nem a transar com você, quanto mais a ficar calada... - parou de me socar, dessa vez com as mãos paradas em meu peito.
- Eu vou resolver esse b.o depois - passei a mão no cabelo
Ela assentiu e se afastou de mim.
- Eu acho melhor tu ir embora... eu tô morrendo de dor de cabeça já, eu só quero pensar no que caralho eu tô fazendo com a minha vida... aliás, não é nem bom eu pensar se não eu corto meus pulsos na mesma hora - Me deu as costas.
Estalei o pescoço e cocei minha nuca.
- Eu vou porque eu tô querendo ir tá ligada? tu não se cria - falei firme
- Eu já sou criada - falou sem me olhar
Dei mais nem papo, sai de lá batendo a porta com força.
Entrei no carro e encarei a casa dela.
Soquei o volante com toda força.
Eu tô deixando essa mina muito no comando, e por isso tô assim.
Nunca me importei com nada, agora tô puto por quase nada também.
Liguei o carro e arrastei até a boca, era melhor eu dormir por lá mesmo.
•••••••••••••••••
Tava fazendo umas contabilidades, tentando manter a mente focada nas minhas paradas.
- Eh viado - Neto entrou com tudo na minha sala.
Olhei pra ele e revirei meus olhos.
- Que é? - disparei.
- Opa... calma - levantou as mãos em forma de rendição
- Aperta a mente não Neto... fala logo porra - falei sério.
- Tava com umas idéias aí pra trocar com tu - sentou na cadeira da minha frente.
Puxei a gaveta e tirei a carteira de cigarro.
Peguei um e joguei a carteira pra ele, coloquei na boca e acendi.
Soltei a fumaça enquanto rodava o isqueiro no meio dos dedos.
- Desenrola o fio - Fiz sinal com a mão.
- A gente podia fazer festa pra comunidade nesse ano novo né não?... sei lá, botar morador pra romper ano em alto estilo pow, só no bailão - jogou as mãos pra o alto.
Eu ri e voltei a tragar o cigarro.
Soltei de novo a fumaça e arrumei minha coluna na cadeira.
- Gostei pow... gostei mermo - apontei pra ele.
- Ah papai... eu tô ligado que só tenho idéia massa Zé - bateu na mesa e riu.
Ele pegou a carteira de cigarro e eu entreguei o isqueiro enquanto ele ria.
- Nunca fiz essas paradas aqui não né? - Perguntei e ele negou - Prepara malote pra jogar pra comunidade, quero ver todo mundo me achando o papai noel atrasado... vamo botar comunidade pra ter um ano novo diferente tá ligado? - ele assentiu
- Vou até procurar um desses cantor pra fazer show tá ligado? vai ser só estilo
Girei na cadeira enquanto fumava o cigarro.
Parei e encarei ele, soltei a piola no chão e apaguei no pé.
- Só não chama aquele mané que tava ontem na Rocinha - falei firme.
- Ue... galera gosta dele - perguntou com a mão no queixo.
- Mas eu não gosto... essa porra é minha e eu não gosto dele - falei firme - eu não quero aqui - Estalei a língua.
Ele levantou as mãos em forma de rendição.
••••••••••
Escutei a porta batendo e virei minha cara pra olhar.
- Me chamou aqui porque? - perguntou séria - Tu não disse que não queria mais nada? - Arqueou a sobrancelha
- Cala a boca Anabel... e faz logo teu serviço - Falei firme.
Ela sorriu maliciosa e puxou o zíper do vestido.
💭eu vou tirar aquela porra do sistema💭
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Oi amores 😚 Capítulo tenso em...
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Kisses 😚😚
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