Capítulo 28
"E quem ver esse sorriso pensa que você não sente nada (...) E se seu coração falasse, ele te traía e contava seus segredos"
— Se seu coração falasse, Maiara e Maraísa
Bianca narrando.
E o prêmio de trouxa do ano vai para... Bianca.
Ah como eu me sinto com esse prêmio? A trouxa de sempre.
💭Mundo, vai se foder💭
Minha vontade de verdade é pegar meu cocar e ir pra uma tribo próxima, porque aqui tá difícil.
Ok, a ficha só tinha caído depois que ele disse aquilo.
Certo que os termos foram escrotos, mas é a mesma coisa de dizer que ele não sente nada por mim, nem mesmo desejo sexual.
Eu sinceramente, queria ser um tatu pra me enfiar dentro de um buraco e nunca mais sair de lá.
Decidi mesmo fazer a pêssega pra tudo e sair plenissima daquela cozinha.
Até levantei, mas o dito cujo me parou, me fazendo o olhar acho que pela segunda vez aquela manhã.
— E a Maju? — Perguntou com a sobrancelha arqueada
sabia que ele tava de saída, provavelmente ia pra boca, mas eu tava por aí? porque eu mesma tava nem aí.
— Eu aposto que a minha tia não vai fazer questão de ficar com ela um tempinho que eu vejo o que o Neto quer né tia? — Perguntei sorrindo.
— Pegou né safada? — minha tia perguntou com um sorrisinho malicioso
— Tia — chamei sua atenção rindo.
— Pelo amor de Deus né mãe — Ele falou fazendo uma careta
ela deu de ombros e depois virou pra ele dando do dedo.
— Tu me respeita que eu sou tua mãe Guilherme... não tem bigode na cara, maioridade ou o caralho a quarto que me impeça de rodar minha mão na tua cara tu se liga seu pirralho — Falou apontando o dedo pra ele, em tom ameaçador.
Vou te dizer, eu não sei se tenho mais medo da minha mãe ou da minha tia.
Porque as duas são exatamente iguais né.
— Posso ir mesmo tia? — perguntei com um olhar de coelho.
— vai lá — ela disse sorrindo.
Bati palminhas animada e fui até ela lhe dando um beijo na bochecha.
Beijei a testa da Majuzita, e sai sem nem olhar pra cara do dito cujo.
Foi nada não tá ligado? ele tava no direito de se defender.
💭até eu me defenderia de mim mesma bêbada 💭
Mas cara, eu nem tava em mim sabe?
eu nunca que ia forçar a barra estando sóbria, tanto que a ficha de tudo só caiu, quando ele disse aquilo.
Só sei que fiquei com a cara dura por meia hora, depois o Miguel passou o braço pela minha cintura e a gente dormiu assim. Tudo bêbado e abraçado.
Mas velho, foi como eu disse, se ele chegasse em mim depois e dissesse que eu tirei umas brincadeiras que ele não gostou, eu ia tentar ficar longe dele da próxima vez que ficar bêbada.
💭 mas agora de pirraça, vou atiçar até ele implorar 💭
Tava na metade do morro já.
Eu tava era morrendo que essa vida de sedentarismo desde que eu cheguei aqui, tava me matando.
💭preciso arrumar uma academia urgente 💭
Meu celular começou a tocar no bolso de trás do short.
Nem tava ligada que ele tava ali.
Olhei no visor e sorri largo, sinal que não morreu.
Ligação on
— fala minha sereia — Brinquei toda depois que atendi.
— Clarissa tá mandando tu vim pra o Vidigal — Disse rindo.
— Ah não cara, eu tenho que cuidar da Maju parceira, embace não — Fiz uma careta.
— Vou ligar pra minha mãe ficar com ela por hoje, preciso de vocês duas aqui mermã — Ouvi a voz de Clarissa quase gritando.
— Neto tá aqui, pego carona com ele — Falei vencida.
— Se teu hobby é sentar, não vou te criticar tá de parabéns — Ouvi Mariana cantarolar
Revirei meus olhos e desliguei.
Ligação off
Voltei a caminhar enquanto guardava o celular de volta no bolso.
Desci cumprimentando alguns moradores.
•••
— Hey baby — Falei sorrindo assim que me aproximei dele.
Os caras que faziam a segurança do meu tio olhavam pra ele e pra mim.
Neto abriu aquele sorriso cafajeste que só ele tem e me puxou pra um abraço apertado.
Ele deu um beijo em meu pescoço, na mesma hora que o Miguel ia encostando a moto.
💭 ótimo, a maria fifi vai fazer o relatório pra o pariceiro dele💭
— Tava com mó saudades — Disse sorrindo e beijou o canto da minha boca.
— Mas já gatinho? Gama não que eu não sou dessas — Falei rindo e levantei as mãos em forma de rendição.
💭Mentira, eu sou sim, só não quero gamar em você 💭
— Comigo rola também não novinha, é só beijinho, beijinho, xau, xau — Brincou e apertou meu nariz.
Cai na gargalhada com ele.
O cara é muito lindo, muito alto astral tá ligado?
Mas ele tem um defeito, é cafa todo.
Ouvi um limpar de garganta e vi o Miguel olhando pra nisso lado.
Na cara dele estava escrito "o Guilherme vai ficar sabendo"
— Então... vim só pedir um beijo a tu mesmo — Ele disse colando mais nossos corpos.
— E eu te dou, se... — Ele me interrompeu
— ih mané, tem sempre um "se" — Fez careta.
— É não pow, Clarissa pediu pra eu colar lá, acho que pra ajudar em alguma coisa... não sei — Dei de ombros — Me dá carona? aposto que ela me deixa aqui depois — Juntei as mãos e fiz um bico pidão.
— o beijo primeiro — ele sorriu
sorri maliciosa e acabei com a nossa distância.
Colei nossos lábios, e ele foi logo pedindo passagem com a língua.
Já tinha recebido o beijo dele na festa ontem, mas eu vou te dizer, oh beijo bom.
💭isso é tentação do capeta, só pode💭
Quando o ar faltou, os vapores tavam tudo olhando pra mim, e rindo.
Olhei pra o Miguel, que agora mesmo que tinha uma cara de quem ia contar tudo ao Guilherme.
— Tô colando no Vidigal — Falei um pouco alto pra ele e pisquei.
Queria mesmo que ele fosse passar relatório pra o dito cujo, eu tô é me fodendo pra o que o Guilherme acha, ou deixa de achar.
💭 também, depois do mico de ontem, se eu ainda tivesse esperando alguma coisa dele, tava fodida💭
— Sabe quem vem morar aqui Bianca? — Miguel perguntou antes de eu colocar o capacete.
Neguei com a cabeça e coloquei o capacete.
— Ronan — Piscou.
Eu assenti e subi na moto.
Acenei pra o pessoal, na mesma hora que uma moto, digo, a moto do Guilherme tava encostando perto do Miguel.
Abracei bem a cintura do Neto e empinei a bunda.
Ele arrancou com a moto numa velocidade tão alta, que eu achei que se não sentasse direito na moto, meus órgãos iam sair voando pelo meu cu.
••
— Entregue — Ele disse sorrindo assim que eu desci da moto.
Lhe entreguei o capacete e dei um selinho.
— Tu é o melhor — Pisquei.
Ele riu balançando a cabeça e logo deu partida na moto de novo.
Suspirei e corri pra dentro da escolinha.
— Avisa que eu cheguei — Cantei entrando.
— Finalmente porra — Clarissa disse jogando as mãos pra o céu.
— ih Alá — Debochei — isso tudo é amor nenê? olha que eu posso te dar uns beijos — pisquei pra ela
— Nem vem que agora eu sei me defender de você — ela disse debochada.
franzi a testa e fui até Mariana, lhe dei um beijo na bochecha e depois encarei Clarissa de novo, dessa vez com a mão na cintura.
— Se defender de mim? — perguntei confusa.
Gente, esse povo fala árabe pra mim, sou lentinha.
— SOLTA MEU PAU — gritou
Senti meu mundo caindo na mesma hora
💭buraco, aonde está você pra eu enterrar minha cabeça? 💭
— VAMO BIANCA, SOLTA A PORRA DO MEU PAU — Mariana continuou.
olhei pra ela como quem ia matar, que bicha fifi do caralho mermão.
— Traidora — falei entre os dentes.
— Menina, que lomba foi essa da senhora em? — Clarissa agora quem tava com a mão na cintura.
— Bebi demais e cheirei... queria o quê? — Arqueei a sobrancelha.
Fui até grossa com minha bichinha, mas não tava nem me importando.
💭essa bicha só quer tirar onda comigo mesmo 💭
— Guilherme também foi babaca pra caralho né, vamo admitir — Mariana disse com uma careta.
Suspirei e me joguei em cima de uns puffs que tinham ali.
— Ainda bem que eu não me importo — Dei e ombros.
— E meu nome é Katia — Clarissa Debochou e logo em seguida riu.
— Mas... e hoje de manhã, ele disse alguma coisa a tu? — Mariana perguntou
Neguei com a cabeça.
Pra falar a verdade, foi até melhor assim.
💭Ele ia dizer o quê? desculpa por ter falado a verdade sobre você não me excitar.
Ah, e a propósito, você não tem a mão macia da Lorena pra poder bater uma pra mim.💭
— Deixa quieto — Encerrei o assunto — Então... o que vamos fazer aqui? — Arqueei a sobrancelha olhando tudo em volta.
— Não tem mais tanta coisa pra fazer, acho que não vai vim nenhuma criança mais hoje fazer matrícula não — Deu de ombros
— Então... que tal a gente dançar? — perguntei sorrindo
— Não... vamos tomar sorvete na praça que é melhor — Mariana fez careta.
— Eu tô ansiando por sorvete também Bia — Clarissa sorriu
— Gordas — Fiz careta.
•••••
— Já tá conhecendo tudo nas áreas em — Falei rindo enquanto a gente entrava na sorveteria.
— Faz uma semana que eu tô aqui, se não soubesse aonde é a sorveteria e mercadinho... tava fodida — Ela disse com uma careta.
A gente foi até o balcão se servir.
— Tem certeza que é só esses dois cantos que tu conhece? — Mariana sussurrou.
— Cala a boca caralho — Ela disse firme.
Mano, essa complicação da Clarissa é muito grande véi.
Ela pensa que me engana com esse de "ele me obrigou"
💭desde quando alguém obriga Clarissa a fazer alguma coisa? 💭
Vou passar a visão, toda vida Clarissa teve alma de pipa avoada.
Sempre gostou de se impor, de ser ela mesma sabe? sempre tacou o foda-se pra opinião alheia, e sempre viveu cada dia intensamente.
O problema dela é esse, a intensidade com que vive os dias.
Ela se arrisca demais, se joga de cabeça em tudo... em amizades, alegrias e no amor.
Ela é intensa demais, profunda demais e tem o azar de só achar pessoas rasas.
Sabe quando você sente que algo vai dar merda?
Eu sinto que essa relação da Clarissa com o inseto lá, como ela mesmo chama, vai dar merda.
Alguém vai sair totalmente destruído, e eu rezo que não seja ela.
💭mas olha quem fala, a expert no amor 💭
Meu subconsciente debochou, me trazendo de volta a realidade.
— Anda hoje não? — Uma voz fina perguntou atrás de mim.
Clarissa e Mariana viraram a cabeça sem interesse nenhum.
Fiz a mesma coisa, mas só achei um projeto de puta olhando feio, principalmente pra Clari.
Ta... a mina até podia ser gente boa, mas o problema é que eu tenho sensor pra gente que não presta, e o meu explodiu na mesma hora que cheguei perto dela.
— Anabel sem briga na minha sorveteria — A mulher falou séria.
— Qual foi tia... essas aí não anda... — Ela disse apontando pra nós três.
Na verdade, só quem tava impedindo a fila mesmo era eu.
— Mas cê tá brava? — Clarissa debochou.
A morena olhou pra ela com uma careta, mas na hora que ia falar alguma coisa, olhou pra porta da sorveteria assustada e se calou.
Quando eu olhei pra lá, era a mulher do dono daqui.
💭Porra, isso tá melhor que novela mexicana... oh mãe traz minha pipoca, droga, minha mãe tá em São Paulo 💭
— ihhh — Mariana sussurrou
Clarissa olhou também e eu vi, pela primeira vez, minha prima engolir em seco.
A ruiva tava sem ninguém, só entrou, pegou um potinho e foi pra o final da fila.
— Anda logo Caralho — A tal Anabel sussurrou pra mim.
assenti e terminei de preparar meu sorvete.
•••
A gente tava na contenção do morro, esperando meu Uber chegar. Enquanto isso, Clarissa tava num silêncio dela.
Elas vieram me deixar aqui em baixo, ela ia voltar pra escolinha pra terminar de organizar poucas coisas e Mariana ia dormir com ela.
Desde que a gente viu a mulher do Digão lá, Clarissa ficou em silêncio, quieta, coisa que não combina com ela.
— Aí gente, não gosto de silêncio não — Mariana disse toda nervosa e ficou na frente de nós duas.
— Agora não... — Clarissa me interrompeu
— Mariana tem razão... não tem motivos pra ter silêncio — falou firme e sorriu.
— É estranho né? — Perguntei.
Ela me olhou e assentiu, mas depois soltou um suspiro alto.
— Quando vai ter baile na Rocinha de novo? — Perguntou agora sorrindo largo.
— Essa aí gosta de balançar essa raba em... papai amado — Mariana disse também sorrindo e deu um tapa na bunda de Clarissa.
— Claro né meu amor... quando foi pra eu descer, Deus olhou pra minha cara e soltou "tu não vai apenas nascer, tu vai brilhar, tu vai dar teu nome", eu só estou cumprindo a missão, eh isto — Piscou.
Vi o uber chegar e acenar pra mim.
Dei um beijo na bochecha das duas e corri até o carro.
Mas antes de entrar, lembrei da novidade.
— Vocês não sabem quem vai morar lá no morro — Falei um pouco alto.
Os vapores ficaram olhando fixamente pra gente.
Mas já sabiam que é aliado, então, eu não tinha nada que trancar o cu.
— Quem? — Mariana perguntou se mordendo de curiosidade.
— Tio Ronan — Falei animada e pisquei.
Entrei no uber sem esperar resposta, e logo ele deu partida.
••
Depois que paguei, entrei em casa, já procurando alguém.
Mas não tinha.
Provavelmente minha tia foi ajudar minha vó no restaurante, e os babys estão na creche.
Tio Muka na boca, junto com o filho.
— Ou seja... vem eu dormindo o resto da tarde toda. — Falei pra mim mesma e me joguei no sofá.
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Oi amores 😘 Tem dias que eu quero tá só a Bianca kk, parei.
Será que o coração do Neto vai ficar assim pra sempre? rs
Votem e Comentem o que estão achando da história
aguardem os próximos capítulos
kisses 😘😘
Antônio/Neto — 23 anos
Claudia (amiga da Bianca) — 20 anos
Matheus (amigo da Bianca) — 20 anos
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