"Pra mim você não vale nada (...) Eu vou beber até o dia amanhecer (...) A noite não tem hora pra acabar, vou dar virote, vou dar virote"

- Vou dar virote, Wesley Safadão

Guilherme narrando.

Estávamos todos na festa da inauguração da escolinha de Clarissa.

Porra, é tão bom ver a carinha de felicidade da minha irmã, pow, ela tá realizando um sonho.

Tava conversando com os caras, Pietro e Miguel.
Pietro ficava dizendo como gostava de trabalhar aqui, e toda essa baboseira de gente politicamente correta, que enche o saco.

- Quem é aquela gostosa ali em? - Miguel perguntou apontando com a cabeça discretamente pra uma ruiva.

Eu conhecia, tinha visto ela em alguns bailes já.
Era a mulher do chefe do vidigal, era mais calada que qualquer coisa.

- Essa aí é a mulher do dono - Pietro disse quase babando.

Meu irmão, vou te passar a visão, o cara tava quase secando a mulher ali.

- Ihh alá... Ta doido pra passar a pica né doutorzinho? - Perguntei com deboche e soltei uma risada.

- Nem que eu quisesse mesmo... Ali é coisa proibida - Balançou a cabeça.

Assenti e tomei um gole da vodka que tava no copo.
Olhei pra o canto que as meninas tavam dançando e rindo.
Clarissa se movimentando com as duas doidas, enquanto elas apontavam pra minha irmã.

Meu olhar focou mesmo na Bianca.
A bicha é gostosa viu.

💭 Aliás, gostosa e meia 💭

- Eita se não fosse minha sobrinha - Miguel disse rindo e tocou em meu ombro.

Eu notei agora que tava viajando legal no corpo da minha prima.

💭Ah vai se foder cara, tu nem devia tá olhando pra ela porra... Além de tua prima, tem a Lorena💭

- Tu fica falando essas coisas pow... Fica nojento - Pietro fez uma careta e bebeu um gole da sua bebida.

- UE... Só porque são minhas sobrinhas eu vou esconder que são gostosas? Até a Mari eu pegava - Deu de ombros.

Revirei meus olhos

- Tu é nojento Miguel - Falei rindo.

Nós três caímos na gargalhada.

Sabia que ele nunca ia tentar nada com as meninas, mas só por elas serem sobrinhas mesmo.
Miguel tem o péssimo hábito de não poder ver uma buceta, que já quer passar a pica.

- Bora fazer carreirinha? - Ele perguntou

Pietro frouxão negou.
Eu assenti e dei uma última olhada nas três.

💭Mano, essa mina ainda vai enlouquecer 💭

Segui meu primo até uma sala, acho que ia ser uma das salas de aula da minha irmã.
Ele tirou o saquinho do bolso e fez a carreirinha de pó.

- Porque tinha que vim pra cá em? - Perguntei confuso.

- Porque tu faz uma careta escrota quando tá se drogando... Quero pagar mico não - Riu debochado.

Dei o dedo pra ele que tava enrolando uma nota de cem.
Depois que fez o canudinho, se sentou e cheirou.

Ele prendeu o pó por alguns segundos, mas logo tombou a cabeça pra trás e ficou olhando pra o teto.

Peguei o canudo da mão dele e também cheirei.
Porra, o pó subiu com tudo, até espirrei.

- Eu disse... Tu não sabe se drogar

Revirei meus olhos enquanto ele ria e voltei a cheirar.

••

Já tava na lomba.

Pietro tinha chegado na salinha com uma garrafa de vodka, e a gente bebia enquanto cheirava. Menos o doutor claro.

A porta foi aberta e Bianca entrou por ela com Mariana.

- Vocês tão cheirando? - Mariana perguntou com uma careta

- Sai daqui pirralha... - Miguel fez sinal pra ela sair da sala.

Ela só fez dar o dedo e se sentou na cadeira do lado do Pietro.

- Cadê minha irmã? - Perguntei olhando pra Bianca.

- Ihhh... Sei lá - Deu de ombros e riu - Eu quero, me passa - Fez um bico.

- Sai daí iniciante as drogas, isso aqui não é as maconhas que a Clarissa te dá não - Mariana disse rindo.

Pietro também riu e passou o braço em volta do pescoço dela, dando um beijo na bochecha em seguida.

- Vocês tão bem altinhas em - Debochei me encostando mais ainda na cadeira, relaxando meu corpo

- E vocês nem se fala - A Índia disse piscando.

Ri junto dela e dei mais um gole na vodka.

- Tá com a boca vermelha porque Bianca? Tava beijando quem? - Miguel perguntou sorrindo malicioso.

Só então eu tinha notado, ela tava mesmo.
Parecia que o batom tava bordado ou coisa do tipo.

- Nin- Mariana interrompeu.

-A delicinha do Neto - Mordeu o lábio.

Fechei meu sorriso e arqueei a sobrancelha.

- Ihhh cada um com seus esquemas - Ela levantou as mãos em forma de rendição e soltou uma gargalhada

💭Ela tá alta mesmo mermão💭

- Teu pai sabe dessas coisas? - Deixei escapar.

Ela me olhou cínica e deu de ombros.

💭Como se ela fosse ligar pra opinião do pai né 💭

- Que eu me lembre tenho a mesma idade que tu... Trabalho e meus pais não estão aqui agora... Eu faço o que eu quero - Piscou

Ela caminhou até a cadeira do Miguel e sentou no colo dele.
Miguel soltou uma gargalhada enquanto a cabeça tombava pra trás, ela pegou o canudo da nota da mão dele, e se inclinou pra mesa.

Ela cheirou o pó, devagar, me olhando a todo momento.
Ela tava ali mostrando o quão afrontosa podia ser.

Logo ela apertou o lado do nariz e também tombou a cabeça pra trás.

- Qual a graça que vocês vem nisso em? - Mariana perguntou com sua cara de bunda típica.

Eu podia até virar pra responder, mas minha atenção tava presa a doida.
Ela sorria pra mim, vitoriosa.

- Eles curtem ficar chapados - Pietro deu de ombros.

Eu nem falei mais nada, voltei a beber.
Assim como a Índia, que tomou o copo do Miguel e bebeu da vodka.

Ficamos ali um bom tempo, eu, Miguel e Bianca cheirando e bebendo, enquanto Mariana fazia pergunta nojenta, sobre como limpar feridas ao Pietro.

Os dois também já estavam com álcool suficiente na veia.

- Eu... Que-quero... Ir pra... Casa - Bianca disse embolado e começou a gargalhar em seguida.

- Essa tá boa em - Mariana debochou, mas logo colocou a mão na cabeça - Eu tô tontinha - Fez um bico.

- Tu tá bem? - Perguntei rindo a Miguel.

Ele balançou a cabeça em negativo.
O cara tava branco de tanto que tinha cheirado e bebido.

Bianca saiu do colo dele cambaleando e sentou no meu, com um bico.

- Eu não sinto minhas pernas - Falou querendo chorar e passou o braço em volta do meu pescoço.

- Sim, idai? - Perguntei com a testa franzida

- Me leva no colo por favor - Choramingou.

- Ah vai se foder porra... Se não sabe fazer as... As paradas não usa - Falei meio embolado, mas ainda dava pra entender.

- Me leva Gui - Bateu o pé que nem uma criança mimada.

Revirei meus olhos e segurei em suas pernas, depois passei os braços em volta de sua cintura e fiquei de pé com ela.

Eu tava só o pó também, mas tava até melhor que ela e Miguel.

- Vem Mariana - Pietro pegou ela no colo também

Miguel se levantou cambaleando e foi assim, seguindo a gente até a saída da escolinha.
Nem sabia quem ia fechar essas coisas toda, e também tava pouco me fodendo.

A doida tava com a cabeça encostada em meu peito e dando beijos.

- Para Caralho... Eu vou te soltar aqui - Falei grosso.

- Como... Você... É chato - Falou toda embolada mas logo soltou uma gargalhada - Devia ser grosso assim... Na cama - Sussurrou.

A sorte que meu carro tava ali.
Abri a porta e meti ela dentro.

Quando ia pegar a chave, Pietro pegou.

- Nem vem que eu tô melhor que todo mundo aqui... Passa pra o banco de trás - apontou.

Ele colocou Mariana no banco do passageiro ao lado dele e eu tive que jogar o Miguel do lado da Bianca.
Fiz a volta no carro e me sentei também ao lado dela.

Encostei minha cabeça na janela enquanto Pietro dava partida.

Eu não tava muito bem não.
Via tudo trocado na minha frente

- Você fica muito gostoso... Aliás... Tu é... Gostoso - Ela sussurrou em meu ouvido e deu uma mordida no lóbulo.

Porra malandro, me arrepiei todinho.
Virei pra ela com o olhar fuzilando, que tinha um sorriso malicioso.

- Se aquieta pra eu não te soltar da janela porra - Falei firme.

- Abraça a visão... Eu quero tu - Disse ainda com o sorriso malicioso.

- Mas eu não quero ter uma tribo... De índio eu quero é distância - Disse nada com nada.

Não sei... Mas aquilo serviu.

Ela se afastou com um bico e os braços cruzados.

Voltei a encostar minha cabeça enquanto Mariana gargalhava olhando pra trás.

💭Essa menina não tá bêbada não, tá é fingindo. 💭

••

O carro parou em frente a minha casa e todo mundo ameaçou descer.
Eu desci com Pietro e abri a porta, Miguel tinha descido também, mas se jogou no chão e ficou lá.

- Tem ninguém em casa não - Falei depois que vi tudo escuro e o silêncio.

- Ihhh como tu sabe? Teus pais podem tá dormindo - Deu de ombros

Eu liguei a luz e me joguei no sofá.

- Tu acha que se eles tivessem em casa não estariam gemendo não? Arthur dorme que só o caralho - Dou de ombros.

Ele riu.

- Vou pegar a Mariana - Apontou pra fora - Vai pegar a Bianca não?

- Eu não... Quem inventou de usar? Agora que venha sozinha, não sou babá de ninguém e minha filha tá na casa dos bisavós - Falei sem dar importância.

Eu todo dia sou insuportável, mas hoje eu tô de parabéns.

Além do mais, Bianca tá um saco bêbada.
Quero nem aproximação pra depois não tá fantasiando papo torto.

Ela entrou rindo e cambaleando em casa, mas logo correu pra o sofá que eu tava.

- Vamo lá pra cima? - Perguntou maliciosa.

- Mina, vai caçar outro pau eu hein... O meu já teve dona - quase gritei.

Ela deu de ombros e eu encostei a cabeça no braço do sofá, quase fechando meus olhos.

Eu tava relaxando, até achei que ela tinha saído de perto de mim, mas foi só achar mesmo.
Senti uma mão no meu pau, massageando.

- TIRA A MÃO DO MEU PAU - Gritei.

Quando abri meus olhos, tava todo mundo jogado na sala.
Mariana soltou uma gargalhada alta e abraçou o Pietro de lado.

- VAMO BIANCA, SOLTA A PORRA DO MEU PAU - voltei a gritar quando vi que ela não ia parar.

Caralho mano, eu tava morto.
Tudo o que eu menos precisava agora era que essa menina conseguisse o que queria, me deixar duro.

- Aii... Chato - Falou com aquele mesmo sorriso malicioso, fingindo uma tristeza.

- Ah vai se foder - Empurrei ela do sofá.

Quando caiu eu vi que ela fez uma careta de dor, mas caguei.
Ia dar bola não, ela tem que entender as coisas.

Mariana e Pietro agora me olhavam sérios.
Miguel nem se mexia, parecia ter capotado de vez.

- Eu vou entender que tu tá lombada e cheia de álcool no cú Bianca... Mas não vem pra meu lado não, meu pau não sobe por tu, eh isto - Falei puto.

Ela tava sem expressão nenhuma jogada no chão.
Parecia até que o efeito da droga tinha passado naquele momento.

Sai pisando duro até a escada e subi na velocidade da luz.

Quando abri a porta do quarto, minha vontade era me matar.

💭Porque caralho essa menina tem que mexer comigo? 💭

Peguei uma mamadeira de vidro da maju, que tava em cima do criado mudo e taquei com tudo na parede.

💭Vai se foder. 💭

Essa porra devia ter continuado aonde tava.
Minha vida não tem espaço pra sexo casual, minha vida não tem espaço pra mais nada.

Lorena foi e sempre vai ser quem eu amei.
Bianca ficou no passado, junto com as punhetas de um adolescente.

Passei a mão no cabelo vendo meu reflexo.

💭Que caralho, eu não devia falar com ela daquele jeito💭

Ah mas também vai se foder.
A mina insiste pra caralho e eu dizendo que não.

Ignorei todo pensamento que tava tendo e fui direto pra o banheiro, eu que não ia mais ficar nessa lomba.

••

Depois do banho que eu tomei, me joguei nú mesmo na cama.
Meus olhos tavam pesando tanto, que nem demorou muito pra dormir.

•••

Quando acordei, fiz as higienes, passei cordão de ouro no pescoço e peguei a ponto 40.
Tava escutando um converseiro na cozinha.

Assim que entrei ali, vi quem era.

Bianca tentando dar comida a Maju, enquanto minha mãe falava alguma coisa que fazia ela rir.

Cocei minha garganta chamando a atenção das duas.

- A farra foi boa ontem em... Cheguei hoje de manhã e tinha bêbado em tudo que era canto da sala - dona Maria Laura com todo o seu deboche disse.

- ontem tava uma uva dona Maria Laura, uma uva - Sorri cínico e fiz sinal com a mão.

Olhei pra ela, que desviou séria.

💭Ok, ela lembra💭

- Come bebê - Disse levando uma colher com papinha pra boca da Maju.

- Cadê o Arthur? - Desviei a atenção dela e voltei a olhar pra minha mãe.

- Teu pai levou - Fez uma careta.

Eu ri e assenti.

Dei um beijo na testa da minha filha e depois fiz a volta na mesa, sentando em frente a ela.

Não me olhou.

Fria estava, fria ficou.

Bateram na porta e minha mãe foi até lá.
Coloquei o café sem açúcar no copo e bebi um gole.

Minha mãe voltou depois de poucos minutos.

- Bia tem um carinha no pé do morro atrás de tu

- Quem tia? - Perguntou soltando a colher

Acho que tinha desistido de dar a papa a Maju, que sorria pra ela todo momento.

- Neto... Disseram que ele é do Vidigal - Minha mãe disse em dar importância.

Meu maxilar travou e meu punho fechou, sem eu ao menos saber porquê.

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