Capítulo 4
***Editado por YasminMedinaR - Obrigada flor!***
O encontro...
Alguém bate na porta. — Entre. — Digo.
—Uau! Isso é pro cinema? — Jean perguntou.
—Ah! Não é nada demais, minhas roupas são novas é isso. — Disse me olhando novamente pra ver se não tinha exagerado.
—Olha eu diria que você está tentando impressionar alguém. — Jean disse sorrindo.
—Bem, acho que já te impressionei. — Digo devolvendo o sorriso.
—Você vai com a gente? — Ele se referia em ir com ele e Gabriel.
—Não finja que não sabe que Michel vem me buscar, vocês podem ir no cinema com a gente, mas ainda temos um encontro.
—Eu não sei do que você está falando. — Ele continuou.
Lancei um travesseiro nele, obrigando-o a sair da minha porta. Olhei no relógio era 20:00hs em ponto. Fui até a janela, olhei pra fora. Lá estava ele, com seus cabelos de surfista embora, fossem castanhos, com as mãos no bolso, seus olhos azuis. Apesar de estar escurecendo, percebi, olhava direto pra mim.
Não esperava por isso, mas senti um frio na barriga ao sair de casa e cumprimentar Michel.
— Você está incrivelmente linda! — Corei.
—Obrigada!
—Quer esperar alguém? — Ele pergunta.
—Não! Vamos nos encontrar com eles lá! — Afirmei.
—Ok, então vamos!
Pegamos um ônibus e até ao shopping, ele foi a pessoa mais gentil e agradável, e não entendia porque a turma o que queria afastar de mim. Encontramos a turma fazendo um lanche. Alice, Paul, Selena e até Arthur estavam ali. Encontro perfeito, ironizei na mente. Alice acenou.
— Onde está Jean e Gabriel. — Perguntaram.
—Não sei! — respondi, — a ideia nunca foi virmos juntos. — Falei. Michel olhou pra mim abrandando o olhar como que dizendo: —"está tudo bem, não aja assim". — Eu pude entender.
—Na verdade eles não estavam prontos quando saímos. — Amenizei.
—Bom, chegaram. — Disse Selena.
Olhei ao encontro deles, e avistei Jean e Gabriel de mãos dadas com uma garota. Gelei. Não esperava por essa. Não que eu me importava. Tá legal, senti algo diferente e não foi agradável. Disfarcei. Creio que ninguém percebeu.
—O que o Gabriel está fazendo com a Vasti? — Alice retrucou.
—O que a Gracy está fazendo com o Michel? — Paul falou ironicamente e ficou sério ao ver minha expressão não tão agradável.
—Até que enfim, hein! — Falou Arthur. Tentando quebrar o iceberg que havia se criado.
Houve cumprimentos. A tal Vasti, mal me olhou nos olhos, parecia irmã gêmea de Selena, mas percebi que as duas também não se davam. O clima estava meio tenso.
Pela primeira vez na noite Michel me perguntou: —Quer ir pra outro lugar?
—Não, tudo bem. Já estamos aqui, não poderá ficar pior. — Afirmei.
O filme também não foi muito agradável, por mais que fosse acho que se tornaria novamente desagradável. Alice e Paul, conseguiram o que queriam e levemente pareciam chateados. Voltamos no mesmo ônibus para Coast Silver, todos calados, eventualmente olhava para Michel, este me dava um sorriso que me fazia compensá-lo com outro. Alice sugeriu irmos a pracinha, este lugar ainda era o preferido de todos na região.
Sentamos espalhados, uns em balanços ou em bancos ou até mesmo em meio fio. Arthur ainda tentando quebrar o gelo, avistando uma garrafa disse: —Vamos jogar verdade ou desafio? — Levantou indo em direção a garrafa.
Ouve um burburinho... —Não! — Alguém gritou.
—Ah qualé pessoal, quão ruim pode ficar isso. — Arthur prosseguiu.
—Muito ruim! — Disse Gabriel, olhando pra mim.
Fiquei irada. — Eu topo. — Respondi. Michel balançou a cabeça negativamente.
—Ah, eu também! — Alice, expressou.
Paul fez um aceno positivo.
Jean disse: —Bom eu não tenho nada a esconder, e não tenho medo de desafios.
Os outros Gabriel, Vasti e Selena foram obrigados pela maioria a participar da tal brincadeira. Encarei Gabriel desta vez ele não o fez, certamente sentia-se derrotado.
Arthur estava eufórico e disse: —Vou girar, a parte do fundo é quem pergunta, o gargalo é quem responde. — Dito isto, girou. —Alice pra Vasti. Vasti escolheu verdade!
- A quanto tempo gosta de Gabriel? — Vasti responde sem hesitar. —Sempre fui apaixonada por ele!
—Nossa esta foi a resposta mais rápida que já vi. — Falou Arthur.
—Porque foi muito fácil responder. — Falou vasti.
Gabriel ficou sem graça, parecia que ele não esperava por aquilo. Eu fiquei perplexa. Todos ficaram. O negócio tinha que ficar animado senão poderia não acabar muito bem.
—Bom agora Vasti que respondeu, gira. — Ela o fez. —Selena pra Arthur. —Arthur querendo animar, disse: — Agora eu estou lascado. — Todos riram. Escolheu verdade.
—É verdade que você queria fazer parte da banda?
Rindo muito ele respondeu: —Querida se eu mostrar meus talentos, a Bárbara aniquilará a banda e fará de mim solo! A risada foi geral. Meu amigo estava salvando a brincadeira, ainda bem. Arthur girou a garrafa. —Michel para Paul. Paul escolheu verdade também.
—É verdade que você gosta da Alice desde a 5ª ano? — Humm... Todos sonorizaram.
Adorei aquela jogada do Michel, eles ficavam lindos juntos, alguém tinha que dar uma força. Percebi a Alice vermelha, e Paul totalmente desconcertado. Embora estivesse feliz por eles também sentia o gosto da vingança por arruinarem meu encontro com Michel.
- Vamos, responda. — Todos gritando descompassados.
- Posso trocar para desafio? —Paul gritou acovardando-se. Todos se opuseram com exceção de Alice, eu registrei algo nos ouvidos de Michel, este sorriu maliciosamente com a minha ideia para o desafio.
—Ok, desafio você a beijar Alice. — Michel falou segurando a risada.
Nunca rimos tanto.
Os dois falaram, não em uníssono. Mas era o desafio e teriam que cumprir. Depois de alguma relutância e desespero ilustrativo, ele a beijou. Eu senti meus olhos lacrimejarem. Ainda mais ao ver a expressão dos dois, certamente esta brincadeira despertou algo adormecido, talvez agonizado pela amizade e ensaios da banda. Estava tão feliz por eles, eu já os amava tanto. Queria que desse certo. Meus pensamentos foram desguarnecidos com meu nome sendo dito. A garrafa tinha sido girada, eu teria que responder a pergunta de Vasti, pois escolhi verdade. Fiquei séria, não conhecia Vasti, mas fiquei torcendo para que a pergunta não fosse explosiva.
—É verdade que teria um encontro a sós hoje, com Michel, e alguém burlou seus planos? — Silenciei-me, olhei para Michel que parecia tão sereno. Respondi sem vacilar.
— Não! Ninguém conseguiu estragar nosso encontro, estamos tendo o primeiro de muitos outros. — Todos respeitaram minha resposta, Gabriel a essa altura olhava para baixo, e Michel olhou-me com ternura. No rosto de Alice e Paul vi um certo remorso. Eu mesma acabei com o silencio. —É minha vez de girar. Jean para Gabriel. — Gabriel escolheu verdade. Hilário.
Não sei como mas Jean foi corajoso ao fazer aquela pergunta sendo irmão de Gabriel, ou talvez só fez a pergunta por ser irmão dele.
—É verdade que está fingindo odiar sua irmã para afastá-la de você? — Eu, fiquei olhando para Jean, piscando para que voltasse a realidade, mas aquela pergunta tinha sido feita, olhei para os outros, Alice olhava pra mim triste. Paul para baixo, os outros ficavam olhando para Jean e Gabriel, intactos parados sem som algum, eu por exemplo só escutava o som do meu coração. Neste momento sem olhar pra mim Michel segurou minha mão, forte. Esperando que a resposta fosse ruim. Depois de uma pausa, Gabriel com o rosto tenso respondeu.
—Eu não a odeio. — O alívio na expressão de todos foi instantânea. Eu já estava quase respirando novamente, quando ele continuou. —Eu a desprezo. - Olhei para ele, todos olharam. E ele prosseguiu. —Vamos acabar logo com essa besteira de jogo.
Não pude conter as lágrimas, mas também não contive o impulso de sair correndo da pracinha. Michel levantou, e antes de me seguir disse para Gabriel: —Você é desprezível. — E saiu. Todos ficaram chocados com a situação. Arthur se sentiu-se culpado, mas a culpa não era dele. Era minha, sempre foi minha! Meu choro parecia que ia me sufocar, quando ouvi Michel me chamando. —Gray! Gray! Ei vem aqui!— Ele me abraçou forte! Eu não recebia um abraço assim fazia tempo. Me lembro do abraço do meu pai, eu me sentia tão segura. E nesse momento percebi o quanto sentia sua falta.
Soluçando falei. —Eu preferia que ele me odiasse!
—Calma, calma, ele falou sem pensar, não era sério. — Michel tentava me acalmar.
—Era sim, e agora eu sei, já suspeitava mas não queria que fosse verdade.
—Shii, tudo bem, vai ficar tudo bem. Vem, vou te levar pra casa. — Ele me levou até em casa abraçando-me. Me senti segura, todos estavam contra ele, mas foi um dos únicos que não me magoou a noite inteira. Quando chegamos em frente a casa, percebi que nem Jean nem Gabriel ainda tinham voltado. E começou a garoar.
Eu olhei pra Michel e agradeci. —Obrigada, por ficar comigo, acho que não foi um encontro dos sonhos.
—Eu disse que sairíamos como amigos e aqui estou.
Sorri amavelmente pra ele. —Porque mentiriam sobre você Michel? Você se mostrou um perfeito cavalheiro.
Ele me olhou compenetrado. —A Alice e o Paul, assim como todos os outros tem razão sobre mim. Eu sou bem sorrateiro quando quero, mas ao contrário de Jardel, não preciso forçar as garotas a ficarem comigo. Ele me disse isso, sem exaltação. E eu não o condenei com o olhar, e sim fiz sinal para que prosseguisse. —Eu entendo a preocupação deles com você, você é a irmã do cara mais querido do colégio.
Interrompi. —Você deve estar falando do Jean. — Disse ressentida.
—Não! O Gabriel! Gracy, o que ele fez hoje, nos deixou totalmente espantados, ele nunca agiu desta forma com ninguém, poderia ser o pior inimigo dele.
—Então sou pior do que o pior inimigo. — Disse arrasada.
—Não você não entende, ele deve estar sofrendo muito com isto tudo. Fechei a cara. Ele reconheceu ter fugido do assunto e o mudou rapidamente depois de uma pequena pausa. Ele respirou fundo antes de falar novamente, parecia estar abrindo o coração. —Eu nunca encontrei alguém, que pudesse me deixar sem ar, e tirar meu sono, entende? No começo era legal ficar com todas as garotas, afinal eu sou jovem ainda pra algo mais sério. Só que ficar com elas me fez ver que estou buscando algo.
Olhei-o firmemente. —Eu sou mais uma destas garotas, ou uma amiga?
—Nenhum dos dois! — Ele disse. —No momento em que te vi naquele show beneficente. Nem suspeitava que era irmã de Gabriel tão falada, quando a Alice fez um sinal pro Paul e eu percebi tudo. Antes disso, já tinha me apaixonado por você, fiquei imaginando seu timbre de voz, em como era sua risada, suas manias, e te desejei. E quando vi o Jardel se aproximando não esperei um minuto para largar a guitarra e ir ao seu encontro. E quando você me beijou. Aquele beijo. Era tudo o que queria. Tudo o que eu buscava. Finalmente tinha encontrado o que tinha procurado a muito tempo. Perdi o ar, não dormi aquela noite. Mas queria ter dormido para sonhar com você. — Ele parou de falar e olhou pra mim bem no fundo dos meus olhos.
Eu enchi os olhos de lágrimas, pisquei e falei. —Porque está me dizendo isso agora?
—Eu pareceria um louco, eu precisava que me conhecesse, de que confiasse em mim antes, precisava te deixar segura comigo. — Uma lágrima rolou. Dele.
Eu me aproximei, limpei sua lágrima, e o beijei novamente. Foi algo intenso para mim, não como da primeira vez, agora não pensei só em mim. Pensei em Michel. E o vi como um presente, um presente lindo da minha mãe pra mim. A garoa virou chuva, e nós continuamos ali, juntos, ligados!
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