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𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 27 - 𝕭𝖊𝖑𝖆𝖘 𝕽𝖔𝖘𝖆𝖘

"E com a pá da solidão, cavei minha própria cova. Cova da minha alma e do meu coração. Levando com isso a pouco esperança e humanidade que me restava. E o que sobra é a carcaça de alguém que um dia soube o que é sorrir."

Lucy Vaughan

E é com essa frase que ouvi há muitos anos, que eu desperto do sono perturbado que atormentou, já que não tive ninguém para me abraçar e acalmar meu inconsciente agitado.

Agora, cá estou eu. Na frente de um velho espelho de corpo inteiro que reflete, com nitidez, a aura pesada que me ronda e suga minhas energias agressivamente. Estou sentindo falta de ar com esse vestido de noiva extremamente apertado que, com certeza não é do meu tamanho. Apesar de ter perdido peso com a viagem e os treinamentos, eu ainda não me encaixo na estética de magreza desse lugar. O vestido carrega tudo o que eu não gosto, com um tecido pesado, rendas, tule por baixo e mangas longas com um bordado de formatos arredondados e aleatórios.

Admito que já me imaginei casando quando eu era mais nova, mas isso não tem nada a ver com o que minha mente criava. Acho que o que mais me faz falta é a ausência de meus pais. Meu pai não está lá embaixo me esperando e minha mãe não está aqui ao meu lado, me ajudando com esse vestido terrível. Ao me olhar no espelho, só sou capaz de ver uma mulher deprimida e com o coração anestesiado para não desabar em sentimentos. "Seja fria o suficiente para fazer o que deve ser feito e forte o suficiente para garantir que ninguém nunca mais vai passar pelo que você está passando." Finco as palavras de Yala em meu cérebro e me recomponho. Tenho as ditas para mim mesma a manhã inteira, mas agora elas parecem perder o sentido a cada repetição.

   — Já está na hora, senhorita Lucy. — A voz da minha fiel escudeira ressoa atrás da porta, me tirando de um transe melancólico, e me trazendo para a realidade.

   — Estou indo. — Com sutileza, coloco uma delicada e pequena coroa em minha cabeça. Me disseram que eu deveria usa-la para fazer uma transição de "princesa" para Rainha. Quando abro a porta, vejo Yala usando um vestido azul forte que é um pouco colado no tronco e com uma saia de tecido solto, que a deixa andar livremente, ao contrário de mim. Ao me ver ela rapidamente se curva e faz referência deixando mais visível os adornos dourados com pedras verdes que estão sobre sua cabeça raspada

   — Levante-se, sabe que não precisa se curvar para mim Yala. — Ela se levanta e assente com a cabeça.

   — Quer que eu à acompanhe?

   — Agradeço a companhia, mas preciso fazer isso sozinha. — Ela aceita e assim eu saio, à passos curtos, na esperança de que algo aconteça nesse meio tempo e me salve.

   — Senhorita Lucy. — Escuto Yala me chamar e, ao me virar, vejo ela vindo em minha direção. — Eu quero que a senhorita saiba que foi uma honra servi-la durante esse tempo. E saiba que eu tenho certeza de que esse povo e, provavelmente o nosso em breve, estarão em boas mãos, se forem governados por você. — Suas palavras acalentam um pouco meu coração, e renova uma pequena parte da minha energia. Em resposta, eu a abraço fortemente. Em um primeiro momento ela ficou parada, mas logo retribuiu meu gesto.

   — A sua ajuda e o seu apoio foram essenciais para mim nesse dia e eu te agradeço muito Yala. Espero que no futuro possamos trabalhar juntas, porque você com certeza vai ser meu braço direito. — Termino minha frase com uma risada e, com um humor um pouco melhor, eu tomo meu rumo para o altar.

Estou prestes a descer as escadas quando tenho a visão da última pessoa que eu queria encontrar nesse momento. Ivan está no meio do salão, provavelmente estava me esperando. Fico receosa a respeito de descer e ir ao seu encontro, mas acho que não tenho outra opção. Seguro a parte da frente do grande vestido que está se arrastando pela larga escada de veludo vermelho e desço cuidadosamente cada degrau. Posso sentir o longo véu de cetim transparente puxar um pouco a minha cabeça, mas isso não é algo tão desconfortável quanto imaginei. Sem demora Ivan vem até mim quando vê que faltam poucos degraus para que eu toque o chão. Ele me estende sua mão e eu a seguro com firmeza. Seu terno preto realça a coloração exótica de seus olhos triste que tentam se alegrar, em vão.

   — Você está belíssima. — Ele acaricia minha mão e me puxa sutilmente para perto de seu corpo.

   — Obrigada. Você está um galã. — Adquiro um tom cômico a minha fala, o que sempre faço quando estou muito tensa. Ele sorri, mas sua tristeza não permite que sua felicidade perdure por mais tempo.

   — Você será a melhor Rainha que esse mundo já viu. — Levo minha mão até seu rosto e acaricio o mesmo. Ele repousa sua face sobre ela e a beija suavemente.

   — Bem, será a única coisa que terei para fazer e... — Sem que eu tenha tempo para terminar a frase, Ivan coloca minha mão atrás de sua cabeça e me beija intensamente. Seus lábios doce e macios carregam o desespero que tem assolado nós dois ultimamente. Com meu rosto em suas mão, meu coração se aperta e implora para que eu me jogue em seus braços. Não demora muito para nos separarmos e eu me deparar com Ivan com os olhos lacrimejando, preste a derramar suas lágrimas, mas tentando vigorosamente conte-las.

   — O jardim está lindo hoje, não é? — Ele diz, sem tirar as mãos do meu rosto. Eu entendo de imediato o que ele quis dizer.

   — As rosas principalmente. — Somos enlaçados pela conexão de nossos olhos, que, em poucos segundos, faz eu e Ivan falarmos tudo o que precisávamos sem dizermos uma única palavra. Mas nosso momento de paz dura pouco, sendo encerrado com sons de passos que estão se aproximando. Nos afastamos mais e logo a origem do som aparece. Rutts está com um terno marrom escuro e os cabelos para trás graças a um gel. Assim como Yala, sua expressão é desprovida de emoção.

   — Eles estão te esperando Lucy. — Meu tutor se dirige até nós e para ao meu lado. — Vamos? — Ele estende o braço para mim, acabando com a minha ideia de ir sozinha. Se ele tivesse perguntado se eu queria ser levada, eu diria que não, mas não possa recusar sua oferta assim, seria muita insensibilidade. Engancho nossos braços e sou levada para o altar.

Ao chegar no salão principal tenho a sensação de que estou no lugar errado. O que era para ser um casamento alegre, que representa uma união de paz, parece mais um enterro ou uma reunião para decidir uma estratégia de guerra. Ninguém esboça a mínima felicidade, exceto o Rei. Sr. Miller está com um sorriso confiante e satisfeito no rosto, mostrando que seus planos estão dando certo. Ao seu lado, em um terno de corte ampulheta branco e um lenço azul bem claro amarrotado no pescoço, Maxy está sério, apesar de ter dando um singelo e breve sorriso de canto quando me viu. Quando estou prestes a pisar no tapete vermelho que me levará ao fim da minha vida, paro abruptamente. Rutts para também e me olha com preocupação. Toco em seu braço e tenciono meus lábios inferiores, ele entende meus sinais corporais e desgruda nossos braços, me dando a liberdade de ir sozinha ao altar, mostrando minha insatisfação e revolta. Subo o pequeno degrau do altar e me coloco na frente do meu noivo, que suaviza sua expressão facial, Mas não o suficiente para demonstrar algum sentimento.

   — Queridos amigos e companheiros. Estamos aqui reunidos para celebrar a união desse casal e o fortalecimento da paz entre nossos reinos. Hoje estes dois se tornarão um só e assim... — Com um forte estrondo a grande porta de madeira se abre, e ao centro dela se encontrar Renne, que visivelmente veio para cá o mais rápido que pôde.

   — Parem essa cerimônia! — Ele começa a andar apressadamente em nossa direção. Seu expressão contorcida em raiva deixa evidente que o vermelho de seu rosto não é só pela corrida.

   — Está bem adiantado Renne. O sacerdote ainda não perguntou se alguém é contra esse casamento. — Diz Sr.Miller, com um ar sarcástico na voz. Ele está um pouco incomodado, mas está muito mais confiante do que o normal, o que, vindo de alguém tão impulsivo e imprevisível, pode ser a antecipação de uma catástrofe.

   — Não estou aqui para ouvir o sacerdote, muito menos para colaborar com esse evento vergonhoso. Vim falar com você, Dimytrih. Resolver os nossos problemas cara a cara.

   — Tem certeza de que essa é a sua intenção? Para mim, você veio até aqui para tentar bancar o herói de uma menina que está tendo que pagar pelos seus erros e pela sua covardia. — Renne se cala por alguns instantes perante as palavras de Sr.Miller, mas logo formula uma breve resposta.

   — Você pode estar certo e tem todo direito de estar com raiva de mim, mas não precisa jogar as consequências nesses dois. — Meu possível salvador faz menção de se aproximar quando um mão feminina é colocada em seu ombro esquerdo e o impede de avançar.

   — O problema de vocês é pessoal e diplomático. Acho mais sensato nós interrompermos a cerimonia e irmos debater sobre isso em um local adequado. — Theodora sai de trás de Renne e acalma os ânimos gerais. Eu não gosto nem um pouco dela, mas devo admitir que ela é uma ótima apaziguadora, e seu traje formal de corte reto impõem muito respeito, apesar do grande chapéu habitual.

Sem muita demora os dois acatam a sugestão de Theodora e os três vão para um lugar privado, junto de Rutts e minha tia. Saio o mais rápido possível daquela altar tenebroso ao som dos burburinhos dos convidados e vou em direção a Yala e Haiah, que eu fiz questão que estivesse aqui, junto de seu marido. Nós vamos até a mesa de bebidas e comidas e eu começo a buscar um pouco de água, mas para minha infelicidade, na mesa só tem cerveja artesanal e vinho. Vou até um dos garçons do banquete e peço que ele me traga um pouco de água, pedido que é velozmente atendido. Com um copo em minhas mãos, eu faço várias gambiarras com esse vestidos pesado até que eu possa me sentar com os outros. Não demora muito para Ivan se sentar na mesa com conosco, ao meu lado.

   — O que será que estão conversando? — Pergunta Haiah, claramente nervosa, o que é preocupante quando se vê o tamanho de sua barriga.

   — Eu não sei, mas deve ser muito sério para o principezinho não ter acompanhado o pai. Dizem que ele é o braço direito do velho. — Ivan está visivelmente incomodado com isso e levanta o braço para pegar um vinho. Eu logo dou um tapa em sua mão e o encaro seriamente. Ele logo entende a repreensão e recua sua mão.

   — Incluir e confiar à um moleque afazeres políticos enquanto você o mima de todas as formas... que bela maneira de falir um governo. — Diz Yala, finalmente expressando sua irritação enquanto dá um gole no copo de cerveja. Ela já é maior de idade, então eu não me incomodo.

   — Bem, não há muito o que se fazer agora, se não esperar. — Digo, em desistência.

   — Você está certa Lucy. — Como o vulto de um fantasma, Maxy surge atrás de mim e se se aproximando um pouco do meu ouvido. Ivan fecha a cara e cerra os punhos que estão sob a mesa. — Não há o que fazer, mas se eu fosse você, me prepararia para um grande surpresa, meu pai é um homem muito astuto. — Em poucos segundo e volta a sua postura esnobe e sai entre risadas, sumindo no meio de tantas pessoas e sentindo o gosto da vitória ao ter conseguido deixar ainda mais nervosas as pessoas que estão nesse grupo.

   — Um dia eu vou arrebentar esse cara! — As palavras de Ivan saem entre dentes e mostram um raiva desproporcional que pode ser desastrosa.

   — E logo depois o pai dele te pegar e te mata. — Aviso em advertência.

   — Lucy está certa, Senhor Millborn. É melhor controlar seus ânimos antes que uma tragédia aconteça. — Após isso, nós ficamos em silêncio enquanto os piores minutos da minha vida passam lentamente e enchem minha mente de hipóteses e consequências horríveis.

Depois de muito tempo, os nossos líderes saem da sala onde estavam e de dirigem para altar, que agora está vazio. Tento adivinhar o que houve, mas eles estão com a pior expressão possível, de indiferença e seriedade. Me aproximo de onde eles estão para ouvi-los melhor e logo os convidados da festa também se amontoam para saber os rumos das nossas vidas.

   — Caros convidados presentes. Como já é do conhecimento de todos, nosso reino tem uma história trágica. Graças ao nosso caro Sr.Lingston — ele encara Renne, querendo destacar para todos a respeito de quem ele está falando. — nós quase perdemos a Guerra de fogo e fomos condenados a carregar a culpa de tal fato, sofrendo consequências financeiras e sociais. E saber que o reino de Sanih Radii, centro do povo de Angales, estaria na mão dele me fez ter muito medo do nosso futuro. — As pessoas que são cidadãs daqui começam a se enfurecer e se agitar, em concordância com seu Lorde. — Mas há uma esperança. — Seu olhar recai sobre mim e ele me estende sua mão. Sem hesitar, para não demostrar fraqueza, mas com muito medo, eu a seguro e sou colocada entre os dois reis. — Há uma lição que meu pai me ensinou e que eu sempre quis passar adiante. "O melhor Rei não é o mais forte. Não é o mais sábio. Nem o mais carismático. O melhor Rei é o mais altruísta." Na época eu não entendi o que meu velho pai quis me dizer, mas agora eu compreendo. Ser Rei é ser o símbolo vivo da palavra sacrifício. Está menina que está ao meu lado estava disposta a sacrificar suas amizades, sua liberdade e seu amor para ajudar o seu povo. Povo esse que mal a conhece. E é por isso eu e o Sr.Lingston chegamos ao seguinte consenso. O casamento será anulado. Não haverá guerra. E Lucy voltará para casa junto de todos que estavam com ela. — Os convidados voltam a se agitar e protestar em oposição a atitude, aparentemente, benevolente de seu Rei. Mas logo ele ergue sua mão, ordenando e reestabelecendo o silêncio. — Mas, em troca, Sr.Lingston deve abdicar de seu trono.

   — Como?! — Exclamo. — Renne, por que fez isso?

   — Apenas continue ouvindo. — Seu olhar me aflige. O que esse homem está tramando?

   — E assim que ocorrer sua abdicação formal, Lucy deverá ser coroada a nova Rainha da Povo de Angales. — Agora todos estão em profundo silêncio, mas isso é pelo choque. No entanto não demora muito para as pessoas voltarem de sua surpresa e irromperem o salão com perguntas e reclamações.

   — Ela é menor de idade. Não pode reinar. — Diz um dos convidados.

   — A atual responsável por ela concordou em emancipa-la, tornando-a independente. — Olho para minha tia que está na mesa onde eu estava. Ela move os lábios em um pedido silencioso de perdão. Eu não a culpo.

   — SILÊNCIO! — Grita o Rei desse local. — Para os rebeldes desavisados que estão duvidando de minha decisão e da capacidade da garota, saibam que ela é a Guardiã do povo de Angales. É a mais apta a herdar o trono de Renne. E já está decidido. — Em medo e obediência, todos se acalmam.

   — VIVA LONGA À RAINHA DO POVO ANGALES! — Proclama um dos soldados. Nesse momento, como se essa frase fosse um mecanismo instalado no corpo das pessoas, todos que estão a se ajoelham e se curvam, em reverencia à mim.

Antes mesmo que eu pudesse olhar para todos, sinto a marca da rosa queimar como se um ferro flamejante estivesse sendo prensado em meu pescoço. Um grito de dor irrompe de minha garganta e seca meus lábios. Caio de joelhos no chão com os olhos lacrimejando e o pulmão queimando com a falta de ar. Por fim, sinto meu corpo cair, mas antes que tudo fique escuro, olhos verdes como esmeraldas surgem diante de mim e eu escuto um sussurro grave seguido de uma risada sinistra que me daria calafrios ecoar em minha mente. 

"Vida longa à Rainha."

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