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𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 25 - 𝕺 𝕮𝖆𝖓𝖙𝖔 𝖉𝖆 𝕾𝖊𝖗𝖊𝖎𝖆

"O som que revive, que se deixa levar pelas águas da vida, estejam elas  calmas ou revoltas. Uma grito de socorro, uma declaração singela de amor, um destino de liberdade. Me pergunto se devo mergulha nesse seu mar; não quero me afogar. Iria, você, me salvar? Dar-me o ar que imploro e me permitir ouvir eternamente sua música? 

Ou seria a nossa música?"

Ivan Millborn

Passo pelo corredor com paredes de pedra frias que seguram as velas que aquecem e iluminam a passagem. Me recordo dos corredores do nosso castelo, mas esse lugar parou no tempo. Não há eletricidade e todos se vestem como se estivéssemos em 1200. Ao final do meu trajeto, perto da porta do meu quarto, escuto as vozes eufóricas de Rutts e Maggie. Eles estão discutindo e parecem terem dito o meu nome e o de Lucy, o que me faz ouvir sua conversa e sanar minha curiosidade.

   — Comparar os dois a nós quando mais novos é uma afronta à eles. — Rutts se encosta na parede e cruza os braços sobre o peito. Ele parece estar irritado com algo, que provavelmente é a própria mulher que está ao seu lado.

   — Por quê? Eles são jovem e vorazes, assim como nós. — Ressalta Maggie.

   — Ivan é irônico e indiferente. Lucy é racional. E leal. — Seu último substantivo foi como uma flecha envenenada que ele mirou e atingiu o coração de Maggie. Ela o olhar com remorso e surpresa melancólica.

   — Você ainda não acredita em mim? Prefere ouvir o que a Theodora disse?

   — Eu acredito no que eu vi. E o que eu vi foi você beijando aquele cara. — Ele se afasta da parede e se aproxima dela. — E a Theodora, ao contrário de você, estava comigo quando minha irmã morreu.

   — Eu estava com a minha família! — A raiva de um passado tortuoso começa a consumi-la, fazendo seus olhos se encherem d'água.

   — Você estava fugindo com a sua família para salvar aquele rato imundo!

   — ELE ERA MEU PAI, SEU SOGRO, E AINDA ASSIM VOCÊ TENTOU MATAR ELE! — Agora que seus dentes estão cerrados é possível ver que sua raiva e mágoa chegam ao limite e transbordaram com lágrimas.

   — Ele já morreria de qualquer jeito, estava pobre! E além do mais, ele era um traidor que colocou todos nós em perigo!

   — ELE FOI COAGIDO! — As lágrimas começam a fervilhar em seus olhos esmeralda.

   — ELE PROCUROU PELO LORDE DO INFERNO! TUDO O QUE ELE FEZ FOI ESCOLHA DELE!

   — ELE NÃO FEZ ISSO! — Nem mesmo ela acredita nas próprias palavras.

   — Quer saber? — Ele começa a se afastar, mas para e a olha mais uma vez. — Eu nem sei por que tento abrir seu olhos. Você é como seu pai. Teimosa, egoísta e infiel.

   — Pelo menos meu pai não era um covarde que não é homem o suficiente para falar o nome da própria ex-namorada. — Agora fodeu. Com seu orgulho masculino gravemente machucado à caso de UTI, Rutts tenciona seu queixo com barba rala e cerra os punhos para aliviar a fúria que faz seus olhos arderem. Com a sua garganta entalada, ele sai à passos largos e firmes, dando a última palavra para Maggie, que está limpando as gotas de água salgada que desceram sobre as bochechas bronzeadas. Saio correndo até o início do corredor e refaço o caminho todo andando calmamente, como se eu nunca tivesse estado ali. Como esperado, não demora muito para meu tutor raivoso passar por mim e não notar a minha presença. Viro o rosto para vê-lo se aproximar de seu quarto e decido tirar minha dúvidas.

   — Rutts. — O chamo, mas seus ouvidos devem estar tampados pelos pensamentos e memórias. Me aproximo e falo mais alto. — Rutts! — Ele se assusta, mas volta a realidade.

   — O que foi Ivan? Estou cansado.

   — Eu imagino, entre treinamentos e discussões, você não teve descanso.

   — Você ouviu?

   — E tinha como não ouvir? Vocês estavam à plenos pulmões, a província toda ouviu. — Cruzo meus braços e rio da situação de nervosismo que ele está.

   — Ela é sempre assim. Incapaz de manter uma conversa normal. — Ela pode ter se descontrolado, mas ela teve motivos. — Bem, não preciso explicar muito, você conhece a miniatura dela.

   — Concordo. — Minha risada aumenta lembrando dos ataques de Lucy que quase me mataram. Não são só as baixinhas que são bravas, essas mulheres altas também fazem um estrago. — Mas o que aconteceu? Qual foi o motivo daquele figth?

   — Desentendimentos do passados. — Ele entra no quarto e senta exausto na ponta da cama colocada no meu do quarto. Me apoio no batente da porta preta com os braços ainda cruzados. Sei que ser muito curioso não é bom, mas sinto que se eu aperta-lo mais um pouco, ele vai me contar.

   — Vocês são dois adultos e ainda brigam por algo que aconteceu há anos? Depois eu e Lucy que somos imaturos.

   — É mais complicado do que parece. Você não entenderia.

   — Realmente, se você não me explicar eu não vou entender. — Ele deixa um longo e pesado suspiro escapar de seus lábios secos e coloca o peso de seu tronco sobre os cotovelos que estão nos joelhos e pensa em seus próximos passos.

   — Sabia que você é um pé no saco?

   — Sabia. Maggie já havia me dito isso.

   — Entra logo, antes que eu mude de ideia. — Me apresso e faço o que ele disse, me sentando ao seu lado no mesmo momento que ele se levanta e começa a andar pelo quarto. — Deixe-me ver por onde eu começo.

   — Que tal pelo começo? O momento que vocês se conheceu. — Ele coloca as mãos nos quadris e se volta para um breve pensamento.

   — Farei melhor. Uma pergunta. O que você sentiu ao ver Lucy pela primeira vez?

   — Indiferença, como sempre. — Se mentira matasse eu levaria um tiro agora mesmo. Eu nunca seria capaz de sentir indiferença por ela, nem se eu quisesse. Afinal de contas, é impossível passar por aquele jardim e não se encantar com o perfume das Rosas Brancas.

   — E há quanto tempo você está apaixonado por ela? E não tente mentir dizendo que não está. Sua cara de besta quando olha para ela já te entrega. — Touché.

   — Nunca pensei sobre isso, mas acho que não há dia certo. Ela me ajudou na mudança e quando vi, em poucos dias, eu já estava gostando dela.

   — Exato. Esse é o dom natural das mulheres dessa família. Ela são como sereias que, até involuntariamente, atraem as pessoas para o oceano de suas vidas. E aí vai da nossa sorte achar uma que seja mais calma. Sorte essa que nós não tivemos, já que ficamos com as mais turbulentas e intensas da família.

   — Acho que Lucy é a mais intensa. — Ok, eu não consigo não rir quando lembro dela. Isso já é impossível.

   — Isso é por que vocês são jovens, são assim por natureza. Quando tínhamos a idade de vocês, Maggie era pior que Lucy. Um verdadeiro vulcão. E isso foi o que nos uniu e o que nos separou.

   — Como assim?

   — Eu e ela somos nascidos e criados em Sanih Radii. Meus pais eram Mestres de Shomã, lecionavam para a corte, e os pai dela era capitão dos batalhões de alto nível, o que nos fazia ser da Elite. Apesar de pertencermos à mesma cidade, nós só nos vimos pela primeira vez aos 16 anos, quando fomos colocados no mesmo batalhão pelos nossos pais, juntamente com nossas irmãs

   — Você tem uma irmã?

   — Tinha. Ela morreu há 18 anos em um atentado Petriz.

   — Sinto muito por vocês. — E sinto mesmo. A cada dia que passa eu vou pegando mais raiva desse povo que eu, infelizmente, sou Guardião.

   — Tudo bem, já faz tempo. Enfim, nós nos conhecemos lá e logo de primeira eu já me encantei por ela. Ela era iluminada, radiante. Qualquer assunto a deixava empolgada e fazia seus olhos verdes brilharem. Assim como Lucy ela era forte e majestosa, mas também muito explosiva. Começamos a conversar e logo estávamos namorando e passando pelos 5 melhores anos das nossas vidas. Isso durou até o casamento de minha irmã com Renne, onde Theodora me chamou para ajudá-la e vi Maggie beijando outro soldado. Ela disse que foi ele quem forçou o beijo, no entanto, eu não acreditei... — Ele parece parar para rever suas memórias, porém rapidamente volta a história. — E para piorar a nossa relação, nesse mesmo dia aconteceu o atentado que te disse antes e que matou minha irmã e o bebe que ela carregava.

   — Quanta coisa para um dia só, hein.

   — E piora. Pelo pai dela ser o general, ele e mais alguns soldados foram enviados em uma missão para tentar dialogar com os Petriz e fazer um acordo de paz. Todos foram mortos, menos o pai dela. — Ele decide finalmente parar de andar de um lado para o outro e se sentar na cama. — O massacre foi devastador e muitas pessoas viram seus familiares morrerem na sua frente. Quando estava indo para o campo de batalha, vi um inimigo gritar pelo apoio do pai dela. Naquele exato momento eu entendi que ele era um traidor, aliado daqueles genocidas. Eu matei o soldado Petriz e fui atrás daquele rato velho. Ele tentou me atacar, mas eu fui mais rápido e o derrubei, colocando a espada em sua garganta. Quando ia dar o golpe final, Maggie entrou na frente, pedindo clemência pelo pai, assim como a mãe dela que estava um pouco afastada, e me julgando por ataca-lo. Na mesma noite eles fugiram para o mundo dos humanos e eu nunca mais a vi. Na época a mãe de Lucy, irmã de Maggie, estava grávida de um humano e decidiu ir morar com ele em um lugar mais calmo. Na mesma época descobrimos que o traíra foi assassino, mas ninguém sabe quem matou. Eu e Maggie nos separamos, mas ainda estávamos ligados por um laço com vários nós de amargura e rancor.

   — Nós esses que já deviam ter sido desatados. — Ele me olha como se me disse "Você ainda não entendeu a situação?". Por sorte eu já tenho uma resposta antecipada. — Eu sei que é tudo muito complexo, mas ficar parado se lamentando e sendo rude não vai mudar o passado.

   — E o que você me sugere, Ivan?

   — Diálogo e tempo para um boa reflexão, algo limpo e sem ressentimento. Esses são os melhores remédios.

   — Sábias palavras, mas não tente me enganar, sei que você não segue seus próprios conselhos. — Ele se desprende um pouco da tensão que a história causou com uma risada descontraída, que logo some. — E a propósito, eu falei com Sr. Miller à respeito do casamento e... Lamento, mas ele se mostrou irredutível, temo que não há muito o que ser feito.

   — Entendo, de qualquer forma, obrigado pelo esforço. — Ia saindo do quarto quando um questionamento vem até minha mente. — Rutts, como Miller ia nos atacar se ele está na miséria?

   — Não é só ele que odeia Renne, Ivan. Boa parte das províncias comandadas por Sanih Radii guardam rancor dele e adorariam se unir para destruir nossa cidade. Fora que... estão com problemas no exército. — Ele reluta em me dizer isso.

   — E por que não fazem isso?

   — Em resumo, há muito tempo houve uma guerra chamada Guerra de fogo. Ao fim desse conflito foi assinado uma aliança que impede que um reino ataque o outro. Nesse momento a aliança está muito enfraquecida e o momento seria propício para uma nova guerra, mas o casamento vai fortalecer esse "laço".

   — Ou seja, vocês não souberam resolver seus problemas sem conflito e agora eu e Lucy que vamos pagar isso? Que palhaçada. — Após isso, saio do quarto com a boca calada. Sinto um peso de tristeza e angústia se apossar e apertar os meus ombros que decaem sobre o meus corpo. — ... Ah, eu preciso de um banho.

Volto para o meu quarto e todo um banho demorado que me permite eliminar parte a densa da má energia que me domina. Lembrar que em uma semana minha Rosa Branca, a única mulher que eu já amei, vai ser jogada nos braços de um crápula arrogante deixa meu corpo quente de raiva. Essa consciência faz minhas memórias se voltarem para Jane. E pensar que um dia eu confiei e gostei dela.

Saio do banheiro e visto com uma calça marrom desbotada com uma camiseta verde musgo que parece um moletom de tecido fino enquanto decido ir na cozinha pegar algo para comer. Essa decisão me custou uma boa caminhada até que eu achasse a fonte da minha refeição. Provavelmente a hora da janta aqui já passou, já que não há ninguém na cozinha e restam apenas alguns pedaços de uma torta de frango sobre a mesa.

O local está escuro e a única iluminação é a luz natural da lua atravessam as janelas, que já é o bastante para mim. Como à mordidas lentas e preguiçosas, mas algo aguça meus ouvidos e me guia como o vento faz com as folhas em dias de outono. Sou atraído até uma antessala que guarda, em seu centro, um piano de cauda preto com finas bordas brancas. Sob o banquinho de veludo vermelho está uma bela silhueta encoberta por longos cabelos castanhos que adquiriram uma coloração dourada graças as velas que estão em pratinhos em cima do instrumento. A bela música que ressoa timidamente pode ser reconhecida até pelo mais ignorante musicista.

Nos dedos delicados de Lucy, a música The Scientist ganha uma nova aparência. Quando ela se aproxima do refrão, eu faço um barulho com os pés para que ela saiba que estou aqui e não se assuste, prosseguindo com a doce melodia que inunda meus ouvidos e faz todos os sentimentos que tive durante esses dias transbordarem pelos meus lábios em forma de canto.

Nobody said it was easy

It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard

Oh, take me back to the start.

Ao fim desse nosso concerto pessoal, Lucy descansa as mãos sobre as coxas e me dirige um olhar profundo que se intensifica ao brilhar quando reflete a luz do fogo.

   — Não sabia que você tocava piano. — Me ponho na sua frente, apoiando meu cotovelo em cima do instrumento.

   — Não sabia que você cantava. — Ela profere suas palavras com um sorriso singelo nos lábios grossos.

   — Há muitas coisas sobre minha que você não sabe, Srta. Vaughan. — Me inclino sobre o piano e me aproximo dela na cômica tentativa de ser sedutor.

   — E há muitas coisas que você... — Essa é a vez dela de se aproximar de mim. — ... Sr Millborn, não sabe sobre mim. — Isso é o que Rutts quis me dizer. A aura de sedução que elas emanam é impactante. Mas ele errou em um ponto, pelo menos com Lucy. Ela domina essa aura com perfeição, não é algo involuntário, é uma arma que mulheres inteligentes são capazes de usar a seu favor. Quando penso em dar um primeiro passo, ela se levanta vagarosamente e se aproxima ainda mais de mim, colocando suas mãos em meus ombros e se esticando até chegar em meus ouvidos. — Coisas que você terá que fazer por merecer para descobrir. — Dito isso, ela se afasta um pouco e deposita um beijo quente no canto da minha boca, indo embora logo em seguida como se nada tivesse acontecido.

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