𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 16 - 𝕺 𝖎𝖓𝖎𝖈𝖎𝖔 𝖉𝖊 𝖚𝖒𝖆 𝖏𝖔𝖗𝖓𝖆𝖉𝖆
"Minha alma está afundada no mar de água envenenada. Quero minha luz. Onde está minha luz? Quero meu lugar ao sol, meu vento de calmaria. Quero segurar um punhado de terra em minhas mãos e sentir sua boa energia percorrer meu corpo necessitado. E quero rega-la com a água cristalina e pura, tão pura quanto o que espero que um dia meu coração se torne. "
Lucy Vaughan
Entro no quarto que me foi designado à passos largos e pesados. O coração nas costelas e as fortes tonturas e pontadas na cabeça denunciam meu estado de calamidade. Sinto minha garganta secar e arder insanamente, como se um copo de lava estivesse percorrendo toda a sua extensão.
O suor em minha testa faz eu me dirigir à sacada branca anexada ao meu aposento. O vento fresco e forte do fim de tarde beija meu rosto como se até mesmo a natureza tivesse piedade de mim. Mas eu não quero piedade. Eu quero o silêncio. O silêncio de uma mente tranquila e pacífica. Onde os meus demônios do passado parem de carregar suas correntes de culpa e simplesmente calem a merda da boca!
Se eu chorasse, talvez eu limparia minha alma, talvez um pouco da dor aliviasse e, quem sabe, eu conseguiria até respirar melhor, sem ter o peso da ansiedade esmagando meus pulmões.
Inspiro e expiro profundamente, tentando aliviar meu espirito para que as lágrimas venham. No entanto, ela não vem. Aperto meus olhos na longínqua esperança de que saia algo deles, mas eles permanecem secos. E enquanto isso, meu coração sufoca e meu corpo se encolhe quando minhas pernas começam a enfraquecer.
De repente, em meio ao sofrimento, escuto o ranger da porta atrás de mim. Movendo-se à passos silenciosos como uma sombra, não tenho a mínima necessidade de me virar para saber que o queimar que toca minha nuca vem dos olhos coloridos de Ivan.
— Posso entrar? — Sua voz é veludada.
— "Posso entrar" se pergunta antes da madeira! — Permaneço com os ombros encolhidos e o rosto virado para a paisagem à minha frente.
— Está tudo bem? — Reinicia Ivan, que parece estar acanhado.
— Eu pareço bem? — Questiono raivosa enquanto me apoio nas grades da sacada, ponderando se devo ou não me virar em sua direção. Eu só queria ficar sozinha.
— Defina "bem".
— Isso foi uma pergunto retórica, porra! — Decido virar-me para encara-lo enfurecida, mas me acalmo com a incógnita que tenho diante de mim. Ivan está com sua postura habitual, mas que diverge muito de seu tom de voz doce usado há poucos segundos. Com os ombros relaxados e um risco de seriedade nos lábios finos, seu olhar impassível é uma barreira que me impede de descobrir suas verdades intenções por trás dessa chamada.
— Sei disso. — Ele se encosta em uma das colunas brancas da cama. — Estão te chamando de volta.
— Eu não vou. — Me jogo na poltrona que florida que tem perto das cortinas da sacada. Bufo de estresse enquanto esfrego minha têmpora para aliviar a tensão. Falho miseravelmente.
— Eu não acho que eles aceitaram isso como resposta. — Seu deboche é claro. O que há de errado com esse cara?
— Que se foda o que eles vão aceitar ou não!
— Acho que eles não aceitarão essa resposta tão rude. — Ivan e suas brincadeiras ridículas.
— Ivan... Só sai daqui. — Suspiro, em exaustão.
— Não estou muito afim. — Diz ele enquanto cruza os braços.
— Sai daqui logo, merda! — Me levanto com um pulo e me aproximo dele com o rosto contorcido de ódio.
— Me obrige, florzinha. — Ele sussurra em meu ouvido.
— JÁ CHEGA! VAI EMBORA. SOME DA MINHA FRENTE, ME DEIXA EM PAZ!! — Vou empurrando ele até a saída e quando ele está do lado de fora eu tranco a porta e me isolo nesse cômodo enorme. A raiva e a frustração já estão fazendo efeito em mim. — AAAAAAAH! — Urro enquanto começo a socar e quebrar tudo que está na minha frente enquanto grito o mais alto que posso. Essa é a hora de extravasar toda a minha raiva que eu escondi por muito tempo.
Depois de 20 minutos quebrando todo o quarto eu me jogo na cama e fico esticada na cama olhando para o teto. Eu destruí muitas coisas de vidro, por isso meus braços e mãos estão com cortes um pouco profundos que logo cicatrizam rapidamente, assim como o rasgo no meu braç no dia do ataque na biblioteca. Meu coração está apertado, batendo rápido e minha respiração está muito acelerada, a ponto de me tirar o ar. Eu quero chorar. Eu preciso chorar e lavar a minha alma machucada, mas falho. Desde a morte de Dylan eu jurei nunca mais chorar e agora, que fazer isso é tudo o que eu mais quero, meu corpo me sabota e mantém meu juramento mais rígido. Estou sufocada com a droga dos meus sentimentos e não há nada que eu possa fazer em relação a isso. Fecho meus olhos e sinto meu corpo apagar.
Desperto com o som de batidas na porta, seguidas por uma voz feminina que me chama.
— Senhorita Vaughan, você está sendo chamada no salão para o jantar.
— Não estou com fome. — Minha voz é embargada e preguiçosa.
— Então pelo menos deixe-me ver o estrago que foi feito aí dentro. — É óbvio que ela ouviu meu surto, todo reino deve ter escutado. Me arrasto até a porta e faço o que foi pedido. É a mulher negra de cabeça raspada que estava ao lado de Ivan no dia do nosso sequestro.
— Sua fúria é poderosa hein. — Ela se estica um pouco vê melhor os danos causados no quarto. Seu rosto sem muita expressão passa a sensação de que ela vê quartos destruídos todos os dias. Mantenho minha expressão de indiferença. Não demora muitos para ela ver os cortes no meu braço. — Teremos que cuidar disso.
— Não estou afim.
— Mas irá infeccionar.
— Então que seja — Já estou fechando a porta quando ela coloca a mão sobre a mesma e impede meu movimento
— Senhorita Vaughan eu não sei o que te aconteceu e, sinceramente, não me interesso, mas o Rei Renne me deu ordens para te vigiar e garantir que você não morra. Vamos, venha logo. — Não há para onde eu correr, então apenas a sigo.
Já estamos na metade do caminho quando, em um relance de imagens, me lembro dos meus pais. Como pude só pensar neles agora? Estive tão focada na minha dor que me esqueci deles e de como deve estar desesperados. Que tipo de pessoa faz isso? Parece que não sirvo nem para ser uma boa filha.
— Preciso voltar para casa.
— Voltará em breve, mas não agora. — Ela diz sem me olhar.
— Entendo... Bem, já que você foi designada para me vigiar, posso saber o seu nome? — Pergunto também mantendo meu olhar no corredor de pedras com grandes arcos que me dão uma linda vista para a cidade
— Meu nome é Yala. — Chegamos na enfermaria e lá eles fazem os curativos em mim e rapidamente me liberam. Sou levada até uma sala de jantar onde todos estão reunidos, menos Ivan.
— Não estou com fome.
— O que quer fazer?
— Andar um pouco. Vou para o jardim. — E assim o faço.
Tenho um pouco de dificuldade para chegar até o jardim, mas depois de alguns minutos eu consigo. O lugar é realmente lindo e tem flores de todos os tipos e de todos os tamanhos, principalmente rosas vermelhas. O lugar não é muito iluminado, mas tem luz o suficiente para eu ver a silhueta de uma pessoa que já me é familiar. Ivan está encostado em uma mureta de tijolos com a cabeça abaixada. Me pergunto o que ele está pensando.
— Está melhor? — Ele me pergunta quando me aproximo e também me apoio ao seu lado no muro.
— Defina "melhor". — Uso o feitiço contra o feiticeiro e isso gera alguns sorrisos sinceros em nossos rostos cansados . — Não pretendo ficar aqui nem mais um segundo.
— Vai fugir? — Ele me olha de canto, a cabeça ainda baixa.
— Obviamente. Vou de madrugada. — Suspiro enquanto contemplo o lua que está à nos observar. — Você vem comigo? Nosso pais devem estar preocupados.
— Aceito o convite. Ah, e a propósito. — Ivan ergue sua cabeça no que aparenta ser um estalo de memória. — Quando você saiu correndo do salão, eu resolvi perguntar sobre os nossos pais. — Agora esse garoto tem minha sincera atenção. — Eles disseram que não precisamos ficar preocupados. Parece que um dos poderes dos Petriz e Angales é causar ilusão nas pessoas, então para nossos pais nós já estamos lá com eles.
— Essa é uma boa notícia. — Sou singela, apesar de estar derretida por dentro. Saber que meus pais estão bem - mesmo que com uma falsa eu - já me trás muito alívio.
— Quem era aquele homem? — E é aqui que sossego acaba.
— Não era ninguém. — Cruzo meus braços, me colocando na defensiva e tentando encerrar esse assunto.
— Um "ninguém" não te deixaria daquele jeito. — É, parece que é realmente sério essa pergunta. A intensidade de seus olhos é sufocante. Isso só pode ser uma palhaçada.
— Eu não quero falar sobre isso, Ivan! E, sinceramente, você é muito sem noção de me perguntar sobre isso agora. Você viu o estado em que eu fiquei, acha mesmo que eu estou boa para falar sobre o assunto? — E, novamente, uma partícula do meu surto de raiva ataca.
— Eu só fiz uma pergunta. — Ele dá de ombros e a pouca luz no ambiente me permite as rugas de irritação em seu rosto.
— Sim, e foi a pergunta mais inconveniente que você poderia ter feito. — Dou-lhe as costas e já estou pronta para voltar ao meu quarto pelo mesmo caminho que vim e planejar como vou sair daqui, mas sou parada por Yala.
— Sinto incomoda-los, mas os senhores estão sendo chamados no salão principal com urgência. — Eu e Ivan nos olhamos, apreensivos, e aceleramos o passo até o nosso local de destino.
Chegando lá vejo Renne sentado em seu trono glamoroso, com Theodora e Rutts ao seu lado conversando calmamente, apesar de emanarem uma tensão preocupante. A mesa redonda de antes já foi retirada, deixando o ambiente com a impressão ainda mais amplo do que já era.
— Senhores. — Chama Yala, para atrair a atenção dos três adultos que estão na nossa frente. — Aqui estão eles. — Dito isso, ela logo se retira.
— Crianças... — Renne se levanta para falar conosco. — acabamos de saber de um incidente muito desagradável. — Seu desconforto ao iniciar essa pauta mostra a carga de eufemismo que essa ''desagradável'' carrega. — Não será fácil ouvir isso mas... — Ele é rispidamente interrompido por Theodora. Parece ser um costume dela interromper os outros.
— O Lorde do Inferno e seus capangas sequestraram seus pais, que agora parece que eles estão em cativeiro, como prisioneiros do reino.
Isso me atingiu em cheio. Sinto minhas mãos começaram a suar e minha pressão parece ter caído até meus pés pela forte tontura que está fazendo tudo à minha volta girar. Isso era a última coisa que eu queria ouvir. Meus braços enrijecem e minhas mãos tremem em ira. Primeiro ele mata Dylan e agora sequestra meus pais, não... isso não é uma coincidência de azar. No salão o silêncio reina e esmaga.
— E minha irmã? — Dispara Ivan, que está encostado em um dos pilares do cômodo com a mão direita, tão trêmula quanto a minha, cobrindo o rosto.
— Desaparecida, até onde sabemos. — Responde Renne com delicadeza. Ele parece ter toda a calma e doçura que falta em Theodora, que é o próprio iceberg.
— Então vocês mentiram para nós! Disseram que não precisávamos nos preocupar. — Cuspo minhas palavras ferozmente enquanto a mágoa começa a fazer morada em mim e apertar meu coração.
— Não mentimos. Acabamos de saber da notícia através de um informante que está infiltrado no Castelo de Aaron.
— E o que faremos agora? — Indago.
— Como já foi dito na conferência, vocês serão treinados e tutelados por Rutts. Aprenderão tudo sobre lutas, armas, guerras e suas estratégias. — Explica Theodora. Nesse momento percebo que Rutts está extremamente calado e pensativo.
— Tudo isso para que? — Desculpe por roubar suas palavras, Ivan, mas confusão e desconfiança são as palavras que me descrevem agora.
— Para derrotar Aaron e acabar com todas as desgraças que ele vem fazendo. — A indiferença dessa mulher é assustadora. Seu rosto não transparece nenhum sentimento de empatia ou cuidado – muito pelo contrário, apenas evidência seu desprezo por tudo isso.
— E se não quisermos lutar? — Pergunta Ivan
— Os seus pais morrem. — Suas palavras devem ter sido como facas sendo enfiadas no peito de Ivan. Ele ergue sobrancelhas, tão estarrecido com essa resposta quanto eu, e a pouca cor de sua pele some ao tempo que todo seu corpo fica tenso. Eu procuro controlar minhas emoções para que a raiva não tome mais conta de mim e eu possa permanecer séria. Ainda há uma esperança.
Nesse momento me lembro de quando passava as férias na casa da minha avó e da minha tia e gastava meu tempo com brincadeiras peculiares. Todo dia minha tia me acordava cedo e me ensinava vários tipos de luta, como jiu-jitsu, defesa pessoal, ataque e, às vezes, luta com espadas de madeira. À noite minha avó me contava história de fantasia com todo tipo de criatura. Me lembro que em todas as histórias a heroína era muito forte, independente e inspiradora. Parece que chegou a minha hora de ser essa heroína.
— O treinamento de vocês dois começa amanhã bem cedo, então recomendo que vão agora para o quarto, ou pelo menos o que sobrou dele. — Ela me encara de forma intensa, como uma mãe quando vai dar bronca. Não me arrependo do que eu fiz, precisava extravasar a raiva, e antes fazer isso em objetos do que em pessoas como ela. Somos levados para um outro quarto onde, de novo, teremos que dormir na mesma cama. Como é que em um lugar desse tamanho não tem quartos o suficiente para dormimos sozinhos?
Na manhã seguinte acordamos junto com os primeiros raios de sol. Eu dormi muito mal por causa de todos os pesadelos que eu tive com meus pais e o rosto daquele maldito homem que eu descobri se chamar Aaron. Ivan também não parece ter dormido bem. Se mexeu a noite inteira, provavelmente por conte de seus próprios sonhos sombrios. Não trocamos uma única palavra desde que chegamos à esse cômodo e tal silencio foi muito pesado para mim, por mais brava que eu estivesse com ele. Aqui nós só temos um ao outro e eu sei que não podemos nos separar.
Vejo que Ivan não está nem um pouco confortável com a ideia de lutar e guerrear, mas ele entende que é necessário. Somos levados até a sala de refeições de guerreiros, onde boa parte do exército Angales fica na hora de comer. O espaço é bem rústico parece comportar muito mais pessoas do que as que tem aqui. Rutts ficou de nos encontrar aqui, mas ele está atrasado, como sempre, então eu e Ivan ficamos perto da porta do refeitório. Não demora muito para uma manada de brutamontes esfomeados chegar e começar a fazer fila, ou melhor, se empurrar na fila. Eles estavam brigando até que um deles parece ter percebido a nossa existência e não demora muito para que todos os olhares estejam virados para nós. Eles parecem que nunca viram ter visto uma mulher com roupa de treinamento na vida.
— Parece que vamos ter que arrumar dezenas de babadores para eles. — Diz Ivan, que se curvou em minha direção para que só eu possa ouvir suas piadas, que também são suas primeiras palavras do dia.
— Você também chamaria atenção se estivesse sem esses óculos com lentes escuras. — Cruzo os braços enquanto rio de sua observação acertada.
— É, mas eu prefiro me prevenir. — Ele ajeita seus óculos com um tom de deboche que já lhe é familiar. Depois de alguns segundos muito vergonhosos minha atenção é puxada por um estrondo de voz que eu me lembro bem. Por favor que não seja quem eu estou pensando que é.
— O que é que você tanto cochicham aí hein? — Ele pergunta para seus capachos quando a merda do seu olhar me encontra e eu não tenho para aonde ir. — Lucy, minha gata! — Ele vem até mim, querendo mostrar para todos dali que ele me conhece.
— Oi Saulo. — Respondo da maneira mais seca possível.
— Não sabia que você era uma Angales. — Sua animação me assusta.
— É, nem eu.
— E o que você tá fazendo aqui? Mulheres não deveriam lutar, são muito fracas. — Os caras a nossa volta riem dessa piada ridícula.
— É...e às vezes eu penso que homens não deveriam falar. Tenho dois braços e duas pernas e posso fazer o que eu quiser, quando eu quiser e como eu quiser. E o fato de eu ter nascido com uma vagina nunca mudou e nunca vai mudar isso!
— Aff, você é muito feminista. — Ele revira o olhos.
— Ainda bem não é, desse jeito eu consigo me proteger de homens como você.
— Ok, então vamos ver se você é forte mesmo. Vamos lutar aqui e agora. — Devo ser sincera, meu corpo está com muita vontade de encher esse rostinho de porrada, mas meu cérebro diz que não. Apesar de eu saber lutar e imobilizar, eu estou muito enferrujada e Saulo é quase o dobro do meu tamanho. Os meninos que estão aqui começam a se juntar para ver essa luta. Percebo que Ivan está apreensivo, ele não sabe lutar e não iria conseguir me defender caso fosse necessário.
— Posso saber o que está acontecendo aqui? — Rutts surgem ao meu lado de repente, me fazendo pular de susto.
— Eu a chamei para uma luta, mas parece que ela vai arregar. — Seu tom de provocação tem um pouco de efeito em mim e só aumenta minha vontade de esmurra-lo.
— Saulo você sabe quem ela é? — Meu treinador levanta uma sobrancelha e um sorriso de canto surge em seu rosto.
— Não, deveria saber?
— Sim. — Seu sorriso se alarga e ele vira sua atenção para todos os meninos. — Atenção rapazes, tenho algo importante para lhes dizer. — Rutts coloca seu braço direito em volta de meus ombros e me puxa para perto. — Essa jovem ao meu lado é Lucy Vaughan, a Guardiã do povo Angales, sua Guardiã. E esse — Ele também envolve os ombros de Ivan com seu braço esquerdo, — É Ivan Millborn, o Guardião do povo Petriz. Eu sugiro que vocês tenham mais respeito com ambos e se lembrem de uma coisinha bem pequeninha; as habilidades deles são muito superiores a de vocês, então não tente lutar com um deles, já que vocês sabem como isso termina. — Ele diz essas últimas palavras com um tom de ameaça. Saulo se encolhe e vai para o final da fila, mas antes disso Saulo para e me encara irado.
— Eu ainda acabo com você!
— É o que vamos ver. — Provoco. Não pretendo ser derrotada tão facilmente, não quando tenho um Lorde do inferno para matar.
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