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𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 13 - 𝕻𝖆𝖗𝖆𝖎𝖘𝖔 𝖉𝖆 𝕱𝖑𝖔𝖗𝖆

''À que se resume uma flor? À um simples presente de dia dos namorados? Ou talvez à uma mera decoração de sala? Bem, talvez seja só isso mesmo, mas... e se for muito além disso. E se a delicadeza das pétalas for a doçura da vida. Os espinhos, suas desgraças. O pólen, seu espírito que alimenta os seres ao seu redor. E talvez as flores sejam um belo resumo da nossa existência! Ou talvez... sejam apenas enfeites de mesa mesmo.''


Lucy Vaughan

Couro. É a única coisa que sei nesse momento. Que fui brutalmente jogada em um banco de couro quente com um saco sujo e fedido cobrindo meu rosto e com as mãos e os pés amarrados com força. Minha respiração ofegante reprimida que faz meus pulmões queimarem e meu coração banhado em pânico são reflexos do me corpo apavorado.

Me sinto ser balançada desconfortavelmente duas vezes no lugar em que me encontro, o que quer dizer que estou em um automóvel e que duas pessoas entraram nele e agora estão sentadas ao meu lado. Estou tentando reparar e memorizar cada detalhe - já que os caras de filmes de ação sempre fazem isso e dá certo, acho que não custa nada tentar. Posso escutar o som do trotar de cavalos, o que significa que estamos em uma carruagem, ou algo do tipo. O trajeto é turbulento e parece ser cheio de buracos, já que não para de chacoalhar, e isso está me dando um baita de um enjoo. Ninguém falou uma única palavra até agora, o que é agonizante e irritante.

No entanto o que mais me perturba é Ivan. Nem ao menos sei como ele está. Talvez tenha sido deixado na rua, provavelmente morto, afinal de contas, essas pessoas que sequestram não costumando deixar uma pista sequer. Ou talvez esteja sequestrado aqui comigo. Quem são essas pessoas e o que querem de mim? Será que são aquelas pessoas estranhas que vi na saída da escola? Será que isso tem a ver com o ataque na biblioteca?

Depois de um tempo percebo que bancar a Sherlock Holmes não vai adiantar nada, então eu simplesmente me forço a esfriar meu sangue, que está dando inveja em um vulcão de tão quente, e fecho meus olhos, na esperança de dormir e, logo depois, acordar desse pesadelo.

O desespero não será meu amigo nesse momento. A frieza pode me dar mais alguns minutos de vida.

Até que eu consigo tirar um cochilo, que me foi útil para recuperar um pouco da energia que se esvaiu do meu corpo após tanta adrenalina, mas sou acordada quando os cavalos param abruptamente e a carruagem volta a balançar por conta dos corpos. Sinto a pessoa que estava na direita, provavelmente um homem pelo forte balanço causado por algo mais pesado, descer e logo depois me pegar no colo. Me mantenho fria e estática, poupando energia e tentando planejar meu ataque e minha fuga, apesar de ter um voz na minha cabeça que está me chamando de iludida em 10 idiomas diferentes.

Ele anda uns 5 minutos comigo em seus braços até me colocar de pé e, em seguida, me pegar pela nuca e me colocar de joelhos e de cabeça baixa. A adrenalina volta me inundar, fazendo as gotas de suor brotarem em minha testa. Fecho minhas mãos vigorosamente para faze-las pararem de tremer. Preciso sair daqui, mas como?

Depois de muito pensar e estipular, me sinto ser puxada para a realidade pelo som de passos que parecem se aproximar cada vez mais. O dito cujo dos sapatos, que agora parece estar na minha frente, tira o capuz do meu rosto e coloca seu dedo indicador no meu queixo para, delicadamente, levanta meu rosto. Meu lábios se contorcem e minha sobrancelhas franzem em repúdio à esse toque indesejado.

O homem me encara e me analisa com seus olhos roxos vibrantes e faz uma expressão de leve desapontamento. Ele, que havia se curvado para me ver, agora retoma uma postura impecável que orna bem com seu físico alto e forte de um homem de 40 anos.

   — Por Genevíeve... — Seu suspiro de descontentamento é alto e pesado — É, definitivamente ela não foi agraciada com as feições tradicionais, principalmente fazendo essas caretas. — Ele me olha de forma cortante e eu me sinto levando uma bronca do meu pai. — Mas apesar de não ser o que eu esperava visualmente, pode ser que seja forte e ágil. — Diz o homem na minha frente, que agora passa a mão pelos seus cabelos loiros escuros antes de uni-las elegantemente.

   — Duvido muito senhor. Ela parece ser muito sedentária, assim como o outro. O senhor tem certeza de que são eles? — Pergunta um homem negro e grande como um muro que foi quem me trouxe até aqui.

   — Claro que tenho Edy, a investigação de Theodora foi muito minuciosa. Agora vamos ver esse. — Ele se dirige para a pessoa que está ajoelhada ao meu lado, que eu rezo que seja Ivan, e que está sendo segurado pela gola do moletom preto por uma mulher muito bonita que parece ser irmã do homem que está ao meu lado. Ela tem o cabelo raspado com o que parece ser um tipo de rede com adornos de pedras coloridas na cabeça que combinam com seu queixo fino. Os olhos tão amarelos e sérios quanto o do provável irmão a fazem parecer uma gata em preparada para um ataque. — O rapaz está desacordado?

   — Sim senhor. Ele tentou lutar para fugir, então não tivemos escolha a não ser apagá-lo. — Responde a moça em uma indiferença assustadora

   — Tudo bem. Levem-nos para o quarto. Veremos tudo amanhã, na conferência, de qualquer jeito. — Cortaram a corda que amarrava meus pés e eu já estava sendo levantada para algum lugar quando o homem chique volta sua curiosidade para mim. — E a propósito, menina, qual é o seu nome mesmo? — Reluto com a ideia de responde-lo, mas creio que não terei muitas alternativas.

   — Lucy. — Cuspo minha resposta, encarando-o. Ele eleva as sobrancelhas, surpreso.

   — É um lindo nome, apesar da delicadeza dele não combinar muito com sua selvageria. — Babaca. — Eu me chamo Renne. — E foi com essa vaga apresentação que nós nos "despedimos" e eu fui arrastada até um quarto belíssimo, o que me fez percebe que eu nem olhei direito para o lugar onde eu estava antes. O homem, aparentemente chamado Edy, corta as cordas que estavam prendendo minhas mãos e me dá um leve empurrão para que eu entre no quarto e fecha aporta atrás de mim.

O quarto é realmente luxuoso e grande, sendo três vezes maior que o meu quarto lá de casa. Ele tem paredes altas e uma porta francesa que eu acho que dá em uma sacada. Com uma mistura refinada da arquitetura barroca com a romântica, o quarto é regido pelas cores lilás, branco e verde-água, o que traz ao cômodo uma aparência leve e refrescante. Ao centro, uma cama muito grande com várias cobertas e travesseiros. Acima dela, grudado na cabeceira da cama, se encontra um véu branco e lilás que cai sobre a mesma.

Depois de muito observar, decidi ver qual é a paisagem que aquela sacada vai me proporcionar. Ao abrir as portas francesas eu já posso sentir o vento fresco bater do meu rosto e os raios de sol de uma tarde de verão tocarem toda a extensão do meu corpo. Vou até à beira da sacada e me deparo com uma imagem que mais parece uma pintura. É uma vila simples e cheia de flores. Mais à frente, além dos muros que cercam essa civilização, um mar vermelho de rosas que parecem ter florescido à poucos dias. Definitivamente é o paraíso da flora. Daqui de cima é possível ver algumas crianças correndo e brincando enquanto os adultos fazem negócios e comércio. Eles parecem estar tão feliz.

   — Ah Dylan, como você amaria ver isso. — Digo para mim mesma enquanto permito que minhas memórias tomem espaço em minha mente, o que foi um terrível erro já que, após esse momento de paz, meu cérebro foi bombardeado com as lembranças dolorosas que insistem em me perturbar sempre. Respiro fundo para expulsá-las e volto para o quarto. Me deito do lado direito da cama e fico olhando para o teto. Por que eu estou aqui? O que farão comigo? Onde está o Ivan?

Essa minha última pergunta foi respondida com um gemido de dor que veio do meu lado esquerdo e que me faz saltar de susto. Ivan está ao meu lado e parece estar despertando. Como é que eu não percebi que um menino desses estava ao meu lado?! Ele se senta na cama e coloca a mão na parte de trás da cabeça, onde foi atingido. Ivan ainda não me notou, então eu me sento na beirada da cama, fingindo que eu sabia que ele estava aqui e que eu só o estava esperando acordar.

   — Lucy? — Sua voz é vaga e confusa.

   — Que bom que acordou. Sua cabeça está doendo muito? — Me viro em sua direção e afio meus olhos para me certificar de que ele não está machucado. Isso faz uma dúvida incomoda ter espaço em minha mente. Por que eu me importo tanto com ele? Não nos conhecemos há nem um mês e ainda assim parece que somos amigos de longa data, como se nossa ligação fosse de outras vidas, algo além do que as palavras que já foram criadas podem descrever.

   — Sim, mas nada que seja insuportável. — Ele começa a olhar ao nosso redor. — Onde estamos?

   — Eu também não sei. — Dou de ombros e volto a me deitar.

Lhe conto tudo o que aconteceu na esperança de que possamos pensar em algo junto, mas parece que nesse caso duas cabeça não puderam nem pensar por uma. Ficamos horas criando teorias sobre tudo o que está acontecendo. Conversamos tanto que descobrimos que temos vários gosto e opiniões em comum, como a paixão por animes, o interesse pelo universo e os conhecimentos estranhos de como matar alguém sem deixar que foi adquirido graças as séries policiais que ele diz adorar. Em determinado momento, me sinto segura o suficiente para explicar à ele o motivo do arranhão que estava no meu braço. Ele se surpreende e diz que as nossas histórias podem ter alguma ligação com isso. Estávamos discutindo essa hipótese quando alguém bate na porta. Eu e Ivan nos olhamos apreensivos e decidimos ir juntos abri-la. Mal abrimos a porta e uma menina loira muito animada entra com um carrinho cheio de comida.

   — O que é isso aí? — Ivan indaga, muito desconfiado.

   — É o jantar dos senhores — Responde a pequena menina que deve ter uns 15 anos.

   — E isso daí não tá envenenado não, né? — Diz Ivan, com toda a sua delicadeza, que mais parece um coice de girafa. A coitada da garota ficou extremamente sem jeito e desconfortável.

   — Ivan! — Repreendo-o

   — Que foi? Só estou me prevenindo. — Ele resmunga enquanto dá de ombros

   — Tá, mas não precisa ser rude.

   — Ah claro, então fala isso para os caras que acabaram de nos sequestrar e que podem estar tentando no matar! — Seu tom de voz de eleva, apesar de ainda ser mais baixo que um grito, enquanto seus olhos enfurecidos transparecem a confusão e desconfiança que ronda nós dois.

   — Se quisessem nos matar já teriam feito isso! — Respondo com o mesmo volume de voz.

   — Eles não querem matar os senhores. Nunca fariam isso! — Dispara a menina que agora está vermelha como um pimentão e muito encolhida. — Sei que está tudo muito conturbado, mas amanhã, na conferência, tudo será explicado. — Tendo dito isso ela pega o carrinho de comida e sai do quarto o mais rápido possível. Parece que a minha discussão com a Ivan foi mais tensa do que nos pareceu.

Depois de um tempo de silêncio entre nós dois sinto meu estômago roncar, implorando por comida. Decido ir até os pratos, ver o que é a nossa refeição. Olho e posso dizer que já vi alguns. Minha avó trabalhava de cozinheira na casa de uma mulher muito rica que exigia sempre os melhores pratos.

   — O que é isso? — Ivan questiona.

   — Ravióli de búfala com fonduta de parmesão, lagarto ao vinho com batatas rústicas e um Filé-mignon ao molho de mostarda. — Leio o cartão que está ao lado dos pratos e que contém o cardápio e que confirma minhas suspeitas.

   — Hum... — Murmura, enquanto cruza os braços — eu não sei não.

   — Bem, então sobra mais pra mim. — Começo a me servir e dou a primeira garfada no ravióli. Agora eu entendo o porquê daquela mulher rica amar esse prato. — Você sabe que não comer isso é uma afronta a culinária mundial né?

   — Ok, ok. — Ele se rende à minha insistência e pega um pouco da refeição sugestiva. Ao mastigar um pedaço da lagarto, seus olhos brilharam e sua teimosia agora está claramente destruída. — Você é insuportável Lucy! — Diz ele, entre risadas e sorrisos sinceros que são tão raros de se ver. Ele deve ter sofrido muito preconceito por conta dos seus olhos. Os mesmos olhos coloridos que me amarram e me puxam para perto dele, como um ímã de potência máxima.

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