Capítulo Dois
Time, curious time
Gave me no compasses, gave me no signs
Were there clues I didn't see?
Eu sempre amei a natureza. Desde criança todos os aspectos das plantas e animais me encantavam. A natureza inspira, nos faz pensar e nos encanta.
Não é fantástico olhar para uma pequena tulipa branca e se sentir fascinada? Não foram criadas por seres humanos, e são seres vivos que respiram, se alimentam e se reproduzem assim como nós.
Segundo a teoria religiosa, todas as plantas que há no globo terrestre foram criados por Deus. No terceiro dia da Criação do mundo ele fez brotar na Terra todos os tipos de vegetais, árvores frutíferas, flores e etc. (Gênesis 11:12)
Já segundo a ciência, as primeiras plantas surgiram através de um tipo de alga que era capaz de sobreviver até mesmo em terrenos secos, onde originou os musgos e foram evoluindo milhões de anos até surgirem as samambaias e logo depois, os pinheiros.
Na minha adolescência sempre fui muito curiosa em relação a como foram criadas cada coisa do mundo, é por isso que sei tanto sobre o assunto. Eu passava horas pesquisando, fazendo anotações e criando minhas próprias teorias.
A Criação do mundo, por exemplo (que é onde se enquadra as plantas, animais, seres humanos e etc.), acredito nas duas teorias. Como uma pessoa lógica que sempre gostou de ter respostas para todas as perguntas, acredito na Teoria do Big Bang. E como uma pessoa de fé, acredito no que diz a Bíblia, gosto de acreditar que por trás daquela explosão toda que nos trouxe aqui hoje, sempre existiu um ser maior por trás. Uma divindade.
E é por isso que sempre amei a natureza. Ela sempre me fez refletir, pensar e divagar pelos caminhos incertos da vida. É triste pensar que os vegetais assim como os animais, também sofrem risco de extinção. Certa vez, li um artigo sobre uma pesquisa britânica que dizia que uma em cada cinco plantas correm risco de sumir. Isso é natural, porém alguns especialistas estudam como as ações dos seres humanos aceleram esse processo.
Pensar nesse tipo de coisa me faz ficar um pouco triste, pois sou amante da natureza e tudo que reside nela. Cada aspecto me encanta. Mas assim que pisei meus pés no Atlanta Botanical Garden, não contive as lágrimas de felicidade.
Era um lugar fantástico. Parecia ter saído de um conto de fadas. As variadas esculturas de animais feitas nas próprias plantas, eram super realistas e eu enchi meu cartão de memória fotografando todas elas.
Minha parte preferida naquele lugar foi no centro, onde havia uma pequena fonte rodeada por pequenos arbustos e uma escultura de vidro azul, que de longe parecia uma flor. O lugar todo era fantástico e transmitia muita paz, mas aquele lugar em questão me fazia ter vontade de um dia levar meus filhos para brincar em volta daquela fonte.
Engraçado, que como se o universo tivesse lido meus pensamentos, enquanto sonhava acordada olhando para a fonte, vi um casal se aproximando e se sentando em um dos bancos. Duas menininhas correram em volta da fonte brincando. Ri da cena e por se parecer tanto com como eu imaginei.
Eu não queria relacionamentos naquele momento. Não queria ter que me envolver com outra pessoa novamente. Mesmo tendo passado um ano desde minha história com Liam, ainda considerava tudo muito recente e não queria ter que esquentar a cabeça com assuntos amorosos tão cedo.
Mas eu sempre quis construir uma família. Sempre adorei crianças e lógico que um dia iria querer uma para chamar de minha. Mas não ainda. Aquele ainda não era o momento. Mamãe sempre disse que tudo acontece como deve acontecer e em seu devido tempo. E eu não acreditava que aquele era o tempo disso ainda. Aquele era um tempo de aproveitar a vida e deixar para trás os fantasmas do passado.
Ainda era um pouco cedo quando saí do jardim, eu quis sair mais cedo que os demais turistas para passar em algum lugar para comprar um novo chip.
Enquanto saía da loja já com o chip em mãos, acabei esbarrando em uma pessoa e quase caindo, se não fosse pelo homem me segurar eu cairia feito uma jaca no chão.
Me senti envergonhada por andar na rua com a cabeça nas nuvens e pela facilidade de cair no chão.
ㅡ Ai, me desculpe. Eu não sei onde estou com a cabeça. ㅡ Uma voz familiar me surpreendeu com a declaração que eu faria.
Encarei o rosto e no mesmo instante ele me encarou parecendo levemente surpreso.
ㅡ Jayden?
O ruivo sorriu e me encarou com um brilho diferente no olhar. Ele ajeitou os óculos de grau, cruzando os braços logo após.
ㅡ Bom saber que se lembra do meu nome, Srta. Baker.
Sorri sem humor. ㅡ Sou boa em decorar nomes e rostos.
ㅡ Percebi. ㅡ Jayden me analisou e pareceu pensar no que dizer e descruzou os braços. ㅡ Está livre? Conheço uma lanchonete aqui perto que vende a melhor Peach Cobbler* da cidade.
Hesitei em aceitar o convite de um estranho. Eu mal conhecia Jayden e eu tinha um certo medo de deixar alguém se aproximar de mim.
ㅡ Ah, vai dizer que não gosta de Peach Cobbler? ㅡ Ele perguntou com uma falsa ofensa na voz.
ㅡ Eu adoro, mas é que... ㅡ Eu hesitei novamente. O que diria? Que não deixava ninguém mais se aproximar de mim desde que eu terminei meu relacionamento abusivo?
Jayden sorriu. ㅡ Então qual a desculpa que vai inventar?
Ele levantou uma sombrancelha como se me desafiasse e eu decidi ceder. Como eu disse, aquele era um momento de deixar os fantasmas do passado para trás. E eu não poderia viver traumatizada com relacionamentos a minha vida inteira. E talvez fosse uma boa ideia conhecer pessoas novas.
ㅡ Nenhuma. Acho que um doce não cairia nada mal no momento.
Jayden sorriu novamente. Céus, eu precisava parar de babar por ele toda vez que sorria.
ㅡ Com certeza não. Então, vamos?
Assenti e saímos caminhando pelas ruas de Atlanta rumo a lanchonete.
ㅡ E o que você faz da vida, Srta. Baker? ㅡ Jayden perguntou enquanto estávamos sentados na lanchonete esperando nossos pedidos.
ㅡ Primeiro, pare com formalidades. Só Layla, por favor.
Jayden sorriu em graça. ㅡ Claro.
ㅡ Eu apenas vivo. ㅡ Pude vê-lo franzir as sombrancelhas pensativo. ㅡ Eu viajo conhecendo o mundo. E é só isso que faço.
Ele pareceu levemente surpreso, mas disfarçou bem com um sorriso.
ㅡ Entendi. Eu também me considero um viajante. Como te disse naquela noite, sou neurocirurgião e sempre estou mudando de cidade. ㅡ Jayden ajeitou os óculos e eu me peguei pensando em como ele ficava ainda mais atraente com eles.
Pisquei os olhos repetidas vezes, tentando afastar tais pensamentos estranhos.
ㅡ Interessante. Posso perguntar o porquê? ㅡ Questionei.
ㅡ Claro, não se preocupe. As pessoas costumam perguntar isso com frequência. ㅡ Ele parecia realmente a vontade para falar de sua vida comigo, o que me fez franzir as sombrancelhas. ㅡ Eu procuro meu lugar. ㅡ Ele me encarou e provavelmente me viu com a confusão estampada na testa. ㅡ Procuro um lugar que eu ne sinta bem, um lugar para chamar de lar.
Intrigante, pensei. Jayden não parecia ser do tipo de pessoa que se sente deslocado, mas como sempre, a vida é um tanto estranha.
Interrompi meus pensamentos quando a garçonete chegou com nossos pedidos. Encarei a torta a minha frente e parecia apetitosa.
ㅡ Você sabia que a uma lata de Coca cola tem cerca de 10 colheres de chá de açúcar, 150 calorias, 30 a 35mg de cafeína, e está cheia de corantes e flavorizantes artificiais nada saudáveis?
Encarei Jayden que me encarava como se eu tivesse um terceiro olho. Ri de sua declaração.
ㅡ Fala sério, vir em Atlanta e não tomar coca, é como ir em um parque de diversões e não brincar em nenhum brinquedo.
ㅡ Discordo. A culinária de Atlanta é riquíssima e você não precisa necessariamente tomar um refrigerante para “aproveitar” o lugar. ㅡ Ele fez aspas com os dedos e eu ri por ele ser tão careta.
ㅡ Você já foi ao museu da coca cola? Que graça teria de ir lá e não provar aquelas variadas bebidas?
Jayden riu. ㅡ É só não ir. Veja só, esse chá gelado com pêssego. ㅡ Apontou para o copo a sua frente. ㅡ É uma delícia, e apesar de ter uma quantidade elevada de cafeína, se for consumido em pequenas doses não é nenhum pouco maléfico a saúde.
Eu ri outra vez. Parecia que eu estava conversando com um cara de sessenta anos.
ㅡ Ok, Dr. Jayden. Mas será que poderíamos comer logo, antes que esfrie? ㅡ Meu tom era brincalhão e ele me encarou como se eu fosse uma criança, me lançando um olhar de repreensão.
Ri novamente antes de dar uma garfada em minha torta, fazendo Jayden me acompanhar. Ele tinha razão, sem dúvidas era a melhor Peach Cobbler da cidade.
ㅡ E então? ㅡ Ele perguntou provavelmente se referindo ao doce.
Dei um gole no meu refrigerante antes de responder.
ㅡ Maravilhosa.
ㅡ Eu sabia que iria gostar. Aqui é meu lugar favorito.
Sorri. ㅡ Entendo perfeitamente o motivo.
Jayden olhou em seu relógio de pulso e deu outra garfada no doce.
ㅡ Está na minha hora. ㅡ Disse depois de tomar um gole de seu chá. ㅡ Meu plantão começa as sete e eu ainda preciso resolver algumas coisas.
ㅡ Claro, tudo bem.
ㅡ Ah, antes que eu me esqueça. ㅡ Jayden tirou um post it amarelo e uma caneta do bolso de sua calça e após anotar algo me entregou um pequeno papel. ㅡ É meu número pessoal, qualquer coisa pode me ligar.
ㅡ Certo, obrigada.
Jayden se levantou e colocou um dinheiro sob a mesa.
ㅡ Até mais, senhorita.
E saiu sem ao menos esperar eu responder. Ri sozinha quando ele se foi. Aquele doutor tinha algo de diferente que instigava minha curiosidade. Apesar de ser tão careta e parecer um velho de sessenta anos, tinha algo nele que me chamava atenção. Que me fazia querer encontra-lo novamente.
Algo que fazia eu querer conhecê-lo para saber de uma vez por todas que raios ele tinha de especial. Sem contar que me vi atraída por ele, já que era muito bonito.
Após terminar meu doce e pagar minha conta, saí da lanchonete e percebi que o sol estava se pondo. Atlanta estava coberta pelos raios solares em tons de laranja. Não perdi tempo e peguei minha câmera e tirei uma fotografia do sol se pondo atrás de uma árvore. Uma linda imagem que colocaria em uma moldura mais tarde.
Segui meu caminho rumo ao hotel com os pensamentos distantes. Na verdade, com os pensamentos em um certo ruivo que insistia em estar em todos os lugares que eu ia.
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Hii guys!! It's ok?
Depois de algum tempo, eu estou de volta com essa história fofíssima para vocês!
Eu vou tentar atualizar sempre que possível, mas se eu demorar muito, peço que me perdoem. Esse ano está sendo uma loucura para todo mundo.
Mas me digam, o que acharam do capítulo? O que estão achando da história? Me contem, por favor!
Essa a minha primeira história e eu queria muiiito a opinião de vocês, pois ajuda muito!
Bom, por enquanto é isso. Não deixe de clicar na estrelinha e deixar seu feedback!
See you! <3
Peach Cobbler*: é uma torta de pêssego com uma massa de biscutis. É uma sobremesa muito popular no sul dos EUA, e é uma delícia.
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