Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Corredor da Morte

Richard Laurent

As coisas aconteceram com tanta rapidez que demorei alguns segundos para pegar a essência da situação.
Quando tornei à olhar pela janela, era como se assistisse à um filme de guerra.
Os dois lados lutavam como se fosse o fim do mundo. Os disparos continuavam. Não vi nem sinal de Brian, ou de Kellan.
Mas muitos corpos estavam estirados no chão. Era um verdadeiro banho de sangue.
O corredor estava escuro mas não vazio. Eu podia ouvir os gritos e os tiros pela casa toda.
A porta do quarto foi aberta. Um homem entrou apontando uma arma no meio da minha cabeça e perdi completamente a noção. Saquei o meu revólver mais do que rapidamente e atirei no sujeito. Não só uma vez, como cinco!
Eu tinha matado um homem...Sem saber sequer se ele era inimigo ou não. Tinha matado...um homem... Eu...Foi em legítima defesa, certo?
Pulei o corpo imóvel no chão e me arrisquei pelo corredor. Desviei de uma bala por poucos centímetros, me escondendo em uma pilastra.
Tinha que encontrar Brian e matá-lo da maneira mais sangrenta possível...Ok, isso parecia meio engraçado vindo de alguém que estava em choque por ter dado cinco tiros em um desconhecido a cinco minutos atrás mas teoricamente eu queria sim matar Brian. E precisava encontrar Kimberlly... Mas tentei não pensar muito nela. Isso me deixaria vulnerável e distraído.
Não poderia de maneira alguma levar um tiro naquelas circunstâncias. Nunca estivera no meio de uma situação daquelas e confesso que o pavor me consumia completamente. Eu era um tremendo covarde!
Lá fora as coisas se encontravam ainda piores. E seria bem provável que Brian tivesse fugido para dentro da floresta...
Acabei me esbarrado com um homem rechonchudo no corredor do segundo andar. Tinha tomado aquela direção com o objetivo de chegar na varanda onde eu teria uma visão mais ampla.
O homem não demonstrava ameaça, muito pelo contrário, ele parecia tão perdido quanto um cego.
- Não atire em mim! Por favor!
Se o caso não fosse tão sério, eu teria rido da cara do sujeito.
Ele usava um colete amarelo. Igual aqueles de taxista.
- O que faz aqui?- Não era a melhor hora para bater papo mas... Talvez ele pudesse me ajudar.
- Juro que não sei como me meti nessa, moço. Não atire em mim eu não fiz nada!
Revirei os olhos exaustivamente. Ele relaxou um pouco com o gesto.
- Vim trazer uma moça aqui hoje de manhã. Estava em meu horário de serviço. Ela não voltou então pensei que tivesse fugido sem pagar... Quando cheguei até aqui, fui abordado por dois camaradas não muito legais, entende?
Assenti impaciente.
- E eles te manteram aqui esse tempo todo? Sozinho?
Negou com a cabeça.
- A moça bonita estava comigo. Embora ela ainda não tenha me pagado...
E ele parecia mais preocupado com o maldito pagamento do que com o fato de estar no meio de um tiroteio.
Retirei do bolso da calça social minha carteira e joguei para ele, que pegou no ar.
- Espere que isso pague.
Seus olhos se arregalaram.
- Isso quase dá pra comprar um táxi novo...!
Provavelmente.
- Então, enquanto você estava preso lá em baixo... Sabe se ouviu eles falarem sobre uma garota? Kimberlly Drayton...
Demorou tanto para responder, que já estava prestes a repetir a pergunta.
- Ah! Me lembro de ter achado o nome bonito. Minha mulher está grávida, entende? É uma menina. Ainda não decidimos o nome...Mas Kimberlly me parece...
- Só quero saber o que ouviu exatamente!
Ele pareceu desapontado por ter sido cortado no meio da frase.
- Bem...O cara esquisito do cabelo sinistro disse que iam usar a moça bonita para enganar um velhote, já que a outra lá, a Kimberlly, tinha tomado chá de sumiço. Ele disse exatamente isso. Chá de sumiço.
Então ela tinha fugido! Fugido! Possivelmente estaria em casa uma hora dessas. Me tranquilizei um pouco.
- Mais alguma coisa que se lembre? - Perguntei com alívio.
- Nadinha.
Dei um tapinha no ombro dele.
- Muito obrigado.
Ele levantou a carteira até a altura do queixo gordo.
- Isso sou eu quem digo, amigo.
E desapareceu saltitante no fim do corredor.
Liguei para Cibelly. Ela parecia superpreocupada. Porém o que disse não me deixou nada satisfeito. Kimberlly ainda não havido aparecido.
Quem sabe fugira à pouco tempo e ainda não tivesse conseguido chegar em casa...
Pensei em sair e procurá-la pela estrada mas então vi uma pessoa. Alguém que não devia estar ali.
Eu havia chegado ao quarto dos meus pais, me dirigi para a sacada ao mesmo tempo em que Nicholas escalava a árvore. Da mesma forma que fiz a uma hora atrás. Agora a lua já estava alta no céu noturno.
Ele pulou para o quarto e assim que seus olhos esbarraram em mim, acredito que tenha se arrependido de não ter ficado lá em baixo.
- Então quer dizer que conseguiu escapar? - Tentei manter o tom neutro, embora quisesse matar Nicholas tanto quanto queria matar Brian.
- Demorei um século para soltar as cordas.
Estendeu o pulso colorido em tom de hematoma em minha direção.
- E o que veio fazer aqui?
Um disparo soou próximo, fazendo Nicholas soltar um gemido.
- Impedir que mais merdas aconteçam.- Ele deve ter notado minha expressão, pois tratou de ir dizendo: -Cara,juro que não sabia que o Brian ia fazer isso tudo! Era só para passar um susto...
- Hã. Ainda não vejo como você poderia ser útil agora. Só está me atrapalhando.
Deu de ombros.
- Kimberlly fugiu e Brian não queria desperdiçar o plano. Ele pretendia trazer Dornas até aqui e fazer o que fez... Enganá-lo. Para depois mat...
- Para onde ela foi?
Balançou a cabeça.
- Não faço ideia. Faz dois dias desde que saiu daqui. Ninguém sabe como. Brian temia que ela fosse estragar o esquema e decidiu arriscar tudo de uma só vez.
Dois dias... Santo Deus, Kimberlly. Agora sim eu estava em pânico.
- Por quê topou continuar com essa mentira, Nicholas?
Seus olhos se encheram de lágrimas. Aaaaaah por favor!
- Eu sou um idiota! Brian prometeu que quando tudo acabasse íamos embora para outro lugar. E que Kimberlly iria ficar bem. Me convenceu de que se arrepender àquela altura seria burrice.
Passei as mãos pelos cabelos e bufei. Se tivesse algo para quebrar ali, eu teria quebrado.
- Dois dias! DOIS DIAS! Ela pode estar MORTA! E a culpa é toda SUA!
Quando as lágrimas de Nicholas escorreram não consegui me conter. Chorar...Como se isso fosse mudar a realidade.
Segurei seu pescoço com tanta força que seu rosto passou do típico bronze para branco em dez segundos.
A boca se abria e fechava como um peixe fora d'água. E por uma fração mínima de tempo me lembrei do que fiz a poucos minutos atrás... Tinha matado...um homem.
Minhas mãos se afrouxaram e senti como se pudesse acabar chorando igual à Nicholas, mas não fiz isso.
- Você vai me ajudar a trazê-la de volta! Vamos.

Localizar Brian foi mais fácil do que eu pensava. Estavam escondendo-o no mesmo cômodo de antes. O quarto de minha irmã.
Se me lembrava bem, tinha uma maneira simples de conseguir chegar até lá que não fosse pela porta.
Laisla morria de medo de dormir sozinha, então arrumei um jeito, para que ela passasse para o meu quarto sempre que não conseguisse pegar no sono.
O corpo do homem continuava estirado em frente à porta. Nicholas o olhou demoradamente ao passar por ele.
Fechei a porta atrás de mim, arrastando o corpo para dentro.
- Por quê deixar aqui? - Nicholas perguntou. Ainda encarava o defunto com uma expressão aterrorizada.
Optei por não responder sua pergunta. Não adiantava tentar limpar minha barra. Aquele homem havia morrido e a culpa era minha.
Abri meu guarda roupa. Existia um fundo falso. Dei um soco na base para que abrisse. E abriu.
- Uau! - Nicholas exclamou em admiração.
Deixei espaço para ele.
- Você primeiro - Falei
- Não mesmo! Aposto como você vai me trancar aí em baixo.
Revirei os olhos.
- Pode ter certeza que estou sonhando com isso mas no momento tenho outras prioridades.
E após um breve momento de reflexão, ele passou à minha frente e entrou no buraco.
- Isso não é alto, não é?
- Anda logo!
Ouvi o baque e em seguida um gemido.
Fui logo em seguida, fechando a portinhola em cima de mim.
- É escuro aqui em baixo - Reclamou.
A entrada para o quarto de Laisla devia ficar um pouco à frente... Encontrei a claridade do teto. Era por ali. Deviam estar usando uma lamparina ou coisa do tipo.
Puxei uma fita no alto e uma parte do teto cedeu. Subi as escadinhas.
- Fique ai por enquanto - Pedi para Nicholas.
Agora eu estava dentro do guarda roupa de minha irmã. A quanto tempo não fazia isso!
Pela fechadura pude ver Brian e mais dois homens. Ele tinha um corte no braço esquerdo.
Abri a porta minimamente. Mirei o revólver em Brian, que estava sentado em um banquinho de madeira segurando o braço que sangrava.
Disparei.
A bala passou tão perto de seu alvo que por um segundo pensei que tinha tido sorte, mas não.
Os dois homens se levantaram alarmados e o próprio Brian sacou sua arma. Eu tinha sido descoberto.
Quando um dos homens abriu a porta do guarda roupa, atirei em sua perna, e chutei seu revólver para longe.
Sai de dentro do meu esconderijo rodeando o quarto. O segundo homem atirou, revidei com outro tiro que lhe acertou o pé. Ele se contorceu no chão. Uou, aquilo devia doer.
Brian tinha ficado encurralado.
- Quem é você! ? - Mirou meu peito.
- Alguém que vai fazer você se arrepender do dia em que pelo menos pensou em tocar na Kimberlly.
Ele segurou a arma com mais firmeza.
Vi o exato momento em que ele apertou o gatilho mas parecia que minhas pernas eram feitas de chumbo. Mandei um comando para o cérebro a fim de avisar que eu precisava correr, porém acho que ele não entendeu bem. Simplesmente congelei no lugar.
As pessoas dizem que quando se está prestes à morrer sua vida toda passa diante de seus olhos. Bem... Não sei se é exatamente verdade. Meus pensamentos eram dirigidos unicamente à Kimberlly Drayton. De certa forma ela era a minha vida, ou para parecer menos clichê, era ela quem trazia sentido para a minha vida. E desejei verdadeiramente que pudéssemos ter tido mais tempo. Desejei que tivesse feito as coisas da maneira correta.
Quando vi Kimberlly pela primeira vez, pude jurar que já nos conhecíamos de algum lugar. Talvez de algum perfil na internet, das ruas movimentadas de Nova York ou quem sabe da fila do super mercado... Mas vai ver, tínhamos nos conhecido em outras vidas. E eu tinha certeza absoluta que a amei em todas elas. E que a amaria em todas as outras.
A maioria das pessoas não conseguem encontrar o sentido de sua existência. Algumas simplesmente passam décadas vagando sem rumo. Eu era um privilegiado. E estava feliz por isso, por mais que o tempo tenha sido um filho da puta comigo.
Quanto mais escura a noite, mais brilhantes são as estrelas. Kimberlly era a minha estrela.
Fechei meus olhos esperando pelo desfecho iminente mas ele não veio.
Fui arremessado no chão, quando alguma coisa colidiu contra meu corpo. Houve mais um disparo.
Nicholas estava no chão. O sangue rubro manchava sua camisa cinza acima do umbigo.
Brian tinha parado. Congelado, na verdade. Encarava o companheiro em choque.
Aquele seria o momento certo. Acertei sua panturrilha. Por impulso, ele apertou o gatilho, atirando na parede e caindo em seguida.
Atravessei o quarto, tomando a arma de sua mão.
Me agachei ao lado de Nicholas. O sangue escorria de sua boca. Os olhos se esbugalharam como se quisesse me dizer alguma coisa.
Sua mão encontrava-se fechada em punho, notei que ele tentava esticar o braço para mim. Desafrouxei o aperto de seus dedos.
Um prendedorzinho azul em forma de borboleta, permanecia pousado delicadamente em sua palma. Reconheci o enfeite.
Nicholas tentou novamente mexer a boca. "Estafa a en baiço...". Foi o que ele conseguiu pronunciar, e tinha sido o bastante para que eu compreendesse.
Se o prendedor de Kimberlly estava lá em baixo...
Nicholas apertou meu braço. Não com muita força.
- Vá...
Não podia deixá-lo ali. O cara era pesado de verdade. Não dava para carregá-lo. Devia ter outra maneira.
Ele balançou a cabeça negativamente.
- Vá! - Dessa vez saiu com mais convicção.
Levantei sua camisa afim de examinar o ferimento. Nicholas gritou, empurrando minha mão para longe.
Tomou ar com dificuldade.
- Me... deixe. Vá!
Cerrou as pálpebras com força, como se já tivesse decidido. E ele tinha.
Me levantei hesitante. Brian choramingava no chão. Não iria perder tempo com ele.
Entrei novamente no túnel. Meus pais acreditavam que aquilo um dia já fora um esconderijo, na época da segunda guerra. Era bem provavel, levando em conta o labirinto interminável.
Kimberlly poderia estar em qualquer lugar ali dentro.
Liguei a lanterna do celular. Bem... Agora começaria a missão de resgate.

Dois minutos. Seis segundos e quase nove milésimos depois comecei a gritar. Chamar por Kimberlly. Não recebi resposta.
Minha mãe não costumava frequentar a igreja. Meu pai se considerava judeu mas não era praticante. Então nunca tive incentivos para seguir uma religião. Embora eu tivesse minhas crenças. Não fazia ideia de como fazer uma oração. Aliás, na realidade nunca havia apelado para esses métodos. Queria ter prestado mais atenção nas aulas de educação religiosa na época da escola. Quem sabe assim eu saberia por onde começar.
Não custava nada tentar, ou pelo menos desejar que Kimberlly estivesse bem.
Que você esteja aqui. Que esteja à salvo. Por favor...
A lanterna iluminou alguma coisa encolhida no chão. Uma mulher. Aah Meu Deus! Aumentei o passo quase tropeçando em minhas próprias pernas.
Cai de joelhos ao seu lado. Meu coração retumbava como um tambor.
Virei seu corpo para mim, puxando-a para o meu colo. O cabelo grudava na pele molhada de suor. Os olhos cinzentos mais incríveis que já vira em toda a vida, pareciam se manter abertos com dificuldade.
-Drayton...- Levei um susto quando percebi que minha voz saira trêmula e descontrolada.
Richard Laurent não chorava. Caramba! Pisquei repetidas vezes para contar o fluxo que insistia em molhar meus olhos.
Kimberlly não reagia. Seu corpo era inerte e gelado. Bati as mãos a procura de algum ferimento ou qualquer coisa do tipo.
Meus dedos desceram por seu braço até suas pernas,cobertas por uma calça de moletom. Ela se enrijeceu quando toquei seu calcanhar.
- Que diabos...
Dois furinhos tingiam sua pele branca com tiras vermelhas. Sangue.
Algum inseto venenoso... Olhei em volta, sem tirá-la dos braços.
- Fale comigo... Por favor. Fique acordada.
Seus olhos finalmente se fixaram em meu rosto e o reconhecimento coloriu sua face.
- Estou sonhando... - Um sorriso bobo apareceu em seus lábios. Ela ainda parecia delirante.
Colei minha testa na dela. Diferente das pernas, a temperatura de seu rosto era alarmante.
- Você viu que tipo de picada foi?
Piscou sete vezes seguidas. Sim, eu contei.
- Acho que...Acho que não estou sentido minhas pernas, Richard...
Droga. Por quê não tinha saído dali ainda?
Me levantei com ela nos braços. Seu corpo colado em meu peito. Kimberlly parecia não pesar nada.
Antes que eu pudesse chegar à um dos corredores, ela segurou minha camisa com o máximo de força que possuía, olhou no fundo dos meus olhos e disse roucamente:
- Eu te amo Richard Laurent.
Deu um último sorriso e então suas pálpebras se cerraram.









Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro