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01. o inicio

Você vai morrer.

Sim, você vai morrer

Essas são as palavras que ecoam na cabeça de Elle Hargreeves desde que tinha apenas seis anos de idade, quando começou a morar na Academia Umbrella. Diferente dos pequenos heróis (por assim dizer) que moravam ali desde o nascimento, ela era diferente. Não foi adotada quando bebê, muito menos nasceu no mesmo dia que todas as crianças ali, isso significava que todos eles tinham seis anos de diferença que ela e que era a mais nova.

Há uma razão por Reginald ter levado Elle para morar com ele e as sete crianças, uma razão que jurou para si mesmo que ninguém nunca precisaria saber jamais, até que fosse necessário. Elle tinha que viver sobre seu teto, sobre os seus olhos e sua proteção. Rodeada pelos irmãos adotivos, esses os quais continham inúmeras personalidades diferentes, apesar de serem todos do mesmo signo, o que só comprova o quanto tudo é uma baboseira. 

Elle tinha uma mãe, diferente de todos os outros, ainda mantinha contato com ela. Era uma das cláusulas no contrato, quando foi vendida para Reginald. Haviam criado um vínculo até os seis anos de idade, algo que quebrar totalmente foi uma ideia nunca cogitada por eles. Até Reginaldo na época achou uma ideia aceitável, pois temia o que o corte de vínculo total faria com Elle e seus poderes desconhecidos na época.

— Já falei que não quero você entrando no meu quarto.

A voz ridiculamente arrogante de Cinco ecoou nos ouvidos da garota, essa era uma das últimas vezes em que o via. Elle sorriu docemente, cruzando as pernas sobre a cama do menino. Com apenas sete anos de idade e vivendo o auge da infância, não se importava em lidar com grosserias daquela forma.

— E eu já falei que quero entender mais sobre o que tá estudando. — ela balbuciou, apoiando as pequenas mãozinhas sobre os joelhos.

Cinco suspirou cansado, já estava extremamente irritado com todas as lições e broncas do pai, não aguentava mais se sentir preso e limitado. Sabia que tinha potencial, só precisava de um voto de confiança para mostrar que conseguia ir para o futuro. Mas, Reginald ia totalmente contra a ideia. 

— Não é coisa de criança. — afirmou, dando as costas para ela.

A garotinha loira ergueu totalmente o queixo, encarando as órbitas azuladas dele.

— Você sabe que também é uma criança, né?

Sua voz saiu docemente sapeca, começando a gargalhar em seguida. Cinco irritado, pressionou os próprios lábios, estampando as covinhas em suas bochechas.

— Sai logo daqui, pirralha. — e saltou para o lado dela do quarto, jogando o travesseiro em sua cara.

Foi a última conversa que tiveram antes do almoço, aquele que ele saiu irritado e nunca mais voltou. Quando foi ficando mais velha, Elle começava a lembrar desse momento em específico e ficava se perguntando que se Cinco tivesse deixado ela entender mais sobre viagem no tempo, se talvez de fato ela pudesse ter feito alguma coisa para o ajudar. É o tipo de dúvida que você cresce pensando sobre, afinal, nunca sabemos o que nos aguarda.

A relação dela com os outros Hargreeves sempre foi muito tranquila, tirando as vezes que brigava com Alisson e Luther, pois eles sempre gostava de a excluir das programações interessante. Normalmente Elle passava mais tempo com Klaus, Vanya e Ben. Após o sumiço de cinco, a casa se tornou mais obscura, na maioria das vezes Elle não gostava de ficar zanzando por aí. Então, como qualquer criança normal de sete anos, ela pedia a companhia dos mais velhos. Só tinha um dos irmãos que ela tão pouco falava, era o Diego. Parecia sempre fechado na sua, com as dificuldades em falar e bastante estresse rodando sua cabeça. Ela conseguia o observar bem de longe, mas nunca tinha coragem o suficiente para ir falar com ele. Até claro, o dia em que Ben morreu.

Elle tinha acabado de fazer dez anos, estava aguardando na sala com Pogo os meninos voltarem da missão. Gostava de ficar em casa, passava bastante tempo com Vanya por conta disso. Não tinha um problema exato, até aquela altura do campeonato Elle não entendia muito bem por quê estava ali. Já tinha entrado em alguns treinamentos individuais com Reginald, mas nada com muito sucesso. Sabia sim que conseguia fazer algumas coisas, mas não parecia ser o que ele esperava de fato.

A notícia de que Ben havia morrido foi dada quinze minutos após ela jantar. Quinze minutos foi o tempo suficiente para que ela entrasse em uma crise de pânico, o ar não entrava em seus pulmões e ela não conseguia respirar. Pogo a levou correndo para a ala hospitalar, ela precisava de uma injeção para controlar o pânico, injeção essa que Reginaldo já havia deixado pronta caso algo do tipo acontecesse. Mas, aquele dia em específico tinha algo errado com Elle, algo estranho que Pogo não sabia explicar corretamente. Quem entrou na ala hospitalar correndo, fora Klaus.

— Cadê o seu pai? — Pogo indagou, checando a pressão da criança mais uma vez.

Os batimentos cardíacos de Elle apenas caíam cada vez mais.

— Está vindo. O Ben, ele... — a voz de Klaus morreu, seus olhos estavam marejados e cheios de preocupação — Ela vai ficar bem?

Mas, nem Pogo saberia responder aquilo, pois já era para ela estar bem, mas a injeção não estava fazendo efeito. Os seus batimentos continuavam a cair... até o bipe parar de fazer barulho.

— Elle? Elle? — Klaus segurou a mão da criança, as lágrimas já escorriam por seu rosto — Acorda garotazinha... Elle...

Mas, seus batimentos tinham-se encerrado. Na pequena telinha do televisor não tinha estatística nenhuma.

— Pogo?!

O que seria da família se perdessem duas pessoas no mesmo dia. Era a única coisa que passava pela cabeça do Hargreeves, enquanto segurava a mão da criança. Então, dois minutos depois Elle arfou por ar, se sentando na maca. Os lábios roxos, os olhos arregalados e o bip no televisor voltando a funcionar. Foi o último dia que ficou naquela casa, depois disso Reginaldo a fez morar com a mãe novamente. Ela nunca soube a forma de desespero que ele fizera isso, apesar de ao longo dos anos ele continuar aparecendo para checar com ela estava e seus poderes, Elle nunca mais voltou a pisar os pés naquela casa. Até claro, o dia que foi anunciado que Reginald estava morto.

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Enquanto Elle subia os degraus que levava até a entrada da Academia, sentiu seu peito se apertar. Fazia exatamente quatorze anos que não via aquelas pessoas pessoalmente, apenas sabia sobre as coisas que faziam pela internet ou alguma coisa da cidade. Sabia que Alisson era famosa, que Luther estava na lua, que Klaus... bom, ainda era o Klaus. Que Vanya estava vivendo a vida normalmente e que Diego tinha reprovado no exame da polícia. Enfim, essas coisas Elle sabia, mas não fazia ideia do que aquelas pessoas eram hoje em dia. Apenas viveu cinco anos de sua vida com eles, talvez nem lembrariam mais dela.

Elle sonhava frequentemente com Ben e Cinco, na maioria das vezes sonhava mais com Cinco perdido em algum lugar, passando fome e sozinho. Todas as vezes quando acordava a sensação de não conseguir ajudar, era dolorosa demais. Ele estava morto, isso era um fato. Mas, mesmo assim, passava boa parte do tempo pensando neles que se foram.

Pensou em bater na porta, mas ficou com receio de ninguém atender, então levou a não na maçaneta — que no segundo seguinte abriu, mostrando o grande hall de entrada.

Elle pensou alguns segundos antes de dar o primeiro passo, estava com medo de se arrepender ou de ser rejeitada pelos conhecidos que um dia já foram seus amigos. Então, ignorando a pequena vozinha que gritava no fundo de sua cabeça, ela entrou.

A casa, o cheiro, a decoração era da mesma forma que sempre se lembrou. Não parecia que tinha ficado tanto tempo fora, pois cada detalhe parecia vivido demais em seu consciente.

— Bem vinda de volta, Elle.

A voz conhecida de Pogo a assustou um pouco, fazendo com que ela percebesse que estava segurando a respiração até então.

— Pogo! — sorriu em resposta, se aproximando e o abraçando em seguida.

Ele sorriu, agora ficando mais claro tudo que o tempo tinha feito. Estava mais velho, com certeza, mas ainda era o que ela se lembrava.

Na parede central da sala ainda continua a fotografia de Cinco, como antigamente. Ao mesmo tempo em que observava a moldura antiga, Vanya entrou no ambiente, também cumprimentando Pogo com um abraço.

— Elle! — disse seu nome, em tom de voz baixo.

Sendo analisada rapidamente pela loira, Vanya parecia estar cansada. Continha olheiras fundas abaixo de seus olhos, rosto estava pálido e o cabelo preso em um rabo de cavalo.

— Vanya, quanto tempo. — a cumprimentou, da mesma forma que tinha feito com Pogo.

As duas quebraram o abraço, parando de frente a fotografia.

— Faz quanto tempo que o Cinco se foi? — a mais velha perguntou.

— Faz 16 anos, 4 meses e 14 dias. — respondeu Pogo, se virando para as meninas — Ele sempre me pediu para contar os dias.

Elle se afastou um pouco, conforme os dois continuavam conversando. Havia muita coisa ali que parecia grande demais para ela conseguir suportar sozinha, sabia que Reginald não era um bom pai para os meninos —, mas mesmo assim, ali estavam eles se reunindo em seu funeral.

Se sentiu no sofá, aguardando o restante da família chegar. Estava ansiosa e nervosa, com medo da rejeição, com medo do que iriam falar.

° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° °

Quando os Hargreeves terminaram de se reunir na sala, o silêncio reinou sobre todos. Elle achou que fosse se sentir deslocada, mas não, estava absorvendo todo o silêncio posto naquele lugar. Todos a cumprimentaram com um abraço quando a viram, todos menos Diego, que falou apenas um "E aí".

— É... — Luther se levantou do sofá, frente a Vanya e Elle — Acho que já dá pra começar. A gente podia fazer uma cerimônia em homenagem no pátio, ao por do sol. Dizer algumas palavras, no lugar preferido dele.

— Ele tinha um lugar preferido?

Indagou Alisson, mantendo os olhos fixos no número um.

— Tinha. Embaixo do carvalho. — respondeu como se fosse óbvio — A gente se sentava ali sempre. Vocês não faziam isso?

— Vai ter comes e bebes? — perguntou Klaus, se aproximando dos irmãos, segurando uma taça de whisky em mãos — Chá? Bolinho? Sanduíche de pepino, que sempre faz sucesso.

Seus olhos escuros se encontraram com os de Elle, que estava quieta no canto do sofá apenas observando a cena.

— O que você acha, garotazinha, daqueles cookies que você fazia? — Klaus perguntou, os olhos brilhando com a possibilidade — Meu deus, eu nem me lembrava o quanto sentia falta de come-los.

A mais nova sorriu com a lembrança, também não se recordava de como eles eram viciados em comer aquilo.

— Tudo bem, Kla...

— O que? Não. — Luther interrompeu — Apaga isso. — apontou para o cigarro — Nosso pai não gostava que fumassem aqui.

Com o cigarro no canto da boca, Klaus se virou para os irmãos, a tempo de ser notado por Alisson.

— Essa saia é minha?

— Que? — olhou para baixo — Ah, é. Isso aqui. Eu achei no seu quarto. Achei um pouquinho ultrapassada, mas... — atravessou a sala novamente  — é bom que bate um vento nas partes...

— Escuta aqui!

Luther tornou a interromper novamente, sendo observado por Elle, a maneira que estava começando a perder a paciência.

— Ainda tem coisas importantes que temos que discutir, tá legal? — continuo.

Pela primeira vez desde que havia a cumprimentado, Elle ouviu a voz de Diego novamente.

— Tipo o quê?

— A causa da morte. — Luther o respondeu.

— Vai começar. — suspirou o número dois, desviando o olhar rapidamente, passando pela garota sentada no canto do sofá, antes de tornar a olhar para os irmãos novamente.

— Não tô entendendo. — comentou Vanya.

Elle ajustou a postura no sofá, cruzando as pernas.

— Falaram que ele morreu de coração. — balbuciou, chamando finalmente a atenção de todos.

— É de acordo com os médicos. — contrariou Luther.

— Eles entendem disso. — Vanya falou também.

— Teoricamente.

— Teoricamente? — dessa vez Elle ergueu as sobrancelhas, não acreditando no que estava ouvindo.

Tinha se esquecido de como o número um era.

— Só acho que, no mínimo, aconteceu alguma coisa. — continuou ele — Na última vez que falei com nosso pai, ele tava esquisito...

Os olhos escuros de Diego observava cada palavra dita pelo irmão, centrado, querendo uma missão. Como sempre.

— Nervoso como?

Elle se levantou do sofá, cansada de fazer o papel de intrusa. Afinal, estava no testamento tanto quanto aqueles ali. Então, aquele lugar também poderia ser considerado seu.

— Ele estava nervoso. — Luther a respondeu, voltando rapidamente a olhar para Alisson — E dizia que não podia confiar em qualquer um.

— Luther! — suspirou Diego, mais uma vez naquele dia, se levantando da cadeira, perto o suficiente de Elle — Ele era um velho ranzinza e paranóico, que já não tava batendo bem da cabeça.

— Não. Ele sabia que alguma coisa ia acontecer. — rebateu o loiro, se virando para o irmão — Olha, eu sei que não gosta de fazer isso, mas tem que falar com nosso pai.

Os olhos de Klaus se arregalaram, antes de começar a contradizer.

— Gente, olha só, não dá pra chamar no outro plano e falar assim: "Pai, você... Pode parar de jogar tênis com o Hitler. Tenho que falar com você."

— Desde quando? É sua especialidade. — rosnou Luther.

— Eu não tô pronto mentalmente.

Alisson o acusou de estar chapado, o que resultou em uma risada aguda de Klaus ecoando por toda a sala de estar.

— E também tem o lance do monóculo estar sumido... — continuo Luther.

— Quem liga pra essa porcaria?

Diego cuspiu as palavras, demostrando sua irritação. Esse pequeno detalhe foi observando por Elle, sabendo exatamente o motivo.

— Tem razão. — continuo Luther — Não vale nada. Quem pegou deve ter um motivo pessoal. Alguém próximo a ele, com algum ressentimento.

A mais nova ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços frente ao peito em um gesto de defesa, antes de perguntar.

— O que você está falando?

— O que isso quer dizer?

Ela e Klaus falaram em uníssono.

— Ainda não entenderam? — Diego riu irônico — Ele acha que algum de nós matou nosso pai.

Ao finalizar a frase, Luther desviou os olhos do número dois, evitando olhar qualquer outro par de olhos naquela sala. O silêncio disse a verdade. Era exatamente aquilo que ele pensava.

— Isso é sério? — exclamou Klaus.

— Como pode achar isso? — perguntou Vanya.

Porém, os olhos claros de Luther estavam postos em Elle. Sem desviar.

— Vocês não acham suspeito o fato dela estar no testamento? Depois de tanto tempo sem colocar os pés nessa casa?

Era isso que ela temia, ser acusada de algo que não tinha feito. Era por esse motivo que nunca tinha ido com a cara de Luther, nem quando eram crianças. A sala ficou em completo silêncio por alguns segundos, todos os olhos postos nela.

— Não fala isso da Elle. — Klaus foi quem quebrou o silêncio, olhando para o irmão de uma forma inacreditável — Ela também tem Hargreeves no nome, mesmo tendo morado aqui poucos anos.

— Parabéns, Luther! — Diego cuspiu as palavras, cheio de sarcasmos — Que líder.

E então, se retirou. Deixando com que o número um lidasse com todos aqueles pares de olhos sobre ele.

— Não foi isso que eu...

— Você tá maluco. — Klaus se levantou do sofá, interrompendo a frase de Luther.

— Eu ainda não terminei...

— Tá bom, vou só ali matar a mamãe rapidinho...

— E eu vou matar o Pogo, coitado. Sozinho nessa casa, pra que né? — Elle alfinetou Luther junto a Klaus, também se retirando.

° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° ° °

Mais tarde naquele dia, cada um foi para seu próprio quarto, relembrar o passado. Elle não tinha mais o próprio quarto, tinha virado um estúdio para Vanya praticar o violoncelo, por isso não demorou muito seu tour pela casa. Quando estava descendo as escadas, começou a ouvir o barulho do som tocando no andar de cima, porém estava tão alto que dava para ouvir ali da sala.

Então, conforme descia as escadas, viu a figura de Diego dançando no meio da sala. E estava dançando empolgado demais, como se o próprio pai não tivesse acabado de morrer. Isso fez com que Elle achasse graça da situação, mas que não recusasse.

Tinha se esquecido de como aquela família era, de como cada um deles tinha algo diferente.

Quando a música estava quase acabando, Diego se virou nos calcanhares.

— Puta que me pariu, caralho, porra!

Xingou todas as quinquagésimas gerações de Elle, ao tomar aquele susto. A garota deu uma gargalhada alta, pulando o último degrau para descer totalmente.

— Sabe, para alguém com seu tipo de poder não era para você notar minha presença ou algo assim? — perguntou, estampando as próprias covinhas nas bochechas.

Elle enfiou as duas mãos no bolso, se aproximando do mais velho com um sorriso brincalhão no rosto.

Diego abriu a boca e fechou, antes de responder, retomando o fôlego.

— Algo assim.

A loira sorriu com a resposta, dando de ombros, sendo minimamente observada pelo Hargreeves.

— Eu sei que foi você que pegou o monóculo.

Foi sincera, ao mesmo tempo em que teve a boca tampada por Diego em um movimento extremamente rápido. Tão rápido, que quase a derrubou, se não tivesse a segurado.

— Xiu.

Por baixo da mão dele, Elle sorriu, deixando seus olhos menores do que já eram. Mas, a maneira que os olhos de Diego temiam aquele segredo, apenas comprovava que ele tinha medo de que Luther o matasse, por achar que ele tivesse matado o pai.

Tinham vários centímetros ali de diferença de altura, mas nada que impedisse Elle de se afastar com facilidade do número dois.

— Fica tranquilo. — limpou o próprio rosto, onde a mão dele estava a segundos atrás — Eu sei que não foi você.

Diego sustentou o olhar suspeito sobre o dela por mais alguns segundos, antes de dizer.

— Ótimo... — balbuciou, atento aos movimentos — Eu também sei que não foi você.

Elle sorriu, graciosamente. Apesar de não ter sido a assassina, ter alguém falando aquilo em voz alta a deixou mais tranquila.

— Que bom. — disse a mais nova por fim.

— Que bom. — ele repetiu.

Mas, aquilo era uma puta de uma mentira. Nenhum dos dois tinha certeza de nada, mas por incrível que pareça decidiram acreditar naquelas palavras vazias. Antes que pudessem sustentar o olhar por mais alguns segundos, um barulho extremamente alto ecoou por toda a Academia. Diego deslizou a mão direita até a sua faca favorita que estava em suas costas, a tirando dali e a mantendo firme entre seus dedos, pronto para o ataque se necessário. 

Conforme andavam até o lado de fora, dava para sentir a casa inteira balançando pelo vento, como se estivesse próximo de se iniciar uma tempestade. Não demorou nem seis segundos para que todos estivessem reunidos no gramado, o céu tinha se tornado preto, havia algo parecido como uma nuvem azul ocupando quase todo o contorno. 

— O que é isso? — quem indagou primeiro fora Vanya.

— Não chega perto! — Elle segurou a mais velha pelo braço, olhando aquilo alarmada.

Era disso que estava falando mais cedo, sobre a sensação de que algo que iria mudar completamente sua vida estava prestes a acontecer.

— É? — Diego exclamou — Tá brincando! Parece uma daquelas anomalias temporais.

— Ou mini buraco negro. — continuo Luther — Das duas uma.

Era a primeira vez que presenciava algo do tipo, Elle só tinha visto anomalias em livros e filmes. Sabia o quão obcecado aquela família era por coisas do tipo quando mais nova, mas não fazia ideia de que estavam tão acostumados com a visão de uma coisa daquelas.

— Tem uma diferença bem grande aí, troglodita. — número dois provocou o irmão.

— Sai da frente!

Klaus gritou, empurrando todos os ombros que viu a sua frente, passando com o extintor e arremessando dentro daquele grande buraco azul.

— Isso vai adiantar de que? — indagou Alisson.

— Ah, eu sei lá. — gritou Klaus — Tem alguma outra ideia? 

Nesse mesmo instante um rosto humano apareceu do outro lado, como se estivesse gritando.

— Ou, ou, ou. — Luther balbuciou, abrindo os braços — Fiquem atrás de mim.

— É. Fiquem atrás da gente.

Diego também falou, abrindo os braços da mesma forma. 

— Eu voto para correr. — gritou Klaus, a voz soando em desespero — Vamos embora.

Elle cogitou a ideia dois segundos antes da figura humana que estava do outro lado começar a atravessar o portal azul. Seu corpo fora puxado mais para trás da proteção dos dois irmãos, ao mesmo tempo em que a pessoa caía de cara no gramado da Academia. A luz se foi, o buraco também e toda a ventania se dissipou. 

Os seis se aproximaram da pessoa caída no chão, com receio. Ao mesmo tempo em que o desconhecido levantada, franzindo as sobrancelhas e olhando para os rostos a sua frente. Usava um terno extremamente grande para si, as roupas estavam largas. E quando o olhar de Elle se cruzou com os olhos daquela pessoa, seu peito arfou por ar. Foi como ter todos seus gatilhos, sonhos e pesadelos resumidos a aquele pequeno instante.

— Tem mais alguém vendo... — começou Klaus, receoso — o número cinco criança, ou é coisa da minha cabeça?

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