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PRÓLOGO

❝O tempo não passa de memórias sendo escritas.❞
— Vladimir Nabokov

ZONA PORTUÁRIA • GOTHAM CITY
15 DE SETEMBRO
12:34 AM

Me deram um nome e uma missão.

O endereço foi consequência de uma busca intensa durante a última semana.

É sempre um desprazer estar em Gotham. Estive poucas vezes nesta cidade, e foi o suficiente para gravar na minha memória a imagem do pior lugar do mundo.

Gotham não dorme, mas não em um bom sentido. A cidade pulsa com violência, conspirações e desespero. Cada esquina parece esconder um novo perigo, e o ar pesado traz consigo a sensação sufocante de que a escuridão tomou conta de tudo. Não importa quantos vigilantes apareçam nesta cidade, nada irá mudar. Eles lutam contra o mal apenas em uma superfície rasa. O problema de Gotham é bem mais profundo.

Sempre que venho aqui, tenho a sensação de uma falsa memória, como um déjà vu. Parece até que em algum lugar escondido no meu subcosciente há lembranças obscuras deste lugar. Mas sei que não tenho, é apenas o rótulo que criei na minha mente para esse inferno que chamam de cidade.

E estou aqui porque tenho um trabalho a fazer. Tenho um valor a provar e conseguirei demonstrar de que estou pronta para missões maiores.

Ser criada pela família que fundou e comanda a maior organização de guerreiros do mundo exige um alto nível de excelência em tudo o que se faz. Porque é isso que somos: guerreiros. Por mais que muitos de nossos inimigos nos chamem de assassinos, criminosos, terroristas, eles não compreendem o verdadeiro propósito da Liga das Sombras.

Nossa missão é salvar, corrigir e erguer um mundo melhor das impurezas humanas que geram guerras, destroem o planeta e causam doenças. E os responsáveis por tudo isso merecem ter o seu devido ensinamento. Gotham é o exemplo do que não deve ser feito em uma sociedade. A ganância pelo poder e pelo dinheiro tornam as pessoas vazias em uma existência fútil.

Pessoas como Sheila Haywood.
Essa é a pessoa que preciso encontrar.

Uma mulher que deve informações a Ra's al Ghul. E se alguém deve algo a um al Ghul, corre o risco de pagar a dívida com a própria vida.

Sheila é uma médica clinica geral que trabalha no Saint Victory, um dos poucos hospitais localizados no subúrbio da cidade. Ela mora sozinha em um apartamento no bairro Rio Leste, próximo a região do hospital.

Invadir seu apartamento foi fácil.
Com os treinamentos que recebi da Liga, aprendi a me mesclar às sombras em qualquer lugar, sem que percebam minha presença.

Nossos trajes de missão também nos ajudam a nos esconder na escuridão. São totalmente pretos e feitos de tecidos apropriados para não refletir nenhum tipo de luz, auxiliando-nos a nos fundir com as sombras. Um capuz cai sobre a cabeça, e uma máscara flexível cobre parcialmente o rosto, deixando apenas os olhos à mostra, o que nos permite observar sem sermos notados. O tecido é resistente, porém silencioso, proporcionando movimentos discretos e precisos. Há compartimentos embutidos para guardarmos espadas ou qualquer tipo de arma de combate.

No entanto, todo o meu preparo não foi necessário, pois não havia ninguém no local.

O pequeno apartamento estava desordenado. Roupas jogadas pelos móveis da sala, utensílios de cozinha acumulados na pia e, no único quarto, havia dezenas de papéis espalhados pela cama e pela pequena escrivaninha no canto direito.

Eram diversas anotações de endereços, telefones, pontos de referência, datas e até horários. Parecia que ela estava perseguindo alguém. Até que notei algo em comum na maioria das notas, um nome em específico: Jason Todd.

Junto a algumas das anotações, havia poucas fotos, todas da mesma pessoa. É um garoto que, a julgar pelos registros, parece ter a mesma faixa etária que eu. Ele é alto, tem cabelos escuros, e alguns de seus cachos caem sobre a testa. Em todas as fotos, ele está usando roupas casuais, caminhando pelas ruas. Pela maneira como as fotos foram tiradas, ele não percebeu que estava sendo observado.

Não faço ideia de quem seja, mas deduzi ser alguém com quem ela foi se encontrar hoje à noite, porque na parede acima da escrivaninha, havia um bilhete em um papel branco cortado ao meio, era um endereço circulado de forma rasurada. E abaixo da localização, estava esse mesmo nome, com a data e hora de instantes atrás:

RUA PORTLIGHT - BLOCO 03
14 DE SETEMBRO - 11:00 P.M.
JASON TODD

Não demorou muito para que eu chegasse aqui. Porém, se trata de uma zona portuária. É uma área ampla. Há diversas docas por toda a costa e, até agora, já contei quatro "Bloco 03" diferentes e todos vazios. Então, não sei exatamente onde ou se encontrarei Sheila. Mas preciso encontrá-la, não gostaria de adiar mais o que vim fazer aqui.

Após alguns minutos percorrendo a rua vazia e escura das docas, noto que há uma fraca luz a alguns metros de distância. A iluminação vem de dentro de um dos depósitos mais a frente.

Olho ao redor e não noto a presença de ninguém por perto, então me aproximo mais do local.

A porta metálica está entreaberta e observo o interior pela pequena fresta. Está vazio, a não ser pelas caixas de madeira empilhadas para serem despachadas nos navios e barcos ancorados no cais.

Até que meus reflexos entram em alerta. Tem alguém me observando.

No mesmo segundo, uma mão tenta tocar meu ombro, mas sou mais rápida e menor que a pessoa que surge atrás de mim, então desvio com precisão.

Aparenta ser um homem, tem porte físico alto e forte. O indivíduo carrega consigo uma metralhadora colada ao corpo. Em seu rosto, há uma máscara de palhaço de plástico, daquelas que se encontra em lojas de festa de aniversário infantil, mas que, certamente, faria qualquer criança chorar de medo, pois são ridiculamente horríveis.

Mas aqui, para mim, são ridiculamente toscas.

— Você não deveria estar aqui, mini-ninja — sua voz ríspida me confirma que é um homem adulto, talvez de meia idade. — O Halloween é só no mês que vem.

Ele dá um passo na minha direção, mas não me movo. Preciso entrar nesse depósito e passarei por esse palhaço, ele cooperando ou não.

— Poderia dizer o mesmo para você.

Percebo que não gosta da minha resposta, já que a sua reação foi se aproximar mais, mas desta vez, ele ergue a arma na minha direção.

— Se não der o fora daqui, essa belezinha vai disparar.

— Então, por que você não tenta a sorte? — Provoco, dando um passo à frente.

Ouço sua risada irritada pelo meu desafio.

— Sorte? — Ele praticamente grita sob a máscara.

É. Sorte. Ele vai precisar disso porque teve o azar em me encontrar.

Respiro fundo quando vejo que ele se aproxima mais, e o cano da munição quase encostando no meu rosto coberto.

Então, eu fecho os olhos e começo a contar. Não precisarei de muito.

Ordenar os números na minha cabeça é algo que sempre me ajuda a me concentrar e organizar os pensamentos. O ressoar da contagem na minha mente é quase como uma oração.

Um.
Ainda com os olhos fechados, me abaixo tão rapidamente que ouço um ruído de susto sair da garganta do indivíduo que está tentando me ameaçar. Deslizo a pequena faca que está escondida na manga do meu antebraço direito e, quando ele tenta jogar um pé na minha direção, a lâmina afiada corta sua calça, deslizando precisamente sobre a panturrilha recém descoberta. Ele grita e me xinga.

Dois.
Abro os olhos. Com as duas mãos, empurro suas pernas com força até desiquilibrá-lo. A faca que estou segurando corta mais um pedaço de sua calça, abrindo um corte em seu joelho esquerdo, junto com o tecido. Em alguns segundos, ele estará arfando de dor, já que o veneno presente na lâmina estimula a ardência dos cortes em um nível agonizante.

Três.
Ele cai no chão e eu piso com um pé em cada braço. Me abaixo para cortar as alças que seguram a metralhadora em seu corpo e, em seguida, a jogo para longe. Deixei a faca cortar propositalmente algumas partes de seus braços. Ele continua gritando e tentando se desvencilhar de mim. É mais alto, a fisionomia duplamente mais forte que a minha, mas ele não tem precisão, não tem o treinamento que eu tenho.

Quatro.
Tiro a luva que cobre a minha mão direita. É aqui que ele perde qualquer chance de ganhar essa luta.

— Você não podia ter me visto — explico, indiferente.

Arranco a máscara de plástico de seu rosto e meus instintos sobre sua voz estavam corretos. É um homem pálido que deve ter por volta de 40 e tantos anos.

Aproximo minha mão descoberta de seu rosto, mas por um segundo, me distraio por uma risada aguda e alta que vem de dentro do depósito atrás de nós. Não parece tão próxima, mas também não parece tão longe.

No próximo segundo, ouço um disparo. Em seguida, o volume da risada aumenta.

Volto a atenção para o homem abaixo de mim e continuo a contagem antes que mais alguém apareça.

Cinco.
Assim que meus dedos encostam em seu rosto, seus olhos escurecem e então, eu vejo tudo.

Uma manhã gelada no porão de um bar antigo e abandonado. O homem acende um cigarro e sai pela rua até entrar em um beco. Encontra outras pessoas. Lhe oferecem dinheiro. Ele aceita. Mais tarde encontra um outro homem que veste um terno roxo surrado. Há uma maquiagem branca que cobre todo o rosto, a não ser pelos olhos pretos e a boca vermelha desinforme e borrada sobre os lábios e a bochecha. Ele lhe entrega a metralhadora e um endereço. Ele fica de vigia. Depois acende outro cigarro. Ele me vê.

E então, eu apago a lembrança desse dia de sua memória.

Quando minha mão se afasta de seu rosto, ele está inconsciente. É o que acontece sempre que apago uma lembrança do cérebro de alguém.

Cubro a mão com a luva novamente e me levanto para entrar no depósito. E como vi minutos atrás, não há nada além de caixotes neste compartimento.

Sigo até o fundo e vejo uma porta metálica que aparenta ter sido recém aberta. Giro a maçaneta enferrujada e entro em mais um espaço repleto de caixas de madeira.

Meus passos ecoam pelo local. A fraca luz do ambiente externo é responsável pela iluminação precária. Há uma divisória ao fundo que leva à outras partes desse depósito. É amplo e o cheiro se mistura a madeira velha com algum composto químico que não consegui identificar.

Quando viro a direita, meu corpo gela.
Duas pessoas estão caídas no chão. Poças de sangue estão sob seus corpos.

Caminho lentamente até a primeira, que está mais próxima de onde estou. Aparenta ser uma mulher. É loira e está vestindo um jaleco hospitalar. Quando vejo seu rosto, uma fúria cresce dentro de mim.

— Merda — digo alto, sem me preocupar se a outra pessoa, caída no chão, ainda está viva e pode me ouvir.

Tem um buraco na testa de Sheila Haywood.

Parte de seus cabelos loiros se mesclam com o sangue abaixo de sua cabeça. Alguém a matou. E eu precisava dessa mulher viva. Precisava de suas lembranças. Precisava entregar as informações que ela escondia de Ra's al Ghul.

Agora, tenho nada.
Fracassei na minha missão.

Me viro para ver a outra pessoa que está caída ao lado. Reconheço imediatamente o traje, é um dos vigilantes de Gotham. Robin, o ajudante do Batman.

Há ferimentos profundos por todo o seu corpo. Ao contrário de Sheila que possuía apenas um tiro na testa, esse garoto foi espancado violentamente. As chances de estar com vida são mínimas. Me abaixo para examiná-lo.

Parte de seu abdômen e peito estavam expostos; o traje foi rasgado devido aos golpes que sofreu. Sangue escorre pelos seus braços e em seu rosto... Ah, merda.

Olho rapidamente para Sheila e volto minha atenção para o garoto. Seu rosto está coberto por machucados severos. A máscara que protegia seus olhos e sua identidade está cortada ao meio, não propositalmente, mas pela força das punhaladas que recebeu. Algumas mechas de cabelo estão grudadas em sua testa coberta de sangue.

Esse garoto é Jason Todd. Jason Todd é o Robin.

Não percebo nenhum resquício de respiração ou pulsação em seu pescoço. Se ele ainda estiver vivo, conseguirei acessar sua memória, mesmo inconsciente.

Retiro a luva mais uma vez, mas, quando minha mão encosta em seu rosto, vejo nada além de um vazio, uma escuridão.

Ele está morto.



OIIIII!

E com duas mortes, nasce a minha fic do Jason. (kkkkkk perdão!)

Como vocês viram, me inspirei vagamente na clássica e fatídica noite da morte do Jason e mudei algumas coisinhas para se encaixar no enredo dos próximos capítulos.

Ainda não sei como será a frequência de atualizações porque o próximo mês será corrido pra mim, mas na semana que vem sai o primeiro capítulo e aí trago mais novidades sobre as postagens.

Obrigada demais por todo o carinho que essa história recebeu quando postei. 🥹

Espero que vocês gostem da Rae e do Jason tanto quanto eu. <3

Beijos e até o próximo!

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