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Das trevas para a luz (parte 2)

A mente entorpecida e confusa despertava lentamente, repetindo em flashes de memórias as cenas ocorridas na noite anterior, durante sua transição. Naquele instante, enquanto forçava abrir seus olhos contra a claridade do sol, fazendo-os cintilarem como as águas inquietas do rio, Robin levava sua mão direita à nuca, que doía quase como um alarme de que batera fortemente a cabeça, porém, tinha consciência de que não a havia batido.

— Alice! — exclamou, levantando seu tronco da grama sobre o solo, lembrando-se do evento que ocorrera noite passada.

— Robin... — Zelena chamou-a, acariciando o rosto, percebendo que sua prima procurava alguém dado o desespero ao olhar em sua volta.

— Prima, Zel, não viste Alice? — indagou.

Em sua memória, embora não recordasse de quase nada daquela noite, lembrava-se perfeitamente da jovem loura que estivera ao seu lado, sem soltar sua mão uma vez sequer.

— Robin, cheguei minutos antes do sol nascer... Deixei-te entre as regiões mais próximas de Brasov, próximo ao antigo castelo, lembra-se? — a mais nova, então, assentiu positivamente a cabeça. Estavam entre as regiões mais afastadas de Bucareste. — Cheguei ao local em que te deixei... No entanto, as correntes estavam arrebentadas, e apenas teu arco e flecha estava lá, mas os trouxe comigo.

— Onde estamos?

— Ao redor de Bucareste. — respondeu prontamente, recebendo o olhar espantado de Robin.

Arrependida por não ajudar a prima nas últimas semanas, Zelena abraçou-a fortemente, deixando-a confusa.

— Vamos para casa, hm? — sugeriu, enrolando-a com um tipo de cobertor, afim de aquecê-la e cobrir o corpo deveras exposto, por conta das vestes se rasgarem na transição. Logo, tentou ajudá-la a guia-la novamente para o caminho da cidade.

A trilha estreita mostrava-lhes o caminho correto para retornar à cidade grande, mas a partir daquela noite seu lar era a floresta. Seria o único local seguro para si mesma, e ela mesma possuía uma cabana não muito distante do Castelo de Bran. Observando minuciosamente o estado em que se encontrava, Robin paralisou.

— Robin, minha prima, o que houve? — indagou Zelena West Mader.

Robin voltou o olhar para trás, para a floresta enorme, que cercava as diversas cidades, povoados e vilarejos.

— Meu lugar não é em Bucareste, Zel. — respondeu, fitando o olhar confuso da ruiva. — A floresta... A antiga cabana da família, abandonada no meio desta floresta, é o lugar mais seguro para alguém como eu.

— Não posso abandona-la mais uma vez! — abraçou-a outra vez, num pedido de desculpas, torcendo para que a loura a perdoasse. — Irás me deixar pelo erro que cometi? Robin, deus, eu me arrependi profundamente de tê-la largado quando tu mais precisaste, principalmente por saber que estás assim por minha culpa. Perdoe-me!

Ela riu.

— Pares de ser boba, Zel! — fingiu dar uma bronca, fechando os olhos e erguendo o queixo. — Imagines o que achariam aqueles bárbaros ao me avistarem saindo assim da floresta. Seria uma sentença de morte! — levantou a face da ruiva com o dedo polegar, fazendo-a olhá-la nos olhos. — Nunca estaria com raiva de ti, minha prima. Eu... Só preciso estar no meu lugar, que, a partir de agora, é a floresta, longe das outras pessoas. — a ruiva assentiu em compreensão. — E preciso encontrar alguém.

— Deixe-me ver... — posicionou a mão esquerda segurando o queixo, fingindo pensar. — Essa tal Alice? Quem é essa moça, hm?

— Isso que quero descobrir, Zel, quem poderias ser? Tudo que sei é que Alice é uma vampira. — Zelena piscou os olhos três vezes ao ouvir aquela afirmação. Robin, caçadora de vampiros e seres sobrenaturais, agora tornou-se amiga de uma vampira? — Tudo o que me dissera é que possuía duas mães, e parece que teve uma longa vida, uma vez que mencionara conhecer e presenciar diversas vezes a transição tanto para o vampirismo, quanto para a maldição do lobo.

— Uma vampira antiga? — perguntou entre sussurros. — Robin, sabes que se familiarizar com vampiros vai contra tudo o que lutamos. Lembras-te do motivo de teres se tornado caçadora? Para que algum dia o mundo seja livre de todos esses seres.

— Agora tudo mudou, Zel. — respondeu-lhe, encolhendo-se cada vez mais por baixo dos panos do lençol, e, em seguida, encurvando-se para pegar sua aljava. — Observe-me! Agora me tornei um dos monstros que caçava com tanto prazer.

— Há de haver alguma cura... — tremulando, segurou suas mãos.

— Não, não há. — respondeu convicta. — Não viverei o restante de minha vida procurando uma cura, que não existe, tampouco caçando outros seres como eu.

A ruiva não buscou resposta alguma para aquelas palavras, sabendo que a mais nova estava certa. Assentindo, então, perdeu de vista a arqueira, que voltara para as profundezas da floresta.

Tendo em vista todos os acontecimentos da noite anterior – considerando-se a noite do lobo para os habitantes comuns, porém, a noite de lua cheia para os amaldiçoados –, os cidadãos mantiveram-se dentro de suas casas até tarde na manhã seguinte. Para os romenos, daquele século – dezenove –, de Bucareste, os enormes lobos gigantes eram os culpados pelo estrago causado em algumas épocas do mês. Algumas telhas quebradas com rastros de pegadas enormes, árvores com monstruosas marcas de garras em seus troncos. O horrível odor de morte e cachorro molhado, tão intenso que impregnava em cada centímetro de becos e ruas asfaltadas; impregnava em cabelos e vestes durante horas.

Exceto naqueles portadores da terrível maldição do lobisomem. Os quais carregam consigo um fraco odor em todos seus dias.

Estava frio e nebuloso, mas ainda assim alguns comerciantes se punham ao lado de fora afundando seus pés nas pequenas poças de lama causadas por um leve chuvisco durante a madrugada. Apesar disso, a Senhorita Luccas retornara de uma longa e exaustiva noite.

— Oh, Senhorita Luccas, sou capaz de sentir teu odor de longe. — Emma Swan afirmou, descendo a escadaria ao canto da parede ao ouvir o abrir da porta da frente. — Está tão forte que qualquer um pode senti-lo. — corrigiu as palavras.

A jovem esgotada virou as costas e caminhou até a enorme sala, jogando-se em sua poltrona. Seus cabelos molhados expunham quão suada estava e como esteve exposta à chuva da noite.

— Chegastes atrasada... — continuou, seguindo-a. — Pensei que estivesse sido pega, Ruby. — sussurrou ao olhar para a porta, certificando-se de que estavam a sós. — O sol mal surgiu e já consigo ouvir o alvoroço pelo caos causado pelos lobos. — disse, andando até a janela, falhando em abrir uma pequena brecha da cortina, para olhar as ruas. — Por que os lobisomens causam tanto estrago aqui? — murmurou em alto tom.

— Não sei te responder, mas esta cidade é estranha. — respondeu retirando o capuz vermelho. — O padre está vagando pela cidade, enquanto os comerciantes montam suas barracas. — Emma se assustou com a afirmação dada. Com certeza a ordem não caçava apenas vampiros, mas lobisomens também. — O estrago foi apenas em algumas árvores e telhas. Nenhum morto.

— Algum lobisomem novo pode ter causado tudo isso. — explicou.

— Não, Emmz! — exaltou-se, assustando-se com sua própria atitude. Sua primeira noite de lobo em Bucareste estava começando a afeta-la, o que nunca antes havia ocorrido.

— O que houve? — a loura se aproximou da jovem, que tinha o rosto avermelhado após muito chorar. Os dedos gélidos lhe tocaram a face, enxugando a pele molhada.

— Tudo, Emma! — desvencilhou-se, escondendo o próprio rosto, sentindo o triste sentimento de egoísmo. Ansiava pela felicidade de sua mestra, mas a experiência de ter passado uma lua cheia naquela cidade a amedrontou. — Pegue Roni e vamos embora desta cidade. Tu estavas certa ao dizer que esta cidade é perigosa.

— Fizeram mal a ti? — indagou, enfurecendo-se.

— Não, Emmz. — abaixou a cabeça outra vez. — Alguma vez se perguntaste porquê a cópia de Lana está aqui, ou o porquê o sangue dela parece devolver tua vida? — a saliva parou em meio a garganta da vampira. As mãos fechadas, apertando a saia do vestido, confirmando. Perguntou-se diversas vezes o por quê, no entanto nenhuma resposta obteve. — Jennifer viveu por tantos séculos nesta terra, e parece tão nova ao mesmo tempo. Como não percebes que tudo não passa de uma armadilha? Esta cidade afeta os seres sobrenaturais, como nós...

Emma Swan se fingiu de surpresa. Quatrocentos e quinze anos trancada em seu leito para repousar por toda a eternidade a ajudou a pensar. Durante todos os anos, além de sonhar com Lana e Alice, ansiou em sair daquele escuro lugar apertado. Por todo aquele tempo a Romênia lhe chamou a atenção; fazendo-a criar planos. Por quê não retornara logo após ser liberta? Deveria se habituar aos novos costumes. Todavia, fora tempo o suficiente para que retornasse na década em que Roni encontrava-se adulta e completamente idêntica à Lana. A vista disso, seu interior teve certeza de que havia algum plano por de trás daquilo tudo. Mas qual seria?

— Ruby, não posso simplesmente sequestrar Roni e levá-la comigo. — respondeu finalmente.

— Emma, ambas estão tão próximas. Ela te ama. — suspirou contente, lembrando-se de como Regina estava feliz apenas ao ouvir o nome de Emma Swan. — Desista de tua vingança... Conseguistes o coração da jovem, sendo assim não há mais nada para vós aqui.

— Pergunto-me o que te desesperou a ponto de fazê-la desistir da mulher que está em tua cabeça. — deu passos, colocando as duas mãos na poltrona, na altura dos ombros de Ruby. Havia impedido que a loba saísse. — A Ruby que conheço jamais pediria que eu levasse Roni, tampouco deixaria o amor da vida.

— Descontrolei-me! — ela gritou.

— Como? — indagou. — Ajudei-te a obter controle durante as transformações... Isso é impossível.

— Esta cidade, Swan. — respondeu outra vez como se fosse algo óbvio. Abraçou-se para aliviar o frio instalado naquele local, e, em seguida, sorriu fraco. — Esta cidade é a origem das maldições. Só deus sabe quem, mas o primeiro lobisomem surgiu aqui por aquela maldita Ordem, assim como a primeira vampira. Sabes que estou certa... Romênia é o local mais perigoso para nós. Sabes como esta cidade te atraiu por todos esses anos, e, ao retornar, depara-se com alguém que além de ser tudo o que desejou, aparenta ser tua fraqueza. Os lobisomens... Eu... Não obtenho total controle em minhas transformações. Por que justamente aqui eu não consigo me controlar? Porque esta cidade é o motivo de todas as maldições. Há caçadores aqui, e nem sabemos quem são, Swan.

A loura se recompôs, mantendo-se ereta, desviando-se dos feixes solares que começavam a adentrar à sala.

— Leve Roni conosco... — Ruby finalmente se levantou cautelosamente, entrelaçando suas mãos às da vampira. — E vamos embora para longe de toda esta confusão.

A loura pálida fechou os olhos deixando uma lágrima rolar. Lembrava-se de como sua esposa a alertara sobre a Ordem; lembrava-se de como sua esposa temeu ao vê-la partir para a enorme batalha. Toda a perda em sua vida ocorrera por não ter ouvido as sábias palavras, e agora ela deveria pelo menos deixar sua amiga ir. Aliás, sabia que Ruby estava correta em todas aquelas suspeitas sobre a cidade.

— Ruby, minha cara amiga, sabes que é o mais próximo de família que tenho. — respondeu, abraçando-a em despedida. Não poderia deixar seu castelo, sua cidade; não poderia deixar que os culpados pela morte de Lana saíssem impunes. Não poderia deixar Roni. — Agradeço-te por tudo o que tens feito para mim. Sem sombras de dúvidas és uma das pessoas que mostrou ser diferente neste mundo. Assim como fizestes tudo por mim, está na minha vez de fazer por ti... — Ruby ameaçou afastar-se para olha-la nos olhos, no entanto a vampira a apertou ainda mais em seus braços.

— Já fazes bastante por mim, Emmz.

— Deixo-te escolher onde queres viver. — continuou, abraçando-a, pausando a fala apenas para tentar desapertar o nó formado em sua garganta. — Pagarei todos os custos. — a morena se debateu até conseguir se afastar e olha-la sem entender. — Desejo-te a mais pura felicidade, Ruby, e juro que estarei de olho em ti. No entanto, não posso ir contigo.

— Como podes pedir para que vá sem ti? Jamais! És uma irmã para mim.

— Além da vingança que busco, sinto que há algo aqui. — Emma se explicou, abaixando a cabeça. Alguma coisa fazia com que ela ficasse presa naquela cidade; uma força sempre a atraiu novamente para aquele lugar. Agora já sabia que Roni era parte dessa força, mas, ainda assim, sentia que havia mais algo ou alguém. — Porém ainda não sei o que é. Ruby, quero acabar com todos os descendentes da Ordem. Eu quero meu Castelo de volta; quero meu antigo lar, meus antigos pertences. Reencontrei meu verdadeiro amor, e quero reconstruir uma vida com ela aqui, no nosso lar. Em nosso Castelo.

— Emma, o que há de ter aqui para atraí-la, além de Roni e tua vingança? — refletiu, porém, sem obter resposta sequer.

— Eu que lhe pergunto, Ruby, minha loba, o que há de tão assustador para que te amedronte tanto que a faça esquecer de teu amor por Zelena? Não vejo motivos para recuarmos e deixarmos a Transilvânia. Roni é o tesouro em que se vale a pena lutar, mesmo que eu tenha que morrer para salva-la. — disse baixinho, baixando os cílios. De vez em quando, algumas empregadas passavam ao redor de ambas, limpando impecavelmente as estátuas compostas pela enorme sala. Embora, Emma Swan sempre suspeitasse que demoravam mais que deviam, apenas para escutarem algumas palavras soltas entre suas conversas. — A Ordem Do Dragão a qual, por enquanto, tenho ciência de que Padre Gold e a Governanta Victória Belfrey estão envolvidos, puseram os olhos em minha Roni. Durante as décadas em que estive ausente, aprendendo os novos costumes deste mundo diferente, eles a observaram, a enganaram, a conheceram e lhe feriram a pele. Não estive aqui para protegê-la, envolvê-la em meus braços até ouvir o choro passar e servir de escudo para que nunca tocassem em seus fios negros de cabelo.

Sentimentos, empatia, rememorar algum momento sempre fizeram parte da vida de Jennifer Morrison, e não mudara com os séculos. Em sua humanidade, antes de conhecer Lana, sentiu-se culpada pela morte de seu irmão pela mão dos inimigos; destruiu-se dia após dia, como uma condenação, sem motivo algum para encontrar uma felicidade. Em seus séculos na escuridão, sentimentos e lembranças enlouqueciam sua mente a cada vez que revivia aqueles anos de felicidade, e, em seguida, duas décadas de solidão na terra... Naquele instante, no entanto, lembrava-se da sensação quase humana que sentiu ao abraçar o pequeno corpo de Roni; o inalar do leve perfume de seus cabelos. E, principalmente, o medo estampado em sua face ao dizer o que haviam lhe feito.

— Não a deixarei, Ruby. Nunca mais a deixarei outra vez... — continuou, firme com as palavras. Sua decisão havia sido tomada, aliás, nunca havia mudado de opinião quanto a ficar na cidade. — Qualquer pessoa faria o correto se tivesse a oportunidade de reparar os erros do passado... seja dizer que ama a pessoa que já partiu, ou até uma decisão errada. E aqui, na Romênia, vejo que posso consertar algumas coisas. Ser feliz outra vez e dizer o quanto a amo... — disse suavemente, sua voz embargada e o rosto avermelhado. — ... dizer que eu deveria tê-la ouvido, que não deveria tê-la deixado. — maneava a cabeça negativamente. — A vida é algo incrível! Nascemos e crescemos em busca de nossos sonhos e da felicidade, entretanto, quando finalmente os alcançamos, o tempo passa tão depressa como os dias da semana. É como uma garoa repentina, que mal percebemos passar. À vista disso, Ruby, que devemos lutar para que essa chuva dure o máximo que puder.

— O que fazer para que esta chuva dure bastante? — perguntou admirada com as últimas palavras de sua irmã, observando o sorriso sincero se formando nos lábios pálidos da vampira. — Gostaria de fazer com que esta chuva dure bastante entre mim e Zel, mas as maldições nesta cidade me amedrontaram... e adoraria que a chuva entre nós, minha irmã, jamais acabe.

— Aproveitando cada instante. — respondeu, erguendo a cabeça, olhando-a por cima. — Jamais olhe para trás ou fuja! Deves enfrentar o que há de vir. Deves ama-la acima de todos, se ela te amar da mesma forma. Não a deixe, pois poderás te arrepender. Poderás, um dia, encontrar-se em uma terra seca, sem nunca ter sentido a chuva da felicidade, arrependendo-se de ter fugido dela. Vá atrás de Zel todos os dias de tua vida, enquanto ela te amar. Quanto a mim, não precisas preocupar-te, pois te amarei mesmo após tua morte, minha irmã.

Ruby considerou as palavras, suspirando em concordância.

— Não irei deixá-la. Não posso deixa-las... Tu, Zel e Belle. — jurara para si mesma ajudar sua mestra até não precisar de ajuda. No entanto, agora, além de mestra, Emma Swan se tornou sua família. Propunha aquilo por temor à vida das duas, mas concordava que o sonho da vampira estava todo ali. — Irei ajudá-la com tua vingança. Esta semana irei resolver a compra de teu Castelo, e, em breve, iremos nos mudar para lá. — pôde ver as órbitas esverdeadas brilharem em repleta felicidade. — Ajudar-te-ei com teu amor, e, em falar nela, Whale conseguiu teu soro... Creio que poderás encontrá-la durante as manhãs.

— Ele... Conseguiu? — Emma balbuciou, sentando-se em sua poltrona ao ouvir a notícia. — Se meu coração batesse diria que ele está acelerado. — ambas riram, enquanto Emma sentia seus olhos encherem-se de lágrimas. — Será que desta vez dará certo?

— Estou confiante e muito feliz por ti. — respondeu bocejando. Ainda sentia o corpo dolorido por toda a transformação da noite anterior. — O Doutorzinho deve estar quase chegando...

— Sabes que não sinto sono, mas tu sentes. Vá dormir, Senhorita Luccas, tivestes uma longa noite cansativa, e terá mais tarde outra vez. — disse ao perceber a fisionomia exausta de Ruby, que sorriu e assentiu retirando-se da sala.

Respingava o suor sobre a pele pálida, resultado de sua doença, enquanto, ainda de costas para a vampira, misturava um pouco do sangue de Regina e de Emma com o soro. O grosso líquido vermelho mesclava-se perfeitamente, fazendo as órbitas azuis de Whale brilharem em esperança.

— Pareces confiante desta vez, Whale. — a loura percebera a alegria estampada na face do homem, que se virou para ela dando passos apoiados em uma bengala. — O que ganharás com o sucesso desse soro? Pois, pelo que eu saiba, tu não tens intenção alguma de obter algo com todas as tuas experiências por sucesso.

— Preciso de mais sangue teu, Jennifer, para o próximo soro, uma vez que o de hoje está pronto. — disse sem rodeios. Arqueando uma de suas sobrancelhas, a loura o encarou sem paciência. — O soro não tem efeito permanente, Jennifer, deverias saber disso, aliás tu tens isto como maldição. A maldição da eternidade em trevas.

— A maldição da vida, como aqueles malditos disseram. — resmungou, olhando-o e dando um sorriso forçado. Em seguida, levando o próprio pulso à altura de seus lábios, mordendo-o. — Vamos, ande logo, doutorzinho. Dê-me algum de seus frascos.

E assim o homem obedeceu prontamente. O sangue que jorrava dos pulsos da vampira serviu para encher dois frascos, e parou apenas quando a própria mordida cicatrizou de seu pulso.

— E nunca mais me chame de Jennifer outra vez. Aqui eu tenho um nome, e não é Jennifer, é Emma Swan.

— C... Claro, Emma. — ajeitou a gola da gravata e se afastou o suficiente para preparar a injeção do soro na vampira.

Quando o soro passou por entre suas veias, percorrendo a cada centímetro de seu interior, a sensação fora completamente diferente do soro anterior. Foi como um pequeno choque instantâneo, arrepiando os poucos pelinhos de seu corpo. E, num impulso da confusão de sensações, a vampira caminhou até as cortinas, abrindo-as sem temor algum.

— O que você colocou nesse soro, Whale?

— Um ingrediente especial, Senhorita. — respondeu orgulhoso com o resultado.

O razoável aquecer do sol tocava em sua pele, branca como a porcelana, sem queimar nem por um segundo. Seus olhos, agora sensíveis à luz – resultado de séculos longe do sol –, fechavam-se até se acostumarem à presença dos raios solares.

— Nunca me senti assim... Tão viva, tão humana!

— Que bom que se sente assim, Jennifer. — provocou.

— Só me sinto assim ao lado de Roni... — sussurrou. — Doutorzinho, Roni tem alguma participação na criação deste soro? — olhou-o seriamente, ainda sem sair do sol.

— Oh, Jennifer, Senhorita Swan, meus alunos selecionados para me ajudar tem contato com o laboratório de pesquisas. No entanto, não sou irresponsável a ponto de deixar uma cura para o vampirismo a vista.

— Estou perguntando sobre o sangue! Não se finja de desentendido, Doutorzinho, desde a primeira vez em que a vi percebi que o sangue dela era a minha cura, nem que fosse momentânea. — explicou-se, dando passos até o homem. — Então me responda. Não ficarei irritada contigo.

— Não, minha Senhora! Não usei o sangue de Roni. — respondeu imediatamente, poupando gaguejar para que jamais desconfiasse de que era mentira.

Os fracos raios solares tocavam em seu corpo, e, pelo mais surreal que fosse, não queimavam a pálida pele. Formava-se em sua face um esplêndido sorriso ao visualizar, pela primeira vez há séculos, a cidade de Bucareste; ao entrefechar os olhos numa tentativa de observar o sol; ao sentir o toque gélido da brisa úmida da manhã.

Em sua primeira caminhada durante o dia, mostrava-se fascinada. A sensação era a mesma de qual se lembrava: o leve aquecer matinal, a grande quantidade de pessoas nas ruas. No entanto, ao mesmo tempo mostrava-se preocupada. Os lobisomens se descontrolaram em demasia noite passada, mas mesmo assim a praça estava tão bela quanto Roni descrevera.

— És verdadeira quando fazes uma promessa. — Emma arrepiou-se ao sentir as mãos quentes de Roni vendarem seus olhos. Alegrou-se em saber que ela estivera ali, esperando-a pacientemente, e ainda a recebera tão contente. A loura tocou as mãos macias da amada, e virou-se retirando as mãos de seus olhos, fitando as órbitas castanhas. — Mesmo que tenhas demorado uma semana...

— Tentei vir antes. — respondeu Emma, desacreditada com aquela situação. Quando se aproximava de Roni, sentia-se viva outra vez, mas agora, com o soro em suas veias, sentia tudo ainda mais vividamente. — Eu sonhei em encontrar-te aqui, Roni, por dias. A imagem que descrevera desta praça vagava em minha mente...

— Senhorita Swan, não precisas me explicar. — disse Roni, dando seus passos à frente, andando sobre a grama da praça. — É uma pena vir até a praça justamente no dia em que alguns lobos destruíram algumas coisas. — suspirou.

— Mas a praça continua bela, como dissestes. Entretanto, pressuponho que sejas ainda mais encantadora. — os orbes âmbar percorreram por toda a face pálida da loura. Seus lábios entreabertos, estupefazendo à perfeição que se tornava na luz do sol. Contrastava a pele de porcelana e os longos fios dourados como as pétalas de um girassol, e os olhos perfeitamente verdes, num tom verde mar. — O que mais importava era falar contigo novamente, Roni.

A morena ousou levantar as mãos e passa-las sobre os cabelos de Emma, que suspirava com o aroma delicado exalado pelos poros, mesclando-se ao perfume de maçãs.

— Recebi tuas flores.

— Gostou?

— Nunca possuí mais lindas em toda a minha vida. — sussurrou, observando o belo contraste solar contra as madeixas douradas de Emma. — O buquê, o bilhete... Eram belos demais para ser real.

— Mas são reais, e tenho ainda mais flores de onde aquelas vieram, assim como mais palavras para escrever-te. — estendeu o braço para que a morena enlaçasse as pequenas mãos em seu braço. — É uma pena não ter vindo de carro, mas se não te importar poderíamos voltar para minha casa e pegar meu carro. — sugeriu.

— Perderíamos bastante tempo, Senhorita Swan. — Roni respondeu prontamente ao lembrar-se de alguém que poderia ajudá-las. — Tenho um parceiro de trabalho na universidade, que fica a poucas ruas daqui, hoje ele está fazendo projeto extra... Creio que poderia nos ceder a carruagem dele.

Emma Swan respondeu-lhe com um enorme sorriso cativante – o qual, aos olhos de Roni, apenas a loura tinha –, fazendo com que a morena soubesse qual fora sua resposta. Sendo assim, a loura sentiu as delicadas mãos segurarem com força as dela, guiando-a pelas movimentadas ruas de calcário até a universidade local.

O destino pareceria estar do lado das duas, poupando-as de perder mais tempo visto que Peter – o aluno que fora escolhido junto a Regina – se encontrava ainda abaixo das grandiosas colunas da universidade.

— Bom dia...? — Roni aproximou-se sorrindo tímida, recebendo o olhar do jovem louro. Emma percebeu imediatamente que ambos não se conheciam.

— Jones. — respondeu simpático. — Peter Jones. A Senhorita é minha nova parceira de estudos! Fico muito contente em vê-la por aqui... Sei que seremos muito próximos. — cumprimentou-a.

— Senhor Jones? — Emma perguntou, alegrando-se ao ouvir aquele nome. Pensou que sua família havia se perdido no decorrer dos séculos, uma vez que Killian e Alice eram da família Jones, mesmo que a menina também tenha sido nomeada com os nomes de Lana e Jennifer.

— Sim, mas ambas podem me chamar apenas de Peter, Senhorita? — deu um cumprimento de mãos.

— Swan. — a loura o cumprimentou amavelmente, observando-o atentamente. Aquele jovem, que não aparentava ter mais de vinte e cinco, poderia ser o único Jones vivo. Constatou as leves ondas em seus cabelos dourados, como os de sua menina, porém os dele eram curtos. — Emma Swan.

Um breve silêncio se instalou. Emma Swan perdeu-se em uma felicidade inexplicável; um misto de sentimentos por estar ao lado de seu amor, e conhecer os descendentes de sua pequena, fazendo com que seus olhos lacrimejassem e caísse uma única lágrima, que rolou até sua bochecha.

E, em seguida, ela mesma enxugou-a.

— Desculpe-me, fiz algo? — o lourinho franziu o cenho, confuso.

— Não, imagine, Senhor Jones. Lembrei-me de alguém, apenas. — suspirou contente.

— Peter, — Roni pigarreou, retornando ao assunto principal. — irás precisar de teu carro?

— Ah, claro que não. Hoje será meu dia de tomar conta do laboratório de medicina, então devo ir embora mais tarde. Se precisareis, podes ficar à vontade.

— Precisaremos apenas de uma pequena carona. — Roni assegurou para não o deixar preocupado. — Teu cocheiro nos deixará no local, e, em seguida, ele retornará para esta universidade, não te preocupes.

— Oh, por favor, vós não precisais de pressa. — garantiu. — Bom, devo comparecer imediatamente ao laboratório, aliás, não será bom chegar atrasado em meu primeiro dia. Minha carruagem é aquele Hansom — apontou discretamente para uma bela carruagem, que era bastante usada naquelas décadas. —, e digas que pan pede que lhes ajude, dando uma carona até o lugar que desejas.

Peter foi uma pessoa maravilhosa ajudando-as, mesmo sem conhecer a morena muito bem. Logo, despediram-se, e Peter foi aos seus afazeres, enquanto Emma e Roni pegavam sua carruagem emprestada.

Ambas estavam sentadas, uma ao lado da outra, no assento possuinte no Hansom, enquanto observavam as mudanças do ambiente. Há poucos minutos, os cavalos que puxavam a carruagem trotavam sobre as ruas calcárias de Bucareste, e passavam por ruelas, dando de vista os ciclistas e pedestres nas ruas; no instante seguinte, o cenário mudou para uma bela vista verde de toda a floresta que cercava a cidade, assim como fez com que sentissem falta dos asfaltos das ruas, uma vez que as estradas de terra eram bastante cansativas.

— É a primeira vez que saio de Bucareste. — Roni comentou, observando as árvores através das janelas.

— Nunca tirastes os pés daquela cidade? — perguntou boquiaberta.

A morena gesticulou a cabeça, em resposta de que realmente nunca saíra de Bucareste. Embora fora torturada em uma antiga capela aos redores de Brasov, não saíra da cidade outra vez.

— A partir de hoje, Roni, irás sair bastante de Bucareste! — a morena olhou-a confusa. — Faz bem respirar novos ares, não acha? Sem mencionar que brevemente irei embora daquela cidade.

— Pensei que havia encontrado motivo para criar raízes, Senhorita Swan. — respondeu ao lembrar-se de que a morena lhe deu esperanças de que continuaria ali, ao seu lado.

— Roni, não fazes ideia de como te admiro... — pensou alto, fitando os orbes castanhos. — Antes de conhecê-la minha vinda aqui, em Romênia, seria passageira. Tão passageira que mal notariam minha presença. Entretanto, criei fortes laços contigo, assim como a Senhorita Luccas também criou fortes laços. Estou criando raízes aqui, Roni, apenas não será naquela casa em que vivo por enquanto.

— Pensei ter escutado dizer que não viverias mais em Bucareste.

— Oh, sim, escutou certo. Irei retornar à minha cidade de nascença. Confesso que desde minha juventude eu amava vir em Bucareste com meu pai para resolver alguns assuntos. Eu apenas o acompanhava, é claro, mas nasci e cresci sob os tetos de uma das maiores e antigas residências entre o antigo povoado de Brasov, Pitest e, por minha antiga residência ser na floresta, faz ligação com Bucareste. Meu pai me ensinou a andar pelas trilhas daquela mata.

— Seu pai parece ser bastante inteligente, e parece que gostas bastante dele. — Roni respondeu, observando as órbitas verdes se direcionarem à estrada de terra em que estavam.

— David... Sim, meu pai era incrível.

Os assuntos se passaram e foram mudando conforme elas atingiam ainda mais o nível de intimidade, fazendo com que parecesse que ambas se conheciam há bastante tempo. A viagem em si, durou cerca de quase três horas, porém, mal perceberam quanto tempo permaneceram ali.

— Olhe, Roni, o Rio Arges... — Emma apontou pelo vidro da janela do Hansom, e, em seguida, Roni observou-o atentamente com os olhos brilhantes.

— Ele... É um enorme Rio, tanto que...

— Sim, ele nasce numa cordilheira no centro da Transilvânia, aqui em Romênia, chamado de montanha Fagaras, e atravessa os condados de Arges, Dâmbovita, Ilfov, Giurgiu e Calarasi. — Emma interrompeu respondendo automaticamente, ao lembrar-se da informação adquirida pela Ordem do Dragão.

— Bom, eu não iria dizer tudo isso. — sorriu timidamente. — Iria dizer que ele passa por Bucareste, para depois desaguar. Não fazia ideia de como era enorme!

Emma, antes que dissesse algo, pediu para que o cocheiro de Peter parasse a carruagem. O homem desconfiara ao olhar pelos arredores e não enxergar nada a não ser a mata e a estrada de terra, embora não tivesse protestado o pedido da loura. Em seguida, Swan desceu do Hansom, e, estendeu a mão para ajudar Roni a descer.

— Não fazes ideia de como este Rio é enorme, assim como também é profundo. — finalmente respondera. — Agora venha comigo, Roni, pois quero te mostrar um lugar que irá adorar.

Roni estendeu a mão, entrelaçando-a entre os dedos da loura, desviando-se conforme os galhos, que Emma afastava daquela pequena trilha, reverberavam uns nos outros pelo atalho. Podia-se ouvir o chiado de serpentes escondidas por entre algumas folhas; podia-se sentir o aroma da grama viçosa recém banhada pela chuva, complementando-se ao famoso cheiro de terra molhada.

Alguns minutos caminhando por aquela trilha, e já pareciam estar nas profundezas da mata, totalmente cercadas pelo verde da floresta. Ora ou outra, Emma ajudava-a a passar por alguns troncos de árvores caídos sobre o solo, ou algumas raízes enormes fincadas ao chão.

— Roni... — Emma pronunciou-se, segurando as mãos da mais nova logo após ajudá-la a passar pelos pequenos obstáculos que a floresta lhes oferecia. — Peço que feche os olhos até eu mandar abri-los. — pediu entre sussurros.

As órbitas castanhas apreciavam, analisando o verde água pigmentado no olhar da loura. Sentia como se aquele par de olhos pudessem refleti-la; sentia-se leve como os fios louros dançando conforme a brisa passava.

— Oh, claro. — respondeu, assentindo e, em seguida, umedecendo os lábios para que finalmente fechasse os olhos.

Não passara por desapercebido o pequeno ato que Roni fizera. Embora soubesse que aquela maldita cicatriz caricaturada nos lábios da morena não fosse uma boa lembrança para a tal, a loura ainda contemplava com todo o encanto àquela cicatriz. Era bela, era sexy, era um de seus detalhes mais chamativos em sua aparência.

— Creio que irás adorar minha surpresa para ti, Roni. — afirmou, ainda segurando uma das mãos da morena, enquanto com a outra segurava a cintura, guiando-a mais alguns passos à frente. — Podes, hm, podes abrir agora. — sussurrou suavemente próxima ao ouvido da morena.


Obs: Hansom eram carros de duas rodas, que tinham o nome de seu inventor, Joseph Alysius Hansom (1802-82), os hansoms eram ubíquos em Londres nas décadas de 1880 e 1890. No interior havia lugar para dois passageiros, e o cocheiro sentava-se fora.

Como podem ver, a cena Swan Queen não acabou por aqui! 🤗 Pretendo por mais cenas dos nossos amores no próximo capítulo, e agora que o soro deu certo teremos mais momentos delas. Agradeço muito por terem sido pacientes!

Eu estou aqui para avisar também que pretendo criar um grupo no WhatsApp, que seria de todas as minhas fics. O grupo serviria também para divulgar a fic de vocês, e nos conhecermos. Então, queria saber a opinião de vocês.

Twitter: @21swanqueen

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