Capítulo 48
O ômega loiro entrava no internato após ter levado sua melhor amiga para a casa de sua irmã para passar o seu cio, ele subia as escadas normalmente até alguém invadir seu campo de visão lhe fazendo bufar e revirar os olhos em desapontamento.
— Senti sua falta.
— Eu sumi por duas horas, no máximo. — respondeu um pouco grosso, tentando passar por ele e continuar a subir as escadas, mas o braço do alfa o impediu, o ômega encarou o garoto com raiva.
— Não estou falando só de hoje.
— Ah, por favor! Você ficou estranho desde quando eu, você e seu namorado egocêntrico transamos na sala da Lalisa, não olhou na minha cara pela semana que passou e depois agia como se não me conhecesse. E agora vem dizer que sente a minha falta? — cruzou os braços enquanto falava bravo.
— Era a sala da professora Manoban? Eu não me lembrava.
— Se você vai se fazer de sonso ou enrolar, eu preciso ir. Então me deixe passar, droga!
— Não seja grosseiro, Taehyung. — ele ouviu uma terceira voz e olhou para baixo, onde Hoseok se encontrava parado no pé da escada e o encarava.
Taehyung alternou o olhar entre eles, olhou as horas no relógio em seu pulso e logo após deu uma risada falsa, os alfas se entreolharam confusos.
— Vocês combinaram de me encurralar justo no horário em que estão todos nas salas de aula? E Yoongi, você é idiota? Os vestibulares estão chegando e decidiu que vai matar aula para apenas dizer que sente a porra da minha falta?
— Deus, o que aconteceu com você? — Hoseok perguntou surpreso, Taehyung olhou para ele e curvou uma sobrancelha em deboche.
— Vou dizer o que aconteceu: os dois alfas que estavam a fim de apenas transar comigo foram idiotas e eu não estou surpreso com mais essa decepção em doze dupla, literalmente. Foi isso que aconteceu resumidamente, um grande e maldito fora depois de uma transa maravilhosa, e agora eu fico pensando que nunca mais na minha vida eu venha me satisfazer e irei viver na decepção da frustração sexual por não ter um sexo como aquele nunca mais e-... o que pensa que está fazendo com a sua mão? — empurrou o braço de Yoongi quando sentiu a mão dele tocar sua cintura e se aproximar.
— Você começou a tagarelar, achei que deveria fazer algo para fazê-lo parar. — respondeu, voltando a tocar nele, subindo uma mão para o rosto delicado e de pele pálida, acariciando a bochecha que ganhava uma cor rosada. Hoseok subia os degraus lentamente enquanto observava Taehyung ficar hipnotizado naqueles olhos âmbar tão fascinantes que parecem terem sido desenhados por um grande artista talentoso. — Sinto muito por isso, Taehyung. Eu não queria admitir a mim mesmo que estava gostando de você, sabe... meio que eu ainda estava com ciúmes de Hoseok... Deus, eu não conseguia parar de pensar em vocês dois e naquele maldito dia em que-, bem, você sabe. Eu só não não sabia o que fazer e qual escolha tomar, eu amo Hoseok e apenas tive ciúmes.
— E eu amo Yoongi, não sabia qual seria a decisão dele, e resolvi esperar e não me envolver com você sem ele saber. — Hoseok admitiu, parando no degrau abaixo do qual Taehyung se encontrava. O loiro sabe que Hoseok ainda se sente culpado sobre aquele fatídico dia em que o beijou e Yoongi apareceu. — Nos desculpe?
Taehyung alternou o olhar entre eles, não sabia o que deveria dizer, e a raiva lhe atingiu em cheio. Se Hoseok ama Yoongi e Yoongi ama Hoseok, que raios eles estão fazendo ali?
— Vocês dois são idiotas! Se amam um ao outro, por que estão atrás de mim? — questionou irritado, Taehyung tentou não ficar emotivo mas sua voz falhou deixando apenas óbvio como se sente sobre esse acontecimento.
— Nós queremos você conosco, queremos que nos ame, para que possamos amá-lo também.
Seu olhar voltou para o de Yoongi, e seus olhos azuis límpidos estavam um pouco lacrimejamos, ele negou com a cabeça para a surpresa dos alfas.
— Não, eu não quero! Vocês vão ser como todos os outros, vocês-...
— Nós estamos dispostos a arriscar nossa própria relação, se você aceitar, iremos fazer de tudo para te incluir nesse relacionamento da melhor forma possível e que se sinta confortável com a gente. Mas se negar, te deixaremos em paz. — Hoseok o interrompeu. Ele subiu mais dois degraus ficando ao lado de Yoongi.
— Eu não posso decidir isso agora. — Taehyung murmurou, abaixando o olhar para os sapatos deles.
— Tenha o tempo que precisar. — finalizou o assunto, e ambos subiram os últimos degraus da escada e sumiram pelo corredor.
Taehyung suspirou alto, não conseguia acreditar que estava se metendo na mesma encrenca que Lalisa, além de ter sido louco o suficiente para aceitar o emprego, ficou apaixonado por um aluno... e o diretor.
xXx
Lisa teve uma semana muito longa e péssima, principalmente depois de ter tido o primeiro dia do seu cio de uma forma tão boa. Mas ela precisou ir ou ela e Jennie não iriam parar até que realmente estivesse passado. E retornar para o internato era a parte mais constrangedora, mas ela sabe que todos devem entendê-la.
— Eu realmente preciso que vocês façam as atividades de hoje pois teremos pouco tempo, sim? Nada de preguiça ou isso vai prejudicá-los. — foi a primeira coisa que disse assim que entrou na sala para a primeira aula da semana. — Abram os cadernos.
Os bocejos e resmungos se fez presente e Lalisa apenas sorriu com isso, deixando suas coisas na mesa e separando o que vai utilizar. Ela se aproximou do quadro negro e escreveu nele.
— "Saber muito não lhe torna inteligente. A inteligência se traduz na forma que você recolhe, julga, maneja e, sobretudo, onde e como aplica esta informação." Carl Sagan. — ela leu em voz alta a frase escrita. — Eu quero que todos, sem exceção, me digam suas opniões sobre o pensamento do dia. Quem vai ser o primeiro?
A maioria da sala ergueram as mãos, o que a fez abrir um enorme sorriso de satisfação, mordendo os lábios em seguida num movimento involuntário. Jennie de sua mesa engoliu em seco com aquele ato tão rápido e simples, mas que lhe causou diversos pensamentos promíscuos sobre o que fazer com aqueles lábios rosados.
— Yoongi, por favor. — Lisa pediu, os demais abaixaram as mãos e o garoto se ajeitou na cadeira limpando a garganta.
— Eu acredito que todos nós temos o nosso valor e somos capazes de muitas coisas com o esforço necessário, mas termos menos aprendizado que outras pessoas não nos tornam insignificantes.
— Exatamente, já chegaremos nesse ponto. James, fale.
— Eu acredito que Carl queria dizer com essa frase que a inteligência é algo que devemos compartilhar, talvez?
Lis continuou perguntando a mais alguns alunos, até finalmente chegar em Jennie. Como não quer favorecer a garota de nenhuma forma pois não seria justo, decidiu a si mesma que seria até mesmo um pouco mais rígida desde quando as aulas voltaram, e está indo muito bem... exceto a vez que lhe chamou por um apelido carinhoso na frente de todos, claro.
— Jennie, diga.
— Essa frase é motivacional, ela diz que a inteligência é onde a refletimos, pois o que adianta sermos inteligentes e usarmos disto para o mal?
— Isso! A frase em questão fala sobre a inteligência e onde a aplicamos, mas acredito que ela sirva para tudo. No que adianta você ter rios de fortuna e não há um pingo de felicidade em você? No que adianta se matar de estudar em advocacia enquanto sonha em biologia? Entendem o que quero dizer? Tudo aquilo que fazemos, precisa nos agradar e nos fazer felizes, mas sem prejudicarmos ninguém ao nosso redor. — Lalisa falou enquanto alternava o olhar entre seus alunos. — Não esqueçam de que uma nota não define sua capacidade, sua inteligência. É apenas um número.
— Um número que pode mudar a minha vida. — Michael falou, o que fez Lalisa olhá-lo.
— Os vestibulares estão chegando, eu acredito que com muito empenho vocês conseguem o que querem, tem esse ponto também, querido. — Lalisa sorriu para ele. — Se vocês não se esforçarem, não há como adquirirem o que tanto almejam. Mas são inúmeras oportunidades na vida, em um momento a sua irá acontecer.
— Mas e se não for como nós queremos? — perguntou Lucien.
— Nada é como queremos. Felicidade é um estado, e para chegar chegar nela em algum momento nós sofremos. — Lisa se sentou sobre sua mesa enquanto falava num tom de voz audível, sempre parecendo calma mesmo que a conversa esteja se tornando melancólica.
— O que a senhorita tem a dizer sobre a morte, professora? Você é sempre cheia de tão boas respostas. — era a doce voz de Will, que estava parado na porta da sala segurando alguns livros.
— Will, não deveria estar em sua aula agora? — Lalisa pergunta conferindo o relógio na parede da sala.
— Minha próxima aula é em alguns minutos, estava a caminho da biblioteca para devolve esses livros. — ele respondeu um pouco envergonhado. — Desculpe, eu não quis atrapalhar.
— Entre. — apontou para uma das mesas vazias, o garoto entrou acanhado e tropeçando nós próprios pés, causando risinhos baixinhos nos alfas mais velhos. — Bem, todos nós temos uma opinião sobre a morte, alguns têm as mesmas devidos suas crenças serem iguais. Mas primeiro me digam, o que vocês acham sobre a morte?
Ninguém nem mesmo ergueu a mão, Lisa esperou alguns segundos antes de voltar a ficar em pé para falar.
— A morte é algo incerto, e independente da sua crença, se você acredita ou não em Deus, seu destino não acaba quando ela chega. O universo é perfeito demais para deixar que tudo isso se perca aqui, nós somos conectados a ele, uns aos outros e a tudo que se existe. Somos feitos de poeiras de estrelas, temos os mesmos hidrogênios, cálcios, potássio, etc... talvez a vida seja apenas um momento passageiro que o cosmos nos oferece, mas depois voltamos a fazer parte dele como apenas observadores ou simplesmente átomos.
Lalisa encarou seus alunos e a forma que se entreolhavam tocados pelas suas palavras, antes de que alguém falasse qualquer coisa sobre o assunto, ela decidiu acabá-lo ali.
— Preciso passar uma atividade para eles, Will. Nos falaremos mais na nossa aula amanhã, sim? — o garoto assentiu e se levantou com os livros em mãos.
— Senhorita Manoban... — ele recebeu a atenção da mesma ao que parava na porta. — A morte é algo que me surpreende muito, e me assusta, devo dizer. Mas acha que encontraremos aqueles que já se foram?
— Eu acredito que sim, eu acredito um dia poder rever minha mãe, minha avó, amigos que já se foram. Eu acredito que todos um dia sejamos felizes onde quer que estaremos, juntos e repletos de amor.
O garoto sorriu ao ter ouvido cada palavra com atenção e faladas de forma tão decidida, desejando um bom dia a todos antes de se retirar da sala sem questionar a professora. Lisa sempre foi muito boa com palavras, e aquilo ninguém podia negar, era inspirador e enchiam seus corações de esperança.
Continua...
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