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Interlude: set me free

Sentou-se desconfortável naquele café cheio de pessoas usando seus terninhos executivos de reuniões de trabalho. A maioria ali estava começando o horário de almoço, mas havia um ou outro apenas num intervalo para o café. Era o caso de Min Su. Greta, no entanto, era a única ali com tempo livre para ficar o quanto quisesse. Estranhamente ela não queria esse tempo.

Inconscientemente ela ajeitou as mangas da jaqueta que usava, mais deslocada do que nunca por ser a única usando roupa casual. Nunca havia se sentido tão fora do lugar como agora. Observou Park Min Su enquanto ele pagava os cafés deles no caixa. Pela primeira vez ela percebeu claramente que ele não tinha absolutamente nada de semelhante a Yoongi. O rosto estava mais sério do que nunca e o paletó e a calça social faziam com que ele parecesse exatamente o que era, um coreano comum. Seu olhar encontrou o do rapaz e ele lhe lançou um sorriso tímido, contido, quase como se também a visse pela primeira vez. "Provavelmente ele me odeia porque o deixei plantado e não liguei depois" – pensou.

— Aqui. Tem certeza que não quer um café mesmo? - perguntou sentando-se à frente dela na pequena mesa do lugar e mexendo o próprio café. — Nunca vi ninguém pedir chocolate quente nesse horário. — explicou.

— É bom para adoçar o dia... — respondeu ela enigmaticamente. — Você trabalha aqui perto, August-ssi?

— Por favor, me chame de Min Su... — pediu olhando para os lados, repentinamente desconfortável.

— Por que? — ela sussurrou se inclinando sobre a mesa como se quisesse ouvir um segredo. Qualquer coisa para não precisar entrar logo nos assuntos pendentes que tinha com ele. — Ninguém sabe que você canta no Porão?

— Não é isso... — respondeu sem jeito. — É que tem gente que acaba me confundindo com Agust D... — confessou. — Já aconteceu antes. Foi de onde tirei o nome.

— O que aconteceu? Quando te confundiram... — perguntou, mais curiosa ainda.

Era a primeira vez que ela o via admitir que havia se inspirado em Suga e quanto mais ela pensava, mais se perdoava por ter confundido os dois. Se ele usava o nome conscientemente, então se aproveitava da semelhança de alguma forma. Greta o observou levando a xícara aos lábios, desviando os olhos dos dela e tentando ganhar tempo. Parecia desconfortável em falar sobre esse assunto ali, em meio a sua vida "normal". Mas ela estava realmente curiosa.

— No começo foi legal, não me entenda mal. Eu sempre curti rap e sempre fui fã de Agust D, mesmo antes dele virar idol. Mas algumas fãs são... como eu posso dizer?

— Doidas? — completou ela.

— Não doidas. Invasivas, sabe? Perdi um anel quando uma menina puxou minha mão para que eu tirasse foto com ela. Elas literalmente correram atrás de mim uma vez num bar em Seul. — contou com o olhar vago. — Assustadoras. — completou simulando um arrepio exagerado, como se pudesse ser atacado ali mesmo.

Greta sem querer imaginou Micha revirando os olhos, duvidando daquela história e teve que se controlar para não rir. Tomou um gole do chocolate e concordou com a cabeça. Alguns fãs coreanos conseguem mesmo ser do tipo assustador. Era um de seus medos internos ao aceitar os sentimentos de um idol. O amor podia virar ódio em questão de segundos e em menos tempo ainda virar contra ela e a filha.

— Você já quis ser famoso, Min Su-ssi? — perguntou depois de um tempo em silêncio.

— Quem nunca quis? Não é como se eu gostasse mais do meu trabalho do que de fazer rap... — confessou ele dando de ombros. — Mesmo assim acho que não conseguiria ter uma vida minimamente semelhante à que gente famosa de verdade tem. Foi assustador o suficiente viver isso por um dia.

Greta concordou com a cabeça. Seria bom ter dinheiro, patrocínio e nenhuma preocupação com relação a bens materiais. Mas o preço a ser pago por isso ia muito além de apenas ser reconhecida na rua. Ela se esforçava para ensinar isso a Micha, a respeitar o espaço do outro, mesmo quando o outro é uma pessoa pública, porque um dia poderia vir a ser ela.

— Você já quis ser famosa, Gleta-ssi? — perguntou curioso.

— Nunca. Pelo contrário, sempre busquei ser o mais invisível o possível.

— Por que? Timidez?

— Porque por existir eu já chamo atenção. — respondeu com simplicidade. Abaixou a xícara e abriu as mãos e os braços, abrangendo o café onde estavam. — Se prestar bem atenção, a moça do caixa não para de me encarar porque não sou coreana. O segurança também, mas no caso dele é por causa da cor da minha pele. Alguns clientes desviam da nossa mesa, outros passam perto apenas porque é legal ter uma pessoa como eu por perto. E eu nem precisei ser famosa para isso.

Enquanto ela falava, percebeu que ele começou a prestar atenção ao cenário. Os olhos dele cruzaram com os do segurança e este desviou, com medo do julgamento. Uma garotinha coreana encarava Greta abertamente, segurando a mão da mãe que fingia não ver, mas puxava a menina para perto o tempo todo. A brasileira tinha aprendido a blindar essas micro-agressões desde muito nova, ainda no Brasil, mas nem sempre conseguia fingir que não via. Por mais que vivesse mais confortável em Daegu do que em São Paulo, a reação de algumas pessoas era exatamente a mesma. Talvez a quantidade de olhares admirados aumentasse caso ela fosse famosa, mas isso significava que as micro-agressões deixariam de ser micro quando acontecessem.

— Eu sinto muito... — ele pediu depois de um longo tempo observando tudo.

— Tudo bem, não é culpa sua. — respondeu ela com um sorriso sem humor. — Quando vou ao Porão, não me sinto desse jeito. É por isso que gosto tanto daquele lugar.

— Agora eu entendo porque não quis cantar comigo. — falou Min Su, em tom de desculpas.

— Sim... O rap sempre foi meu refúgio. Naquele dia, por muito pouco não se transformou em outra coisa.

— Sinto muito. — repetiu. Ele envolveu a própria xícara com as mãos, desviando o olhar do dela, pensando no que deveria dizer a seguir. Queria ter tido conversas sérias e profundas assim no jantar fracassado pois isso facilitaria muito em dizer o que tinha que dizer. A resiliência dela o atraía mais do que nunca, demonstrava caráter e determinação, duas das coisas que mais o atraía em uma garota e quanto mais ele observava e absorvia, mais ele percebia a força daquela mulher. Estava apaixonado e queria dizer isso, ter uma chance, mas não sabia por onde começar.

Greta esperou pacientemente que ele organizasse os próprios pensamentos, dando goles pequenos em seu chocolate, talvez esperando ela própria o momento certo para dizer o que tinha que dizer.

— Eu... — disseram juntos.

— Você primeiro. — Greta pediu.

— Noonim... sei que não fui a melhor pessoa quando nos conhecemos. E acabou que nosso jantar ficou... estranho. — começou. Não sabia como se declarar. Nunca tinha feito isso. Mas agradeceu silenciosamente pela paciência dela, porque não tinha certeza se teria outra oportunidade. — Quando eu te vi hoje eu... — suspirou. — É muito difícil isso, meu Deus. — murmurou abaixando a cabeça.

— Tudo bem... eu espero. — ela respondeu sorrindo e desviando o olhar para que ele ficasse mais confortável.

— Vou começar de novo... Vou falar de uma vez, porque acho que vai sair mais fácil. Tudo bem?

— Ok.

— Pronta? — secou as palmas das mãos nas pernas ganhando tempo e coragem. Greta achou tudo aquilo muito fofo. Sabia o que era. Entendeu desde o momento em que ele a convidou até ali mesmo em horário de expediente. Poderia muito bem desencorajar qualquer discurso dele, porque não sabia se seria capaz de retribuir qualquer coisa, mas não se sentia nesse direito. — No dia que nos conhecemos, eu te achei bonita imediatamente. Vi você acenando e me achei o cara mais sortudo do mundo, porque nunca tinha visto isso antes, nem mesmo quando me confundem com o Agust D. — suspirou, ganhando fôlego. — E... é isso... Eu gosto de você, Noona.

Duas declarações num intervalo de menos de vinte e quatro horas. Greta tomou um gole de seu chocolate, absorta nos próprios pensamentos. Pela segunda vez ela ficava sem resposta diante de um homem. Mas precisava começar a resolver a própria vida e parar de andar em círculos. Abriu a boca uma vez e encarou os olhos esperançosos de Min Su. Era como encarar um gatinho indefeso. Voltou a tomar um gole de chocolate, desviando os olhos dos dele para poder clarear a própria cabeça.

— Min Su-ah. — começou olhando para os próprios dedos ao redor de sua xícara. Sem que o olhasse diretamente, percebeu os ombros caindo por ouvi-la tratando-o de modo tão formal. — Naquele dia no Porão, quando acenei para você... — soltou um suspiro. Tinha intenção de contar a verdade a ele, dizer que havia confundido outro homem com ele e depois confundido ele com esse outro homem que achava que era ele, mas o pensamento a deixou confusa. Não sabia se ia conseguir dizer isso em palavras. Queria explicar que apesar do fascínio inicial, sua vida tinha tido muitas reviravoltas inesperadas e que acreditava que teria muitas outras em seu caminho, portanto não teria tempo ou disposição para namorar. Ainda tinha um emprego para procurar antes que as contas chegassem, um semestre para finalizar e a escola de Micha para pagar. Era muita coisa em pouco tempo e isso apenas do lado financeiro da moeda. Abriu a boca para verbalizar isso, mas Min Su foi mais rápido.

— Noona. — interrompeu ele. — Vai me rejeitar, não vai?

— Min Su-ah. — recomeçou.

— Porque se for, eu entendo. Ainda não nos conhecemos o suficiente e já fui dizendo o que sinto. Não tivemos chance de sair da conversa de elevador.

— Espero que entenda a minha situação. Não tenho intenção nenhuma de machucar seus sentimentos.

— Mas...? — perguntou ele com um sorriso triste.

— Mas tem muita coisa em minha vida que talvez você não entenda ou aceite. Prefiro que tenha uma memória boa de mim.

— Eu não me importo. Apesar das poucas vezes que nos vimos, tenho boas memórias de você. Quero conhecer tudo sobre você, noona... Posso aceitar as dificuldades se me der uma chance e...

— Você diz isso agora, mas o único dia que eu teria com você são as poucas vezes que vou ao Porão. Não posso te oferecer mais do que apenas algumas horas da minha semana, provavelmente do meu mês e isso não seria justo com você.

Ela sabia que ele havia entendido a que estava se referindo. Por mais que quisesse acreditar que ele tentaria se adaptar à rotina de ter uma namorada com uma filha, sabia que eventualmente ele ia exigir mais tempo e atenção dela e provavelmente ela não ia poder, ou querer, dar. Porque Micha seria sempre sua prioridade, independente de amá-lo ou não. Park Min Su era um homem bom, bonito e ela ainda achava que era o melhor rapper do Porão e não merecia menos do que a honestidade dela. Greta não tinha intenção de magoá-lo com aquelas palavras ou com a mensagem por trás delas, mas também não podia deixar de evidenciar isso para que não se iludisse.

— Tudo o que posso te oferecer é minha amizade. — completou.

— Mas eu não quero ser seu amigo, Noonim. — respondeu finalmente. — Provavelmente entrei na sua vida na hora errada. — concordou com a cabeça. — Entendo isso. Mas não quero ser seu amigo.

— Eu...

— Tudo bem, noonim. — continuou ele. Greta o viu empurrar a própria cadeira para trás para se levantar. — Eu espero. Posso me contentar em te ver no Porão até estar pronta. — falou se levantando finalmente. Antes que ela dissesse mais qualquer coisa ele fez uma mesura leve e foi embora, provavelmente para o trabalho que ela ainda não fazia ideia do que era.

***

— Ele falou isso? — perguntou Nari, horas depois, sentada em seu novo escritório com Greta.

Parecia confortável ali, como se aquele fosse seu lugar desde sempre, completamente diferente da Nari que Greta conhecia e sabia odiar trabalhar. A brasileira andava pelo escritório recém-decorado da loja e admirava os desenhos espalhados pelas paredes, representando as várias fases da moda ao longo da História Coreana. Viu alguns desenhos assinados por Lola e sorriu, porque aquela combinação seria sucesso garantido no futuro, tinha certeza.

— E o que você respondeu?

— Nada! Não deu tempo! Ele foi embora logo em seguida. — respondeu voltando a atenção para a amiga. — Desde quando você se sente tão confortável trabalhando? Achei que não quisesse assumir a loja...

Nari sorriu orgulhosa de si mesma. Desde que ela e Hoseok haviam se entendido sua vida tinha ganhado sentido e agora ela entendia a necessidade de continuar o trabalho da mãe. Se não fosse pelo nome e reputação da família, não teria tido a oportunidade de ficar no camarim do BTS naquele fatídico dia em Seul. Não teria entendido a importância de manter Lola como sua principal estilista muito menos teria a desculpa perfeita para manter contato com ele sem revelarem abertamente que estavam juntos. A loja agora era agora sua cortina de fumaça e para manter as coisas minimamente plausíveis ela teria que trabalhar.

— Não queria, mas vai ser útil... — respondeu com um sorriso enigmático. — Quer trabalhar comigo? Agora temos a desculpa perfeita... — completou arqueando as sobrancelhas sugestivamente.

— Obrigada, mas não. — respondeu sentando-se numa das poltronas confortáveis que Nari tinha colocado na sala. — Eu não sei trabalhar com roupa e loja e essas coisas... tentei no Brasil e não deu certo.

— E se eu te oferecer um emprego temporário com entretenimento? — falou Nari animada.

— Como assim?

— A loja vai patrocinar um evento no Porão e eu preciso de alguém para apresentar. Topa?

— Eu? Por que eu?

— Você é a pessoa que mais representa do Hip Hop que eu conheço. — falou empolgada. Greta desconfiou que havia alguma coisa a mais, mas não conseguiu imaginar o que fosse. — O evento vai ajudar a divulgar a linha nova que a Lola desenhou para a loja. E eu não confio em mais ninguém. — completou em tom de explicação. Piscou várias vezes e fez bico assim que os olhos de Greta cruzaram com os dela, provocando a risada alta da amiga.

— Que tipo de evento é esse? — perguntou Greta curiosa.

— Ah, o de sempre... rap improvisado, alguns DJs famosos, gente casualmente vestindo minhas peças... o de sempre. — respondeu vagamente.

— Tem alguma coisa a ver com sua voltinha de carro de ontem? — perguntou a brasileira apertando os olhos e se apoiando na mesa. Nari riu alto, fingindo que era pura coincidência.

— Claro que não! Estou correndo atrás disso há dias! — mentiu.

— Mas você nem gostava de trabalhar até ontem...

— Eu tenho meus métodos. — argumentou. — Vai topar ou não?

— Depende, quanto vou ganhar com isso? Estou desempregada agora, preciso que me pague bem.

— Vai ser o suficiente para te sustentar por bastante tempo, garanto.

— Oh Kang Nari, você até parece uma mulher de negócios agora. — brincou Greta. — Estou orgulhosa de você.

— Significa que topou?

— Topei logo que ofereceu, mas eu tinha que fazer meu charme. — respondeu jogando a cabeça para trás e rindo alto da cara de indignação fingida de Nari. Não viu quando a amiga discretamente pegou o celular para enviar uma mensagem.

"Ela topou". 

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Nota da autora: quatro capítulos de presente. Próximos quatro eu coloco na quarta. 

Boa leitura. <3


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