Delusione.
"No amor, todos os caminhos acabam de forma igual. - Desilusão."
_Oscar Wilde._
Diana observará minuciosamente as leves gotículas de água que manchara a extensa vidraça transparente a sua frente.
Passeou calmamente uma de suas mãos pelos seus curtos fios de cabelo negro, na tentativa falha de ajeita-los com precisão, mas o vento forte e gélido da cidade austríaca a impedia de concluir tal ato.
- Diana?
A voz fraca, carregada com o sotaque britânico chamou sua atenção com antecedência, fazendo-a girar com extrema calma seu tronco para trás, procurando com seu olhar perdido quem a chamava.
- Lando. - A morena levantou uma de suas mãos, acenando de forma rápida para o piloto, que ainda tentava a encontrar no meio da pequena aglomeração dos serviçais da Ferrari.
- Te procurei o dia todo, Di. - O piloto da McLaren suspirou de forma cansada, se aproximando da pequena mesa metálica aposada pela alemã, que sorriu, apontando para a cadeira ao seu lado.
- Me desculpa, as coisas aqui estão uma correria. - Constatou com notória descrença presente em sua voz, observando-o se acomodar de qualquer forma sobre o assento ao seu lado, esboçando seu sorriso orgulhoso. - Primeiro podio, hein, senhor Norris. - Deixando sua seriedade de lado, Diana inclinou brevemente seu corpo para frente, deixando um beijo estalado na bochecha rosada do amigo. - Eu estou extremamente orgulhosa de você, e me desculpa por não ter comparecido no pódio, meu pai está um fera com todos. A Ferrari está indo de mal a pior.
- Tudo bem, Di. A cara do seu pai não nega a raiva dele. - Lando se pôs a fazer uma leve brincadeira com Diana, que sorriu minimamente, entre-olhando o pai dar ordens severas a um dos funcionários da Scudeira Italiana. - Você ainda tem muito trabalho pela frente? - Questionou, roubando uma das batatinhas do pacote médio laminado, que estava a frente da morena.
- Infelizmente. Preciso descobrir exatamente qual o problema com o carro do Vettel. - Responde-o em falsa animação, tomando os papéis pálidos repletos por contas, apontando-os para o britânico, que riu, não tendo a mínima ideia de como Diana chegará a aqueles resultados.
- Certo, senhora Binotto. - O britânico indagou risonho, conforme se levantava do assento de estofado avermelhado. - Te vejo na festa da fia?
O rosto delicado de Diana fora tomado por uma careta reprovativa, fazendo com que o mais novo a sua frente soltasse um riso escandaloso.
- Talvez. - Indagou com incerteza, juntando os inúmeros lápis que estavam espalhados sobre seu pequeno espaço, colocando-os dentro da pequena bolsinha branca.
- E já tem um acompanhante, senhorita? - Lando retomou aos seus questionamentos, vendo-a negar com antecedência, passeando suas mãos gélidas pelo casaco vermelho.
- Talvez eu vá com o meu pai, como todos os anos. - Completou, tomando uma das gordurosas batatas do saquinho laminado, levando-a com rapidez até seus lábios entre-abertos. - E você?
- Eu vou com a Hana. - Lando não escondera sua empolgação ao falar sobre a modelo, que lhe atiçava a meses. - Depois de meses de pura insistência, ela finalmente aceitou. - Confessou risonho, ajeitando com rapidez o boné alaranjado da McLaren sobre sua cabeça.
- Hana Cross? - Diana o questinou em falsa animação, passeando seus dedos sobre o plástico fino das pastas coloridas a sua frente, na tentativa falha de não entreolha-lo e ver por fim seu sorriso alegre ao falar da modelo.
- Sim, a Hana Cross, amiga da Isabel, noiva do Carlos. - Norris a explicou com euforia, fitando-a chacoalhar levemente a cabeça em confirmação.
- Que ótimo, Lando, você sempre foi apaixonado pela Hana. - A italiana fizera o máximo para esboçar o melhor sorriso forçado em seus lábios carnudos, ensenando da melhor forma sua falsa felicidade.
Mas em meio a tanto fingimento, se sentia desolada.
- Vou usar as dicas que você me deu. - Lando utilizou um de seus cotovelos para cutucar delicadamente a amiga, rindo de forma humorada.
- Diana, já acabou os cálculos?
Um suspiro aliviado escapará dos lábios entre-abertos da morena, assim que ouvirá a voz estridente de seu pai soar alta pelo curto ambiente, a salvando daquele assunto extremamente doloroso.
- Eu já estou acabando, papai. - A estudante de engenharia mecânica se prontificou em responder o questionamento em tom desesperado, arrumando com leveza o óculos de grau em seu rosto gélido. - Eu preciso acabar isso, nos vemos depois, Lando. - Evitou ao máximo subir o olhar até o homem parado ao seu lado, mas se estremeceu por inteiro ao sentir um beijo estalado ser desferido em sua bochecha.
- Certo, nos vemos na festa, Di.
Sentiu um imenso aperto tomar seu peito, e um perfeito nó se formar em sua garganta ao ver o britânico se afastar saltitante, comprimentando todos que via a sua frente.
Lando Norris sabia perfeitamente como decepciona-la com apenas meia dúzia de palavras.
Perdida.
Se precisasse de uma simples palavra para defini-la naquele momento, perdida seria o encaixe perfeito.
A festa regada por convidados muito bem arrumados e com suas contas bancárias elevadas, a deixava totalmente perdida e entediada. O único assunto presente na mesa em que se apossara com Mattia, era sobre negócios ou patrocínios que seriam ótimos para Scudeira Italiana, que ainda não se recuperará por inteiro do momento ruim que passava.
Sem dizer uma palavra se quer, Diana entre-laçou a pequena bolsa escura em um de seus ombros, se levantando em um simples pulo.
Se equilibrou sem problema algum sobre os saltos clássico da Saint Laurent, seguindo com rapidez até a bancada marmorizada do bar composto no extenso cômodo, que com o final do prolongado jantar, se abrirá juntamente com a luminosidade azulada.
Uma perfeita balada para senhores da terceira idade.
Com uma de suas mãos, segurou com delicadeza o tule creme composto em seu vestido rodado, se acomodando em um dos bancos coloridos, chamando a atenção de um dos barman's.
- Três doses de tequila, por favor. - Diana realizará o rápido pedido, pousando seus cotovelos sobre o mármore gélido escuro, apoiando seu rosto entre as mãos em seguida, ansiando por seu pedido.
Seu corpo tenso, sua respiração pesada e seus pensamentos atordoados. De fato, precisava de algumas doses de tequila até que se sentisse calma o suficiente para enfrenta-lo.
Diana mal esperou que o rapaz uniformizado deixasse os três pequenos objetos de vidraça sobre a bancada, para que tomasse um deles em sua mão, virando-o de uma vez só, sentindo a ardência se fazer presente em sua garganta e seus olhos pequenos arderem com a chegada das lágrimas.
E pela primera vez no curto período de três horas, a estudante permitiu-se a encara-lo.
E lá estava ele, com seu impecável terno de linho preto, que na percepção de Diana, fora desenhado a mão por alguma marca luxuosa. Seu cabelo curto, se encontrava totalmente alinhado com a ajuda do gel. E, como de costume, o sorriso impermeável se encontrava presente em seus lábios finos.
Mas havia algo errado, claro que havia.
As mãos firmes do piloto britânico rodeava a fina cintura da modelo, que esboçava seu perfeito sorriso, conforme conversava com o casal de noivos presentes na mesma mesa, Carlos e Isabel.
Sentiu a incontrolável vontade de chorar e espernear perante a cena recém vista, mas se controlou, virando com rapidez os últimos dois copinhos com líquido enferrujado, deixando sua expressão ser tomada por um perfeita careta amarga.
- Uou, vai com calma com isso aí, Diana. - Sebastian Vettel, ao se deparar com a lamentável cena, levou uma de suas mãos até o bronzeado e desmudo ombro da morena, chamando por completo sua prestigiosa atenção.
Mesmo contra-gosto, a italiana maneou levemente sua cabeça para trás, entre-olhando o alemão a analisar com uma expressão totalmente seria estampada em seu rosto pálido.
- Você está bem? - Vettel a questinou, após se apossar do banco ao seu lado, deixando o objeto de cristal que estava em suas mãos sobre a bancada.
- Eu não pareço bem? - Responde-o com outro questionamento, conforme chacoalhava seus ombros, tomando uma das taças da extensa bandeja carregada por um dos garçons.
- Sendo bem sincero, não. - Sebastian a respondeu com extrema sinceridade, vendo-a revirar os olhos com prontidão e levar a taça gélida até seus lábios entre-abertos, bebericando um gole generoso antes de encara-lo.
- Eu estou ótima, Seb, não precisa se preocupar. - Afirmou em tom certeiro, passeando suas mãos ágeis sobre as pequenas ondas estabelecidas em seus curtos fios.
- Certo, só manere na bebida, ou se não teremos que te carregar até o hotel. - Vettel se permitiu a fazer a rápida brincadeira humorada com a mais nova, que riu pela primera vez na noite, assentindo. - Achei que fosse comprar a briga com o seu pai para se sentar com o Lando e com a nova namorada dele. - Supôs, num timbre alto.
Diana sentiu seu corpo fraco se tensionar sobre o assento nada confortável, pedindo aos deuses para que não a fizesse desmoronar diante ao loiro ao seu lado.
- Eu achei que fosse melhor eles terem um momento só de casal, não quis atrapalhar. - E mais uma vez, o sorriso forçado tomou seus lábios, e a mentira surdita era inventada por si mesma.
Quem ela estava enganando? si mesma? Estava tudo na cara.
- Você não precisa mentir para mim, não sabe? - Seb a impediu antes mesmo que tomasse a iniciativa de se levantar do assento nada confortável e seguir seu caminho perdido. - Te conheço desde a adolescência, e nesses últimos dias você tem estado aflita, aera e muito quieta. A Diana Bueno Binotto que eu conheço não é assim. Você está apaixonada por ele, não está?
Suspirou fundo, tomando por fim, sua postura habitual.
- Mas é claro que não, Sebastian. Lando e eu somos apenas amigos! Eu estou feliz que ele esteja conhecendo melhor a Hana, quero muito que ele encontre alguém que o faço feliz.
Por mais que essa pessoa não seja eu. - Completou, mentalmente.
- Eu vou subir para o meu quarto agora, acho que bebi demais. Avisa 'pro meu pai, por favor? - Pediu, quando por fim já estava de pé, com sua bolsa em mãos.
- Certo, eu aviso, Diana. - Mesmo desconfiado com a versão apresentada pela mais nova, Vettel assentiu, vendo-a se afastar apressada.
Não arriscaria a incerteza de seus sentimentos em troca da amizade impermeável com Lando. Queria vê-lo feliz, e aquilo era a única coisa que importava.
Olá, pessoinhas!
Dessa vez, voltei uma one bem dramática do Landinho.
Confesso que, essa one está escrita à mais de seis meses, porém só tive coragem de posta-la agora.
Sim, teremos uma parte dois! Não sei exatamente quando vou posta-la, porém teremos.
Decidi que, por mais que seja apenas dois capítulos, Diana terá um Instagram. {@Dianab_binotto}
Esse capítulo não foi revisado, então me desculpem os erros ortográficos.
Bom, por hoje é só.
Beijinhos.
Se cuidem.
E, até breve.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro