Capítulo 6
Jungkook estava vivendo um inferno, com a chegada do seu primeiro Hut, seu mundo parecia ter virado de cabeça pra baixo.
Como não existia exatamente um padrão para alfas extremamente dominantes, nem tudo o que JK lia a respeito, se encaixava com ele.
Com um alfa dominante, ou até um comum, o primeiro Hut costuma acontecer entre os 17, 18 anos, Jungkook não havia sequer completado os 16.
No primeiro ciclo de um alfa seus Huts aconteciam de 3 à 4 vezes ao ano. Aquele foi o pior ano da vida de JK, pois ele estava tendo Huts até duas vezes em um mês. Era algo insuportável pra ele, nem seus pais tinham ideia do que fazer para ajudar com parte de tudo o que ele sentia. Chegaram a pensar em supressores, mas era perigoso para alguém tão jovem.
Eram noites e mais noites de muita febre, roupas de cama trocada até duas vezes em uma noite, e nenhum alfa conseguia ficar a menos de 3km de distância dele sem arriscar a própria vida.
Mesmo estando em um sítio da família, no mais afastado possível da cidade mais próxima, JK sentia de longe quando tinha um ômega na redondeza. Ele precisou ficar sob os cuidados de alguns parentes distante que eram betas, pois praticamente ficava acorrentado.
Seus pais acharam aquilo muito extremo, mas ele se negava a seguir o conselho dos mais velhos, e finalmente ceder ao seu instinto de alfa, e aceitar um ômega.
Ele achava que se cedesse, não passaria de mais um animal, e por mais que suas noites pudessem ser tortuosas, ele não se curvava aos instintos, e se mantinha firme.
No decorrer daquele ano, ele saiu de seu antigo colégio e passou a ter aulas particulares. Ele era dedicado, já que não havia muito o que fazer estando trancafiado em um quarto. Com un ano e seis meses passou a ver seus pais nos fins de semana, e seu pai lhe ajudava muito com o controle dos feromônios. Logo ele já estava se arriscando a ir do lado de fora.
Com seu hut se controlando, ele passou a ter uma vez por mês no segundo ano. Chegou ao terceiro ano e já havia meses que ele estava tranquilo. Não havia mais sentido nenhum sintoma da chegada do hut nos últimos quarto meses.
Quando tudo parecia já estar ficando em ordem com JK, ele já não sentia mais a febre intensa. Seu corpo apenas ficava mais quente que o normal, nada preocupante. Então ele resolveu testar o quão sob controle ele estava.
Ele já estava com 18 anos, mas não possuía carteira de motorista ainda, porém se arriscou a pegar o carro de um dos tios, e dar uma volta na cidade próxima dali.
Estava havendo um festival, e a cidade estava movimentada. JK andou tranquilamente por uma das ruas, e podia sentir claramente os feromônios de cada alfa e ômega que cruzava seu caminho. Mas estava se saindo bem, apesar do corpo quente, e da variada quantidade de ômegas ali, ele caminhava com um sorriso satisfeito no rosto.
Ele parou junto a um carrinho e comprou pipoca. Voltou a circular entre os transientes, e se sentia a pessoa mais livre do mundo.
O vento soprou forte, e todos aqueles feromônios se misturaram, fazendo JK parar, franzir a sobrancelha e sentir seu corpo arrepiar.
— Eu conheço esse cheiro. — cochichou pra si.
Ele parou, fechou os olhos, franziu o nariz e inalou com mais intensidade aquele feromônio doce e convidativo.
— Estão sentindo isso? — Namjoon pergunta para Jin e Hobi.
— Tem um alfa dos bons por aqui. — Jin comenta.
— E põe bom nisso...— Hoseok fecha os olhos apreciando o cheiro.
— Ou ele não sabe o que está fazendo, ou está arrumando briga com alguém. — Namjoon ajeita os óculos no rosto, observando a multidão.
— É horrível ficar alheio aos assuntos de vocês. — Taehyung comenta desgostoso.
— Não liga pra eles Tae, vamos comprar maçãs do amor. — Jimin puxa Taehyung pela camisa.
Sendo os únicos betas do grupo, eles se apegaram muito nos últimos anos, já que tinham mais em comum do que com os outros.
— Eu quero a maior que tiver! — Taehyung abre um largo sorriso ao se aproximarem do carrinho de maçãs do amor.
— Isso se eu não pegar primeiro. — Jimin o empurra com o ombro.
Enquanto Taehyung escolhia sua maçã, Jimin começou a se sentir desconfortável.
— Sou só eu, ou está ficando um pouco quente demais por aqui?
— Deve ser só você. — Taehyung aponta com a cabeça para o céu cheio de nuvens. — Tudo indica que vai chover. Não está sentindo o vento ficando cada vez mais forte?
Jimin ignora as palavras de Taehyung enquanto puxa a gola da própria camisa.
— Já escolheu a sua? — Tae encara Jimin. — Nossa quando você começou a suar tanto?
Jimin já tinha gotículas de suor em sua testa, e ao passar a mão nela, sente uma leve tontura, sentindo as pernas cederem.
— Jimin!? Você está bem? — Taehyung fica preocupado.
— Eu...acho que preciso sentar um pouco.
— Venha, vamos encontrar os outros e voltar pra pousada.
Taehyung passa o braço do amigo pelo ombro e o ajuda a caminhar.
Do outro lado do parque, JK está sentado em um banco sem forças para conseguir ficar de pé.
— Ei cara, você tá afim de matar todo mundo aqui?
A voz de um desconhecido toma a atenção de Jungkook.
— Me deixa em paz! — rosna sem encarar o rapaz ao seu lado.
Jungkook sente a fragrância doce ficar ainda mais forte, então apoia os cotovelos nas pernas, e baixa a cabeça.
— Você está bem? — o desconhecido insiste.
— Já disse pra me deixar me paz.
O desconhecido então libera um pouco de seus feromônios para JK, e ele logo se levanta encarando os olhos inexpressiveis do rapaz.
— O que pensa que está fazendo? — JK questiona impaciente.
— Você precisa se controlar, ou vai matar metade das pessoas aqui.
JK não queria admitir, mas o rapaz estava certo. Foi uma péssima ideia ter vindo dessa forma a um lugar com tanta gente, e pra piorar, sozinho.
— Vamos lá, eu te acompanho até em casa. — o rapaz pega no braço de JK.
— Não toque em mim, eu nem te conheço.
— Eu estou tentando te ajudar, e permanecer vivo, então deixa de ser cabeça dura e vamos logo. — ele insiste.
Jungkook sem nenhuma outra escolha, permite que o rapaz lhe acompanhe, nem que fosse só até o carro.
Chegando ao carro, JK senta atrás do volante, mas ainda não tem força suficiente para ir pra casa.
— Você é um suicida ou o quê?
— Não enche... — JK recosta no banco sentindo o corpo pesado, e a visão turva.
— Chega pra lá, eu levo você em casa. — o rapaz entra no carro, tomando a direção e se afastando por completo do local.
Jungkook não tem mais alternativa, apenas permite que o rapaz o leve pra casa.
Chegando próximo do sítio, JK já se sente bem melhor.
— Você está bem?
— Sim. — responde envergonhado, sem encarar o desconhecido.
— Ótimo. — ele sorri sarcástico. — Da próxima vez não faça a merda de sair pra um lugar desse quando estiver em Hut.
Jungkook encara o motorista confuso. Ele sabia que o cara ali era um alfa, só não entendia como o cujo dito sabia que ele estava em Hut.
— Não me olhe assim. Um dominante reconhece outro.
— Então você também é um...
— Infelizmente sim. O que é uma droga. Demorei muito pra conseguir me manter sob controle. Sei bem pelo que você está passando agora.
JK encarava o rapaz esperançoso, esperava poder conseguir algumas informações importantes com ele.
— Chegamos!
Jungkook olha para fora do carro, e vê que estão parados exatamente em frente a sua atual residência.
— Como sabia que eu moro aqui?
— Não sabia. — JK está confuso. — Você ainda está em fase de aprendizado, logo vai saber como não deixar seu rastro por onde passa.
O desconhecido abre a porta e sai do carro. JK faz o mesmo, e quando o rapaz está se afastando, ele lhe chama.
— Ei, como encontro você de novo? Preciso de ajuda com isso. — grita.
— Não se preocupe, eu encontro você quando for o momento,e também acho você em qualquer lugar que quiser agora. Sem contar que agora já sei onde você mora. — responde sem virar pra trás.
— Qual o seu nome?
— Só agora você se preocupou em perguntar isso? — ele para, ainda sem olhar pra trás, observa ao longo da estrada e dá sorriso ladino. — As pessoas costumam me chamar de Suga.
Ele volta a caminhar, e some logo depois da cerca.
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