Capítulo 57
Taehyung passou a maior parte do seu tempo com Min-hee. Queria, de alguma forma, recuperar o tempo perdido. Jimin não via problema nenhum nisso, muito menos a menina. Jungkook não tinha muito o que opinar sobre, então apenas seguiu conforme o decorrer das decisões.
Depois de comerem, sem a presença de Seokjin e Namjoon, os amigos se juntaram e alguns limparam a cozinha e os outros se espalharam pela propriedade.
Suga foi com Hobi até a beira do lago, obviamente sem se arriscarem entrar na água congelante de lá. Junghyun subiu e foi tirar um cochilo, Jimin e Jungkook estavam apreciando a vista do pôr do sol tímido através da casinha na árvore. Taehyung e Songyon estavam com Min-hee, a menina estava tentando aprender a andar de bicicleta.
— Você só precisa focar onde está indo e em pedalar. Taetae não vai soltar você. Fique tranquila! — a ômega garantiu para a menina agachada em frente a bicicleta.
— Claro que não, eu estou aqui para proteger você. Jamais deixaria você se machucar. — falou próximo ao ouvido dela, abraçado a seu corpinho sentado na bike.
— 'Ta bom. — a menina respirou fundo e tomou coragem.
Lá de cima da casinha, Jimin está apreensivo ao observar o beta e a ômega tentarem pela vigésima vez fazer a pequena tentar confiar que não seria deixada sozinha em suas primeiras pedaladas.
— Daqui a pouco ela pega confiança e fará isso sozinha. — JK reforça ao envolver seus braços na cintura do ômega.
— Acha que eu deveria descer e ajudá-los? — pergunta preocupado.
— Não. — Jimin o encara confuso. — Taehyung está tentando dar o seu melhor ali, e você tiraria isso dele. — sorriu brincalhão.
— Mas a Songyon o está ajudando. — observa os dois.
— Está. E espero que esteja tudo bem pra ele ter alguém lhe atrapalhando.
— Atrapalhando?
— Ela não está de fato atrapalhando, mas a Min-hee fica confusa sem saber quem realmente ela deve ouvir, e mesmo que o Tae não demonstre, preferia estar ali sozinho. — também os observa. — Mas ele é legal demais para dizer isso a ela.
No mesmo instante, o alfa e o ômega vê os dois debaterem sobre qual iniciativa a menina deve tomar primeiro, se ficar atenta nos movimentos do próprio pé no pedalo ou no caminho a frente.
— Eu não disse!? — JK ressalta. Jimin ri dos dois.
Songyon se afasta emburrada e Taehyung da continuidade ao ensinamento que dava a menina.
— Sera que nós somos tão diferentes assim um do outro? — o alfa levanta a questão.
— Não. Acho que, na verdade, somos bem parecidos em muitos aspectos. — Jimin se vira e encara seu rosto impassível. — Por que pergunta isso?
— Porque dizem que os opostos se atraem.
— Acredita nessas coisas? — Jimin ficou curioso.
— Não costumo acreditar muito nessas bobagens, mas quando olho pra eles...— JK aponta com um menear de cabeça para Songyon e Taehyung. — começo a ter algumas dúvidas.
— Você acha que...o Tae e a...— ficou surpreso com a suposição do alfa. — Eu não acho que eles dois tenham alguma coisa.
— E não tem. — afirma. — Mas é porquê ele é muito distraído para perceber.
— Está mesmo falando que eles poderiam ter algum tipo de...
— Por ele, provavelmente não. Mas por ela...— JK levanta a dúvida.
Ambos ficam em silêncio, observando lá de cima a interação dos dois com a pequena Min-hee.
— Olha só quem resolveu dar às caras? — Taehyung comenta ao entrar na casa e ver Jin descer o último degrau da escada.
— Tio Jinnie...— Min-hee joga os braços em direção ao alfa, querendo seu colo.
— Vocês são pessoas de muita sorte por serem agraciados com a minha presença. — diz irônico ao pegar a menina do colo do beta. Taehyung ri das palavras do alfa.
— Onde está o Namjoon?
— Já vai descer. — deixou um beijo na bochecha de Hee e viu Jimin e Jungkook entrarem logo depois de Tae. — Jungkook! — o alfa desviou sua atenção de Jimin para Jin. — Creio que o Nam esteja precisando de você lá em cima.
— Claro! — respondeu. — Eu volto logo. — informou a Jimin.
Jungkook subiu as escadas e Jimin se aproximou de Jin beijando os cabelos da filha.
Jin permaneceu com Hee no sofá enquanto dava palpites aos outros. Nam, junto com JK desceram algumas sacolas com os enfeites que pretendiam decorar a casa para aquela noite. Hobi se juntou a eles, pois adorava o clima festivo e ousar nas decorações.
Taehyung saiu com Songyon para comprarem alguns petiscos para a noite. Jimin estava na varanda com Suga apenas observando o que os três amigos faziam ao comando de Jin.
— Hobi parece muito feliz quando está ao seu lado. — Jimin puxou conversa.
— Eu me sinto feliz também quando estou ao lado dele. — revelou envergonhado.
— Vocês formam um belo casal.
— Posso dizer o mesmo de você e Jungkook. — o ômega suspirou.
— Eu já não tenho muita certeza disso.
— Achei que estivesse tudo bem entre vocês agora. — o alfa disse em dúvida.
— Não sei se posso dizer que as coisas estão bem. — disse sem tirar os olhos de JK de estava em cima de uma cadeira pendurando alguns adereços. — Eu ainda tenho medo que ele acabe me deixando.
Suga ouvia as palavras de Jimin com atenção. Ficou pensativo.
— Ele nunca te deixou de fato. — agora os olhos do alfa estavam em seu amigo. — Pode parecer que eu não sei do que estou falando, mas eu estive com ele esse tempo todo. — Jimin encara seu olhar distante. — O amor não é fácil, pelo contrário, é bem difícil, e ele já enfrentou toda essa parte de uma vez só. — Jimin ainda não dizia nada. — Cada lágrima que ele derramou, cada vez que seu coração "falhou", cada noite que ele sofreu, eu estava lá. E a única coisa que ele continuava a priorizar era o fato de que queria que você fosse feliz com alguém que o merecia. — Suga encara Jimin agora. — Nada foi simples para ele. E eu nunca o via tão feliz como quando se lembrava de seus momentos juntos. Eu sei que você sabe que ele te ama e que as coisas foram quase insuportáveis pra você. Porém, foram ainda mais para ele. Eu certamente não conseguiria suportar o que ele suportou, mas o amor que ele sente por você o manteve vivo. Não forte, pois ele se despedaçou milhares de vezes por esse sentimento, mas sobreviveu a essa perturbadora distância. — Suga forçou um sorriso. — Você pode ter certeza de uma coisa, agora que ele está aqui e com uma nova chance de estar ao seu lado, ele nunca mais partirá outra vez.
Era a primeira vez que Yoongi e Jimin conversavam de fato, mas essas poucas frases foram suficientes para deixar o ômega pensativo e sem palavras.
— Então...— Suga se levanta e coloca as mãos no bolso da jaqueta. — eu sei que ele fará o possível para não te perder de novo. — voltou a olhar para JK. — Sugiro que você também aprenda a valorizar os esforços dele. Você não foi o único que morreu um pouco a cada dia nos últimos anos. Ele merece ser amado da forma mais intensa que se é possível.
Com Jimin ainda sem dizer nada, Suga o deixou sozinho com os próprios pensamentos.
A verdade era que, Jimin já tinha ouvido o lado de JK da história, mas agora, ouvir que ele deveria valorizar os esforços de JK e que ele merece ser amado da forma mais intensa que se é possível nunca lhe foi dito de forma tão direta.
Jungkook não era um alfa frágil e inconsequente. Era forte, um sobrevivente, que colocava seu amor por Jimin acima de qualquer coisa, mesmo que fosse preciso morrer um pouco a cada dia para garantir a felicidade do ômega.
Uma lágrima quente e feliz traçou o rosto de Jimin.
Os amigos brindaram com suas taças de champanhe ao som de um feliz ano novo e muitas risadas e cumprimentos.
Ao fundo uma música tocava baixo mas as risadas se sobresaía no ambiente. Apesar de saberem que Min-hee dormia no andar de cima, era inevitável a euforia de todos em comemoração. Alguns mais eufóricos que outros, como a Junghyun, que bebia como se não houvesse amanhã. Mas aquela não era uma noite na qual eles a repreenderia por tal ato. A menos que ela ousasse querer entrar no lago. Namjoon estava de olho em todos eles para evitar qualquer transtorno do tipo, mesmo que também estivesse virando uma taça de bebida atrás da outra.
Eles se cumprimentaram desejando as felicitações para o novo ano. Mas foi impossível não notar que Taehyung deu um abraço mais do que demorado em Jimin.
Com Jin e Nam na cozinha, Hobi e Suga sentados em um dos sofás e Junghyun tagarelando sobre seus planos de ano novo ao lado de Songyon no extremo oposto a eles e JK alheio perto da porta, os dois amigos permaneciam abraçados perto da janela.
— Você está feliz, Minie? — Tae pergunta passando uma das mãos em seu cabelo ao que o rosto do ômega está contra seu peito e seus braços envolto em seu corpo.
— Eu me sinto muito feliz, Tae. — sorriu. — Eu me sinto nas nuvens estando aqui com todos vocês. Principalmente com você.
— Jura?
— Sim, juro! — apertou seus braços em volta dele quando sentiu os dele lhe abraçar mais forte.
— É tão bom ouvir isso.
— Você é uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida. Eu amo tanto ter você ao meu lado! — Taehyung beijou demoradamente o topo e sua cabeça e fechou os olhos.
— Por que você sempre faz isso? — os dois amigos se separaram e encaram Songyon de pé em frente ao sofá encarando intensamente o ômega.
— O quê? — Jimin não entendia suas palavras.
— Por que sempre o enche de esperanças desse jeito quando é óbvio que não será mais do que amigo dele? — um silêncio temeroso caiu sobre o ambiente. Todos ali encaravam surpresos uma Songyon irritada. Menos Suga.
— Songyon...
— Chega a ser extremamente egoísta da sua parte fazer isso com ele.
— Songyon, o que está fazendo? — Taehyung a questiona quando Jimin se afasta dele.
— O que todo mundo aqui tem vontade de fazer, mas não faz.
— Eu não estou fazendo...
— Está! Está fazendo sim, Jimin! — disse determinada. — Você sabe bem o que ele sente por você e se comportar desse jeito só o ilude a esperar algo que você não pode dar a ele.
— Songyon! — advertiu o beta. — Você não sabe do que está falando.
— O pior é que eu sei sim! — dirigiu seu olhar ao beta. — E você sabe que eu estou certa! Todos aqui sabem! — ninguém conseguiu emitir um único som de suspiro sequer. Suga recostou-se no sofá e apreciou o show com um sorriso discreto no rosto.
— Songyon, chega! — Tae disse firme.
— É disso que você gosta? De ficar sofrendo esperando por um amor que nunca será seu?
— Mas que...— Taehyung se irritou. — Quem você pensa que é para falar assim? Quem te deu o direito de se meter assim na minha vida?
— Eu sou sua amiga e vocês dois deram o direito a qualquer um de falar assim ao se comportarem dessa forma. — Jimin sentia-se envergonhado, não sabia para onde olhar.
— Você...— Taehyung bufou. — Você se acha no direito de falar assim comigo e com o Jimin só porque compartilhei algumas coisas da minha vida com você? Só porque dividimos uma garrafa de vinho em um momento em que eu não estava bem? — fez uma pausa e suspirou. — Ou só porque dormimos juntos? — as bochechas dela queimaram.
Um burburinho soou pelo ambiente.
— Está mais interessante do que eu imaginava. — Yoongi cochichou para Hobi.
— Eu falo desse jeito porque sei que sou a única aqui que tem coragem de falar o que pensa, de expor a opinião que todos aqui compartilham, mas são covardes demais para dizer. — ficou ainda mais vermelha, mas agora era pela raiva que sentia. — Você é um idiota e usar aquela noite para subjulgar minha posição só deixa isso ainda mais claro!
— Songyon!? — ela já havia virado as costas e subia as escadas quando o beta tentou argumentar. Mordeu forte o lábio inferior ainda irritado.
Jimin praticamente correu para a varanda com JK indo logo atrás.
Taehyung encarou os olhares de surpresa de Hobi, divertido de Suga, curioso de Jin, perdido de Junghyun e decepcionado de Nam. Nesse último ele se deu conta que havia feito merda. Não sabia o que fazer agora.
Passou feito raio pela porta da cozinha e saiu no estacionamento. Nam foi atrás dele.
Jimin estava sentado no deck, encarando seu reflexo na água do lago. JK, após ter saído junto a ele, permaneceu no topo da escada na varanda. Lhe deu um tempo para ficar sozinho, sabia que ele precisava.
Quase uma hora depois, o alfa se aproximou devagar do ômega. Estava pronto para voltar caso ele ainda quisesse ficar sozinho. Mas Jimin não recusou sua presença quando ele parou a seu lado, de pé.
Jungkook se sentou e observava o horizonte ainda escuro, não encarava Jimin. O ômega também evitou o contato visual.
— Você também acha que faço isso com ele? — iniciou a conversa.
— Não creio que minha opinião seja relevante.
— Mas pra mim é. — JK baixou a cabeça. — Eu me importo com o que você acha.
— Minha opinião pode ser tirada de contexto e ser facilmente tida apenas como ciúme.
— Tudo bem, eu vou descartar a hipótese do ciúme. — Jungkook olhou em seus olhos. Jimin tinha o olhar vago.
— Eu não sou nem um pouco fã de como as coisas são entre você e o Taehyung agora, mas eu não posso lhe dizer o que deve fazer ou como deve tratar as pessoas que lhe querem bem. — forçou um sorriso. — E sim, eu tenho ciúmes dessa relação de vocês dois. Parece que estou sempre correndo o risco de perder você pra ele. Isso não é nada bom de sentir.
— Mas você nunca me disse nada, nunca demonstrou se sentir incomodado.
— Eu não faria isso. Por mais que às vezes meu coração sinta certo desespero. Não tenho esse direito. — suspirou ao voltar a encarar o horizonte. — Afinal de contas, ele cuidou de você quando eu não estava aqui.
Jimin fica triste ao ouvir aquilo e se lembra de sua conversa mais cedo com Yoongi. O alfa estava certo em tudo o que disse, Jimin sabia disso agora.
— Ele cuidou sim de mim. E você também. — JK olhou curioso para Jimin. — Taehyung me fez muito feliz no tempo em que você esteve fora. Sempre fez o melhor que pôde para me dar todo o apoio que eu precisei. Agora eu entendo perfeitamente bem pelo quê exatamente você estava buscando. E é isso que me faz ser ainda mais apaixonado por você. — o alfa engole seco. — Mesmo que estivesse errado em achar que eu poderia ser feliz ao lado de alguém que não fosse você, você ainda assim queria o melhor pra mim.
— Jimin-ssi...nada nesse mundo é mais importante pra mim do que sua felicidade.
— Eu sei disso agora. — pegou na mão do alfa e a afagou carinhosamente. — Eu nunca quis que você fosse perfeito para poder ficar contigo. Eu só queria que fosse você, do jeitinho que é.
— Mochi, eu sequer me reconhecia através de meus atos, tinha um medo indescritível de você me encarar com medo ou repulsa. Agi equivocadamente ao partir, mas arquei com as consequências de estar longe de você.
— Eu sei.
— Eu sinto muito por isso. Eu sinto muito por nós dois. — JK cobre a mão de Jimin com a sua. — Na minha cabeça Taehyung seria capaz de lhe dar tudo, e eu ainda tenho certeza disso. Mas também sei agora que ele não poderia lhe dar o que seu coração pedia. E eu sou o maldito filho da puta mais sortudo do mundo por ter o seu amor, apesar de tudo.
— Sim, você é! — os dois sorriem. — Sabendo disso, você não deveria temer a proximidade do Tae.
— É difícil para o coração ter tanta certeza de que hoje eu possa ser suficiente pra você. E se em algum momento você se der conta de que não sou, de que o Jungkook de hoje é ainda mais imperfeito do que antes, como ainda te manteria ao meu lado?
— O meu coração sempre foi seu. — observa o alfa com os olhos marejados. — E não importa o quão imperfeito você seja, ele sempre será!
Jungkook acariciou a bochecha de Jimin e o ômega fechou os olhos, apreciando seu toque. Aproximou-se devagar e tocou seus lábios levemente.
— O meu coração também é seu. Hoje e sempre! — disse ao menor em seus lábios. Enfim o beijou.
Namjoon ficou de olho em Taehyung, não queria que seu momento de irritabilidade o levasse a fazer algo que se arrependeria depois. O alfa entrou, pegou uma garrafinha de água e voltou para fora, agora se aproximando do beta e lhe entregando a garrafa.
— Se sente mais calmo agora? — sentou-se ao lado dele na escada do estacionamento.
— Se você está me perguntando se já sinto o peso do arrependimento, sim, eu sinto.
— Compreendo. — suspirou. — Mas confesso que não o julgo pelo que houve. — Tae o encara confuso. — Você não está em uma situação fácil, então e compreensível agir por impulso em determinados momentos.
— Eu sei que ela só quer o meu bem, mas a forma como fala em alguns momentos me deixa bastante confuso. — abre a garrafinha e da um longo gole.
— Ela está certa, Taehyung. — mantém seu olhar pelo terreno. — Nenhum de nós concorda com algumas atitudes do Jimin. Só fazem com que você fique confuso. Mas sempre achamos melhor deixar as coisas seguirem o rumo natural, até que você percebesse que não é bom pra você mesmo permanecer esperando por algo que nunca terá. — agora Nam olha nos olhos de Tae. — Mas ela não tem a vida toda para esperar.
— Do que está falando, Nam? — questionou em dúvida.
— Acho que você deveria ir falar com ela. — se levantou e colocou uma mão no ombro do beta. — Tenho certeza que será uma conversa produtiva. — sorriu confiante.
Namjoon não ia dizer ao amigo o que já estava óbvio para todo mundo e só ele não percebia.
Inclusive, não percebia também que, de alguma forma, não estava apenas mais próximo dela nas últimas semanas. Por mais que achasse que era apenas gratidão por ela estar ao lado dele em momentos importantes, ele gostava dela. Só precisava se dar conta disso, e se dar uma chance para viver um romance novo.
Taehyung ficou ali sentado por mais um tempo, pensava em como iniciaria uma conversa com ela para incluir seu pedido de desculpas. Sabia bem como ela era, e não seria nada fácil encarar sua natureza ríspida depois do que ele fez. Poderia esperar e conversar com ela depois, quando estivesse mais calma, mas não queria começar um novo ano com desavença com qualquer que fosse dos seus amigos.
Levantou-se e entrou depois de tomar coragem. Já tinha ciência de que não seria uma conversa simples.
No corredor do andar de cima, ele se aproximou com cautela da porta do quarto que ela estava. Não tinha como negar que estava receoso de piorar ainda mais as coisas. Mas tinha que ser homem e consertar o que fez.
Parou em frente a porta e quando ia bater, a porta se abriu rápido.
— Oh, não imaginei que viria tão cedo. — Junghyun o encarou com um sorriso no rosto.
— Hã...a Songyon ainda está acordada? — perguntou hesitante.
— Está sim. — abriu mais a porta. — Entra! — ele entrou e ela saiu. — Boa sorte! — cochichou antes de fechar a porta.
Ele entendeu aquilo como um aviso, estava crente que Songyon devia estar uma fera.
— Taehyung!? — ele se virou devagar e forçou um sorriso quando a viu parada perto da porta do banheiro segurando uma escova entre os fios molhados do cabelo. — O que faz aqui?
— Eu vim...— forçou mais o sorriso.
— Se você acha que eu vou te pedir desculpas por alguma coisa, você pode ir embora, pois eu não vou me desculpar. — virou-se de costas e deixou a escova em cima da cômoda.
— Não. — baixou o olhar se sentindo retraído. — Na verdade...eu que vim lhe pedir desculpas. — ela se virou pra ele com um olhar duvidoso. — Eu não...devia ter dito aquilo. — ela desviou o olhar. — Eu sinto muito por ter sido imaturo.
— Tudo bem. Você não tem culpa de ser um idiota na maior parte do tempo. — ele a encarou com um olhar de advertência. — O amor pode deixar as pessoas cegas. — seguiu para a cama e se sentou.
— Songyon!?
— O quê? Acha mesmo que estou falando bobagem? Eu não sou a única que pensa isso. — ignorou o tom dele.
— Eu sei disso. Talvez eu não tenha visto o papel do bobo que eu estava fazendo todo esse tempo. Mas não é fácil pra mim esquecer o quão importante Jimin foi na minha vida. É difícil não me agarrar ao que me era dado. — desviou o olhar, sentia-se envergonhado em admitir aquilo. — E, talvez, você nunca possa entender o que eu digo.
— Pode ter certeza absoluta que eu entendo perfeitamente bem. — seus olhos se encontraram. — Sabe que o não era fácil, Taehyung? — ele não respondeu, era um pergunta retórica. — Era ver você sempre mendigando um sentimento que deveria lhe ser dado de livre e espontânea vontade e em uma proporção inimaginável. — suspirou. — Era ver você se arrastando por aí atrás dele como se sua vida dependesse da aceitação dele para que pudesse existir. Pois aquilo nunca foi viver. — foi a vez do beta suspirar. — Não estou dizendo que Jimin é o vilão dessa história de fato, só era burro demais para saber como lidar com você e seus sentimentos que nunca seriam recíprocos. E o que mais me dava raiva nessa relação de vocês depois que Jungkook voltou era que, mesmo vendo o óbvio, você ainda se agarrava às migalhas que ele lhe oferecia.
— Acho que você está pegando um pouco pesado.
— Não estou! — levantou-se e o encarou firme. — Não fácil ver a pessoa que você a...— calou-se de repente. — uma pessoa como você passar por tudo isso e não fazer nada. Apenas esperar que ela perceba o tempo que está perdendo e finalmente olhe em volta e se dê conta de que há outro coração batendo por ele. — sua voz era carregada de uma emoção contida. Aquilo despertou a atenção do beta.
— O que está querendo me dizer com isso? — ficou curioso.
— Já parou para pensar que enquanto você corria atrás de uma amor que não era seu, outra pessoa poderia estar pedindo em suas mais sinceras orações que esse véu que o cegava caísse de vez e você enxergasse um coração que lhe pertencia de forma única e espontânea? — uma lágrima despontou em seus olhos.
— Songyon, por que está chorando? — se aproximou e tentou toca-la. Ela se afastou.
— Por favor...— engoliu o choro. — não me toque. — ele deu um passo atrás.
— Desculpe eu não quis...
— Não sou capaz de permanecer inteira se você me tocar.
Taehyung estava confuso, não entendia o que ela estava querendo dizer com aquelas palavras. Ainda não havia assimilado as coisas.
— Eu sei que por trás desse seu jeito sempre tão arisco existe alguém com sentimentos únicos e um coração enorme que não deixa que ninguém a sua volta se sinta desamparado. — confessou. — E é isso que eu gosto em você.
Ela levou as mãos a boca, tentou reprimir ainda mais o choro, mas não conseguiu. Não sabia porquê estava se sentindo tão desolada daquela forma, não era a primeira vez que discutiam por algum vacilo dele. Porém, estava cansada demais de carregar para si um sentimento que a estava sufocando. Não suportava mais esperar que em algum momento ele se desse conta da forma que seu coração batia descompassado quando ele estava por perto, de como seu sorriso era sempre tão genuíno ao vê-lo tão próximo dela, ou de como suas pernas pareciam querer ceder a qualquer momento quando ele a tocava.
Era um sentindo forte. Forte demais para continuar preso em seu peito.
Chorou mais.
— É tão doloroso ver que você não nota...
— Songyon...por favor...— ignorou seu aviso para não toca-la e a abraçou forte. — Eu não tive a intenção de magoar você dessa forma. Me desculpe.
Ela o abraçou e chorou contra seu peito, agarrando com força as costas de sua camisa.
— Eu gosto tanto de você...nunca foi minha intenção deixá-la assim.
— Eu odeio tanto você, Kim Taehyung. — ele afastou seu rosto, queria olhar em seus olhos enquanto ela proferia aquelas mentiras. Ele sabia que ela não o odiava. Não de verdade. — Odeio como você adquiriu tanta importância na minha vida a ponto de me fazer chorar. — ele passou a mão em seu rosto, secando suas lágrimas.
Por mais forte que pudesse ser o amor que ela sentia por ele, não estava disposta a dar a ele a certeza de seus sentimentos.
— Songyon...— ele secou uma última lágrima em seus rosto.
Ela respirou fundo com os olhos fechados, soltou sua camisa, agora amarrotada, colocou uma em sua nuca o puxou e beijou sua boca.
Ele foi pego de surpresa com a atitude dela, não esperava que ela o beijasse depois dele ter sido tão covarde com ela. Mas ali estava ela, apoiada na ponta dos pés, as mãos em seu ombro e os lábios nos dele.
Ele colocou uma mão na nuca dela e a beijou carinhosamente. Não sabia bem o porquê, mas se sentia muito bem com aquele momento que dividiam juntos.
Passou um braço em sua cintura e puxou para mais para junto de si. Gostava de sentir seu corpo quente junto ao dele.
Ao fim daquele beijo, os olhos dela permaneciam fechados e ele não sabia o que estava fazendo. Só tinha certeza de uma coisa, gostava muito de beija-la.
— Desculpe...eu não devia...— soltou sua cintura.
— Taehyung, me beija! — ordenou com os olhos fixos nos dele.
Ele hesitou por alguns míseros segundos, mas a abraçou de novo e a beijou novamente.
Sua outra mão desceu até a cintura dela e apertou levemente o local por cima do tecido de sua camisola. Esse não era um beijo como o anterior, esse vinha carregado de promessas não ditas e desejos escondidos.
Taehyung sentia vergonha de lembrar quantas vezes ele desejou beija-la de novo. Obviamente não era pelo beijo e si, e sim por tudo o que vinha junto em suas lembranças. Aquilo lhe gerava um inquietude interna. Achava que não era certo ter levado os momentos da noite de natal para um lado não físico. Mas beijando-a novamente era bem complicado deter seu corpo de sentir tudo outra vez.
Ele a colocou junto a cômoda e a beijava com uma intensidade avassaladora. Sua mão subiu pela cintura dela, passando por suas costelas e parando logo abaixo do seio ao que seu corpo instintivamente se pressionou ao dela.
— Songyon...— articulou ofegante nos lábios dela. — Eu quero muito...— hesitou. — toca-la.
A voz grave do beta fez o corpo da ômega arrepiar. Não estava sonhando, não estava divagando nem imaginando coisas. Ele estava mesmo a desejando. E ela não conseguiria negar isso a ele, muito menos a si mesma.
Ela pegou em seu braço e subiu mais sua mão. Calmamente ele a encaixou em seu seio e apertou suavemente. Arfou em sua boca com a sensação que percorreu seu corpo antes dela beijá-lo outra vez.
A mão dele a acariciava pacientemente e as dela percorriam afoitas as costas dele por baixo da camisa.
Songyon sabia exatamente o que queria dele, não era nenhuma garota inocente e inexperiente. Apesar de ter sido muito paciente durante todo esse tempo, agora não hesitaria em tê-lo. Nem que fosse apenas essa noite. Merecia esse presente.
Deslizou a mão pela cintura dele e acariciou seu abdômen. Ele arfou com o toque em seu corpo.
Ela sentiu a mão dele ficar mais firme em seu seio, aquilo levou-a a entender que ele apreciava sua carícia. Ficou ainda mais ousada. Desceu mais sua mão, depois um pouco mais e por fim agarrou sua ereção. O beijo foi interrompido por grunhido dele em seus lábios.
Ela o apertou levemente e sua mão para a cintura dele para lhe deixar uma pressão ainda mais firme quando ele a puxou para ainda mais próximo.
Ela beijou seu rosto, pescoço e clavícula. Descia cada vez mais. Ele não podia mentir para si mesmo, estava gostando de cada ato dela. E não teria como esconder dela também, sua reação lhe entregava completamente.
— Songyon...— articulou com os lábios dela em seu pescoço. Pegou no braço dela e apertou forte ao sentir cada pressão que ela fazia em sua ereção.
— Não diga nada! — exclamou ao olhar nos olhos dele.
Sem receio algum ela se afastou em direção a cama e o levou consigo, puxando-o pela mão.
Colocou uma das mãos na nuca dele e beijou de novo antes de se sentar.
Sentou-se e deslizou até o meio dela, ainda trazendo-o consigo, sem desgrudar seus lábios, sem interromper a o movimento invasivo que a língua dele fazia em sua boca.
O corpo dele estava sobre o dela e assim que ela levantou as pernas, o encaixando entre elas, ele se livrou de seus sapatos e passou a mão em sua coxa em direção a sua bunda. Agora foi ela quem grunhiu.
As mãos dele percorrendo seu corpo o fazia queimar de desejo.
Taehyung pressionou sua pélvis contra a dela e teve certeza absoluta do perigo que seria se eles não parassem agora.
Afastou-se e se jogou ao dela na cama.
— Songyon, se não pararmos agora, nossa amizade não será suficiente para me fazer parar depois. — passou as mãos pelo rosto. Estava se sentindo frustrado.
Ela sentou na cama e olhou pra ele. Estava igualmente frustrada.
Levantou-se e sentou sobre ele. O beta a encarou em dúvida.
— Eu não quero que você pare, Taehyung!
— Songyon...— ela o beijou antes que terminasse o que ia dizer.
Ela o puxou pela camisa, fazendo-o se sentar, rapidamente tirou sua camisa.
— Eu quero você de um jeito que ninguém nunca quis antes, Tae. Quero ser sua, e quero que seja meu. Agora, nesse exato momento. — disse antes de tirar sua camisola e ficar completamente nua sobre ele.
— Puta merda! — proferiu ao observar o corpo nú dela. — Eu...eu não consigo...— ela colocou os braços em volta do pescoço dele e beijou o local quando ele levantou a cabeça. — Você tem certeza disso? — ofegou.
Sua resposta veio quando ela pegou suas mãos e colocou em sua cintura ao se movimentar sugestivamente sobre a ereção dele. Ele gemeu com o contato indireto.
Suas mãos apertaram a cintura dela e a pressionou mais sobre seu membro. Sua boca traçava um caminho pelo pescoço da ômega de forma irregular e afoita. Ela levemente foi inclinado o corpo para trás, lhe permitindo explorar toda a pele exposta. Conforme ele descia por seu pescoço, clavícula e colo, seus dedos se firmavam cada vez mais nos ombros dele. Enfim colocou uma das mãos no contorno do seio dela e sem hesitar abocanhou com gula o bico e auréola enquanto pressionava levemente o seio. Ela gemeu.
A reação dela às investidas dele o deixava ainda mais duro.
Ela o queria, e queria muito, ele sabia disso. Ela chamou por seu nome, ela o desejava ali e não outra pessoa. Havia muito tempo que ele não sabia como era ser desejado dessa forma. Esperava que em algum momento fosse o motivo dos anseios e luxúria de Jimin. Mas isso nunca aconteceu. E agora, nos braços de outra pessoa, que gemia seu nome em sussurros, sentia-se imponente.
A língua dele acariciava o mamilo dela e deixava um rastro de arrepios em sua pele.
Por mais que fosse do agrado dela receber todas aquelas preliminares, seu objetivo era muito maior.
As mãos dela desceram até a calça dele e rapidamente abriu seu cinto e botão, libertando sua rigidez ao levantar vagarosamente de seu colo. Sua mão envolveu o membro dele e sua boca não conseguiu permanecer no seio dela. Gemeu de tanto tesão.
Com poucos movimentos de sua mão no pau de Taehyung, ela sentiu sua glande molhada pelo pré-gozo. Nem ela tinha mais paciência para esperar. Ele tentou voltar ao seio dela, mas ela se levantou um pouco mais e encaixou o membro dele em sua entrada. Ele ofegou com a expectativa.
Ele fechou os olhos e tentava controlar sua respiração descompassada quando ela lentamente desceu em sua ereção. Suas mãos subiram pelas costas dela até alcançar seus ombros a pressionando mais em seu pau quando seu quadril finalmente o colocou por completo dentro dela. Seu rosto estava entre os seios dela agora, e ela pendia a cabeça para trás e suas mãos estavam em seus ombros, tomando mais impulso para subir e descer em sua extensão.
Ela chegou a pensar se ele era mesmo um beta. Já esteve com outros betas e alfas em alguns momentos da vida, mas ele era o que possuía os atributos que mais se assemelhava a um alfa. E ela, sendo uma ômega, sentia-se muito satisfeita em constatar isso.
A cada vez que Songyon subia e descia no pau de Taehyung ele se agarrava mais ao corpo dela. Ele levantou o olhar e apreciou a expressão de prazer no rosto dela. Sabia o quão perto estava de gozar. Já fazia muito tempo desde a última vez em realmente transou. A sensação de estar dentro de alguém era completamente diferente, completamente extasiante, completamente envolvente. E com ela, estava sendo completamente única.
— Songyon...— fechou os olhos sentindo o prazer de seus movimentos. — isso é tão bom! — declarou tímido com os braços envoltos em sua cintura.
Ao abrir os olhos a encontrou o encarando com um sorriso no rosto. Por mais fofo que ele estivesse sendo, sua reação seguiu por um caminho diferente.
Ela aproximou sua boca da orelha dele.
— Taehyung, você é fofo, mas também é gostoso pra caralho!
Um arrepio subiu pela espinha dele e ele suspirou forte. Eram palavras que o domavam. Os olhos dela tinham uma intensidade que Taehyung só havia visto em um outro olhar que nunca foi destinado a ele.
Com as mãos no ombro dele ela o empurrou devagar até que se deitasse na cama. Ele apertou a cintura dela que não parava os movimentos sobre ele.
Ela colocou as mãos sobre o peito dele e agora movia-se rapidamente em seu pau. Ele fechou os olhos e se permitiu gemer livre. A cada vez que ela sentava nele, ele estava mais próximo do prazer arrebatador.
Ele não tinha ideia de como definir tudo o que sentia naquele momento. Não era apenas prazer, não só seu corpo estava ganhando atenção. Seus olhos precorreram rosto, cabelos e o corpo dela. Não era uma pessoa qualquer ali sobre ele, era a Songyon, e constatar isso fazia seu coração bater ainda mais rápido.
Ele levantou o braço e passou os dedos pelos seus cabelos, expondo seu rosto que os fios teimavam em esconder a cada movimento dela. Acariciou a pele do rosto, desceu pelo pescoço e deslizou por seu colo até o braço. Nunca a havia tocado daquela forma e era incrível sentir o calor e a maciez dela.
Ao sentir as unhas dela apertarem sua carne, ele encarou seus olhos e observou seus movimentos ficarem mais lentos. Quando os olhos dela encontraram os dele, foi impossível não notar que eles estavam turquesa.
— Taehyung... Taehyu...Tae...— gemia com a boca entreaberta. Apesar de se mexer devagar, seu pau tocava o lugar mais profundo dentro dela.
Ele apoiou-se em um dos braços e com o outro sua mão a puxou pela nuca. Ele precisava beija-la.
Seus lábios tocaram os dela e sua língua foi gentil. Era um beijo significativo.
— Meu Taehyung!
Taehyung era dela, somente dela. Não importava o que viria depois dali, nesse momento ele queria mais do que tudo ser dela.
O corpo dela amoleceu sobre o dele logo depois dela emitir um gemido agudo e libertador. Ela o abraçou completamente ofegante, ele se deitou abraçado a ela. Apoiou seus cotovelos na cama e segurou seu quadril um pouco afastado. Ergueu um pouco as pernas, dobrando-as e colocando os pés firmes na cama. Seu quadril foi de encontro ao dela uma duas, três...mais algumas vezes até que ele por fim se libertasse também ao gozar. Ele se sentiu como um animal descontrolado quando um gemido gutural soou de sua garganta. Suas pernas cederam e seu corpo ficou inerte sobre a cama. Apenas seu peito movia-se sôfrego em busca de ar.
Ela saiu de cima dele e deitou a seu lado, mas diferente do que ele imaginava, ela não lhe deu às costas. Encolheu-se ao lado dele colocando a cabeça sobre seu braço. Ele também virou-se para ela.
Seus olhos pareciam repletos de questões, mas tanto ela quanto ele não disseram uma única palavra.
Ele puxou a coberta e a cobriu. Ela deu um sorriso tímido e fechou os olhos. Ele aproximou seu rosto do dela e a observou até que ambos caíssem no sono.
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