JHope havia aceitado o convite de Yoongi, só não tinha ideia de que sairia para a viagem ainda aquela noite.

- Pensei que só iríamos amanhã pela manhã. - indaga assim que entra no apartamento.

- É que tenho o hábito de ir dirigindo durante a noite. Me deixa mais tranquilo. - Suga está logo atrás dele.

- Com você falando desse jeito vou começar a ficar preocupado. - Hobi se vira pra ele com um semblante confuso.

- Não há motivos para você se preocupar. Essa jornada é difícil pra mim todo ano. Não importando quem esteja comigo. - tenta tranquiloza-lo, mas acaba o levando a pensamentos nem um pouco propícios.

- Então você já tem o hábito de levar alguém com você? - questiona em dúvida.

- O quê? Não! - tenta se corrigir. - Na verdade é a primeira vez que levarei alguém comigo. É importante demais para que eu leve qualquer pessoa comigo. - acrescentou calmo.

Hoseok desviou o olhar e disfarçou o sorriso em seu rosto. Se era tão importante assim para ele, e não seria qualquer pessoa que o acompanharia, isso significava que ele era especial para Yoongi, e constatar aquilo deixava seu coração agitado.

- Tem mais algum ômega por aqui? - Suga tomou a atenção de Hobi, que só então se deu conta dos feromônios presentes no apartamento.

- Parecem ser...- Hobi aguçou o olfato. - da Songyon!

Olhou pelo apartamento, na pequena varanda e não a viu.

- Ela deve ter passado por aqui antes de ir para casa. - concluiu o ômega.

- Tudo bem. Vamos adiantar suas coisas. - indicou Yoongi.

- Você já falou com o Jungkook? Não precisa pegar o carro dele emprestado para viajar? - seguiu pelo corredor entrando em seu quarto. Suga estava em seu encalço.

- Eu não preciso do carro dele. Comprei o meu.

- Você comprou um carro? - perguntou surpreso. - Como conseguiu fazer isso? Até onde sei você não tem um emprego.

- Falamos sobre isso depois, agora apresse-se, precisamos sair o quanto antes.

Os braços de Jungkook apertavam Jimin contra ele e suas mãos passeavam por seu corpo de forma indecorosa. Nenhum dos dois poderia negar o desejo e excitação que estavam sentindo. Mas Jimin ainda tinha seus receios.

- Jungkook, espera...- falou rouco com a boca do outro em seu pescoço e suas mãos por baixo de sua roupa, o acariciando. - Jungkook! - se afastou.

- O quê? - perguntou ofegante.

Jimin nem havia se dado conta de quando, e como, havia ido parar sentado no colo de JK.

- Não foi isso que você disse que veio fazer aqui.

- Eu disse que havia vindo ficar com você do jeito que você quisesse. Então...- tentou beijar o pescoço dele outra vez, mas o ômega se afastou.

- Jungkook, nós não podemos. - tenta se levantar, no entanto, JK põe as mãos em sua cintura, o firmando no lugar.

- Por que não? Nós dois queremos isso e muito mais. Então o que nos impede?

- As coisas não são tão simples assim. - ele pega as mãos do alfa e as tira de sua cintura, então senta-se no sofá a seu lado. - Há muita coisa que precisa ser conversada ainda e não posso fazer isso com o Taehyung.

- Eu estou aqui agora, Jimin, podemos conversar sobre o que você quiser, nos acertar da forma que você achar melhor. E não vou embora nunca mais. - foi sincero. - E Taehyung já é um homem, consegue enteder as coisas por si só. Você não precisa trata-lo como alguém que depende de você.

- Eu não estou fazendo isso. Mas sei que as coisas não são fáceis pra ele. E não é porquê ele me incentiva a ficar contigo que não devo pensar em como ele se sente.

- Ele te incentivou a ficar comigo? - questionou surpreso.

- Não fique todo animadinho com isso, ele só está fazendo o que acha ser o certo.

- Se até ele acha que o certo é você me dar uma chance, por que você se recusa?

- Você acha que é simples assim esquecer tudo o que eu passei esses anos todos? - levanta irritado.

- Não foi isso que eu disse...

- Pois fique você sabendo que não é! Ainda dói lembrar de tudo, ainda dói saber que você se foi sem ao menos me dizer o porquê.

- Mas eu estou aqui agora, Jimin-ssi! - levanta e fica de frente pra Jimin. - Eu não agi corretamente, e mesmo que tenha tentado ser tudo o que você precisa, eu nunca serei perfeito. Mas eu te amo. - Jimin engole seco e JK pega suas mãos. - Mesmo que você nunca se esqueça do que passou quando eu estava longe, coisa que seria quase impossível, sei que você também precisa dessa chance, que precisa recomeçar e que quer tentar tanto quanto eu. Então não evite. Me dê uma nova chance. - beijou o dorso de cada uma das mãos do ômega. - Nos dê uma nova chance!?

- Eu...

- Por favor, Jimin-ssi?! - JK tinha um olhar esperançoso e o coração apertado. - Tudo no seu tempo, do jeito que você...

Jimin o beijou. Passou os braços por seus ombros e JK o abraçou pela cintura.

Jimin estava cansado do brigar contra seus próprios sentimentos. Ele sabia que poderia ser magoado outra vez, mas dessa vez faria as coisas de forma diferente. Ainda não sabia como, mas faria.

JK o agarrou mais firme e Jimin colocou as pernas em volta de sua cintura.

- Vamos para o meu quarto. - Jimin disse contra os lábios dele. JK ofegou, mas não se deixou levar pelas expectativas, Jimin tinha o dom de mudar de ideia na última hora. - Agora!

JK deixou um braço envolto na cintura dele, mantendo-o junto a si e a outra mão tateou a parede por onde passava. Estava escuro e JK temia que pudesse acabar esbarrando em alguma parede e machucasse Jimin.

No pequeno corredor dos quartos ele não tinha ideia de para qual lado deveria ir. Optou pela direita.

- Esse não. O outro. - Jimin o orientava enquanto beijava seu pescoço.

Aquilo só deixava JK louco para despir Jimin o mais rápido possível e seu tesão o consumia por inteiro.

Passou pela porta e não se importou em fecha-la, afinal, estavam sozinhos. Andou até a cama e subiu nela de joelhos, colocando suavemente Jimin deitado.

- Não me faça me arrepender de te dar essa chance, Jungkook, ou eu farei você definhar até a morte. - disse sério, olhando em seus olhos.

- Eu estou aqui e nunca mais te deixarei Jimin-ssi, nunca mais! Serei seu alfa até o fim dos meus dias! - prometeu.

Jimin o puxou pela nuca e o beijou avidamente. Suas mãos passeavam pelas costas nuas do alfa e sua pele queimava com cada toque. Seus feromônios exalaram intensamente e JK gemeu quando jimin apertou suas pernas em volta dele, colocando suas ereções em um contato excitante.

Quando Jimin sentiu os feromônios de Jungkook ele ergueu a cabeça, deixando seu pescoço livre para que ele pudesse explora-lo.
Enquanto as mãos de Jimin passeavam em seu corpo, JK usou as dele para abrir cada botão frontal do pijama do ômega. Ao sentir seu peito nu, JK então passou suas mãos lentamente por ele, sentindo cada centímetro da pele quente de Jimin, que elevou-se em seus cotovelos para JK passar sua camisa por seus ombros, livrando-o da peça.

Sem demora, o alfa deslizou as mãos pela lateral do corpo de Jimin, parando em sua cintura e baixando suas calças.

Jimin gemeu ao sentir sua ereção livre e isso impulsionou o alfa e tirar de uma vez aquela última peça dele, aproveitando o ritmo e tirando também o seu moletom junto com a cueca.

O corpo de Jimin arrepiou todo ao ver JK ajoelhado na cama, sem uma única peça de roupa o cobrindo e seu membro pulsando pelo desejo de tê-lo.

Certas coisas eram difíceis demais de se explicar. Como esse súbito desejo avassalador que tomava conta de Jimin toda vez que sente os feromônios de Jungkook.

Ele, no início, quando se descobriu ômega plus, pensou ser de sua natureza se sentir atraído assim por um alfa. Mas não era bem verdade. Da forma como era com o Jungkook, ele jamais sentiu com nenhum outro alfa que já cruzou seu caminho. Nenhum outro feromônio tinha esse poder devastador de levar o Jimin a ruína em um milésimo de segundo.

Jimin sentou e passou suavemente sua mão pelo peito nu de JK. Ele sabia que tinha todo o tempo do mundo para apreciar o que era dele.

Quando sua mão se aproximou do membro do Jeon, ele viu o peito do alfa se movimentar com certa euforia ao ofegar. Ele olhou bem em seus olhos e os encontrou brilhando em um desejo que estava longe de se parecer com seu controle físico. Aquilo o despertou ainda mais.

- Jungkook?

- Jimin-ssi?!

Jimin chegou mais perto ao agarrar com firmeza sua ereção, o fazendo conter o gemido em seus lábios.

O ômega não conseguia ignorar a luxúria crescente dentro de si. Com os olhos ainda no alfa, ele colocou a língua para fora e JK engoliu seco. Ao que Jimin a passou de sua base até a glande e o alfa a sentiu quente e molhada o envolver por completo depois de provoca-lo daquela forma, ele entreabriu a boca, fechou o olhos, pendeu a cabeça para trás e gemeu sem cerimônia.

Em momento algum ele pretendia propor tal coisa a Jimin, mas vê-lo fazer isso por livre e espontânea vontade, não poderia recusar de forma alguma. Seria um tolo se fizesse.

Jimin o engolia com gula e o chupava com delicadeza. Jeon colocou sua mão entre os fios do Park e se movimentou devagar.

- Jimin-ssi...- gemeu baixo ao começar a estocar mais rápido.

Jimin apenas ergueu o olhar e apreciou a expressão de prazer no rosto do maior.

Já havia algum tempo, na verdade, muito tempo que JK não tinha um contato tão íntimo assim com alguém.

Sendo mais especifico, ele nunca teve nenhum tipo de contato desse nível com alguém que não fosse o Jimin. Todo o seu interesse, desejo e luxúria se concentrava em uma única pessoa, e naquele momento, essa pessoa o levava a loucura de uma maneira que jamais foi imaginada pelo alfa.

- Jimin-ssi, para...- JK tentou afasta-lo. - Você precisa parar! Eu não vou conseguir...- ofegou, o segurou pelos ombros e retesou sua pélvis.

- Eu achei que você estivesse gostan...- JK se inclinou e beijou afoito sua boca.

- Puta que pariu, eu estava gostando demais e era exatamente esse o problema. - esclareceu ao se deitar sobre ele.

Jungkook puxou a perna dele se encaixando entre elas e quando Jimin sentiu seu membro roçar em sua entrada suspirou. Então o alfa parou e apenas observou o ômega por alguns momentos. Ele passava suavemente sua mão no rosto de Jimin e seguia por seus cabelos.

- Eu senti tanta falta de você, Jimin-ssi. - declarou. - E não estou falando de tê-lo assim comigo. - Jimin o observava atentamente. - Senti falta de poder te olhar, te tocar, lhe fazer um carinho...de sentir um carinho seu, senti falta da sua presença. E eu não quero sentir isso nunca mais!

- Eu também senti a sua falta, Kookie.

Jungkook tocou os lábios dele e o beijou calmamente. Aquele beijo tinha muitos significados e Jimin sabia cada um deles.

Ambos exalaram feromônios com aquele contato profundo de almas. Depois de beijá-lo, JK absorvia mentalmente cada um dos traços já tão conhecidos do rosto de Jimin, e o ômega viu seus olhos brilhando em dourado pela primeira vez. Então foi a vez do alfa ver aquele brilho nos olhos do seu ômega.

- Eu amo muito você, Jimin-ssi!

Jimin passou as mãos carinhosamente pelo rosto de JK e o beijou outra vez.

Vagarosamente JK o penetrou e o cômodo brilhava intensamente em dourado com a miscigenação dos feromônios dos dois.

Jeon foi tomando ritmo e Jimin gemia baixinho sob ele. As mãos do Park passeava pelo corpo do alfa, desenhando em cada pedacinho de sua pele o prazer de senti-lo dentro de si outra vez.
JK arremetia cada vez mais rápido, sua boca estava em cada centímetro do pescoço de Jimin e o som de seus corpos se chocando ecoava por todo o quarto.

Aquela noite de natal jamais seria esquecida por nenhum deles. Ambos se entregaram de corpo e alma ao amor que nutriam um pelo outro. Esperanças foram renovadas e corações batiam cada vez mais vivo dentro do peito.

Taehyung acordou se sentindo relaxado, tranquilo e quente.

Seus olhos abriram lentamente e seu peito parecia pesado. Sua respiração estava curta. Não entendia como conseguia se sentir tão bem com a respiração entrecortada.

Quando seus olhos baixaram, longas madeixas negras cobriam seu peito. Ele estranhou.

Ao se movimentar os braços envoltos em si o apertou um pouco mais. Ao virar um pouco mais a cabeça seus olhos quase saltaram das órbitas.

Que merda eu fiz? - desesperou-se mentalmente.

Songyon dormia tranquilamente com parte do corpo sobre o dele.

Ai não, eu não fiz isso!? Por favor, por favor, por favor...- ele ergueu a coberta que os cobria e constatou que ambos estavam com as mesmas roupas da noite passada. Suspirou aliviado. - Graças a Deus!

Então vieram as perguntas que ele não tinha ideia das respostas.

Como viemos parar aqui?

Se nós não transamos, por que ela está ao meu lado na cama?

O que houve depois que nós chegamos em casa?

Quem mais sabe que ela está aqui?

Ele lutou contra a própria cabeça tentando entender o que realmente havia acontecido. Procurou pelas respostas em cada cantinho de sua vaga memória, mas não as encontrou.

Bem devagar ele tirou seus braços e os dela, ambos envoltos um no outro, se arrastou devagar para fora da cama e se apressou em sair do quarto.

No corredor seu coração batia afoito e ele se sentia perdido. Olhou para o outro lado e o quarto de Hoseok estava aberto e vazio. Foi para a sala e de lá olhou para a cozinha a procura de seu irmão. Nada dele. Havia apenas um post-it na geladeira. Ele correu até lá e leu o bilhete, estava curioso para saber se mencionava alguma coisa sobre Songyon ter passado a noite com ele. Mas não era o caso.

O ômega apenas avisava que havia ido viajar e que não sabia quando voltaria e que ele poderia ligar quando quisesse.

Taehyung concluiu que seu irmão não sabia sobre a estada de Songyon ali e de certa forma se sentiu aliviado.

Ele andou na ponta dos pés, temendo fazer algum barulho que a acordasse. Voltou ao quarto e pegou seu casaco. Voltou, calçou seus sapatos e saiu.

Nem ele entendia o porquê de estar fugindo dela, mas sabia que se ela acordasse haveria alguma conversa sobre a noite anterior e ele não tinha ideia do que diria a ela já que não se lembrava de como eles foram parar juntos em sua cama. E pior, abraçados como se aquilo fosse a coisa mais comum de acontecer entre eles.

Jhope estava a cerca de meia hora dentro do carro com o aquecedor ligado, enquanto Yoongi estava do lado de fora em meio ao frio que ainda fazia no fim de inverno.

Ele não entendia como funcionava essa viagem anual do alfa, mas ela começou com Yoongi visitando o cemitério e só de lembrar do lugar em que estava, Hoseok sentia calafrios. Ele não era nem um pouco fã desse tipo de visita.

Hobi se assustou quando Yoongi abriu a porta do carro.

- Você poderia vir comigo agora? - perguntou reticente.

- Claro! - forçou um sorriso.

JHope saiu do carro e sentiu o frio cortante tocar suas bochechas. Yoongi esperou ele dar a volta no carro e então seguiu até onde estava anteriormente com o ômega ao seu lado.

A poucos metros do carro Suga parou e Hobi o encarou curioso. Então ele se virou pra Hobi e suspirou.

- Hoseok, esses são Min Geung-Tae e Min Yeo-Jin. - engoliu seco com a expressão de surpresa no rosto de hobi. - Meus pais!

Hoseok olhou para os túmulos, suas sobrancelhas arquearam e seu queixo caiu.

- S-seus pais? - encarou o alfa. - Eu não sabia que eles.... - se calou subitamente. - E-eu sinto muito por...

- Isso já aconteceu há muito tempo.

Hobi deu dois passos apressados e o abraçou forte. Suga pousou sua cabeça no ombro dele e lhe devolveu o abraço. O alfa se sentia tão bem nos braços de Hobi que, mesmo sendo uma data tão difícil para ele, esse ano ele não se sentia tão só.

Hobi não sabia o que fazer além de conforta-lo. Sentia-se lisonjeado pelo ato de Yoongi, ao mesmo tempo que o peito apertava um pouco mais por saber que o alfa já não tinha nenhum de seus pais a seu lado.

- Na noite de natal...- prosseguiu Yoongi. - nos havíamos comemorado em família. Estávamos tão felizes. Meus pais se amavam tanto, e eu sentia todos os dias o quanto me amavam também. - ainda estava abraçado ao ômega, mas sua mente serpenteava o passado em que ele era feliz. - Eu era apenas um garoto de 7 anos, e comi muito naquela noite. No dia seguinte meus pais haviam planejado ir visitar meus avós paternos pela manhã e os maternos à tarde, mas eu acordei indisposto, minha barriga doía muito, então fiquei em casa com minha nany. Minha omma ligava praticamente a cada hora para saber como eu estava. Apesar de eu não estar muito bem, ela estava feliz, e me disse que estaria em casa em breve da última vez que ligou. Me prometeu contar uma história antes de eu dormir. Mas ela nunca mais voltou. - uma lágrima escapou de seus olhos. - Aquele natal foi o que mais nevou nos últimos 35 anos. A pista estava congelada e a visibilidade era muito baixa a noite, meu pai não conseguiu evitar que o carro saísse da pista e caísse do barranco.

- Yoongi...- Hobi o apertou mais no abraço e afagava incessantemente suas costas.

- Eu devia ter ido com eles naquele dia, deveria estar aqui, debaixo dessa terra com meus pais...

- Não fala isso, por favor...

- A minha vida virou um inferno depois que eles se foram. Eles eram tudo o que eu tinha, tudo o que me mantinha vivo...- soluçou. - De certa forma, eu também morri depois daquele dia.

- Não! - Hobi se afastou a passou suas mãos pelo rosto dele, secando suas lágrimas. - A sua vida ainda não acabou. Você tem um longo futuro pela frente e nunca mais estará sozinho de novo.

- Eu sei que você diz isso para que eu não me sinta péssimo pelas coisas que aconteceram até aqui, mas você ainda estaria ao meu lado se eu não fosse um alfa? Se eu não tivesse os feromônios para lhe atrair e soubesse o jeito como minha vida foi um fracasso até agora, ainda estaria ao meu lado? - tentou conter as lágrimas, mas não conseguia.

- Os seus feromônios são os melhores que eu já senti na minha vida. Sim, eles me atraem de uma forma que eu não consigo explicar, mas você os reprime de tal forma, que eu mal consigo me lembrar de como fazem me sentir. Então sim, eu estou aqui, ao seu lado, e ao lado de seus pais justamente pela pessoa que você é, e não porquê seus feromônios me trouxeram aqui. Sei que ainda tenho muito do verdadeiro Yoongi para conhecer, mas o que já vi até hoje, me trouxeram por livre e espontânea vontade até esse momento.

- Hoseok...

- Eu me sinto bem com você, eu sinto sua falta quando está longe de mim e tenho vontade de te abraçar, de te beijar, de te tocar o tempo todo. Tenho vontade de grudar em você e nunca mais lhe soltar...- agora é o ômega que não conseguia segurar as lágrimas com seu profundo desabafo. - Eu amo seu sorriso singelo, amo seu jeito durão de ser, amo seu jeito sarcástico e mal humorado de encarar as rotinas cotidianas, amo o jeito como me olha...como me toca, como me beija...e principalmente seu jeito romântico que tenta a todo custo esconder de todos. - Yoongi sorriu envergonhado.

- Eu não sou romântico...

- Você é sim, e esconde isso muito bem.

- Eu nunca fui assim com ninguém.

- Então você me trata assim por causa do seu vínculo? - descontraiu.

- Não! É só que...eu não sei o que você faz comigo, mas sou uma pessoa diferente ao seu lado. - confessou. - Seu sorriso me deixa inebriado, seu toque me faz sentir como se fosse invencível, seu beijo me deixa louco...perco totalmente a noção de como o mundo gira quando estou em seus braços.

- Eu amo você! - surpreendeu o alfa.

- Hobi...

Com suas mãos quentes nas bochechas de Yoongi, Hobi o beijou com ternura e carinho.

- Eu não me importo com o que nossa classificação genética determine, se você fosse um ômega ou um beta, ainda assim eu amaria você. Você é tudo o que eu sonhei em encontrar um dia. É tudo o que eu preciso!

- Eu sou uma completa bagunça emocional e...

- E ainda assim é perfeito pra mim! - Hobi completou.

- Por favor...- seu olhos transbordaram ainda mais. - Não me deixa...

- Nunca! - o ômega apressou-se em dizer. - Eu nunca vou deixar você, Yoongi!

A neve começou a cair e se prender aos cabelos do ômega. Yoongi passou levemente as mãos nos cabelos escuros de Hobi, desceu por seu rosto e o beijou outra vez.

Hoseok o abraçou e ambos sentiram os flocos de neve tocarem suas peles ao desfrutarem da cumplicidade daquele ato de amor.

Eles se sentaram em frente ao túmulo dos Min, e Yoongi contou algumas de suas lembranças de quando era pequeno. A maior parte do tempo o alfa sorria. Aquelas lembranças estavam mais vivas do que qualquer outra coisa em sua memória. Era a partir delas que Yoongi seguia em frente. Elas mantinham sua esperança acesa como uma vela.

Mas depois de conhecer e passar mais tempo com Hoseok, o alfa a sentiu passar de uma mera fogueira para um completo incêndio alimentado constantemente por um combustível. E esse combustível era o próprio ômega.

Em um tom calmo e de muita convicção Hobi prometeu aos pais dele que cuidaria de Yoongi para o resto de sua vida. Yoongi quase chorou de novo ao ouvir aquilo. Seu coração havia sido entregue a pessoa certa, e ele também daria tudo de si para cuidar, proteger e fazê-lo feliz até o fim dos seus dias.

Hobi deitou sua cabeça no ombro de Yoongi, e eles passaram os últimos momentos daquela visita em silêncio.

Yoongi parou o carro na entrada de um hotel muito requintado da cidade. Hobi observava tudo completamente admirado.

Depois de pararem e Yoongi ser abordado por um manobrista e lhe entregar as chaves, eles seguiram pelo lobby até a recepção. Antes de chegarem a recepção, Hobi, que estava de braço dado a Yoongi sentiu o corpo dele tensionar.

- Algum problema? - o encarou curioso.

- Será que você pode ir fazendo o check in enquanto eu resolvo uma coisa rápida? É só apresentar um cartão preto com o símbolo do hotel e escolher o quarto. - ele enfiou a mão no bolso e retirou a certeira, entregando na mão de Hobi.

- Claro! Mas houve alguma coisa?

- Não se preocupe, eu encontro você logo. - disse disperso, olhando de um lado para o outro.

- Tudo bem.

Yoongi saiu rápido, Hobi o acompanhou com os olhos até ele passar por uma porta de vidro e sumir depois dela.

Hoseok seguiu para a recepção e foi atendido por uma moça alta, muito bem vestida, cabelo impecável e uma maquiagem bem discreta.

Ele lhe informou que gostaria de um quarto, mas não soube dizer qual e quanto tempo ficariam hospedados lá. Então lembrou do que Yoongi disse. Abriu sua carteira e pegou um cartão preto com H em itálico e dourado e entregou a recepcionista.

Ele percebeu a recepcionista arregalar os olhos e suas bochechas corarem ao encarar o cartão sobre o balcão.

- Certo, acomodações para o Sr Min! - ela disse nervosa. - Me perdoe pela demora em lhe oferecer uma acomodação adequada, Sr! - digitou apressada em seu computador.

- Não se preocupe. Está tudo bem, seu atendimento está excelente. - Hobi sorriu simpático, mas depois ficou pensativo. Yoongi era alguém tão importante assim?

- O Sr deseja as acomodações de sempre, ou algo mais específico nessa ocasião?

- Bom, eu não sei dizer...- coçou a nuca. - Talvez algo com dois quartos?

- Vou disponibilizar para o Sr uma suíte do padrão Black, tudo bem?

- Po-pode ser!

- Aqui esta, Sr! - ela lhe devolveu o cartão preto e dois cartões chaves de acesso ao quarto. - Deseja que seja enviado algo de imediato, Sr?

- Uma refeição seria ótimo! - Hobi se animou.

- Excelente! Em breve chegará em sua suite. - disse sorridente.

- Obrigado! - fez uma reverência.

Ele guardou o catão de Yoongi e se afastou do balcão. Mas voltou assim que olhou para os cartões chave e não viu um número impresso neles.

- Por favor!?

- Sim?

- Qual o número da suíte?

- Oh, o Sr só precisa pegar o elevador da direita, o dourado, ele leva diretamente a suíte.

- Entendi. Obrigado! - fez outra reverência e seguiu para o elevador depois de olhar pelo lobby não encontrar Yoongi.

Vou mandar uma mensagem para ele e avisar em que suíte estamos. - pensou.

- O que está fazendo aqui? - Yoongi pergunta assim que se aproxima de uma mulher de meia idade.

- Eu sabia que o encontraria aqui no dia de hoje! - a mulher se aproxima mais e tenta abraça-lo. Ele se afasta. - Yoongi, não seja tão rude. Não vai dar um abraço na sua tia?

- O que está fazendo aqui? - repetiu em um tom áspero.

- Yoongi...meu querido sobrinho...acho que sabe por quê estou aqui.

Yoongi suspirou, baixou a cabeça e passou frustrado a mão pelo rosto.

A mulher a sua frente estava muito bem vestida, usava roupas caras e sua pose requintada mostrava bem que vinha de boa família.

- Vocês já têm uma boa quantia que é disponibilizada na conta de vocês todo mês, como ainda consegue me procurar para pedir mais dinheiro? - falou baixo e impaciente.

- Você sabe que aquela quantia não dá para nada. Mal conseguimos comer decentemente. - choramingou.

- Se vocês gastam todo o dinheiro com futilidades, isso não é problema meu! Vocês não podem esbanjar uma vida de luxo a qual não têm como sustentar!

- Querido sobrinho, nós tivemos despesas extras no último mês, e a faculdade do Yohan foi reajustada para esse próximo semestre, não tivemos como evitar...

- Não...! - cerrou o punho. - Não me procure para pedir dinheiro outra vez!

- Mas...- ele virou as costas e voltou para o hotel. - Yoongi...!? - ele ignorou seu chamado. - Droga!

Yoongi voltou ao lobby e não viu Hoseok na recepção. Pegou celular para ligar para ele e viu que ele havia lhe enviado uma foto dos cartões chave. Hobi concluiu que se ele já se hospedava naquele hotel com frequência, uma simples foto lhe diria onde ele estaria.

Yoongi seguiu para o elevador, e assim que chegou próximo, um segurança fez uma reverência e apertou o botão que abriu imediatamente as portas.

- Bem vindo, Sr Min!

- Obrigado! - o segurança passou seu cartão chave do lado interior do elevador e saiu.

As portas se fecharam e em questão de minutos ele já estava dentro da suíte.

- Yoongi!? - Hobi levantou apressado com a boca cheia. - Calma, eu posso explicar! - o alfa não entendeu. - Eu não escolhi essa suíte, a moça da recepção...

- Você vai acabar se engasgando desse jeito. - sorriu. Hobi engoliu rapidamente o que tinha na boca.

- Eu não sabia que eles nos dariam um quarto como esse e...

- Eu sei. - tirou seu casaco e jogou em uma cadeira vazia.

- Eu só disse que queria uma suíte com dois quartos e a moça não me disse nada, só fez a reserva e me entregou os cartões...- disparou afoito.

- Calma, hoseok.

- Bem, eu sei que esse quarto deve ser caríssimo uma diária e que a comida também não deve ser nada barata, mas eu posso ligar para o Taehyung e...

- Porquê? - sentou-se em uma das cadeiras ao lado de Hobi.

- Sei que vamos precisar de ajuda para pagar por essa refeição.

- Coma devagar e à vontade.

- Tudo bem, mas depois resolveremos isso e mudaremos de quarto.

- Você não gostou desse? - pegou um prato e começou a se servir.

- O quê? Claro que gostei! Ele é lindo e a vista é a maravilhosa, mas sei que não poderíamos pagar por algo assim. - bebeu um pouco de refrigerante.

- Não se preocupe com isso.

- Como eu poderia não me preocupar? Você acabou de comprar um carro, deve ter usado todas as suas economias nele e não quero que gaste mais do que o necessário comigo.

Suga levantou a cabeça, suspirou e sorriu.

- Já disse para não se preocupar com isso. - o encarou pacientemente. Hobi piscou aturdido.

- Você por acaso ganhou na loteria ou algo do tipo? - ficou curioso.

- E você ficaria comigo por interesse no meu prêmio? - brincou.

- Não! - respondeu incrédulo. - Eu jamais faria isso!

- Eu sei disso. - sorriu mais largo. - Agora termine de comer. A viagem foi cansativa e sei que você precisa se alimentar e descansar um pouco.

- Tudo bem. - JHope voltou a comer.

Depois de um banho quente e agradável em uma banheira coberta por espuma Hobi colocou uma roupa confortável e saiu o quarto, encontrando Yoongi na sala olhando pela extensa parede de vidro para a vista da cidade sendo coberta pela neve. Hoseok notou que ele havia tomado banho e trocado de roupa.

- Yoongi?! - se aproximou devagar.

Yoongi se virou e sorriu ao vê-lo. Ergueu uma das mãos o convidando silenciosamente para seu lado. Hobi foi até ele. Yoongi o abraçou pelo ombro e beijou sua têmpora.

- Yoongi? Podemos mesmo ficar em uma suíte como essa? Por que não tem problema se tivermos que ir para uma menor, afinal de contas, não precisamos de uma suíte tão grande.

- E se eu disser que precisaríamos ir para um hotel de 1 estrela e comer apenas comida congelada enquanto estivermos na cidade, estaria tudo bem pra você? - Hobi se virou para ele e encarou seus olhos.

- Se precisarmos dormir no seu carro e dividivir uma refeição barata não seria problema nenhum pra mim também.

- Jura?

- Claro! E se sairmos do quanto antes eles poderiam nos cobrar menos pelas despesas que demos aqui. - se afasta do alfa indo em direção ao quarto que saira minutos antes. - Se apresse e pegue sua mochila.

- Ei! - segurou sua mão e o puxou de volta. - Não vamos a lugar nenhum. Você gostou daqui, então vamos ficar. - Yoongi o abraçou. Ficaram em silêncio por um breve momento.

- Você ganhou na loteria? - Yoongi sorriu.

- De certa forma.

- Sério?

- Sim! No momento em que coloquei minhas mãos naquela bendita pelúcia.

- Como? - o ômega tentou entender.

Yoongi enfim lhe explicou como havia "conhecido" seus feromônios e tudo o que sentiu quando o conheceu pessoalmente.

- Sabe que eu estava falando sério, não é? Eu não quero que se prejudique financeiramente só por que gostei dessa suíte.

- Nesse ponto eu posso dizer que também ganhei na loteria. Mas isso foi há muito tempo. Digamos que...desde que nasci.

- Poderia ser mais específico? - o olhar de Suga se perdeu no horizonte através da neve.

- Meu pai era o dono da rede de hotéis Homeland. Consequentemente sou o herdeiro. - os olhos de Hobi se arregalaram.

- Você é dono desse hotel?

- Sim.

- Isso é...

- Bastante desagradável na maior parte do tempo.

- Desagradável? E porque seria? - Hobi quis saber.

- Por que sou conhecido nessa cidade apenas dessa forma, como o herdeiro dos hotéis. Ninguém nunca se importou realmente comigo como pessoa. Nem mesmo o que sobrou da minha família. - suspirou triste.

- Eu sinto muito.

- Eu também. - beijou a testa do ômega.

- Mas agora você tem a mim, e tudo o importa pra mim é a pessoa que você é, e não o que possui.

- Eu sei disso. Você já me deu tantas coisas que me fizeram falta a vida toda, sem ao menos saber de onde eu vinha, ou as ligações familiares que eu tenho. Você sempre me deu tudo sem pedir nada em troca.

- O importante é que tenha um lugarzinho pra mim dentro do seu coração. O resto podemos conseguir juntos. - Hobi passou sua mão carinhosamente no rosto de Yoongi.

- O meu coração é todo seu. E apenas seu, meu ômega!

Yoongi passou a mão pela nuca de Hobi e deixou um carinho em sua bochecha com o polegar antes de beijar seus lábios.