Capítulo 49
Taehyung estava em seu quarto quando ouviu um burburinho vindo da sala.
Levantou e foi lá averiguar.
Na sala, estavam Hobi e Songyon debatendo sobre alguma coisa. A porta estava aberta, e do corredor Tae podia ver Namjoon impaciente do lado de fora.
Ele não disse nada, encostou na parede e observou os dois ômegas em pé, um de frente para o outro próximos ao sofá.
- Taehyung! - exclamou o ômega quando notou sua presença. - Você vai ser minha testemunha! - foi até o irmão e o puxou pelo braço.
- Ai meu Deus! - gemeu frustrado.
- Cheire isso! - pegou um perfume que estava a mesinha de centro. Tae fez o que ele pediu.
- Agora cheire o que ela está usando! - apontou para o pescoço de Songyon.
- O quê?! - a ômega e o beta falaram juntos.
- A opinião dele não faria diferença, ele não poderia entender o meu ponto de vista, pois é só um beta.
- Obrigado pela parte que me toca, Songyon. - alfinetou indiferente.
- A conclusão é a seguinte...- ela ignorou as palavras do beta. - Não quero usar nada muito forte, Hobi. A intenção é que ele sinta o meu cheiro.
- Ahh, por que você não disso isso antes? - animou-se.
- Eu tentei, mas você não me deixava. - criticou o ômega.
- Vocês alfas e ômegas são tão ridículos com essas coisas de feromônios. - os dois ômegas o fuzilou com o olhar. Ele apenas revirou os olhos impaciente e saiu da sala.
Ao lado de Namjoon, no corredor do edifício, ele se recostou com as mãos no bolso do moleton.
- Você também vai se aventurar nisso?
- Jin disse que também iria com eles, - apontou para os ômegas dentro do apartamento com um menear de cabeça. - e eu não vou deixar meu namorado sozinho em um lugar como aquele.
- É só uma boate, Nam, não um antro de perdição. Não confia no Jin?
- Eu não confio é nas outras pessoas, e o Jin pode ser muito ingênuo às vezes. - encarou a porta entreaberta do próprio apartamento.
- É, nisso eu concordo com você.
- Não quero correr o risco de alguém se oferecer para pagar uma bebida batizada pra ele.
- Entendo. - suspirou.
- Por que não vem com a gente? - sugeriu o alfa.
- Acho melhor não.
- Você deveria se divertir um pouco. Estará entre seus amigos, vai ser bom espairecer a cabeça depois de tanta turbulência. - insistiu.
Taehyung se sentia mais leve depois da última vez que descarregou toda a raiva que pesava em seu peito. Já não chorava mais pensando no Jimin, e já se sentia mais tranquilo quando alguém mencionava seu nome em alguma conversa. Ele sentia que esse tempo longe estava mesmo lhe fazendo bem.
Então, por que não tentar?
- Fico pronto em 5 minutos. - entrou no apartamento e seguiu para seu quarto.
- ...mas o Taehyung também vai, então temos um carro a mais. - Nam pronunciou.
- O que tem o Taehyung? - o beta chegou a sala já questionando o que era debatido com seu nome.
- Temos que passar e pegar a Junghyun, e como o seu carro vai vazio, pensamos que você poderia passar e pega-la. - Hobi esclarece.
- Você não vai comigo?
- Não. Seu humor anda duvidoso, e não quero que você estrague a minha noite. - disse simples.
- É sempre bom poder contar com o apoio de um irmão. - foi sarcástico. - Tudo bem, eu passo e pego ela.
Jin e Tae desceram na frente para pegarem os carros. Os outros encontraria Jin na calçada lá fora.
Quando o elevador parou e a porta abriu, Jin arregalou os olhos.
- O que faz aqui? - questionou o alfa tão rápido que até Taehyung estranhou.
- Eu vim falar com o...
- Ah, olha só, acho melhor você voltar em outro momento. Ele está de saída agora. - o interrompeu antes do nome do hobi ser citado e Taehyung começar um puta monólogo chato com milhares de perguntas sobre as intenções de Yoongi. Sabia que sua noite, e a dos outros acabaria ali.
- Quem é ele? - Tae quis saber.
- Ah, olha minha falta de educação. - fez cena. - Taehyung, esse é o Yoongi. Yoongi, esse é o Taehyung. - os apresentou.
Eles se cumprimentaram e o beta estranhou a mudança repentina no comportamento do amigo. Alguma coisa estava errada.
Ficaram em silêncio durante todo o tempo em que levou para chegarem ao andar do estacionamento.
Jin se despediu momentâneamente de Tae, e seguiu para o outro lado arrastando Yoongi consigo.
Será que ele é amigo do Namjoon? - questionou-se. - Mas o Jin parecia tão estanho na presença daquele cara. - ele encarava os dois enquanto se afastavam.
No final decidiu que aquilo não era da conta dele, entrou no carro e seguiu para a saída. Mas antes passar pelo portão, notou que havia esquecido o celular. Voltou com o carro, subiu e o pegou. Voltou ao carro, e enfim saiu do estacionamento.
Lá fora, os amigos ainda estavam na calçada.
Namjoon e Hobi conversavam juntos ao alfa desconhecido por Tae, Jin e Songyon estavam mais separados. Foi quando o alfa o viu.
- Taehyung...- Jin acenou para que ele parasse logo atrás do carro de Nam. - Mudança de planos!
Ele estacionou o carro e Jin se aproximou da janela do passageiro.
- A Songyon vai com você.
- O quê? Por quê?
Jin não ia dizer a Taehyung que era porquê ele preferia que o Hobi fosse sozinho no banco de trás com Yoongi, ficaria muito óbvio as intenções do alfa.
- Yoongi vai com a gente. - disse como se fosse óbvio.
- E não há espaço suficiente para os três no banco de trás?
- Por que escolheríamos ir apertados se temos a opção de ir com mais conforto, não é mesmo? - Tae abriu a boca pra protestar, mas Jin logo emendou. - Hobi não vai com você de forma alguma, sem falar que Junghyun é amiga da Songyon, então tudo se encaixa no final. - Tae suspirou e revirou os olhos.
Ótimo, mais alguns minutos ao lado de alguém subestimando a minha existência como beta!
Nada poderia ser melhor que isso.
- Ok!
Jin se aproximou dos amigos e informou a Songyon que fosse com Taehyung. Ela também não parecia nem um pouco contente com a mudança, mas Jin cochichou alguma coisa no ouvido dela que a fez abrir um sorriso animado.
Eles se despediram e Songyon entrou no carro de Tae.
Eles ficaram em silêncio na maior parte do percurso. Na verdade, Taehyung tentava entender o que tanto ela ajeitava em seus cabelos encarando intensamente o espelho acima do acento do passageiro.
- O que tanto você arruma nesse cabelo? Isso tudo é para agradar um alfa?
- Eu vou interpretar isso como um "você está linda". - disse sorrindo ao encará-lo.
- Não foi...ah esquece. - concluiu impaciente.
Eles pararam em frente ao edifício em que Songyon morava com Junghyun. Ela olhava atentamente o celular, enquanto trocava mensagens que Taehyung queria acreditar que fosse com a beta.
Ele a observou por alguns instantes e concluiu que ela não precisaria de tudo o que estava usando só para agradar um alfa. Já era bonita sem tudo aquilo.
Na verdade, pensou ele, o alfa que ficasse com ela, só precisaria ter paciência o suficiente para tolerar seu gênio forte.
Ah, esse alfa estaria mesmo bem ferrado! - sorriu sozinho com os próprios pensamentos.
- O que houve?
- Nada. - segurou o riso.
Ele se deu conta também de que, desde a última conversa que tiveram em Mapo-Gu, eles não havia se falado mais.
- Escuta, Songyon...- iniciou. - eu queria me desculpar pelo que eu disse lá em Mapo-Gu. Eu não devia ter sido rude com você.
- Não se preocupe, eu não choro mais por causa daquilo. - respondeu sem olhar pra ele.
- Você chorou por causa daquilo? - indagou surpreso.
- Não, mas queria que você se sentisse mal por isso. - brincou sorridente.
- Mas que disparate...
- Olha, eu procurei não levar a sério o que você me disse, sei que estava em um momento ruim, e que ele ainda não passou. Mas tenha mais cuidado em com quem você dispara suas frustrações. - aconselhou. - Tenho certeza de que se você dissesse algo desse tipo ao Hobi, ele com certeza choraria.
Ela estava certa, não é porquê ele estava tendo conflitos internos que poderia simplesmente descontar no primeiro que aparecesse. Principalmente Hoseok que é uma pessoa sensível.
- Você está certa. E eu sei que você não será uma solteirona com uma dúzia de gatos. Você é inteligente, esperta e muito sagaz. Além de bonita. - sorriu cortez.
- Eu sabia que uma forma ou de outra, arrancaria esse elogio de você. - disse orgulhosa.
- Aish! Esqueci de acrescentar convencida, abusada e manipuladora! - exclamou mau humorado.
- Você também é fofo! - apertou a bochecha dele. - Mesmo estando volúvel.
- Ya...!
- Eu vou apressar a Junghyun! - abriu a porta do carro e saiu antes que ele ficasse ainda mais rabugento.
No decorrer da noite, Taehyung não ficou entendiado, mas também não estava animado o bastante para encarar a pista de dança com seus amigos.
Em uma mesa alta, em uma das laterais da boate, ele bebia calmamente sua cerveja. A noite não estava tão ruim. E de uma forma estranha, tinha a companhia de um alfa que não era de jogar conversa fora.
- Você não vai dançar? - puxou conversa.
- Não gosto de dançar. E não gosto de boates. Tem muita gente sem noção nesses lugares.
-Se não gosta desses lugares, porquê veio? - deixou de lado uma garrafa vazia.
- Não faça pergunta difícil. - Yoongi respondia sem tirar os olhos da pista de dança.
- Namjoon está ali! - Tae apontou em direção a Nam que estava com Jin.
- Quem? - Tae o encarou em dúvida.
- Quem exatamente você está procurando?
- Não estou procurando, sei exatamente onde está. - apontou na direção de Hobi e Songyon.
- Ah...então você é um alfa comum.
- Depende do que você quer dizer com isso.
- Alfa que se interessa por ômega.
- Isso não faz diferença pra mim. Não sou eu exatamente que escolhe com quem vou ficar. Entende?
- Hm...então você é um alfa romântico.
- Não, sou prático ao invés de burro. - Yoongi abriu uma cerveja e entregou a Tae, abrindo uma para si em seguida. - Se eu tivesse interesse em outro alfa, ou um beta, eu não hesitaria em correr atrás do eu quisesse. Não é da minha índole seguir apenas a natureza. - bebeu um pouco da cerveja. - Mesmo tendo meus períodos de hut, ainda assim lutaria para ter o que eu quero. Mas acabei me vinculando a esse ômega, e agora tô bem fudido.
- Você está... vinculado? - ficou curioso.
- Sim. - respondeu com certa tristeza. - O que é uma merda! Preferia que nossa conexão fosse pela marca, tudo seria muito mais fácil.
- Como realmente funciona o vínculo? - o beta quis saber.
- Eu não estou vinculado a tempo suficiente para saber todos os contras, mas tenho um amigo que está, e a vida dele é um inferno. - Tae ouvia com muita atenção. - A princípio ele não sabia que estava vinculado, era uma relação que eles construíram desde a infância, e depois que ele foi embora, com a chegada do primeiro hut, que não é fácil como a de um alfa dominante por exemplo, a vida dele se transformou em um emaranhado de confusão sentimental. - o alfa supirou pesaroso. - Era horrível ver ele definhando dia após dia por escolher dar ao seu ômega a escolha de amar quem seu coração escolhesse.
Essa história me parece muito familiar, em alguns aspectos. - pensou consigo o beta.
- E no final das contas, o ômega teve um filho dele, algo que ele jamais imaginou que aconteceria. Foram dias terríveis os que eu presenciei quando ele descobriu a gravidez do ômega. Ele achava que era de outro cara.
- Sei...- bebeu mais de sua cerveja, sem deixar de prestar atenção em cada detalhe.
- Ele ama aquele ômega, não se trata só de vínculo. E o ômega também o ama, da para ver nas suas atitudes, mas ele está confuso por causa do beta com quem se relacionou durante esse tempo. Não quer magoa-lo. - terminou sua garrafa de cerveja. - Então, eu não vou ser altruísta a esse ponto. Não vou sofrer dessa maneira se for desnecessário. O meu ômega será meu, nem que seja do jeito que ele quiser.
- Me parece um tanto obsessivo e possessivo. - observou.
- Eu não sou assim, mas não vou abrir mão da minha felicidade. - encarava Hobi com um olhar fixo. - Eu demorei muito para perceber que merecia tê-la, e não vou vacilar agora. Nem que eu precise ser uma pessoa totalmente diferente para me encaixar na perfeição que ele procura.
- Cara, você é assustador falando desse jeito. - o encarou com olhos semicerrados.
- Se você já tivesse vivido o que eu vivi, se já tivesse visto tudo o que eu já vi, e um ômega tão maravilhoso lhe fosse dado de mãos beijada, e você tivesse apenas que estender a mão e segura-lo junto contigo, você também faria tudo para nunca perde-lo.
Taehyung parou para pensar nas palavras do alfa, e chegou a conclusão de que ele já esteve de certa forma nessa posição.
Já houve uma época em que ele abdicou de toda sua vida para fazer outra pessoa feliz. E onde ele estava agora?
A diferença entre os casos estava na questão da reciprocidade. Com alfas e ômegas tendia a dar certo esse tipo de insistência. Mas entre um beta e um ômega isso não aconteceu.
Seu coração murchou, seu semblante entristeceu, mas ele não chorou. Já havia se acostumado com a solidão que devastou seu coração, depois que Jimin o devolveu. Pois Taehyung, havia há muito, dado seu coração a ele em uma luta unilateral por um amor que nunca viria.
Mas afinal, de quem era a culpa por tudo aquilo?
Sua.
Jimin nunca havia lhe prometido qualquer resquício de amor que não fosse fraternal, mas ele insistiu em permanecer nessa batalha estúpida de conquista-lo.
Jimin amava Jungkook, e Jungkook amava Jimin. Taehyung amava Jimin, que amava Jungkook. Uma guerra que ele nunca venceria, não importava quanto tempo passasse.
E no meio disso tudo, ele acabava arrastando Jimin para um sentimento de culpa interminável.
Ele não tem culpa das escolhas que seu coração fez. E eu não posso fingir para sempre, que sou o inocente dessa história. - concluiu.
- Eu vou embora. - avisou ao alfa.
- Boa sorte com seja lá o que tenha feito você ficar com essa cara.
- E você por acaso se importa? - perguntou indiferente.
- Nem um pouco.
- Avise aos outros que fui pra casa.
- Eu posso fazer isso, mesmo que você não tenha sido educado o suficiente para pedir por favor. - debochou.
- Você é um pé no saco, cara.
- Obrigado! - Taehyung revirou os olhos.
Taehyung chegou em casa, tomou um banho e deitou-se. Olhou no relógio, e constatou que passava da meia noite. Ditava mentalmente para não passar a noite em claro. Não estava precisando voltar a parecer um zumbi durante o dia.
Inevitavelmente começou a se sentir solitário. Seu amigos já tinham alguém para lhes dar certo conforto. Nam tinha o Jin, Junghyun teria alguém com quem dividir sua cama até saírem daquela boate. Songyon tinha o cara possessivo, cretino e pé no saco com quem ele passou a maior parte da noite.
Hobi estava sozinho por viver em uma fantasia de que encontraria a pessoa que fazia seu coração bater mais rápido. Já ele, estava sozinho contra sua vontade.
Ele já nem lembrava mais de quando alguém realmente quis estar com ele por ser só o Taehyung beta de sempre.
Era complicado noites como aquela. Sentir vontade de receber um carinho, atenção, deitar juntinho apenas sentindo o cheiro envolvente de outra pessoa a seu lado. Ou até de sentir o corpo suar em meio ao prazer compartilhado.
Sentia falta de ser especial para alguém, de ser importante, de fazer a diferença. Sentia falta de ser amado.
Não que não tivesse o amor e carinho de seus pais e amigos, isso ele não tinha dúvida de que tinha de sobra. Era falta de um bem querer, de alguém que ele ficasse ansioso para ver, que ficasse nervoso na presença da pessoa, que se esforçasse para passar uma boa impressão, alguém que conquistasse aos poucos.
- Está na hora de começar um novo ciclo.- suspirou confiante. - E ele começa pelo Jimin. - fechou os olhos e não demorou a dormir.
A campainha tocou alto, Taehyung tentava fingir que não era na sua casa, mas foi difícil com a insistência de seja lá quem fosse do lado de fora.
- Inferno! - praguejou ao sair da cama. - Puta que pariu, já vai! - berrou quando a pessoa persistiu em tocar.
Pegou o celular em cima da mesinha ao lado do sofá e verificou a hora.
- Porra, isso é hora de tocar a campainha de alguém dessa forma? - abriu a porta impaciente. - Songyon!?
- Bom dia! - disse animada já entrando no apartamento sem esperar ser convidada. Tropeçou nos pés de Taehyung.
- Agora entendo porque estava tocando a campainha como uma louca, está caindo de bêbada.
- Não estou bêbada! Seus pés que são enormes! - protestou tirando o casaco.
- Me engana que eu gosto...onde está o Hoseok?
- Ele ainda não chegou? - tirou os sapatos deixando junto à parede. - Bom, eu não sei dizer, ele saiu da boate com aquele alfa, e eu vim com o Jin e o Nam. - explicou.
- Que alfa? E por que você está aqui e não na sua casa? - questionou ao chegar na sala e cruzar os braços.
- Junghyun foi pra lá com um cara que ela conheceu na boate, - Tae passou a mão pelo rosto irritado. - e eu não ia ficar lá. Muito menos na casa do Nam e do Jin. Então só sobrou a casa dos amigos solteiros. - se jogou no sofá.
- Com que alfa o Hobi saiu da boate?
- Com o Suga. - respondeu simples.
- Você fala como se fosse óbvio eu saber quem é. - se irritou.
- Mas você deveria saber quem é, já que passou a maior parte do seu tempo conversando com ele quando estava lá. - Taehyung arregalou os olhos e franziu as sobrancelhas.
- Aquele alfa não está vinculado a você?
- O quê? Em mim? - gargalhou. - Quem me dera ter essa sorte. E de onde você tirou essa história de vínculo?
- Ele me falou que estava vinculado a você quando...- só aí caiu a ficha de Tae. Yoongi não estava falando de Songyon durante aquela conversa, estava falando de seu irmão. - mais que merda!
- Ele está vinculado ao Hobi? - questionou chocada. - Minha nossa! Isso é tão lindo! - animou-se.
- Para com essa baboseira. - já estava com o celular ligando para o irmão.
- Não é baboseira! É um amor para vida toda!
- Eu vou apenas ignorar toda essa sua euforia, está bêbada. - ligou outra vez.
Sentiu o impacto da almofada que Songyon arremessou nele, e o celular escapou de sua mãos, caindo no chão e rachando a tela.
- Mais que...- se virou para berrar, mas ela já estava próximo dele.
- Eu não estou bêbada seu babaca! E é lamentável ver você querer frustar os sonhos do seu irmão só por que sua vida amorosa ruiu. Se é que em algum momento ela existiu além da sua cabeça. - o encarou com olhos furiosos.
No final das contas, sem que Taehyung dissesse mais nada, ela se virou e foi para o quarto de Hoseok, bateu a porta ao entrar. Taehyung se assustou com a forma que ela mudou repentinamente de humor.
- O que há de errado com ela? - abaixou e pegou o celular. - Caralho! - fechou os olhos e apertou o aparelho na mãos. - Como é que vou ligar pro Hobi agora?
Ele foi até o balcão da cozinha e deixou o celular ali.
- Eu não seria um bom irmão se deixasse Hoseok sozinho com aquele cara possessivo e assustador. - murmurava sozinho.
Nem que eu precise ser uma pessoa totalmente diferente para me encaixar na perfeição que ele procura. - relembra as últimas palavras de Suga.
- Ou talvez eu esteja errado...? E se eu não estiver?
Você só vai estar fazendo com ele a mesma coisa que fez com o Jimin, o privando de lidar com as próprias decepções e experiências, por mais dolorosas que sejam. - baixou a cabeça e suspirou cansado.
- E mais uma ela tem razão. Maldita geniosa!
Hobi se balançava alegremente no balanço do parquinho na praça. Ao seu lado, Yoongi estava sentado com os braços apoiados sobre as pernas, observando o ômega.
- Hoseok, por que estamos aqui? - questionou indiferente.
- Você disse que queria conversa comigo, por isso viemos. - pegou impulso para se balançar mais rápido.
- Eu disse, mas hoje não creio que vamos ter uma conversa decente.
- Por que não?
- Você bebeu mais do que a etiqueta permite, e está um tanto quanto eufórico. - levantou-se de seu balaço. - Será que você pode ir um pouco mais devagar? Você vai acabar ficando enjoado. - preocupou-se.
- Eu estou bem.
- Tudo bem, tudo bem, vamos conversar então. - o ômega parou abruptamente o balanço. - Meu Deus, você vai acabar se machucando. - apressou-se e segurou Hobi pelo braço quando o viu pisar em um buraco.
- Você está sempre tão preocupado comigo, isso é tão fofo! - jogou os braços no ombro do alfa, o abraçando e sorrindo timidamente.
- Eu não sou fofo.
- Bem, eu sei que você pode ser bem pervertido em determinados momentos, - Yoongi baixou a cabeça, visivelmente envergonhado. Sabia bem do que Hoseok estava falando. - mas às vezes é fofo também.
- Podemos falar de outra coisa? - ele sentiu Hobi arquear as costas quando ele passou o braço por sua cintura.
- Podemos falar do que você queria me dizer. - insistiu.
- Na verdade eu... só...queria saber se você aceitaria sair uma hora dessa pra comer alguma coisa comigo. - mentiu.
- Oh! - arqueou as sobrancelhas.
A bem da verdade, Suga queria conversar com Hoseok sobre tudo, desde que se conheceram, sobre seu vínculo, sobre como se sentiu quando ele adoeceu, e sobre o aconteceu em sua casa da última vez em que se viram. Mas sabia que ele não estava em condições de conversar sobre nada daquilo no momento. E não era bem mentira que ele queria ir a um encontro com o ômega. Nunca havia ido em um, e tinha a leve impressão de que isso seria do agrado dele.
- Eu adoraria ir em um encontro com você. - sorriu fofo.
O jeito como Hoseok conseguia atrair toda a atenção de Yoongi só o impressionava cada vez mais. Ele não conseguia entender como um simples sorriso naqueles lábios conseguia ter tamanho efeito dentro de si, a ponto de fazer seu coração bater desenfreado.
Ele lentamente aproximou seu rosto do de Hobi, queria muito beijá-lo, sentir a maciez de seus lábios nos dele. Parecia até pecado estar tão próximo assim deles e não roubar sequer um selinho.
Quando chegou perto o suficiente, quase tocando seus lábios, sentiu algo frio tocar sua bochecha. Se afastou um pouco e olhou para o céu.
- Droga, vai chover! - Hobi engoliu seco, esperava tanto por um beijo dele. - Precisamos ir.
Yoongi pegou na mão de Hobi, e quando se virou para começar a caminharem em direção a algum lugar em que pudessem pegar um táxi, a chuva começou a cair.
JHope encarou as nuvens, e elas não estavam muito carregadas.
- Eu tenho outra ideia! - o puxou no sentido contrário.
- Aonde está indo?
- Não vamos chegar a nenhum lugar coberto antes de nos molhar todo.
- Então sua sugestão é que fiquemos debaixo da chuva? - seguia a contragosto os passos de Hobi que ainda mantinha sua mão na dele.
- Claro que não!
Hoseok acelerou os passos, e em poucos instantes estavam debaixo de uma casinha na árvore que tinha no parquinho.
- Essa era sua grande ideia? - questionou rabugento.
- Sobe logo!
Não importava que a ideia não fosse das melhores, Hobi só queria ficar mais um pouco com Yoongi, não se sentiria a vontade dentro de um taxi a caminho de casa, com outra pessoa o encarnado pelo retrovisor.
Lá em cima, o espaço era apertado, mal cabiam os dois sentados lado a lado.
- Não me sinto à vontade aqui dentro. - citou o alfa com os ombros encolhidos.
- Tente ver o lado positivo das coisas. - Hobi disse otimista. - O sol está para nascer. - ele apontou para o horizonte, Yoongi seguiu na direção de seu dedo. - E...eu estou aqui com você. - conteve o sorrisinho.
Suga o encarou por alguns instantes. Chegou a conclusão de que havia muita coisa que ele veria como algo bobo e superficial. Mas se Hobi estivesse ao seu lado, o faria enxergar como se fossem os melhores momentos de sua vida.
- Você é tão lindo. - Hoseok virou sua cabeça devagar o encarando com timidez. - Quer dizer, não é que você seja lindo. Não, você é, mas também é mais do que isso. Digo...ah - suspirou confuso.
- Eu acho que entendi. - Suga desviou o olhar, encarando as próprias mãos entrelaçadas sobre as pernas.
- Eu não sou bom nessas coisas.
- Não se preocupe com isso. - o acalmou.
Ao olhar outra vez para o ômega, ele estava tão perto, que Yoongi só conseguiu engolir seco na falta de opções de reagir.
- Você também é! - aproximou-se mais e o beijou.
Hoseok tinha um jeito muito tímido no seu dia a dia, sempre acanhado em interagir com pessoas as quais ele não tinha muita intimidade.
Já entre seus amigos, ele era o brincalhão, o cara de sorrisos fáceis e um espírito livre que contagiava todos ao redor.
Yoongi se enquadra entre as pessoas que ele não tinha intimidade, pelo menos em parte. Já que depois de tudo o que passaram juntos, já dava pra dizer que a dose de intimidade só aumentava a cada encontro.
Hoje, provavelmente ele não se atreveria a beijar Yoongi tão de repente se não tivesse bebido. Não que estivesse embriagado, ele e seus amigos já passaram dessa fase de voltar loucos para casa, ainda assim, não se arrependia de contar com a ajuda da bebida para poder beijar Yoongi. Ele queria muito beijá-lo, e sabe que não faria isso em outras circunstâncias.
Hobi colocou a mão no ombro de Suga, e sentiu quando a dele pousou quente sem sua nuca.
Apesar das investidas que o alfa fazia com sua língua na boca do ômega, esse beijo era diferente dos que já compartilharam das outras vezes. Existia uma calma e devoção difícil de descrever.
- Eu queria tanto beijar você. - Yoongi disse nos lábios dele.
- E eu queria tanto que você me beijasse...
Yoongi o beijou. Hobi o puxou pelo casaco para senti-lo mais próximo. Colocou seus braços sobre o ombro dele, e sentiu quando ele passou suas mãos por sua cintura.
- Au...minha nossa. - afastou-se um pouco do ômega ao sentir suas mãos frias em sua nuca.
- Fiz algo errado?
- Não, é só que suas mãos estão muito geladas.
- Me desculpe.
- Espera!
Yoongi se virou de frente para Hobi, colocou uma perna de cada lado, abriu seu casaco e o puxou para si.
- Coloque suas mãos em minhas costas, por baixo do casaco. - instruiu e o ômega assim fez.
Hobi sentiu o calor do corpo do Yoon sob a blusa. Era reconfortante senti-lo tão perto.
O ômega o abraçou e repousou a cabeça em seu peito, ouvindo a forma como o coração dele batia rápido, contrastando com o jeito acanhado e o sorriso tímido em seu rosto.
- O sol está nascendo. - Suga sentiu seu peito vibrar quando Hoseok despertou sua atenção.
Ele virou o rosto em direção a saída da casinha e no horizonte, a uma distância que apenas os olhos alcançavam, e as nuvens não ousavam macular, o sol tingia o céu de laranja.
- Em Mapo-Gu, em uma praça perto de casa, também tem uma casinha como essa, e às vezes eu saia bem cedo de casa para ver o sol nascer de lá de dentro. - relembrou Hobi. - Mas sempre ia sozinho. Era muito bom ouvir o primeiro canto dos pássaros em silêncio.
- Você preferia ficar sozinho agora? - o alfa ficou reticente.
- Não. - apertou mais os braços em torno de Yoongi. - Eu sinto como se tudo agora estivesse perfeito. Com você aqui, comigo. - sorriu melancólico.
- Você não me pareceu muito convicto. - acrescentou o alfa.
- Você me deixa confuso. Não sei como devo agir quando você aparece.
- Me desculpe. - suspirou. - Eu também não sei como devo agir na sua presença. É tudo muito novo pra mim. - colocou o queixo sobre a cabeça de Hobi. - Só tenho certeza que é bom estar com você. Eu me sinto bem, me sinto confortável. - JHope sorriu tímido. - Você acende algo dentro de mim que eu não sabia que existia. Seu sorriso me deixa perdido, seu jeito me atrai como imã. Não sei o que fazer. - revelou. O ômega se afastou um pouco e olhou em seus olhos.
- Eu gosto de você. - observou as bochechas dele corar. - Gosto de verdade.
Suga afagou seu rosto e acarinhou sua bochecha com o polegar. Hobi fechou os olhos e pendeu a cabeça de lado, aproveitando cada segundo daquele carinho. Sentiu os lábios de Yoongi tocarem os seus, e um beijo cheio de ternura e carinho foi compartilhado no amanhecer daquele dia.
Hobi chegou em casa e encontrou Tae emburrado no sofá.
- Acordado tão cedo? - tomou a atenção do irmão enquanto tirava o casaco e colocava em cima de uma poltrona.
- Aonde você estava, Hoseok? - o encarou sério, com os braços cruzados. - E com quem?
- Agora você vai querer tomar conta da minha vida também? Agora você passou a se importar comigo? Em para onde eu saio ou com quem eu saio?
Parecia um pouco ríspido a forma em que Hoseok destinava aquelas palavras, mas Taehyung entendia bem o que ele queria dizer por trás delas.
- Escuta, Hobi...- levantou-se e se aproximou do ômega. - Eu não quero me meter na sua vida, ok? Só não quero que se envolva com alguém que possa machuca-lo. - Hoseok o abraçou.
- Eu tenho certeza que ele não vai. - falou em seu ouvido e se afastou olhando em seus olhos. - Todavia, sei que tenho você ao meu lado para me dar suporte caso eu precise. Certo?
- Sem dúvida! - Tae o envolveu em seus braços. - Me desculpe por ter falhado como seu irmão nos últimos anos.
- Não se preocupe com isso, você estava em uma batalha na qual não enxergava que precisava levantar a bandeira branca e se render. - o apertou em seus braços.
- Eu estou pronto agora. - cochichou em seu ouvido.
- E eu estarei aqui, ao seu lado, a qualquer momento que você precisar!
Jimin estava na sala de estar, sentado no tapete rodeado de brinquedos com a Min-hee.
Ouviu a companhia tocar, mas não saiu do lugar, Seojin apressou-se em atender a porta.
- Olha, Mimi, Hee fez um castelo! - a menina encaixava um último bloquinho na parte inferior.
- Está lindo! - Jimin passou a mão pelos cabelos negros da filha. - E quem vai ser a princesa que vai morar aí?
- Não vai sê' uma plincesa, vai sê' a rainha Elsa! - afirmou sorridente.
- Muito bem...
- Bom dia!
O coração de Jimin disparou ao ouvir aquela voz. A surpresa em seu rosto foi impossível disfarçar.
- Taetae! - Min-hee levantou-se e correu em direção ao beta, que se abaixou com os braços abertos para pegá-la no colo.
- Taehyung!? - Jimin levantou e quis correr para abraça-lo também, mas se conteve.
- Oi, Jimin-ah!
- Taetae, Hee 'tava com saudade! - envolveu os braços em seu pescoço e o abraçou o mais forte que conseguiu.
- Taetae também estava com saudades!
- Agola vamos voltar 'pla casa? Hee, Mimi e Taetae? - se afastou e olhou sorridente para o beta.
- Bem...- Tae hesitou.
- Min-hee, venha, vamos comer uma fruta. Acho que Taetae veio conversar um pouco com Mimi. - Seojin interveio.
- Anyo...- apertou os braços em volta do pescoço dele outra vez, e deitou a cabeça em seu ombro. - Quelo 'ficá com Taetae!
- Escuta, Mini-hee, vamos combinar uma coisa? - a menina o encarou curiosa. - Você vai com a Jinjin agora, come direitinho as frutinhas enquanto o Taetae conversa com Mimi, e depois podemos brincar um pouco. O que acha? - propôs.
- Taetae vai tomá' cházinho com Hee, a Elsa e a Anna? - os olhinhos pequenos brilharam.
- Eu prometo! - combinou, dando uma piscadela.
- 'Ta bom. - disse animada, e recebeu beijinhos carinhosos nas bochechas. Seojin a pegou do colo de Tae. - Mimi, Taetae 'qué convesá.
- Que bom, Mimi também quer muito, conversar com ele. - se aproximou de Seojin e deixou um beijo nos cabelos de Hee.
- Vamos lá, bonequinha! Hoje Jinjin vai deixar você escolher a fruta que quiser comer...- a ômega tagarelava para a neta enquanto se afastavam para a cozinha.
- Vem, vamos conversar lá dentro. - Jimin seguiu para o quarto que estava dividindo com a filha nos últimos dias. Tae foi logo atrás dele.
- Acho que a Mini-hee ainda não pegou o hábito de guardar os brinquedos quando termina de brincar. - Taehyung observou quando entrou no quarto e viu os brinquedos espalhados pelo cômodo.
- Fica um pouco difícil manter o que nós ensinamos a ela, quando meus pais não colaboram nem um pouco. - fechou a porta e pegou um cesto ao lado dela, começando a recolher os diferentes tipos de brinquedos que haviam no chão.
- Eu te ajudo com isso...- Taehyung jogou o casaco sobre a cama e se abaixou para ajudar Jimin, que recusou.
- Não tem muita coisa, então sente-se, e me diga sobre o que quer conversar.
- Acho que você sabe sobre o que é. - sentou-se, observando Jimin pegar os últimos brinquedos.
- Sei sim, mas preferia ter certeza e não enfiar os pés pelas mãos. - colocou o cesto de volta ao lado da porta e se aproximou do beta, parando à sua frente.
- Eu pensei bastante sobre nós nos últimos dias e tenho algo importante para dizer. - Tae emendou.
- Eu também tenho. - ajoelhou-se em frente a ele e sentou sobre as próprias pernas.
- Você tem? - ficou curioso.
- Olha Tae, quando você me perguntou sobre ter que escolher entre você e Jungkook, eu realmente não sabia o que fazer, eu estava confuso, e não poderia fazer uma escolha como aquela.
- Eu sei, Jimin-ah, eu fui injusto colocando você em uma posição como aquela.
- Tae...- colocou uma mão no rosto do beta, fazendo um leve carinho. - eu sempre procurei ser sincero com você, porque jamais quis te magoar. Então quando eu disse que sentia sua falta, eu realmente sentia. - Taehyung encarava a profundeza do olhar de Jimin e ele parecia tão calmo, tão tranquilo.
- Eu sei disso, eu só...- baixou a cabeça, sentia-se envergonhado com as atitudes que tomou, se deixando levar por sentimentos que não compreendia.
- E eu ainda sinto. - Tae levantou a cabeça, e o olhou fixamente. Jimin levantou, ficando de joelhos e colocou sua testa contra a dele. - Você faz muita falta na minha vida Tae, não por ser alguém que me consola quando meu coração se parte, e sim por ser uma pessoa incrível, determinada e muito paciente. - sorriu. Ambos estavam com os olhos fechado, testa contra testa, as mãos do ômega afagavam a nuca do beta, e as do beta aqueciam a cintura do ômega. - Eu sinto falta daquela ansiedade que eu sentia quando te esperava chegar do trabalho, de ter que esperar impacientemente até que Hee dormisse, pois você não me daria atenção antes dela, de brigar com você por entupi-la de doces....- Taehyung sorriu e ao mesmo tempo uma lágrima escapou de seus olhos.
- Esse era o único momento em que você realmente me dava medo. - O ômega também sorriu.
- Sinto falta dos seus abraços, do jeito como você se encaixava em mim para me esquentar nos dias frios...- Jimin passou seu nariz pelo dele. - do jeito como você cheirava meu cabelo...
- Eu adoro o cheiro do seu cabelo...
- Sinto falta do jeito que você me tocava...- Tae abriu os olhos e encontrou os de Jimin. - do jeito como me fazia sentir calores e em como fazia minhas bochechas corarem...
- Jimin-ah...- ofegou quando Jimin aproximou seus lábios dos dele.
- Sinto falta do jeito que me beijava...- roçou seus lábios nos dele. - de como me tomava sem seus braços nesses momentos e em como você fazia meu corpo arrepiar...- sentiu o beta apertar levemente sua cintura. - Sinto falta da forma como você despertava o desejo em mim. - beijo-o suavemente.
Taehyung sentia-se cada vez mais envolvido pelas palavras de Jimin. Não entendia muito bem o que elas significavam, onde ele queria chegar lhe revelando tudo aquilo, mas seu corpo não resistia ao toque dele, as palavras murmuradas de forma manhosa. Aquilo o inebriava, o deixava vulnerável, totalmente entregue.
Taehyung subiu as mãos pelas costas de Jimin, uma se manteve ali e a outra continuou até sua nuca, o mantendo em um beijo calmo e cheio de desejos ocultos.
Quando o beijo deu espaço ao grito de socorro que o pulmão do beta deu, Jimin beijou sua bochecha, seguindo por seu pescoço.
- Eu senti falta de tocar em você, de sentir o calor da sua pele sob meus dedos, de seus dedos entre meus cabelos...- Taehyung subiu sua mão da nuca dele, e entrelaçou os dedos entre os fios. - exatamente desse jeito!
Jimin ergueu um pouco a cabeça e virava levemente de um lado para o outro, enquanto Taehyung acarinhava seu couro cabeludo, fazendo o corpo do ômega arrepiar.
O beta beijou seu queixo e foi subindo até encontrar seus lábios novamente.
- Jimin-ah, o que estamos fazendo...? - sussurrou.
- Cedendo a nossos desejos. - o beijou intensamente, colocando sua mão na nuca dele.
Jimin se levantou, mantendo-se inclinado sobre ele, que de afastou um pouco, sentando mais ao meio da cama. Jimin continuou se inclinado sem interromper o beijo. Taehyung colocou uma mão na cama, apoiando seu seu peso.
Jimin deixou a boca de Tae e percorreu seu pescoço, sucintamente sentando em seu colo.
- Minie, não podemos fazer isso...- Taehyung arfou.
- Claro que podemos. - mordiscou o pescoço dele. - Você me quer... - colocou a mão no pescoço dele, fincando os dedos em sua bochecha, enquanto seus olhos ardiam nos do beta de forma provocante. - E eu quero você.
- Jimin-ah...
- Eu fiz a minha escolha, Tae. - o beta arregalou os olhos. - E eu escolho você. - puxou o lábio inferior dele com os dentes.
O coração de Taehyung acelerou, sua respiração ficou descompensada e seus olhos sequer piscavam.
- Eu quero ser seu. - o abraçou. - Somente seu!
Tae encarou fixamente seu olhar e o beijou outra vez, sem calma, sem paciência, sem pudor, sem decoro. O beijou avassaladoramente, exalando naquele contato o desejo de toda uma vida.
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