Capítulo 47
Bom dia, Jimin-ssi!
Eu precisei fazer uma viagem e estarei fora por alguns dias, mas voltarei logo e poderemos conversar melhor a respeito da Min-hee e do que mais você quiser. Sei que temos muita coisa para resolver entre nós, e você ainda tem pendência com o Taehyung, espero que nesses próximos dias você consiga ter algum tempo para pensar em tudo.
Até lá, cuide-se. E se em algum momento você precisar de mim, basta me chamar que eu vou até você, independente do que for.
Te vejo em breve, Jimin-ssi.
Jimin recebeu a mensagem de Jungkook e se pegou pensativo.
Ele sabia que precisava dar a Taehyung o tempo que ele queria, mas era angustiante ficar apenas esperando.
Ele estava arrumando uma mocinha para passar os próximos dias na casa dos pais. Seojin o havia convencido a não ficar em casa sozinho. Mas tirou as roupas que tinha colocado dentro dela, e trocou por outras. Pegou uma mochila maior e as organizou rapidamente dentro dela.
Não ficaria ali sozinho, mas seu destino agora era outro.
π
Yoongi chegou em casa em Seul no início da tarde. Não entendia bem o porquê, mas estava bastante ansioso. Toda aquela inquietude o estava deixando instável. Sei corpo estava quente, sentia um calor incomum tomar seu corpo. Não estava em hut, mas de alguma forma, mesmo sendo inverno, seu corpo suava muito. Resolveu tomar um banho, colocar uma roupa não muito quente e saiu de casa às pressas.
Dentro do táxi ele pensava constantemente em como seu futuro estava se trançando de forma tão diferente. Em menos de 72h, uma vida solitária e vazia estava se transformando em algo que ele não queria mais adiar em viver.
Chegou a porta de Hobi, suspirou fundo e com as mãos trêmulas tocou a campainha. Esperou balançando o corpo de uma lado para o outro.
Droga, eu não pensei que ficaria tão nervoso assim por voltar aqui.
Ele tocou novamente.
Talvez ele esteja ocupado, dormindo ou sei lá, no banho...- tentava encontrar um motivo para a demora do ômega em atender a porta. Tocou uma terceira vez.
Hoseok não atendeu. Não estava em casa.
Suga encostou-se na parede ao lado da porta, encarando os próprios pés.
Será que ele não quer me atender pelo que eu disse da última vez? - começou a andar de um lado para o outro. - Droga, por que eu tinha que ser tão burro? Não devia ter dito nada! - ficou agitado. - O que eu faço agora? - parou outra vez em frente a porta. - Será que eu deveria esperar um pouco, da um tempo a ele...?
Ignorou por completo seus próprios pensamentos e tocou de novo a campainha.
Na porta ao lado, Jin saiu falando alguma coisa. Yoongi olhou diretamente para ele, foi quando viu Hobi sair logo atrás dele. Suspirou aliviado.
Ele não estava evitando de falar comigo, só não estava em casa. - sorriu sem jeito enquanto os dois pares de olhos o observava.
- O que está fazendo aqui? - Jin rompeu o silêncio.
- Boa noite! - cumprimentou com uma leve reverência.
- Yoongi? - Hobi estava receoso.
- Será que poderiamos conversar um pouco?
- Conversar? Sobre o quê? - Jin quis saber, se colocando a frente de Hobi.
- Bem...- pigarreou. - Acho que você sabe sobre o que se trata, Hoseok. - encarou o ômega.
- Acho que todos aqui sabemos! - afirmou Jin.
Os amigos viram um tom avermelhado surgir no rosto do mais pálido. Não era do feitio de Suga se sentir envergonhado com esse tipo de coisa, mas já estava mais do que claro até para ele, que as coisas com o ômega tendiam a fazê-lo experimentar novas sensações.
- Tudo bem, Jin. - o alfa se afastou um pouco e o observou com preocupação.
- Tem certeza? - Hobi assentiu. - Está bem. Mas eu não vou demorar. - se virou para o amigo. - Qualquer coisa você me liga. - alertou-o, falando alto o suficiente para que Yoongi ficasse ciente de que ele estaria por perto.
- Não se preocupe, eu vou ficar bem. - Jin observou o outro alfa de cima a baixo, fechou sua porta e seguiu pelo corredor em direção ao elevador.
Hobi não disse nada no momento. Abriu a porta e entrou, esperando que o outro o acompanhasse. Yoongi não perdeu tempo e o seguiu.
Hoseok tirou o sobretudo que usava, e Suga viu que ele estava de pijama.
- Festinha do pijama? - descontraiu.
- Não. - respondeu sério. - O que exatamente você veio me dizer?
- Bom, sobre a nossa conversa daquela noite...
- Conversa? - arqueou as sobrancelhas. - Não sei se dá pra chamar aquilo de conversa.
- Pois é...- sorrio forçado. - Eu só queria te pedir desculpas pela forma que cheguei aqui e fui...
- Tudo bem, você não precisava se dar ao trabalho de vir aqui por isso. - Hobi se recosta no armário do lado oposto da cozinha e cruza os braços. Tentando parecer indiferente as palavras do alfa.
Yoongi era péssimo em falar sobre seus sentimentos, ainda mais dado ao fato de não fazer isso com frequência alguma. Não sabia exatamente por onde começar.
Tudo o que Hobi conseguia entender era que ele viera para se desculpar pelo beijo que ambos compartilharam, ainda mais depois de ter repetido diversas vezes as palavras iniciais dele mentalmente.
Na verdade Yoongi estava se desculpando por ter sido leviano com aquelas palavras, e se seguisse por esse caminho, dessa forma, acabaria enfiando os pés pelas mãos.
- Entendi. - tomou coragem para seguir com o assunto. - No entanto, tem mais uma coisa que eu queria conversar com você. - a camisa que usava era grande e larga o suficiente, mas Yoongi puxou um pouco a gola, como se de alguma forma ela o estivesse sufocanfo. Estava nervoso.
- Olha só, Yoongi, eu não estou muito bem para conversas muito longas agora. - Hobi estava apreensivo. Temia que ele fosse mesmo um alfa de hut, e se da boca dele saísse um convite para que ele passasse o hut dele juntos, Hobi temia ter uma crise de choro ali mesmo.
- Eu tentarei ser breve...
- Vamos terminar essa conversa outro dia. - se afastou do armário e seu objetivo era chegar a porta, mas seu movimento rápido não lhe ajudou em nada.
- Você está bem? - Suga se preocupou ao vê-lo parar e se apoiar no balcão da cozinha, colocando a mão na cabeça.
- Estou sim. Não se preocupe. - baixou a cabeça e franziu as sobrancelhas.
- Não aprece que você está bem. - se aproximou e segurou em seu braço. - Espera, você está...- levou a mão a testa do ômega. - Caralho, você está queimando de febre.
- Eu disse que estou bem. - protestou. - Jin vai chegar logo com algum remédio.
Suga concluiu que o alfa havia ido a alguma farmácia, por isso, havia dito que voltaria logo e a preocupação em que o ômega lhe ligasse em qualquer intercorrência.
- Você precisa repousar...
Hoseok correu em disparada para o quarto, entrou no banheiro e quase não chegava a tempo ao sanitário antes de colocar tudo o que havia em seu estômago para fora.
Suga foi atrás dele às pressas. Entrou no banheiro e o viu ajoelhado em frente ao sanitário.
- Você precisa de um médico! - pegou a toalha de rosto e molhou com água fria.
- Eu só preciso de algum antitérmico, logo ficarei bem. - Suga ajoelhou-se ao lado dele e pressionou a toalha fria em sua testa.
- Você precisa de mais do que isso. Sua febre já está lhe fazendo vomitar, logo pode acabar convulsionando.
- Eu preciso...- ele se sentia zonzo. Agarrou-se aos braços do alfa. - Por favor, liga pro Jin...
- Eu farei isso, mas antes precisamos de um médico. - Hobi caiu nos braços dele. - Ei! Hoseok!? - chamou o ômega, deitando-o em seu colo. - Hoseok? - afastaou os cabelos dele de sua testa. - Merda!
Jin chegou acompanhado de Nam. Apesar de já ter passado na farmácia e comprado o remédio que o amigo precisava, Hoseok não havia sido completamente sincero com ele sobre seus sintomas.
Na noite passada, depois de conversar com Jin, Hobi não conseguia dormir, estava inquieto. Levantou-se e pretendia comer alguma coisa enquanto via tv, mas nada em sua dispensa relamente o agradava. Decidiu ir até uma loja de conveniência e comprar alguma coisa, assim como alguns chocolates. Nada era melhor que enfrentar uma desilusão amorosa assintindo a um bom drama acompanhado de sorvete e chocolate.
Mas ele não contava que acabaria pegando chuva na volta pra casa. Nessa manhã, tudo parecia bem, a não ser uma forte dor de cabeça e uma sensação febril no corpo. Tomou apenas um analgésico e um banho. Mas não foi suficiente, ele permaneceu com o corpo indisposto o dia todo.
A tarde foi até a casa do amigo, seu vizinho. Reclamou de um pouco de dor de cabeça, e evitou falar sobre sua febre, não achou que estaria em apuros, e não queria preocupar Jin. passou algumas horas jogado no sofá do alfa, dormiu um pouco enquanto Jin cozinhava. Ao acordar a dor de cabeça persistia, mas Jin não tinha nada para dar a ele, por isso estava saindo, ia até a farmácia e voltaria logo. Nam também já estava para voltar.
Mas Jin recebeu uma ligação de seu namorado, dizendo que já estava a caminho, então Jin parou em um café e pegou a sobremesa favorita de Nam, para comerem depois do jantar. Nam acabou demorando mais do que o previsto, e com a neve que caia na hora, Jin esperou por ele na cafeteria.
Namjoon passou por lá e eles voltaram para casa juntos.
Chegou ao apartamento e viu a porta de Hobi fechada. Entrou e guardou o que havia comprado. Voltou lá fora e tocou a campainha de Hobi. Ele não atendeu.
Jin suspirou frustrado. Não queria crer que o amigo tivesse sucumbido as táticas de sedução do alfa.
E não havia.
Quando Jin entrou em casa, Nam o abordou próximo a porta, com seu celular na mão. Um número estanho insistia em falar com ele.
- Acho que você deveria atender. Já é a terceira ligação em menos de 3 minutos. Talvez seja algo importante. - aconselhou Nam.
- Mas quem será? - estranhou enquanto observava o aparelho. - Alô?
- Seokjin?
- Quem é? - a voz parecia familiar.
- Suga! - ele tirou o celular do ouvido e encarou novamente a tela. - Hoseok está no hospital.
- O quê? - colocou o celular de volta no ouvido. Nam o observou preocupado depois da expressão do namorado.
- Eu precisei trazê-lo ao hospital...
- Olha aqui seu alfa assustador e mal encarado...- Nam arqueou as sobrancelhas surpreso com o jeito de falar do alfa. - se você tiver feito alguma coisa ao meu amigo, eu juro que...
- O quê? - Suga ficou confuso. Não sabia se ficava surpreso ou ofendido por ser denominado como assustador e mal encarado.
- Me diga agora em que hospital ele está! - exigiu.
Nam correu até o quarto, pegou seus documentos e os de Jin e correu de volta para a sala, já retirando seus casacos do cabideiro e as chaves do carro do porta-moedas.
Suga passou as informações do hospital em que Hobi estava e aguardou que o alfa lhe perguntasse mais alguma coisa, Jin desligou a ligação sem a menor educação.
- Esse cara tem problemas sérios! - Suga encarou o aparelho na mão e coçou a nuca.
Ele estava no corredor enquanto aguardava por notícias de Hoseok.
Jin insistia para que Nam dirigisse mais rápido, mas o alfa estava sendo cauteloso, a pista estava escorregadia por causa da neve, e Jin tendiam a ficar muito nervoso em situações assim. Nam procurava acalma-lo.
- Como você quer que eu fique calmo, Nam? Eu não devia ter deixado aquele alfa perto do Hobi. Imagina só, ainda permiti que ficassem sozinhos na casa dele. - suspirou preocupado. - Sabe-se lá o que ele fez com nosso amigo.
- Acho que alguém não adquiriu a afeição de Seokjin. - Nam brincou.
- Ele é alguém que nós não conhecemos, e tem um olhar assustador. Não me importa se o Hobi gostou dele, se ele tem um beijo incrível e blá blá blá...não podemos confiar nele.
- Beijo incrível? - atiçou a curiosidade do alfa ao volante.
- É, foi o que o Hoseok disse.
- Eles se beijaram?
- Sim, e o Hobi acha que ele pode ser seu alfa, mas ele é só um alfa de hut. Tenho certeza.
- Caramba!
- Namjoon, acelera esse carro! - exclamou afoito. - Meu amigo pode estar entre vida e a morte e você está dirigindo feito uma tartaruga...
Jin chegou ao hospital e na recepção informou os dados de Hobi. A recepcionista lhe passou o número do quarto em que o ômega estava e ele correu até lá com Namjoon logo atrás.
Parou no corredor do 3° andar e procurou pelo número nas portas fechadas.
Ele parou em frente ao número 312, e pelo pequeno cubículo de vidro ele observou o lado de dentro.
Nam estranhou sua expressão confusa, encostou seu rosto ao de Jin, e sorriu ao ver o que intrigou seu amado.
Suga estava sentado em uma cadeira ao lado da cama de Hobi que dormia. Ele segurava a mão do ômega com a sua esquerda, e com a direta afastava delicadamente o cabelo dele. Ele se movia tão suavemente, que parecia ter medo que qualquer movimento mais brusco fizesse Hoseok se partir em milhares de pedaços.
- Ele não me parece nem um pouco com um alfa de hut. - sussurrou Nam.
Suga colocou os pés sobre a cadeira em que estava sentado, apoiou o queixo nos joelhos e observava o sono de Hobi. Sem nunca soltar sua mão.
- Você vai ficar bem logo. - murmurou. - Eu vou cuidar de você. - continuou ao percorrer com olhos atentos cada contorno do rosto do ômega.
Yoongi ouviu duas batidas na porta, quando ela se abriu com Jin e Nam entrando no cômodo, ele levantou rápido, soltando a mão de Hobi e empurrando sem jeito a cadeira atrás de si. O barulho fez Hoseok acordar.
- Boa noite! - Nam cumprimentou. Suga fez apenas uma reverência.
- Como ele está? - Jin quis saber.
- Estável agora. - os três encararam Hoseok que esfregava os olhos.
- Jin, Nam! O que...- viu Suga ao lado da cama. - Yoongi? - tentou se sentar rápido, mas sua cabeça latejou.
- Calma, você não precisa ficar agitado. - Yoongi tentou acalma-lo.
- Por que eu estou em um hospital? - observou o cômodo.
- Você estava com uma febre acima de 40°, e quase teve uma convulsão. Precisei trazer você com urgência para cá. - explicou o alfa.
- Ah...- deitou a cabeça no travesseiro ao se lembrar dos últimos momentos em seu apartamento. - Obrigado.
- Não se preocupe em me agradecer. - sorriu tímido. - Eu...vou deixar vocês conversarem em particular.
Ninguém disse nada. Suga saiu do quarto, então a voz animada de Jin soou do lado de dentro do cômodo.
Hoseok passaria a noite em observação, Jin queria ficar com seu amigo, mas Yoongi disse que não iria embora até que Hobi tivesse alta, que seria na manhã seguinte caso se mantivesse estável.
Nam conseguiu convencer o namorado a ir para casa, sabia que Jin poderia ser teimoso se não fosse devidamente persuadido.
No caminho de volta pra casa Jin ficou pensativo. Não reclamou sobre Yoongi, nem enfatizou o quanto ele parecia assustador. Nam sabia que ele havia ficado pensativo depois de ver o comportamento do alfa com seu amigo. Preferiu deixar seu namorado tirar as próprias conclusões naquela noite.
Yoongi consegui tirar um cochilo na cadeira ao lado da cama durante a noite. E apesar do corpo dolorido e cansado, ele não reclamou uma única vez.
Logo depois de amanhecer ele saiu do quarto por alguns minutos, tempo suficiente para pegar um café. Ao voltar, sentiu seu celular vibrar no bolso. Pegou e viu o nome "masoquista" na tela. Era assim que ele definia JK na época em que salvou seu contato. Nunca havia visto alguém tão propenso a se levar ao sofrimento como JK fazia ao se manter longe - propositalmente - de seu vinculado.
- Hm? - atendeu o celular.
- E aí, como estão as coisas por aí? Hoseok está bem? - o Jeon perguntou preocupado.
- Ele está bem. Passou a noite estável e provavelmente receberá alta esta manhã. - respondeu baixo tentando não acordar o ômega.
- Que bom saber disso.
Logo depois de ligar pra Seokjin, Yoongi mandou uma mensagem para JK, explicando que estava no hospital com Hoseok, mas que não era nada grave.
Hobi acordou, espreguiçou-se na cama e ouviu que o alfa conversava baixo ao telefone.
- ...Eu ainda não tive tempo de conversar com ele sobre aquele assunto. Mas em breve eu farei isso.
Hobi se virou na cama, ficando de costas para o alfa. Encolheu-se e suspirou.
O que tem de tão especial assim em mim pra que ele queria tanto conversar sobre isso comigo? Será que não há nenhum outro ômega que ele realmente queira fazer esse tipo de proposta? - ficou intrigado. - Mas não importa. Eu não aceitarei a sua proposta. De maneira alguma!
O médico chegou logo depois, trocou algumas palavras com Hobi, sob o olhar atento do alfa, lhe deu algumas indicações médicas e depois ele teve alta.
Yoongi se ofereceu para deixar Hobi em casa, e se amaldiçoava mentalmente por não ter um carro naquele momento. Tiveram que ir de táxi.
Hoseok evitava de ficar muito próximo de Yoongi. Sentou bem próximo da porta, e Suga não compreendia o porquê do ômega evitar até de lhe olhar no rosto.
Será que ele não tem mesmo interesse algum em mim? Será tudo não passava de efeito dos feromônios? - Suga começava a se preocupar com as atitudes de Hobi.
Yoongi foi até o apartamento dele, esperou que ele tomasse um banho e pretendia fazer algo para que ela comesse. Mas Hoseok se recusou a deixar que ele passasse mais tempo tendo trabalho consigo.
Nam chegou e Yoon disse que ele não precisaria cancelar os compromissos de seu dia para ficar com o ômega, ele se dispunha a isso.
Hoseok se negou a aceitar que ele continuasse lá. Nesse ponto Nam teve que concordar com Hobi. Ele havia passado a noite toda no hospital, precisava comer adequadamente e descansar um pouco. Yoongi não queria ir embora, mas não teve escolha.
Pouco antes de sair, Nam o acompanhou até a porta e lhe disse algumas coisas, mas Yoongi sequer entendeu o que ele falava. Seus olhos estavam atentos ao ômega que estava no sofá, muito sorridente ao trocar mensagem com alguém. Nem sentiu quando sua bochecha repuxou um singelo sorriso. Namjoon seguiu o seu olhar, e franziu os lábios escondendo o sorriso ao pegar o alfa encanado seu amigo.
π
Taehyung se obrigou a sair da cama. Em dias, essa foi a primeira noite em que conseguiu dormir bem. Queria poder continuar na cama, mas seu corpo implorava por um banho quente e algo para comer.
Caminhou até a janela e abriu a cortina. Havia sol, não o suficiente para derreter a neve, mas ele estava lá, cumprindo seu papel, brilhando no céu timidamente.
Há algumas casas de distância, do outro lado da rua, ele viu Songyon saindo apressada com sua sobrinha Ju-ri.
Por alguns instantes ele sentiu inveja dela. Sempre tão calma e tranquila. Esse era o espírito de quem não tinha um amor não correspondido para enfrentar. Suspirou pesado.
Foi até o guarda-roupas e separou uma roupa quente para vestir depois do banho. Ao pegar a toalha e seguir para o banheiro, ouviu a campainha tocar.
Ele desceu as escadas a passos incertos. Não tinha ideia de quem poderia ser.
Será que é a...
Ele abriu a porta calmamente, e então se surpreendeu.
- Jimin?! - franziu as sobrancelhas.
- Bom dia, Tae. - sorrio tímido.
- O que veio...- ele não completou a pergunta. Era óbvio o que ele havia ido fazer ali. Então abriu mais a porta. - Entra.
Jimin entrou e parou na sala, esperando que Taehyung fechasse a porta e se juntasse a ele no cômodo. E assim ele fez.
Taehyung ia lhe dizer para sentar, ficar a vontade e lhe oferecer algo para beber, como um café ou um chá. Porém, assim que se aproximou, Jimin o abraçou.
O ômega sentia muita falta do beta, independente de qual fosse, ou de como estivesse a relação deles. Taehyung o abraçou de volta passado a surpresa do ato do ômega. O abraçou forte, baixou a cabeça e cheirou seus cabelos.
Ahh, como ele adorava sentir o cheiro daquele pequeno.
- Tae, por favor... - falou junto ao ouvido dele. - volta pra casa. Volta pra gente. - se afastou e encarou seus olhos. - Volta pra minha vida. Sem você eu me sinto perdido, sem chão. Eu preciso de você. - abriu seu coração.
Jimin praticamente implorava para que Taehyung fosse com ele pra casa. Ele tinha tudo o que precisava para não pensar duas vezes e correr de volta para Seul e ficar ao lado de seu amado.
Não existia dúvidas na vida de Taehyung de que as palavras de Jimin eram tudo o que ele queria ouvir.
No entanto...essas não eram as palavras certas.
...quando foi que o Jimin derramou uma lágrima sozinho?
Ele precisava ter passado aquela fase sozinho...
Sem você eu me sinto perdido, sem chão. Eu preciso de você.
Nada daquilo era por Jimin sentir falta de alguém que ele amava, que ele queria por perto não importasse as consequências. Era só porquê...já não sabia como seguir sem que Taehyung estivesse por perto, era porquê o beta não passava de um apoio emocional.
- Jimin-ah...- ele soltou o ômega e passou as mãos pelo rosto, evitando de chorar. - eu preciso ficar sozinho.
- Tae...
- Por favor!
- Vamos conversar e resolver tudo de uma vez por todas, Tae. Por favor. - choramingou o ômega.
- Eu não...- comtrolou-se. - Por favor, vai embora.
Antes que Jimin pudesse insistir mais uma vez, ele subiu as escadas correndo.
Entrou no quarto e bateu a porta atrás de si. Recostou-se nela e as lágrimas despencaram de seus olhos.
Ele havia se dado conta de que Namjoon, Songyon e seu irmão estavam certos esse tempo todo. O sentimento de Jimin por ele nunca evoluiria a ponto de amá-lo. E por mais que ele tenho sido sempre muito sincero consigo a respeito do que sentia por Jungkook, ele esperava sempre por mais.
O único louco e desesperado esse tempo todo, havia sido ele mesmo.
Desatou a chorar ainda mais.
Por que tem que doer tanto? Por que sinto como se meu coração estivesse sendo espremido dentro do peito dessa forma? Por que não ouvi o que eles me diziam esse tempo todo? Como pude me agarrar tanto em um sentindo que nunca foi recíproco? Por que...? - sentou-se, puxou as pernas contra o peito e enfiou o rosto entre os joelhos.
π
No final daquele dia, Yoongi voltou a casa de Hoseok. Ao chegar foi atendido por Seokjin, que a princípio ficou surpreso em ver o alfa ali diante da porta. Mas depois o convidou para entrar.
Jin poderia dizer que tinha motivos para não querer ver o alfa perto de seu amigo, mas isso era antes de ter presenciado a cena da última noite. Agora ele já não tinha mais certeza de muita coisa, só a de que ele realmente se mostrava preocupado com a saúde de Hobi.
Ele não sabia se o alfa era uma pessoa de confiança, mas não tinha como evitar de lhe dar uma chance de provar que ele poderia estar errado. E no fim das contas, sua casa era bem ao lado, não demoria a voltar.
O alfa deixou Yoongi "vigiando" Hoseok enquanto foi em casa tomar um banho. Só não tinha ideia de que Namjoon chegaria em casa mais animado do que de costume.
Suga sabia que estava sendo abusado, e até mal educado, porém, ainda assim, entrou no quarto de Hobi, puxou uma cadeira almofadada que estava em um canto para perto da cama, e por alguns minutos não fez mais do encarar fixamente o ômega que dormia tranquilamente.
Hoseok acordou cerca de meia hora depois, viu Yoongi sentado ali, recostado na cadeira, agora encarando o teto. Ele o observou por alguns instantes. Viu quando ele passou a mão pelo rosto. Parecia cansado.
Movimentou-se cama, atraindo completamente a atenção dele.
- Hoseok!? - disse baixo, com uma voz rouca. - como está se sentindo? - ajeitou-se na cadeira.
- Eu estou bem. - sentou na cama. - O que está fazendo aqui?
- Eu...- pigarreou. - fui encarregado de ficar de olho em você até que o alfa recessivo voltasse.
- Não fala assim do Jin. - o repreendeu.
- Tudo bem. - deu de ombros.
- Eu não precisava de uma babá.
- E eu não sou uma. Mas era preciso se certificar de que você ficaria bem. - inclinou o corpo pra frente, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.
- Obrigado. - puxou a coberta e se arrastou na cama procurando pelas pantufas no chão.
- Eu te ajudo. - Suga se abaixou e pegou uma das pantufas que estava quase debaixo da cama.
Com olhos bem atentos, JHope observou Yoongi se ajoelhar e colocar calmamente uma pantufa em cada um de seus pés. Ele sentiu o coração acelerar no peito.
- Prontinho! - Suga levantou o olhar e encontrou o do ômega.
Ele viu quando Hobi engoliu seco mantendo seu olhar preso ao dele.
Os olhos de Hoseok pareciam o convidar para um mundo desconhecido e cheio de desafios. E por incrível que pareça, ele sentiu como se quisesse mergulhar de cabeça nesse mundo.
Era uma confusão mental que fazia seu corpo ficar tenso e ao mesmo tempo se arrepiar por completo.
Havia um brilho muito tentador no lugar mais profundo daquele olhar, uma chama que o atraía de forma intensa. Era como se aqui fora fosse o seu fundo do poço, e ir de encontro a alma daquele ômega fosse a sua salvação.
Ele se aproximou lentamente, explicitamente hesitante, ainda não tinha certeza se era certo escalar esse poço e encontrar um mundo totalmente diferente do que conhecia a vida toda.
O alfa encarou os lábios do Hobi, e agora foi ele quem engoliu seco. Tinha sede de provar mais uma vez da euforia que aquela boca lhe proporcionava. Gritava internamente, desesperado por aquele contato.
Quando Yoongi estava a um palmo de distância de tomar os lábios de Hobi, ele baixou a cabeça, rompendo todo e qualquer contato que eles haviam mantido até então.
- Eu...- ficou agitado. - vou fazer um chá. Você quer? - evitou encará-lo outra vez.
- Não. - baixou a cabeça encarando o tapete. - Se você está bem, acho que é melhor eu ir embora. - sentia seu corpo quente ao evitar a todo custo de exalar feromônios.
Yoongi levantou do chão e Hobi da cama.
- Eu realmente agradeço pelo tempo que teve que ficar aqui. - fez uma reverência. - O Jin às vezes é muito protetor.
- Não se preocupe.
JHope acompanhou Suga até a porta. Ambos não se encararam mais. Cada um tinha seus próprios motivos, e não queriam que através do olhar eles fossem entregues.
π
Na noite seguinte, Jimin estava na casa de seus pais. E na hora do banho da pequena Min-hee, ele começou a traçar um caminho que seria difícil, mas inevitável.
- Hee...- começou enquanto secava o cabelo da menina. - o que você acha de ter um pai? - perguntou hesitante.
- Hee já tem um appa. - levantou mais a cabeça para Jimin secar sua franja. - Mimi é appa de Hee.
- Mas não seria melhor se você tivesse dois? - continuou.
- Hee pode 'tê uma omma?
- Omma? - ficou surpreso.
- So-Li tem uma omma e um appa. - acrescentou a menina.
- A So-ri é filha de dois betas. Sua coleguinha não vem de uma família de alfas ou ômegas como você.
- Hee vai gostá de 'tê mais um appa. - sorriu puxando a toalha e exibiu os dentinhos para Jimin. - Taetae vai 'sê o novo appa de Hee?
Jimin se viu sem saber o que dizer para ela naquele momento, não esperava que ela fosse mencionar Taehyung para uma conversa como essa.
- Escuta...- a pegou, sentando-a em seu colo. - e se a gente escolhesse outra pessoa? - arriscou-se.
- Quem Mimi? - não deu muita atenção a Jimin, pegando uma escova e começando a passar em seus cabelos.
- Uma pessoa que você ainda não conhece. Alguém diferente e muito legal.
- Meu novo appa pode blinca de boneca com Hee?
- Sim. Se você o convidar. - pegou a escova da mão da pequena e deslizou suavemente nos cabelos dela.
- E pode vê a Elza a Anna e o Olaf, e tomá cházinho na casa de Jinjin?
- Acho que ele estaria disposto a isso. - sorriu ao imaginar a cena do alfa sentado na mesinha de brinquedo com a menina, fingindo estar tomando chá da tarde com as bonecas.
- Hee vai gostá de 'tê um novo appa. - a pequena se animou brincando com os botões em formato de flores em seu pijama de unicórnio. - Vai 'sê legal tomá cházinho com Mimi, Taetae e o novo appa.
Jimin suspirou triste em silêncio.
π
Suga não tinha dado as caras nas últimas duas noites. JHope estava começando a sentir falta da presença do alfa.
- Quem era? - perguntou afoito a Jin.
- Da portaria. Chegou alguma coisa pra você.
- Eu não pedi nada. - ficou confuso.
- Seja lá o que for, eu mandei subir.
Ambos ouviram duas batidas na porta. Se entreolharam e Jin foi atender a porta, já que JHope ainda finalizava a lavagem da louça.
- Acho que vou ter que começar a procurar um novo apartamento e me mudar. - Namjoon indagou assim que passou pela porta. - Não está dando muito certo ser vizinho do Hoseok. Jin praticamente não fica mais em casa. - beijou o namorado depois de fechar a porta.
- Joonie...!? - Jin o repreendeu. - Ele esteve doente, precisa que alguém fique de olho nele.
- Jin, não ponha a culpa em mim por você estar tentando fugir de seu namorado fogoso. - Hobi disparou sem sequer se virar e dar atenção ao outros dois.
- Está fugindo de mim, Jin?
- Não...
- Está sim! - Hobi se vira retirando as luvas das mãos. - E você Namjoon, dê um descanso para a bunda do coitado.
- Hoseok!? - Jin o encarou surpreso.
- Acho que agora tenho ideia do que tanto vocês dois têm pra conversar. - Nam sorri divertido.
- Joonie, não é nada disso. Eu só...- a campainha tocou.
- Estão esperando alguém? - Nam se afasta indo em direção a porta.
- Não, é só uma entrega para o Hobi. - Jin avisa a Namjoon. - Hobi! Como você me faz passar um vergonha dessa? - se aproxima do balcão encarando o amigo enquanto o alfa recebe a entrega.
- Vergonha nada. Você nunca diria a ele que não sente vontade de transar todos os dias. - Hobi o encara debochado. - Eu vou esperar você vir me agradecer depois.
- Ah, Hobi...
- É uma entrega e tanto! - Nam toma a atenção dos dois ao voltar para dentro.
- Uau! - indaga Jin.
- O que é isso? - Hobi franze as sobrancelhas.
- Acho que é o que parece. Um buquê de flores. - Nam se aproxima deixando o enorme buquê sobre o balcão, de frente para Hoseok.
- Eu acho que devem ter entregado errado. - JHope observa atentamente as flores, procurando por um cartão.
- Eu acho que não. - Jin pega o cartão com o nome do ômega e lhe entrega. Ele pega ansioso, abrindo o mais rápido que podia, sem rasga-lo no processo.
Espero que você esteja melhor, que se alimente direito, durma bem e não saia na chuva.
Yoongi.
O queixo do ômega caiu assim que terminou de ler. Não estava acreditando que Yoongi havia mesmo lhe mandado flores.
- Isso é...- seus olhos pousaram nas lindas flores. - realmente inesperado.
- Yoongi? - Jin ditou já atrás de Hobi, ao terminar de ler o cartão que estava na mão do amigo ainda surpreso.
Hoseok acordou pela manhã e a primeira coisa que viu foi o buquê de flores que ele havia colocado em seu quarto e admirou até adormecer.
Tudo bem, isso não é nada de mais. Muitas pessoas recebem flores quando estão se formando, e no cartão ele só estava desejando que eu melhorasse. - raciocinava. - Mas ainda assim... Isso quer dizer que ele realmente se preocupou comigo? Que se importou comigo o suficiente para me mandar as flores? Eu nunca recebi flores de alguém que não fosse da minha família antes.
Isso é tão atencioso. E tão romântico...
- Da pra ver a fumaça saindo da sua cabeça com o esforço que está fazendo para pensar. - ele foi tirado de seus devaneios pela voz do irmão.
- Taehyung? - Hobi deu um pulo da cama e correu até o irmão, o abraçando. - Eu senti saudades! - recebeu um abraço igualmente apertado.
- Eu também senti!
Eles ficaram assim por um tempo. Taehyung se sentia bem-vindo de volta com aquele abraço cheio de carinho.
JHope se afastaou um pouco, o observou por alguns instantes, conferindo se ele estava bem.
- Você tem se alimentando direito?
- Sim. - mentiu.
- Não é o que eu vejo. Parece que perdeu peso.
- Eu estou bem Hobi. - tentou acalma-lo.
- Parece cansado também. Tem dormido bem à noite?
- Você não precisa se preocupar. Eu estou bem. Eu juro.
- Ótimo! - se afastou um pouco mais e desferiu um tapa em seu ombro. - Porquê agora eu vou matar você!
- Ai! - passou a mão pelo local atingido. - Quando foi que você ficou tão forte?
- Quando você me deixou louco de preocupação por não saber onde você estava e se estava bem!
- Eu estou aqui agora. Não estou? - Hobi não disse nada, só o puxou mais uma vez para um abraço.
- A propósito, de quem são as flores? - JHope voltou a afasta-lo.
- Não é da sua conta! - o virou de costas, empurrando-o para fora de seu quarto e fechado a porta. Taehyung sorriu com o jeito volúvel do irmão.
Naquele mesmo dia, Taehyung decidiu ir até a casa de Jimin. Estava na hora de ter a tão temida conversa que já não dava mais para adiar.
Respirou fundo e tocou a campainha. Jimin não demorou a atender. Era visível em seu rosto que não esperava pela vista do beta.
- Taehyung?
- Oi, Jimin-ah!
Jimin hesitou em convidá-lo para entrar. Sabia que precisava ter aquela conversa com ele, mas o momento não era dos melhores. Ainda assim, o deixou entrar. Tudo seria explicado de uma forma ou de outra.
Jimin o esperou no curto corredor da entrada enquanto ele tirava seu casaco e seus sapatos.
Assim que Taehyung chegou na sala, parou subitamente quando seus olhos encararam o alfa.
- Jungkook?!
- Oi, Tae. Quanto tempo!? - disse cordialmente.
Taehyung não sabia como porceder a partir dali. Não imaginava que Jimin estivesse com ele.
- Bom, eu...volto outra hora. - deu um passo em direção a porta.
- Não, Tae. - Jimin apressou-se. - Fica.
- Olha só Jimin-ah, eu não sei, e nem quero saber saber o que vocês estavam fazendo, mas eu não quero atrapalhar.
- Estávamos apenas conversando. - esclareceu o ômega.
- Sobre a Min-hee. - acrescentou o alfa.
- Tudo bem, eu não vou atrapalhar. - virou-se para sair.
- Taehyung, você não precisa ir. - insistiu JK.
- Você não pode me dizer o que eu preciso ou não fazer. - o beta foi ríspido.
- Taehyung...não precisamos fazer disso uma discussão. - Jimin interveio.
- E não haverá uma, desde que ele não tente me manipular como faz com você, Jimin-ah. Eu não caio nessa!
- Taehyung!! - os dois protestaram juntos, e o beta suspirou pesaroso.
- Taehyung, eu sei que você deve achar que eu...
- Achar? - riu sarcástico. - Eu não acho nada, Jungkook. Eu vi, eu presenciei, eu vivi isso todos os dias nesses últimos anos. Você sempre aparece, trata o Jimin como se fosse uma pessoa única nesse mundo, obtem o que quer, e depois vai embora. Foi assim da última vez, e sei que fará de novo agora. - disparou irritado. - O Jimin pode ser um bobo apaixonado que não enxerga o estrago que você faz na vida dele, o quanto você o destrói quando aparece. Mas eu...- estava ofegante e a voz alterada. - eu sou quem sempre fico e recolho todos os cacos que você deixa pra trás. - os olhos do beta ardiam, sua raiva parecia só aumentar. - Você é egoísta e presunçoso, chega comendo pelas beiradas para depois foder com os sentimentos dele.
- Tae...- Jimin já estava chorando àquela altura. JK ouvia pacientemente o desabafo do amigo.
- Eu odeio você por fazer isso com ele, e me odeio ainda mais por nunca ter feito nada para te impedir de magoa-lo dessa forma. - passou as mãos pelo rosto, secando as lágrimas que cruzavam suas bochechas vermelhas de raiva. - Mas olha só como estamos agora, você aqui com ele, fazendo malabarismos com os sentimentos dele outra vez. E ele se deixando levar com suas palavras doces.
- Taehyung!! - Jimin se manisfestou. - Já chega! - Tae o encarou com os olhos embaçados por mais lágrimas que surgiam.
- Agora você vai defendê-lo, Jimin-ah? - secou os olhos com o dorso das mãos.
- Tae, não tem nada a ver com isso!
- Taehyung, escuta, se acalma um pouco e vamos resolver as coisas de forma pacífica. - JK tentou.
- Para o inferno com suas palavras e jeito de bom moço. - Jungkook passou a mão pelo rosto, já ficando impaciente. - Quer saber de uma coisa? Vocês dois se merecem mesmo!
- Tae? - Jimin o alcançou no corredor quando ele apressadamente seguiu até lá e pegou seu casaco. - Não vai, Tae. Vamos conversar direito e me deixe explicar o que está acontecendo. - segurou em seu braço, insistindo que ele ficasse.
- Me solta, Jimin-ah! Eu não vou ficar aqui e ver ele fazer você passar por tudo aquilo outra vez. Eu não aguento mais. - encarou os olhos marejados do ômega. - Eu não vou ser outra vez o step para curar seu coração partido. - colocou os pés no sapato e abriu a porta.
- Taehyung! - Jimin levantou a voz. - Não ouse ir embora assim!
- Por que não? - virou-se outra vez para Jimin que não disse nada. - No momento em que eu decidir sair da sua vida, Jimin-ah, pode ter certeza que eu não voltarei para brincar com os seus sentimentos.
- Tae...- Jimin colocou a mão na boca para evitar o soluço que queria sair junto com as lágrimas.
Taehyung deu as costas para Jimin, passou pela porta e a fechou atrás de si.
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