Capítulo 42
A mãe de Jimin insistiu em dar o banho em Hee antes da pequena ir dormir, então Taehyung ficou com a parte que mais gostava, colocá-la par dormir.
Jimin despediu-se de Nam, Jin, que foram embora junto com Hobi e Songyon, pouco depois de seus pais.
Jimin chegou no corredor e ouviu Taehyung cochichando alguma coisa para Hee que estava deitada em seu peito, já de olhinhos fechados e com a mãozinha em seu rosto.
Da porta, Jimin sussurrou para o beta que ela havia dormido. Ele levantou da cadeira de balanço, e a colocou no berço. O ômega se aproximou.
- Ela deve estar bem cansada. - falou baixinho.
- Ela aproveitou bastante a festinha. - Taehyung a cobriu com a coberta lilás com flores coloridas, dada de presente por Namjoon quando ela nasceu.
- Tenho certeza que sim, Taetae! - Tae sorriu ao ouvir Jimin repetir o apelido que a pequena havia lhe dado.
Eles saíram do quarto em silêncio, evitando qualquer barulho para não acorda-la. No corredor, Tae, que saiu por último, deixou a porta entreaberta, e a pouca luz vinda do abajur dentro do cômodo mal poderia ser vista dali.
Eles chegaram à sala e Taehyung estranhou ela estar vazia.
- Hoseok já foi?
- Sim. Ele ia acompanhar Songyon até em casa.
- Entendi. - enfiou as mãos no bolso do casaco que usava. - Como estão indo as provas finais do semestre?
Taehyung sabia que estava bem complicado pra Jimin estudar e dar conta da pequena, que agora exigia ainda mais vigilância nos momentos em que estava acordada. Ele sempre vinha ficar com ela para que Jimin pudesse dedicar um tempo ao estudo.
- Não tão difíceis quanto eu pensava.
- Uau! - fixou surpreso. - Queria poder dizer o mesmo das minhas.
- Você tem conseguido estudar direto? Espero não estar te incomodando.
Taehyung ainda trabalha meio período na loja de conveniência, e estudava a noite quando chegava. Mas às vezes, ele deixava o estudo de lado para supervisionar Hee.
- Não se preocupe com isso. Eu dou conta. - sorriu orgulhoso para o ômega.
Foi surpreendido com um abraço do menor, que passou os braços em sua cintura e colocou o rosto contra seu peito. Ambos não disseram nada, e Taehyung envolveu seus braços em torno de Jimin, o abraçando forte, enquanto deixava um beijo em seus cabelos.
- Eu sinto sua falta, Taehyung! - declarou Jimin.
- Mas eu estou sempre aqui.
- Mas sinto falta de quando você estava aqui o tempo todo. - explicou.
- Eu também sinto falta disso, Minie! - revelou. - Mas eu já te expliquei...
- Sim, eu sei, e não estou te cobrando nada. Apenas disse o que sentia.
- Entendi. - afagou as costas do menor com as mãos quentes.
Jimin ergueu a cabeça, apoiando seu queixo no peito do beta, ainda sem dizer nada. Apenas sorriu. Taehyung colocou o cabelo do menor - agora mais curtos, mas ainda longos o suficiente para atrapalhar sua visão quando estavam sobre sua testa - atrás da orelha e deixou um beijo demorado em sua bochecha. Jimin suspirou baixinho de olhos fechados e com o coração acelerado.
Jimin abriu os olhos e Taehyung estava tão próximo, que ele conseguia ver claramente a pintinha na ponta de seu nariz. Encarou os olhos dele com um olhar carinhoso.
- Você me faz muito bem e realmente pode ser a melhor coisa que já aconteceu na minha vida...- disse baixinho. - Pode ser a minha felicidade disfarçada de amizade. - Taehyung arqueou as sobrancelhas.
- Jimin-ah, você...
Jimin tocou os lábios dele com os seus. Taehyung sentiu-se confuso.
- Mimi...? - agora foi Tae quem usou o apelido que Hee havia dado ao Jimin. - Você está em heat de novo?
- Não, Taehyung. - encarou fixamente os olhos do beta. - Eu estou te beijando por quê eu quero te beijar, por quê eu quero sentir o seu beijo, por quê eu quero... sentir você.
O coração do Tae acelerou dentro do peito, batia tão rápido que Jimin sorriu ao senti-lo contra o seu.
- Minie...- o maior colocou uma mão em sua nuca. - Eu...- Taehyung não sabia o que dizer, então deu ao Jimin o que ele queria, e seu coração disparado tanto desejava. O beijou.
Hoseok notou que Taehyung parecia muito sorridente na última semana. E chegava cada vez mais tarde em casa.
Por mais que depois que voltou para casa ele ainda dormisse periodicamente na casa do Jimin, ele não se mostrava tão "empolgado" como nós últimos dias.
Hoje era sexta-feira, ele chegou em casa pontualmente às 18:20h, fazendo jus aos exatos 20 minutos que levava da loja de conveniência até sua casa. Agora estava em seu quarto, arrumando uma mochila para ir até a casa de Jimin, e passar o fim de semana por lá.
Hobi estava parado junto a porta de seu quarto, o observando arrumar as coisas enquanto cantarolava.
- Taehyung, o que está...
- Hobi!? - se aproximou rápido do irmão, o interrompendo. - Qual desses dois perfumes você acha que o Jimin vai gostar mais? - ele exibia os dois frascos de colônia para o irmão. Um preto e um azul turquesa.
- Hm...- o ômega pensou um pouco. - Acho que o azul. Tem notas de frescor mais acentuadas.
- Ótimo! - ele colocou o frasco preto de volta na cômoda e guardou o azul na mochila.
- Taehyung, por que essa empolgação toda para ir à casa do Jimin? - enfim questionou.
- Eu só...ah, você sabe. Eu gosto de estar com o Jimin.
- Sim, todos nós sabemos. Porém, nos últimos meses você não ia até lá com tanto entusiasmo como está indo hoje. - Hobi o encarou pelo canto dos olhos. - O que está havendo?
- Hope...- ele pegou a mão do irmão, o levando até a cama e o colocando sentado, se abaixando em frente a ele e segurando suas mãos. - No dia do aniversário da Min-hee, o Jimin me beijou.
- Uau! Isso é...
- E na última semana nós voltamos a nos aproximar como era antes. - diz sorridente.
- Taehyung...sabe que isso não vai te levar a lugar nenhum.
- Não, me escuta. Eu estou fazendo as coisas de forma paciente, com calma, e acho que dessa vez eu posso ter alguma chance.
Hobi suspirou pesaroso. Já havia visto o irmão inúmeras vezes reacender a chama da esperança, e todas as vezes ele se queimava.
- Tae, eu sinceramente, acho que você já deveria ter desistido do Jimin.
- Eu não posso fazer isso, Hobi. Não agora. Ele realmente está me dando uma chance.
Jhope encarou com tristeza os olhos brilhantes e vívidos de Taehyung, o abraçou forte e cochichou em seu ouvido.
- Independente de como isso terminar, saiba que eu te amo, e sempre estarei aqui para o que você precisar! - disse com firmeza.
- Eu sei disso, Hobi. E eu também te amo! - deixou um beijo na testa do irmão. - Agora eu preciso ir.
Taehyung se levantou e pegou a mochila ao lado de Hoseok e partiu para a casa de Jimin.
Foi um fim de semana bem "devagar" para o ômega e o beta. Por mais que tenha acontecido um beijo entre eles na última semana, aquele tipo de envolvimento não voltou a acontecer naqueles dias.
Taehyung não se preocupava muito com esses detalhes, só queria poder estar ao lado de Jimin e Min-hee o máximo de tempo que pudesse. Mas ele sentia que Jimin o olhava de forma diferente agora, e isso o mantinha persistente em mais uma tentativa de alcançar o coração do ômega.
π
Jungkook havia pedido a seus pais que conseguissem um bom apartamento em Seul, pois pretendia ficar por lá quando saísse de seu serviço militar. E já havia feito planos para dividi-lo com Yoongi.
O Sr e a Sra Jeon providenciaram tudo o mais rápido que conseguiram. JK os informou que pretendia entrar na faculdade assim que fosse liberado pelo exército, e eles não pensaram duas vezes em agilizar esse processo também.
As notas dele sempre foram muito boas, mesmo que seu ensino médio houvesse sido com aulas em casa, ele sempre se saía muito bem nos exames nacionais, que atestava seu aprendizado.
Jungkook entrou no apartamento e ficou espantado em como tudo estava em ordem e bem limpo. Só em observar poucos detalhes, sabia que sua mãe havia deixando tudo extremamente organizado para sua chegada.
Suga jogou sua bolsa em cima do sofá, e foi até a geladeira. Ao abrir encontrou-a muito bem abastecida.
Ele precisava muito beber um pouco d'água, mas mudou de ideia assim que viu as latinhas de cerveja. Pegou uma, foi até o sofá, sentou-se e esticou as penas, colocando os pés sobre a mesinha de centro. JK observava a vizinhança pela varanda.
- Seus pais escolheram um lugar ótimo. - Suga comentou depois de abrir a latinha e dar um gole na bebida.
- Tenho certeza que tudo foi obra da minha mãe. - JK acrescentou entrando no apartamento, passando próximo a Suga e tirando seus pés de cima da mesinha. - Eu vou tomar um banho.
Os quartos estavam igualmente organizados, e como ambos não se diferenciavam em nada, a mãe de JK tomou a liberdade de trazer suas coisas e organiza-las no cômodo.
Como as portas se encontravam abertas, ele só precisou olhar do corredor e logo identificou qual era o seu pelos porta retratos que haviam na mesinha de cabeceira.
Ele se aproximou observando cuidadosamente as imagens contidas ali. Havia uma de quando ele era pequeno, e na imagen estava ao lado de seus pais. Em outra ele estava com seus amigos da pré-adolecência, Jin, Nam, Hobi, Songyon, Tae e Jimin. Em outra, estava apenas ele e Jimin.
Ele pegou esse porta retrato, sentou na cama e a observou por bastante tempo. Sentia saudade daquele tempo, quando tudo era tão simples e feliz. Suspirou frustrado.
Inclinou-se para frente, apoiou os cotovelos sobre as coxas, e ousou sorrir ladino enquanto encarava o rosto arredondado que Jimin tinha naquela época. Eles tinham apenas 10 anos quando a foto foi tirada, e tudo o que JK mais queria naquele momento, era poder voltar a ter a mesma idade que tinham na imagem e fazer as coisas de forma diferente.
Jogou-se na cama, colocando o porta retrato contra seu peito. Fechou os olhos e se permitiu relembrar da época em tudo era tão fácil.
Jungkook viajou para Mapo-Gu, para casa de seus pais, precisava muito de um tempo em família. Já havia tempo demais que não sentia o prazer de estar em casa.
Na primeira semana parecia tudo novo, e na verdade nada mais era como antes. Seus pais agora tinham uma vida diferente, e assim como JK, dedicavam seu tempo com coisas específicas.
No caso de JK, era andar pela cidade reencontrando e relembrando de velhos amigos. Principalmente do Jimin.
Em casa, no seu quarto, que agora já lhe parecia bem menor do que se lembrava, ele se recordava de como tudo começou a dar errado. Da noite do seu primeiro hut, de como havia "atacado" Jimin contra a porta. Ele ainda se lembra perfeitamente de como era atraído pelos feromônios de Jimin. Na época não tinha ideia de que realmente era isso, achou que não passava de engano pela euforia de seu hut.
O jeito como as bochechas do menor ficaram coradas, como seu peito subia e descia ofegante, o gosto que sua pele tinha.
Jungkook fechou os olhos, e deitado sobre a cama, colocou a mão na ereção que se firmava.
Ele já tinha um cheiro tão bom, um gosto maravilhoso...- ditava mentalmente pressionando o próprio pau.
Mas suas lembranças se misturavam entre seu primeiro hut, e o quanto desejou ter Jimin, com o reencontro antes de sua ida para o exército. Estava cada vez mais excitado.
Quero que seja meu, somente meu...Meu alfa!
- Eu sou só seu, Mochi! - colocou a mão dentro da cueca sob a calça, segurando firme sua ereção. - Só seu, e de mais ninguém! - começou a masturbar-se.
Sua cabeça estava inundada com as lembranças daquela noite. Recordava-se com muita clareza de como o ômega gemia a cada investida sua, de como ele rasgava sua pele com as unhas, e de como o prazer lhe alcançava de forma descomunal.
Sua mão deslizava no membro duro enquanto seu corpo arrepiava e as imagens lhe consumiam com o desejo de poder tê-lo outra vez. Mas a única coisa que ele tinha de Jimin, era um passado do qual ele mantinha próximo a si todos os dias, seja dos sorrisos que já presenciou, ou da única noite que pôde chamá-lo de seu.
Pelo menos podia satisfazer seu coração de que, a única pessoa que já amou, que quis em sua vida de tal forma, a pessoa a quem dedicou suas fantasias e desejos mais intensos, ele já pôde sentir em seus braços, nem que fosse apenas em uma noite.
Ele sentia o ápice do prazer chegando, seu membro ficando ainda mais duro e sua glande ficando maior. Pendeu a cabeça para trás, com a ajuda da outra mão baixou a bermuda junto com a cueca, libertando completamente sua rigidez. Entreabriu a boca, e em um sussurro gemeu o nome dele de forma arrastada, gozando em seu próprio abdômen com a imagem de um Jimin completamente satisfeito sob si.
Seu peito implorava por um pouco mais de oxigênio, e o rosto de Jimin estava tão próximo ao seu, que ele podia sentir a respiração dele contra seu rosto. Até que a imagem de suas feições mudassem por completo diante de seus olhos. Jimin estava assustado, agoniado, sentia dor. JK abriu os olhos, espantado com a lembrança.
Eu atei nele por que, na verdade ele era um ômega! - sentou-se rápido, sem se importar com a sujeira que faria na própria roupa com o gozo que escorria por seu abdômen. - Será que... Haveria possibilidade dele ser...
- Não...- negava balançando a cabeça. - ele me contaria...
E contaria como, se você simplesmente foi embora?
- Mas o Namjoom sabia onde eu estava. Deve ter contado a ele! - JK estava em conflito com a própria mente.
E se o próprio Namjoon achar que você não é o pai?
- E por qual motivo ele me mandaria cartas pedindo para entrar em contato com o Jimin?
Um silêncio absoluto se fez no cômodo e dentro da cabeça de Jungkook.
E só agora você foi "esperto" para entender que seu amigo só te diria algo assim por algum motivo importante?
- Eu...não sabia o que pensar, na verdade.
Está esperando o quê para fazer a ligação?
Jungkook correu para o banheiro, tomou um banho rápido e vestiu uma bermuda limpa. Ansioso para sanar suas dúvidas, saber se estava indo longe demais com tais pensamentos, ou se estava certo.
Não é possível que isso possa ser verdade.
Meu Deus, será que eu tenho um filho com o Jimin?
Mas Taehyung está com ele agora, não acho que ele assumiria a paternidade de um filho que não é dele.
Não... Taehyung deve ser mesmo o pai, eles já estavam juntos antes mesmo de Jimin e eu ficarmos naquela noite! E foi só uma noite.
Mas as chances de um alfa engravidar um ômega, atando nele, é de pelo menos 80%!
Mesmo que Taehyung e Jimin transassem todos os dias, as minhas chances ainda seriam de 50%!
Ai meu Deus!
As mãos de Jungkook tremiam quando ele pegou o celular e ligou para o Suga. Sentia-se nervoso, afoito por esclarecer essas dúvidas, não conseguia acreditar que não havia pensando nisso antes, e menos ainda, que algo assim poderia ser verdade.
Quando Yoongi atendeu o celular, mal conseguia entender o JK falava, de tão rápido que ele cuspia as palavras. O alfa pediu que JK se acalmasse, respirasse fundo e então falasse o que queria.
O Jeon fez como pedido pelo outro, e mais calmo, pediu que Yoon abrisse a última gaveta da mesinha de cabeceira em seu quarto, resgatando as cartas de Namjoon que lhe foram entregues um mês atrás ao sair do serviço militar. Eram pelo menos 4 que ainda não haviam sido abertas pelo Jeon, já que ele nem as recebeu quando o alfa as lhe enviou.
Não que fizesse muita diferença, já que a última que chegou em suas mãos, ele também não leu.
Yoongi observou cada envelope, e decidiu abrir pelas datas em que foram enviadas. As duas primeiras tinham relatos de como os amigos estavam progredindo em seus cursos, e relatando também a evolução da gestação do Jimin. Houve momentos em que Yoongi dava uma pausa maior ao ler alguns trechos, sentia um frio na barriga quando assemelhava alguns daqueles relatos com a convivência que teve com Jihye. Mas os sintomas de Jimin pareciam bem mais intensos, já que estava longe de JK, e ambos estavam vinculados.
Em contrapartida, ele aprecia ter um apoio incondicional de um beta muito empenhado. Aquilo fez Suga sorrir calado ao telefone. Sentia-se, não sabia o porquê, confortável em saber que ele não estava passando por aquilo sozinho. JK ficou extremamente calado ao ouvir Suga ditando as palavras de Namjoon.
No final o alfa sempre pedia para que JK entrasse em contato com Jimin.
Na terceira carta, a mais curta dentre as demais, as palavras de Nam evidenciavam sua total falta de paciência. O questionava sobre sua resistência em contatar Jimin, perguntava do que exatamente ele estava fugindo e o quão importante Jimin já foi para não merecer sequer uma ligação dele.
Jungkook sentou na cama, passou a mão pelo rosto e sentiu a derrota pisar sobre ele.
Suga estava igualmente sentido com aquelas palavras, mas se questionava o porquê de JK só ter interesse agora em lê-las.
- Está acontecendo alguma coisa? Você está bem aí com seus pais?
- Está tudo bem sim...
- Está mentindo de novo?
- Não! Eu só...pensei em uma coisa, e...- suspirou.
Agora JK ficou ainda mais intrigado. Se Jimin estava recebendo os cuidados de Taehyung, por quê Nam lhe mandava cartas tão descritivas?
- Pode abrir a próxima carta por favor?
- Bom, restou apenas uma. - Yoongi a abriu e JK pôde ouvir ele rasgando o papel. - Tem certeza que quer que eu leia essa também? Merda!
- O que foi?
- Nada, só deixei cair uma...- ficou em silêncio ao encarar a imagem. - foto.
- Foto? De quem? - JK ficou curioso.
- De uma criança. Especificamente, uma menina. Ela se parece com...
- Pode ler logo a carta, por favor? - JK estava ansioso.
- Ok!
Suga leu as palavras de Nam, que agora pareciam mais contidas, de certa forma, mais calmas. Ele detalhou como Jimin tem conseguido conciliar a vida estudantil e a familiar, disse também que, ao que tudo indicava, Jimin estava finalmente se relacionando com Taehyung.
Isso fez JK franzir as sobrancelhas. Como poderiam estar se relacionando agora? E durante esse tempo todo? Estava perdido.
Ele também disse como a filha de Jimin era uma criança encantadora, como conseguia extrair um sorriso de qualquer pessoa que a observasse por alguns instantes. Disse também que não via a hora de poder estabelecer sua própria família. Mesmo que Jin ainda se sentisse inseguro.
JK sorriu quando Suga leu essa parte. Jin sempre foi uma pessoa insegura. Mas torcia para que os dois se mantivessem juntos e suprissem tudo com o amor que tinham um pelo outro.
- ...filha?
- O quê? - JK não tinha ouvido o que Yoongi havia dito, estava com o pensamento longe.
- Essa...criança da foto é...sua filha?
JK sentiu o ar esvair dos pulmões, seu coração bater acelerado, sua cabeça girar. Precisou agarrar as cobertas da cama para ter certeza que ainda estava ali, inteiro, ouvindo exatamente aquilo.
- Suga, leia de novo, por favor!?
- "Eu não sei qual realmente é a sua situação com o Jimin, já que ambos se recusam a contactar o outro, mas acho que têm coisas que precisam ser ditas, mesmo que não sejam de um para o outro. Estou mandando para você, uma foto de Park Min-hee, que acabou de completar 1 ano há algumas semanas. Meus parabéns, Jungkook, sua filha é linda!"
Jungkook estava sem reação, estático sentado na cama, e mesmo com Yoongi gritando por ele pelo telefone, era como se ele não estivesse ouvindo.
Uma filha... Eu tenho uma filha... Jimin e eu temos uma linda menina... Nosso amor resistiu a tudo e se tornou uma vida...
- Eu...eu preciso ir...
- Ir para onde? Jungkook fala comigo! - Yoongi estava afoito.
- Para Seul. Preciso...- ele ainda estava confuso com tudo o que ouviu. - Preciso muito encontrá-lo.
- Encontrar quem? Jungkook, me diga o que está pensando em fazer!?
- Eu estou indo para casa, te vejo em breve. - Suga ia protestar, mas ele se adiantou. - Não se preocupe, eu estou bem. Mas preciso ir o quanto antes.
- Tudo bem. Estarei te esperando.
Jungkook desligou o celular e correu para arrumar suas coisas. Naquela tarde mesmo alugaria um carro e partiria para Seul. Queria chegar o mais rápido possível.
Sem dar muitos detalhes ao pais, Jungkook ligou para eles e informou que estava de partida para Seul, tinha assuntos muito importantes para resolver e não podia esperar para depois. Seus pais compreenderam, mesmo ele não lhes informando do que se tratava. O filho já era um adulto afinal de contas, e não poderiam se meter em sua vida.
Jungkook não tinha condições alguma de dirigir, estava inquieto e super ansioso, ainda assim alugou um carro por aplicativo e partiu rumo a Seul.
A viagem não demorava mais que uma hora, mas ele não tinha paciência para pegar o transporte público, e de carro ele levou quase 40 minutos.
Ao subir para o apartamento que dividia com Yoongi, nem se lembrou de pegar sua mochila no banco de trás. Precisava muito estar com aquela carta nas mãos, ter certeza que os planos que havia feito, seriam executados da mesma forma. Não que ele não confiasse em Yoongi, mas precisava segurar em suas mãos a carta que realmente lhe confirmava a paternidade.
Suga estava comendo enquanto assitia uma partida de basquete na tv quando JK chegou.
- Suga, cadê, onde está a carta?
- No seu quarto, em cima da sua cama. - disse de boca cheia.
JK foi até lá, acendeu a luz do quarto e parecia desesperado para tocar naquele papel. Felizmente Yoongi havia colocado todas em seus respectivos envelopes, e em ordem crescente. Ele pegou a última, e sem cuidado algum abriu o envelope tirando a carta e a foto. Ele se atentou primeiro na foto.
Levou a mão a boca, não acreditando que aquela menina, em um vestido todo dourado e com cabelos tão negros, poderia ser sua filha.
O rosto arrendodado lhe lembrava muito Jimin quando se conheceram. Mas seus olhos, nariz e boca, de alguma forma lembravam os seus.
Ele foi até o espelho, colocou a foto ao lado de seu reflexo e analisou com muito cuidado. Ele nem percebeu quando as lágrima despontaram de seus olhos. Ela poderia ter o formato do rosto do Jimin, mas todo o resto assemelhava-se a ele.
- Min... Min-hee!? - sussurrou. - Você é tão linda! Me faz lembrar dele. - sorriu, ainda com as lágrimas no rosto.
- Jungkook!? - Yoongi chegou da porta. - Você está bem?
- Ela não é linda!?
- Realmente, ela é linda! - pendeu a cabeça de lado, observando o olhar admirado do amigo.
Jungkook secou as lágrimas em seu rosto, e abriu um sorriso bobo. Seus olhos não desviavam da foto, e não era pra menos, seu coração saltava dentro do peito toda vez que se dava conta de que ele era o pai dela.
- O que pretende fazer agora? - Suga quebrou o silêncio.
- Eu preciso encontrar o Jimin. Tenho que vê-la pessoalmente. - disse convicto.
- Entendo. - observou JK dobrar a foto e enfiar no bolso, abrindo o guarda-roupas e pegando uma jaqueta. - Espera, você está pensando em fazer isso agora?
- Claro que sim.
- Não acha que deveria esperar até amanhã? Foi uma descoberta e tanto para um dia só. Seria melhor você fazer uma coisa de cada vez. Não devia nem ter vindo dirigindo sozinho para cá hoje e está um pouco tarde para isso.
- Acabou de anoitecer...
- Você entendeu o que eu quis dizer. - arqueou uma sobrancelha.
- Tudo bem, eu vou ver o Namjoom pelo menos.
- Certo, eu acompanho você.
- Eu ia mesmo precisar da sua ajuda ...
No caminho para casa de Nam, JK indicava para Suga, que assumiu o volante, o caminho que não era muito distante de onde estavam morando atualmente. Afinal todos estavam no mesmo complexo próximo a faculdade. JK ficou ainda mais ansioso por saber que estava tão perto de Jimin.
Yoongi deixou JK no endereço que continha no remetente das cartas, e foi encarregado de devolver o carro na locadora logo depois. Mas algo lhe dizia que seria melhor ele acompanhar o amigo até lá.
Assim que Jungkook entrou no edifício, Suga saiu do carro, o trancou e foi atrás dele.
Quando as portas do elevador estavam fechado, JK viu uma mão pálida, de dedos esguios impedir o fechamento.
- Yoongi!? - ficou surpreso ao ver o rosto do amigo quando as portas voltaram a se abrir.
- Eu vou acompanhar você até lá em cima.
- Não creio que haja necessidade disso...
- Você não pode me impedir. - as portas fecharam atrás de Suga, que encarava impassível as feições do Jeon.
No 19° andar, Jungkook respirou fundo ao pararem de frente a porta com o número 1917. Então tomou coragem e tocou a campainha. Ele encarou Suga que olhava em volta, observando atentamente o lugar.
Ele tocou mais duas vezes, e nada de alguém os atender.
- Parece que não tem ninguém em casa. - Yoongi comentou.
- Acho que é melhor esperar um pouco.
- Eu acho que é melhor irmos devolver o carro e voltar depois. Seria uma perda de tempo ficarmos aqui parados sem fazer nada.
JK concordou que seria uma boa ideia, não conseguiria ficar ali só esperando o tempo passar, enquanto aguardavam Namjoon voltar. Estava ansioso demais. Queria muito conseguir o endereço de Jimin e encontrá-lo o mais rápido possível.
- Tudo bem. Vamos fazer isso.
Ao se virarem em direção no corredor que dava acesso ao elevador, ouviram uma porta se abrir. Não era a do Namjoon, essa ficava a 3 portas depois. Mas JK viu quando Jin saiu de lá, acompanhado de Hoseok.
- Jin! - exclamou com um sorriso aliviado no rosto.
- Jungkook? - o alfa estava surpreso com aquela presença.
- Acho que tocamos no apartamento errado. Eu estava procurando pelo Namjoon.
Suga observava os dois mais a frente enquanto JK se aproximava. Um era mais alto e tinha ombros largos, com cabelos escuros. O outro era mais baixo, cabelos acastanhados e possuía um olhar tão surpreso quanto o maior.
- Bom, nós moramos no 1917. Aqui quem mora é o Hobi e o...
- Eu moro com o meu irmão. - Hobi acrescentou. Jin o encarou, e ele deu de ombros sob o olhar do amigo.
- Jin, por favor, eu preciso muito falar com o Namjoom. Sabe me dizer se ele vai demorar para voltar?
- Provavelmente...- ele olhou o relógio no pulso. - ele deve demorar mais uma hora pra chegar.
- Tudo bem, eu vou esperar.
- Então acho que seria melhor esperar lá dentro. Vamos entrar! - Hoseok abriu a porta, entrou e Jin veio logo em seguida, segurando a porta para JK entrar também.
O alfa fez um gesto de cabeça, convocando Yoongi para se juntarem a eles.
- Não seria melhor a gente fazer como havíamos conversado? Levar o carro e voltar depois? - murmurou para JK quando se aproximou da porta.
- Eu tenho certeza que o Jin pode ligar para ele, e fazê-lo voltar antes desse tempo.
- Ok. - revirou os olhos.
Do lado de dentro, Suga e JK tiraram os sapatos e adentraram a cozinha.
- Vocês querem beber alguma coisa? - Hoseok ofereceu.
- Não, eu estou bem. Yoongi, você...- JK estranhou a expressão no rosto do alfa. - Você está bem?
- Estou. É só que...- ele franzia o nariz, se certificando do aroma no local. - O seu amigo que mora aqui é um ômega? - perguntou baixo.
- Sim. O Hoseok é! - Se virou para Hobi na pequena cozinha. - A propósito, eu não apresentei vocês, me desculpem a falta de educação. - Jin, esse é o Suga. Suga, esse é o Jin! - os apresentou primeiro, já que Jin estava mais próximo.
- Prazer em conhecê-lo! - Jin estendeu a mão para cumprimenta-lo. Suga pega na mão dele.
- Hoseok, esse aqui é o Suga. - Hobi se aproxima com um sorriso no rosto. Alegre como sempre. - Suga, esse é o Hoseok!
O sorriso de Hobi se alarga mais, e ele estende a mão para Suga. Quando Yoongi se depara com os olhos de Hobi, ele sente alguma coisa revirar seu estômago. Não estava enjoado, era algo que ele não sabia como definir.
Suga pega na mão de Hobi, e o corpo dele arrepia. O olhar do alfa tem uma profundidade que faz o Hope querer desvendar cada caminho que ele já percorreu, ver cada lugar que eles já viram e querer acalentar o lobo acuado que se esconde no lugar mais escuro daquela profundeza.
O sorriso de Hobi morreu em seu rosto e por um breve momento sentiu a mão de Yoongi tremer na sua.
Jin encarava Hobi, e JK intercalava seu olhar entre o alfa e o ômega. Suga parecia preso em algum lugar muito distante.
- É você...! - Suga murmurou. Os olhares dos outros dois alfas se atentaram a ele.
- O quê? - Jin quis entender.
- É ele? - JK arqueou as sobrancelhas. - O que tem ele?
- Nada! - Yoongi piscou compulsivamente. - Me desculpe, achei que...- pigarreou. - fosse outra pessoa. Alguém que eu conhecia. Mas não é.
- Hobi? - Jin o encarava curioso, já que ele ainda não havia soltado a mão do alfa. - Tudo bem?
- Sim! - puxou rápido a mão, visivelmente encabulado. - Eu...hã...vou preparar um lanche. - forçou um sorriso, evitando olhar outra vez para o alfa.
Jin os convidou para sentar na sala, enquanto Hobi preparava alguma coisa na cozinha e ele entrava em contato com Namjoon.
JK pediu que Hobi não se preocupasse com eles, que estavam bem. Suga se manteve calado, mas não tirava os olhos do ômega.
JK foi ao banheiro e Jin estava sacada, falando com Nam ao telefone, a oportunidade perfeita para Suga se aproximar de Hobi, segundo ele mesmo pensou.
Sorrateiramente ele levantou do sofá e foi até a cozinha, ficando do outro lado do balcão. Era estranho sentir a necessidade de se portar assim, mas ele precisava ter certeza de que era ele.
Lentamente começou a exalar seus feromônios, sem tirar os olhos da nuca do menor. Ele sabia que ao exalar seus feromônios, a reação dele seria a de liberar uma fração dos seus também.
Os feromônios de Suga atingiram as narinas do ômega, e por um momento ele se assustou, mas logo a inalou com profundamente e fechou os olhos ao sentir como eles eram bons e fortes. Virou-se rápido para o alfa.
- O que está fazendo?
- Nada, eu só queria ter certeza de...- os feromônios de Hobi exalaram. O corpo de Suga foi tomado por um arrepio intenso, que o fez fincar os dedos da mão sobre o balcão e os dos pés no piso de madeira. Ele inalou a frangrância com tanta ganância, que Hobi pôde ver quando seu peito demarcou a camisa que usava. Com olhos fechados, e apreciando o cheiro, ele fez novamente. - Puta merda! - murmurou ao abrir os olhos e atingir Hoseok com feromônios ainda mais fortes.
- O que houve com os seus olhos? - Hobi nunca havia estado na presença de um alfa extremamente dominante, então não tinha ideia de que aquilo representava uma ligação entre o alfa com o ômega.
- Yoongi? - JK chegou na cozinha, e sentiu os feromônios dos dois. Hoseok olhou rápido para o JK, mas Yoongi manteve seu olhar em Hobi. - Yoongi!? - o chamou de novo, agora recebendo sua atenção. - O que...o que está fazendo? - espantou-se ao ver os olhos dele. Nunca o tinha visto tão centrado em um ômega.
- Nada. - saiu da cozinha e sentou-se de novo no sofá da sala.
- Está tudo bem, Hobi?
- Está sim. - suas bochechas coraram. - Eu...com licença. - passou por JK e entrou pelo corredor, fechando calmamente a porta do quarto atrás de si.
Hobi praticamente prendeu o ar em seus pulmões com a proximidade do alfa. Só consegui solta-lo depois de passar pela porta, enquanto tentava controlar seu coração afoito dentro do peito.
- O que ele estava fazendo? - sentia suas pernas e mãos tremerem.
Jin informou onde JK poderia encontrar Namjoon. Não sabia se devia dar tal informação, mas sabia que o namorado era sensato o suficiente para saber o que estava fazendo.
Jungkook e Suga seguiram para o endereço informado por Jin, que não ficava longe dali.
No carro, Suga dirigia atento em seu trajeto, mas sua cabeça estava em outro lugar.
- O que você estava fazendo lá? - JK questionou após um longo período de silêncio.
- Nada.
- Nada? - bufou. - Estava tentando subjulgar o Hoseok?
- Você me conhece, eu não faço esse tipo de coisa.
- Eu procuro pensar que sim, mas até o Jin se sentiu desconfortável com a fração de feromônios que você exalou lá. Parecia estar tentando demarcar território, e você não é de fazer isso. - observou pela janela, atento aos números dos prédios.
- Exato.
- E o que você quis dizer com "é você" quando foi apresentado ao Hobi? - o encarou.
- Você deveria estar preocupado em não perder a numeração que está procurando. - se evadiu do assunto.
- Tudo bem. - voltou a olhar para fora do veículo. - Espero que ele esteja lá ainda, pois o Jin falou que ele já estava para sair.
- Espero que não seja no prédio em que moramos. Teria sido uma viagem perdida ter ido até lá. - ele ponderou as próprias palavras. - Na verdade não, não foi uma perda de tempo. - sorriu ao lembrar de Hobi.
Eu não acredito que encontrei você.- Suga sorriu ladino. - Quais as chances de isso acontecer de forma tão despretensiosa?
- Estamos perto.
Suga diminuiu a velocidade e entrou na faixa da direita, parando o carro assim que JK apontou para o edifício.
Namjoon tomava uma caneca de café gelado enquanto Jimin andava pelo apartamento recolhendo os brinquedos de Hee. A menina já estava pronta para dormir, e por mais que gostasse muito das visitas de Nam, não gostava nem um pouco de saber que não veria Taehyung naquela noite. Ele dobrou de turno, já que uma colega dele, que ficava até a loja fechar, havia se sentido mal e foi para casa. Aquilo deixava a menina frustrada.
- Vamos lá, Hee, está na hora de você dormir. - Jimin declarou depois de colocar o último brinquedo da pequena em uma caixa ao lado do sofá, perto da varanda.
- Mimi, Hee qué' vê Taetae!
Por mais que Jimin tenha ensinado a pequena a lhe chamar de pai, ou appa, ela só convivia com quem o chamava pelo nome, então não obteve sucesso. E como aprendeu a falar muito cedo, não conseguia falar o nome dele corretamente, e desde então permanecia com o apelido. E ele não se importava, amava o jeito que a filha pronunciava o apelido. Era único.
- Hee...- Jimin ajoelhou no tapete, olhando nos olhos da filha. - Eu já expliquei a você que Taehyung hoje sai tarde do trabalho, e que não poderá colocar você pra dormir. - ajeitou o pijama de boto-cor-rosa que ela usava.
- Então Mimi pode coloca' Hee pá dormi'? - perguntou com um bico nos lábios.
- Claro que sim! Com muito prazer! - pegou a pequena no colo e se virou para Nam. - Eu não demoro Nam.
- Tudo bem, Mimi. - brincou, deixando um beijo na testa da pequena. - Espero que você tenha bons sonhos.
- Com fadas, uni..uni...
- Unicórnios! - Nam sibilou calmamente, ajudando-a a pronunciar.
- ...Unicórnios e plincesas'? - exibiu um sorriso com dentes pequenos.
- Claro! Com tudo o que você quiser!
- Obligada', tio Namu! - deu um abraço desajeitado no alfa.
- Boa noite, princesinha.
- Boa noite! - deu um beijo na bochecha de Nam. - Esse é seu...- beijou o outro lado. - e esse do tio Jinnie! Não esquece de da' o dele.
- Pode deixar, eu darei pessoalmente. - sorriu encantado quando a menina pousou a cabeça no ombro de Jimin e bocejou.
- Eu já volto, Nam.
- Não tenha pressa. - piscou para o ômega.
Jimin entrou no quarto e acendeu o abajur com a luz lilás que desenhava pequenos golfinhos nas paredes do cômodo. Colocou Hee no canto da cama e deitou-se na frente, cobrindo-a com a coberta favorita, que ainda era a de flores que Namjoon havia lhe presenteado.
Cerca de 10 minutos depois, Jimin ouviu a campainha tocar. Olhou para Hee, esperando que ela não acordasse, e quisesse de qualquer jeito que Taehyung viesse lhe contar uma história. Sabia que ele estaria cansado.
Foi aí que se deu conta de que, ainda era cedo para ele já ter fechado a loja, e não entendia o porquê dele ter tocado a campainha se já sabia perfeitamente a senha da porta.
Jimin suspirou e revirou os olhos ao pensar que mais uma vez ele tenha voltado com muitas sacolas cheias das bobagens que Hee adorava comer. Já havia lhe pedido para não fazer isso, a menina passava dias sem querer comer a comida saudável só para depois pedir algo do que Taehyung traz.
Jimin saiu da cama, arrumou algumas almofadas onde estava, para evitar que a pequena caísse da cama, e arrumou a coberta sobre ela. Não entendia como alguém tão pequeno podia se mexer tanto durante o sono. Não importava quantas vezes o ômega levantasse a noite, ela sempre estava descoberta.
Silenciosamente andou pelo quarto, abrindo a porta devagar, sem desgrudar os olhos dela. Já havia pegado pesado no sono, mas Jimin sempre era muito cauteloso. Saiu do quarto e puxou a porta, deixando-a entreaberta.
Chegou na entrada do corredor já começando a dar uma bronca no beta.
- Taehyung, se você tiver trago, mais uma vez, aquelas bobagens para a Hee... - seu queixo caiu ao ver Jungkook parado ao lado de Namjoon. - Jung... Jungkook!?
O coração de Jimin disparou, sua respiração estava entrecortada e seus passos vacilaram. Suas mãos suaram, suas pernas tremeram e seus olhos arregalados evidenciavam a surpresa de ver o alfa ali.
- Oi, Jimin-ssi! - o sorriso no rosto de JK quase faz Jimin derreter como manteiga na frigideira quente.
- O q-que está f-fazendo aqui? - gaguejou.
- Bom, eu acho que é melhor eu ir. - Namjoon comentou.
- Obrigado, Nam! - JK colocou a mão no ombro do alfa e apertou firme. Nam apenas assentiu.
- Eu falo com você depois, Jimin. - Nam consegui dizer mesmo sendo fuzilado pelo olhar do ômega.
Namjoon calçou seus sapatos, e saiu o mais rápido que pôde. Sabia que os dois tinham muito o que conversar, e que Jimin já tinha se dado conta de que ele estava, de alguma forma, por trás desse reencontro. Mas era óbvio que aquilo tinha que acontecer um dia, e enfrentaria a decepção do ômega de maneira firme.
- Podemos conversar, Jimin-ssi?
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