Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 9.1 - Amor que vive nas lembranças

Alba teve vontade de perguntar o nome do tal amante, mas acabou mudando de ideia. Tim era esperto, apesar de todos os seus problemas, jamais lhe diria e, além disso, poderia se aborrecer com tantas perguntas.

Pouco depois, chegaram ao porto de segundário de Saramago. Ágil como um gato, apesar de seu tamanho enorme, ele pulou da lancha e apressou-se em ajudá-la a descer. Ela aceitou a ajuda, sentindo a pele grossa e áspera da palma de sua mão e subiu os degraus molhados do cais. O ar estava úmido, o que acentuava o cheiro de peixe do local. Haviam várias barraquinhas espalhadas pela calçada, onde as mulheres faziam compras e conversavam entre si.

A cidade foi fundada por mercadores e ciganos vindo de todos os cantos do mundo. Uma mistura de povos com sangue quente e de uma beleza exuberante.

Alba levantou a gola de sua jaqueta, desejando ter escolhido um casaco mais quente. Estava muito frio.

— Quero falar com o senhor Saramago agora mesmo, Tim. Você me leva até ele?

— É claro que levo. O senhor Diogo está no "lugar secreto dos seus antigos ancestrais". Antigamente era uma taberna onde o rei dos piratas ia para se divertir.

— Está falando do Zein Rodolfo Saramago?

— Exatamente senhorita. Don Adrian comprou o lugar e transformou em um pequeno hotel aqui perto, mas você não vai saber chegar ali sozinha. O caminho é meio complicado, sabe? Antigamente era um reduto que dava medo assim contam os mais antigos, até os homens do rei se mantinham afastados, apesar dele ser um Corsário do rei da Espanha.

"Então era verdade, Zein Rodolfo Saramago servia a coroa da Espanha afinal." Pensou Alba cada vez mais curiosa sobre a história dos Saramago.

Por fim Alba respirou aliviada. Seu plano dera certo. O cigano iria mesmo levá-la ate Diogo Saramago. E o simples pensamento de se encontrar com ele lhe deu arrepios de ansiedade.

— É, eu jamais conseguiria chegar ali sozinha. Vamos indo?

— Vamos senhorita.

Ele disparou rua abaixo e ela teve de sair correndo para alcançá-lo. A chuva estava começando a apertar e, ao entrarem no edifício de estilo antigo dos fins do século 19 que era o "Sereia Azul", Alba estava com os cabelos encharcados e a respiração ofegante.

Atravessaram o hall e subiram uma escada forrada com um carpete desbotado, cujos degraus de carvalho rangiam de tão velhos. O local tinha uma atmosfera de tristeza e de abandono. Mas percebeu que Adrian restaurou o local e manteve o mesmo estilo dos tempos de seu ancestral.

Tim Maldonado atravessou o corredor até o fim, seu corpo pesado causando tantos estalos nas tábuas do chão, que Alba teve medo que ele despencasse lá de cima.

Chegaram a uma porta onde havia uma placa pendurada, pedindo para que ninguém incomodasse. Ela não podia entender por que um homem famoso como Diogo Saramago estivesse escondido num lugar daqueles, sozinho com suas dolorosas lembranças.

Olhou para Tim, que estava ali parado, pensativo.

— Não sei se fiz bem em ter trazido você até aqui... — Murmurou ele.

— É claro que fez, Tim. E estou muito agradecida por isso.

Tomando a iniciativa, ela bateu na porta. Nada. Ia levantar a mão para bater de novo, quando ela se abriu.

— Já era tempo de você ter aparecido! Pensei que esse drinque não viesse... — Ele parou de falar ao ver aquela moça de cabelos ensopados e olhou-a de cima a baixo. — Ei, quem é você? Não pedi nenhum serviço feminino.

— Oi, senhor Diogo. — Tim colocou a mala no chão. — A senhorita Alba teve de vir até aqui para pegar a carta de referência. Sem isso, ela não vai conseguir outro emprego e...

— Mas que carta de referência? — Diogo Saramago parecia zangado. — Eu não falei para você não trazer ninguém aqui? Quem é essa mulher afinal?

— Sou Alba Perez e gostaria de lhe falar.

— Perez? — Ele passou a mão pelos cabelos. — Hum... Esse nome não me é estranho. Ah, você é a editora que está trabalhando no meu livro, não é? Alvarez escreveu para minha caixa postal, falando sobre você.

— A senhorita precisa da carta de referência senhor. — Insistiu Tim. — Eu nunca trouxe ninguém aqui, mas é que eu senti pena dela! Sem essa carta, ela não vai conseguir arrumar emprego em lugar algum, não é? Olha, senhor Diogo, eu juro que minha boca continua fechada. Não contei nada nem ao senhor Adrian. E ele é insistente como o diabo!

— É, eu sei, Tim. — Diogo parecia mais calmo agora, e virou-se para Alba. — E você, o que veio fazer aqui, quando deveria estar trabalhando no meu livro, na ilha?

— Eu... eu não estou mais no emprego. Infelizmente, não deu certo e...

— Ah, então quer dizer que minha mãe anda se intrometendo de novo, não é? Meu Deus, quando é que ela vai parar? Bem, mas se deixou o emprego, o que veio fazer aqui? Por que convenceu Tim a trazê-la? Será que posso fazer alguma coisa por você?

— Pode, sim. Pode... me dar um pouco de seu tempo.

Naquele momento os olhos dele ficaram tão expressivos quanto os de Adrian.

— Você quer falar comigo?

— Quero.

— E posso saber qual é o assunto?

— Pode. Seu filho...

— Javier?

— Isso mesmo.

Diogo franziu a testa, um tanto surpreso, e Alba esperou que ele fosse mandá-la cuidar de sua própria vida, e, depois disso, bater a porta em sua cara. Mas não. Ele ficou pensativo por alguns instantes, como se estivesse tomando uma decisão. Então, virou-se para Tim.

— Seja um bom irmão de sangue e nos deixe a sós, Tim. Quero ter uma conversa em particular com a senhorita Perez.

O cigano pareceu aliviado por poder sair dali.

— Como quiser, senhor Diogo. Posso deixar a mala aqui?

— Pode. Agora, vá ao bar e tome alguma coisa para se aquecer. — Ele abriu a carteira e lhe deu algum dinheiro. — Mas não peça bebidas alcoólicas, está bem?

Tim olhou para a nota em sua mão e deu um grito de entusiasmo.

— Viva! Não precisa se preocupar, senhor. Vou tomar um refrigerante e comer um salgado! Tudo aqui é muito gostoso!

— Faça isso, Tim. E só leve o barco de volta à ilha daqui a uma hora. Após ele ter desaparecido de vista, Diogo convidou Alba para entrar, e ia fechar a porta quando o garçom apareceu trazendo seu drinque numa bandeja.

— Quer um também, senhorita Perez?

— Não, obrigada.

Ele fechou a porta e pediu que ela se sentasse numa poltrona que, como o resto da mobília, parecia estar caindo aos pedaços. Mas pelo menos era confortável e ela se sentiu contente por poder relaxar um pouco. A corrida até o hotel a deixara exausta.

Diogo sentou-se na beirada da cama, com o copo de rum na mão.

— Tim-tim! — Ele levantou o copo e tomou um grande gole da bebida. — Então minha mãe resolveu despedi-la, não é? Posso saber por quê?

Ela não soube o que dizer. Como é que iria explicar que fora surpreendida no meio da noite... na cama, com Adrian?

— A verdade, Diogo, é que sua mãe está tão abalada com sua ausência... que, às vezes, chega a agir sem pensar. Acho que ela tem... julgado mal as pessoas.

— Então a velha señora a julgou mal.

— Infelizmente, sim.

— E o que a faz pensar que ela está tendo esse comportamento por causa de minha ausência? Não passo por sua cabeça que ela seja sempre assim.

— Bem, eu presumo que ela esteja sofrendo, e as pessoas que sofrem, às vezes, têm atitudes um tanto estranhas...

Alba parou de falar e deu uma boa olhada no homem à sua frente. Chegou à conclusão de que, quando ele estivesse de barba feita e vestido com uma roupa decente, até que ficaria bem charmoso. Era alto, mas não tinha aquele ar de poder que fazia de Adrian um homem tão formidável. Também era visível que o sol forte da Espanha não havia queimado sua pele. Na verdade, Diogo Saramago tinha o olhar de um homem sofrido, e Alba sentiu pena dele.

— Posso saber por que está me olhando tanto? — Ele tomou mais um gole de seu drinque. — Será que está tentando buscar no meu rosto alguma semelhança com o bebê? Deve ter ouvido os diversos comentários que correm dentro daquela casa.

— Vocês são parecidos, sim. Hoje de manhã, quando fui me despedir de Javier, consegui ver traços de seu irmão no rosto dele.

— Ah, que interessante! E por acaso você acha que Adrian se parece comigo?

— Mas é claro que sim!

— Pois não se parece nada. Ele herdou os fortes traços espanhóis da mãe, tanto física quanto mentalmente. E se eu lhe dissesse que eu e Adrian não temos o mesmo sangue, isso a surpreenderia?

— Está brincando sobre isso, não é mesmo?

— Porque eu brincaria sobre algo tão seria assim. Ou acha que a senhora minha mãe não seria capaz de trair o próprio marido. Sabe senhorita por acaso já se perguntou por que o Adrian herdou tudo afinal?

— Eu... Bem, sabe...

— Certo, senhorita, melhor se esquecer do que eu acabei de lhe dizer. São palavras tol.as de um homem ferido apenas. Disse colocando mais rum em seu copo vazio.

— Mas posso lhe afirmar que eu e Adrian, na verdade herdamos ou melhor a única coisa que temos em comum é a nossa honra. Consegue ver honra em mim, senhorita Alba?

— É lógico...

— Então, agora sabe por que me afastei daquela ilha, causando tanta... angústia em minha mãe. Foi por honra... — Ele deu um sorriso irônico e continuou. — Suponho que vá me dizer que eu não tenho o direito de ficar longe do meu filho. Estou certo?

Apesar das emoções que pareciam atormentá-lo, Alba achou mais fácil olhar nos seus olhos do que nos olhos de seu irmão.

— Está, sim. Javier é uma gracinha de menino e, se demorar um pouco mais para voltar para casa, não vai ter a alegria de vê-lo começar a engatinhar e a falar. Por que insiste em se punir?

— E quem disse que eu estou me punindo?

— Pois eu acho que está...

— Como pode dizer uma coisa dessas, se não me conhece? Como pode ter a pretensão de querer saber por que estou escondido neste hotel destinado aos turistas de todas as partes do mundo, em vez de aproveitar as mordomias e o conforto que a nossa propriedade proporciona e claro o meu querido Adrian. Presumo que ande lendo muitos livros, senhorita Perez. Será que não está me confundindo com algum herói sacrificado?

— Eu... eu acho que o senhor está sacrificando seus direitos de pai, isso sim.

Ele agora parecia nervoso.

— Então deixe-me perguntar uma coisa. Qual é a sua opinião a respeito da infidelidade?

Alba franziu a testa. Então, todos os rumores estavam corretos. Carmem tivera um amante e Diogo Saramago não sabia até que ponto colaborara na produção do pequeno Javier. Mas, mesmo assim, ela reconhecera no menino traços de Adrian...

Deus do céu, Shawn Diamonds estivera certo, quando insinuara um romance entre Adrian e sua cunhada? Seria por suspeitas de seu irmão que Diogo deixara a ilha Saramago?

Alba levantou-se da poltrona, sentindo-se envergonhada.

— Eu errei em ter vindo incomodá-lo, Diogo. Não tenho o mínimo direito de me meter em sua vida. Usei de um truque para fazer o pobre do Tim me trazer até aqui e você tem todo o direito de estar aborrecido. Já estou indo embora. Vou pegar o próximo trem e depois um avião para Londres.

Ele esvaziou seu copo de um gole só.

— Não vá. Fique e almoce comigo. Muito aqui entre nós, eu estou sentindo uma falta incrível de uma companhia agradável e racional. O restaurante desse hotel serve um almoço razoável e você precisa comer alguma coisa antes de viajar. Como percebeu Adrian é bem saudosista por isso não permite que mudem nada neste lugar. Continua decidida a voltar a Londres? Perguntou mudando bruscamente de assunto.

Alba balançou a cabeça.

— Continuo.

— Uma pena realmente... De qualquer forma, aceita meu convite?

Na verdade, ela preferia tomar o trem imediatamente, mas ainda havia uma esperança de convencê-lo a voltar para casa. Lá era seu lugar e não naquele quarto que cheirava a mofo.

— Aceito, sim. É muita gentileza sua.

— Ótimo. — Ele passou a mão por seu rosto de barba crescida e sorriu — Dê-me quinze minutos, por favor, para que eu volte a ser um ser humano civilizado.

— É claro!

Ele pegou roupas limpas do armário, entrou no banheiro e ligou o chuveiro, deixando Alba sozinha no quarto. Ela olhou em volta e sentiu um nó na garganta. Tinha que dar um jeito de tirá-lo daquele lugar, o quanto antes. Foi até a janela e ficou ali debruçada, observando a chuva que caía sem parar. Sentiu uma sensação estranha dentro de si. Tanta coisa havia acontecido nessas vinte e quatro horas, que era até difícil de se acreditar. Pensou em Adrian.

E ao olhar em direção a rua um homem de sobretudo olhava fixamente em direção a janela onde estava, ele estava com a fisionomia estranha, ao olhar com mais atenção se assustou, era Adrian Saramago parado debaixo daquela chuva toda.

Fechou os olhos com força e ao abri-los novamente não viu mais nada.

Estava apenas tendo alucinações por causa das fortes emoções dos últimos dias.

Adrian... Don Adrian Saramago... Qual seria sua reação, quando descobrisse sua fuga? Provavelmente, o impulso que o fizera pedi-la em casamento teria perdido seu ímpeto durante a noite e ele daria graças a Deus por sua partida.

Não importava quais fossem seus sentimentos por ele. Ela nunca iria conhecê-lo a fundo e estava achando que Diogo Saramago tinha razão quando dissera que ela desejava que os homens fossem os heróis dos livros que havia lido.

Alba deu um suspiro triste. Adrian Saramago, o espanhol orgulhoso e honrado, teria sido o amante de Carmem? Fechou os olhos e imaginou os dois dançando, ela mais loira ainda em contraste com aqueles cabelos pretos como a noite, conduzindo-o ao desejo, enquanto ele a levava através do ritmo da música...

— Que dia horrível você escolheu para deixar a ilha!

Ela virou-se imediatamente ao som daquela voz, seus pensamentos tumultuados claramente refletidos em seus olhos.

— Será que eu a assustei?

Diogo Saramago estava ali, sorrindo para ela. Vestido com jeans e uma bonita camisa de cola alta, seu rosto barbeado e cabelos penteados, ele parecia mesmo o autor famoso que Alba admirava há tanto tempo.

Ela forçou um sorriso.

— Um pouco... É que meu pensamento estava longe...

— Está arrependida por ter deixado a propriedade Saramago?

— N... Não.

— Pois eu acho que está. Fale a verdade. Apaixonou-se por ele, não é?

Ela sentiu seu coração disparar.

— Mas é claro que não!

Diogo pareceu surpreso.

— Não? Você não se apaixonou por Javier?

Alba ficou vermelha na hora.

— Ah, eu pensei que você estivesse se referindo a uma outra pessoa...

— E que pessoa era essa?

Ela falou o primeiro nome que lhe veio à cabeça.

— Shawn Diamonds. Ele é muito bonito e... acha que todas as mulheres do mundo estão loucas atrás dele!

Diogo pareceu preocupado.

— Ah, então Diamonds está em Saramago... Não gosto dele. Aquele homem não presta, é muito mentiroso e traiçoeiro, até Adrian o detesta. Para mim, ele não passa de um aventureiro que só está com Zandra por interesse. Quer dizer que não se deixou impressionar por sua bela figura?

— Sabe de uma coisa? Eu não o suporto! Agora, quanto ao bebê, é claro que eu me desmancho por ele...

— Bem, vamos almoçar? Não quero atrasar sua viagem de volta a Londres. — Ele sorriu para ela e Alba não pôde deixar de sentir um arrepio. Seria mesmo possível que estivesse ao lado do famoso escritor, que fora sua razão para querer trabalhar em Saramago?

2611 Palavras

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro