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Capítulo 27 - O Diário & as Novas Revelações

Don Zein gostava de subir no alto dos penhascos e admirar a bela vista do sol se pondo a sua frente. O vento estava ficando mais forte, a noite provavelmente seria fria. Ele esfregou as mãos nos braços, tentando se aquecer, mas quase caiu lá de cima no processo. Deveria tomar mais cuidado...

Saramago escutou alguns passos se aproximando de onde estava e olhou para trás, vendo Alícia se aproximar com um livro em mãos.

Zein ficou quieto e observou sua amada chegar até o espaço onde ficava algumas árvores floridas, se sentando sobre as pedras lisas.

Ele passou suas mãos em seus cabelos escuros, pois, desde que Alícia teve seu filho, não havia conversado nem meia palavra com ela. Sem nem ao menos pensar na possibilidade de ter feito algo errado, o Saramago decidiu arriscar iniciar uma conversa.

— Alícia, você está aqui! O que está fazendo? E nosso filho?... — Ele pergunta tentando ser simpático.

— Lendo. — Respondeu o mais ela, fria e seca.

Zein franziu o cenho e fez um barulho estranho com os lábios.

E resolveu tentar de novo.

— Pegou o livro na biblioteca? Gostou de lá. Eu a construi pensando em você e...

— Reina me indicou este romance. Disse que esse é bom pra passar o tempo. Cortou ela sem tirar os olhos do livro.

— Humm, e qual é?

— Você não está interessado de verdade, não é?

— Como você é chata! — Ele grita e Alícia revira os olhos, o ignorando novamente.

Ainda chateado, Zein levanta e estica seus braços até ela, a puxando contra o seu corpo sedento.

Alícia se sentou de novo e Zein se deitou em seu colo, sem entender nada do que aconteceu. Mas os beijos quentes e ousados dele sempre lhe quebravam a resistência.

Saramago sorri bobo para Alícia e a segura firme para não a deixar cair, deixando seus corpos ainda mais próximos e o rosto dela mais vermelho.

— O-o que está fazendo, Zein? — Colocou a mão em seu rosto e o empurrou para longe.

— Só queria que você ficasse aqui comigo.

A frase acertou o coração dela em cheio novamente.

Alícia se recorda de que nunca viu ninguém, exceto Zein, subir naquele lugar e sempre presumiu que ela tinha ciúmes do mesmo. E bom, ele tinha sim o mesmo sentimento em relação a ela.

Mas claro, ela não ia se deixar levar por gestos bobos, imaturas e ergueu a mão tatuada com a alma para baixo.

— Zein...

— Espera! — Saramago segurou a mão dela, impedindo-a de se afastar. — Por favor.

Alícia encara o rosto ansioso de Saramago por poucos segundos e logo desvia o olhar, ainda mais corada.

— O que você quer? — Ela questiona baixinho.

— Você quer que eu repita? Quero que você fique aqui comigo! — Ele sorri de novo e aperta seus dedos no tronco dela para não a deixar fugir.

Ainda sem olhar nos olhos de Zein, Alícia sente algo quente e úmido entrar em contato com seu pescoço, e ela dá um pulo de susto.

Saramago afasta o rosto sorridente, havia acabado de dar um beijo no pescoço dela.

— O que você está fazendo, Don Zein?! — Alícia coloca a mão no pescoço.

Desgraçado...

— Você grita como se eu nunca tivesse feito isso antes.

Ok, Alícia perdeu no argumento.

— S-sim, e daí? — Ela diz irritada novamente, meio sem graça e Zein apenas ri de novo.

— O que aconteceu, senhora Saramago? Você está brava?

— Estou!

— Por quê? Alguém te encheu aborreceu essa semana? Quem? Eu falo com ele depois.

— Você.

— Eu o que?

— Você, Don Zein Rodolfo Saramago. Eu estou bravo com você.

Zein baixa uma sobrancelha em uma expressão exagerada.

— Aah é...? O que eu fiz?

— Você é um egoísta idiota. — Empurrou a testa dele com o dedo indicador. — Nem ao menos perguntou se eu queria essa quantidade de cuidados e regras que me impôs por vários meses e ainda por cima colocou seus companheiros ciganos para me vigiar a cada instante! E ainda por cima se afastou completamente de mim, seu idiota egoísta...

Alícia dá um tapa na mão tatuada dele.

— Mas os nossos companheiros ciganos também concordaram! E eu achei que você tinha concordado também!

— Pois não concordei com coisa nenhuma seu idiota egoísta! — Alícia cruza os braços e vira o rosto.

Aquilo virou uma discussão de criança novamente?

Saramago não o respondeu de imediato e Alícia achou estranho que até olhou de volta para ele, vendo apenas um semblante desanimado.

— Então... Você não quer ficar mais comigo?

Alícia ficou sem reação.

Pois é, não era sua intenção, mas suas palavras estavam saindo ofensivas e Zein não estava errado em entender daquele jeito.

Ela suspirou.

— Não é isso, Don Zein. — Os olhos deles se cruzam. — Só achei que foi meio injusto, sabe? Decidir tudo sem ao menos me consultar, você não pode fazer isso. Eu e seu filho temos direito de decisão nessa família também.

— Então, você quer ficar comigo?! — O Don Saramago se empolga e seus olhos brilham.

Ele havia ignorado completamente a segunda parte.

Alícia se assusta com a mudança de humor repentina, mas logo um sorriso bobo e gentil aparece em sua face.

Oh, Zein gostava de ver Alícia sorrir.

— É, eu quero. — Revelou e seu coração bateu mais forte. Alícia não era boa com declarações amorosas e nem em falar sobre os seus sentimentos, na verdade, nunca tinha feito nenhum dos dois. Ela estava até surpreso de não ter desmaiado ali mesmo. — Eu gosto de você. Mas não quero apressar as coisas. Digo, eu acabei engravidando logo na primeira vez em que transamos e faz alguns meses que tive nosso filho. Não quero que fiquemos juntos só por obrigação de cuidar do bebê, entende?

Zein sorri e puxa Alícia para mais um abraço com as mãos em sua cintura e tronco.

Um abraço tão apertado e quente.

— Não é isso, Sereia. Eu também quero proteger e cuidar do nosso filho, mas não é só por isso. Eu já disse, poxa! Eu realmente gosto de você! Por isso, estive trabalhando tanto, transformei essa propriedade numa verdadeira fortaleza. Tudo para você e nossos filhos!...

Alícia não se surpreendeu, ele realmente já havia dito, antes mesmo de saber do bebê que desejava ao seu lado para sempre. O Saramago levanta seus braços e retribui o ato ainda mais forte.

Alícia sentiu a vontade de chorar vindo, ela sempre ficava emotiva quando Zein estava perto! Mas ele não lhe deu tempo para isso, o abraço foi desfeito e Saramago juntou ambos os lábios, num beijo insaciável.

Mais uma vez Alícia fechou os olhos e deixou com que o mais o intrépido Don Saramago guiasse o beijo, ela gostava quando Zein fazia isso, pois ele era em alguns momentos insaciável e não perdia tempo. Logo, o beijo gentil se transformou em algo mais quente e molhado, os dois seguravam os rosto um do outro e seus corpos iam se juntando com o passar dos segundos.

Eles precisavam disso! Necessitavam um do outro naquela hora!

— Zein!

— Alícia!

As vozes da governanta e de Reina invadiram o espaço e os sons de beijo se cessaram.

O casal olhou para trás, um pouco envergonhado, principalmente Alícia, enquanto Reina e Sandra ficaram com os rostos vermelhos e viraram de costas.

— N-nós não vimos nada! — A ruiva confessa, desesperada.

— Continuem. Nós voltamos depois! — A cigana diz e sai andando depressa.

— Não se preocupem. O que aconteceu? — Zein deixou aquilo de lado, afinal, não era segredo para ninguém que ele e Alícia se amavam profundamente.

— B-bem, eu e a Sandra calculamos o tempo de viagem e é provável que o navio Sereia Azul irá chegar daqui há 8 dias.

— 7 se Naive conseguir ir bem rápido. — Reina completa, sorridente.

— Oh, muito obrigado, pessoal!!

A cigana ruiva e a governanta concordam com a cabeça e voltaram para a mansão, prontos para começarem os novos preparativos para a chegada dos piratas a propriedade Saramago!

— 8 dias? E estarão todos aqui? — Alícia fica curiosa pois pelas últimas notícias Naive havia aumentado os seus domínios e até havia conseguido novos integrantes.

Zein sorri e o responde alegremente.

— Finalmente nós estaremos todos juntos outra vezs, a ilha Saramago vai ficar bastante animada!

Adrian leu até esse ponto e se levantou indo a janela do seu escritório. Talvez se Zein soubesse o que aconteceria jamais teria permitido que o Sereia Azul aportasse na ilha Saramago. Tudo poderia ter sido evitado? 1talvez não...

Quantos arrependimentos ainda teriam que ter para mudar o seu atual destino.

Se você se desviar do seu destino, vai se arrepender depois, porque verá que perdeu um tempo precioso com algo que não fazia parte da sua trajetória de vida.

Algumas situações, nós esperamos acontecer, às vezes até sabemos como vai acontecer. Porém, outras nos pegam totalmente de surpresa. Será obra do destino?

A vida mee colocou em um caminho. E eu tentei fugir. Ela me colocou de volta no caminho. E mais uma vez eu tentei fugir de novo, mas não adianta. O destino sempre me colocará de volta no lugar que eu deveria estar.

Como não acreditar no poder do destino?

Se existe algo que pode mudar drasticamente a sua vida, é o destino. Sua vida pode mudar da água para o vinho. Acredite, e mesmo que não acreditar, o destino vai mudar sua vida mesmo assim.

De Volta ao lar...

Durante os sete dias que passaram viajando no mar, pode-se dizer que foi tudo tranquilo. O clima ficou a favor dos piratas que agora eram comerciantes e não deu qualquer complicação para eles.

Felipe I começou a usar antigos corsários para reabastecimento e proteção dos galeões espanhóis carregados de tesouros valiosos vindos do México e Peru. Por essa razão, as suas águas encontravam-se infestadas de piratas, mas todos eram na verdade súditos fiéis.

— Maldição!!! Mais folhas foram arrancadas deste diário... Do que adianta ler algo que não pode esclarecer diversos pontos da vida deles. Adrian ficou nervoso ao ponto de jogá-lo longe de suas vistas.

— Melhor terminar logo com isso. Disse voltando a leitura.


Três anos depois...

Saramago era o mais atencioso possível. Ele não deixava Alícia fazer nenhum esforço e fazia tudo por ela. Zein até mesmo contratou uma cigana indicada por Reina para cuidar de Ruan, para que ele e Alícia ficasse mais tranquilos. Além disso, havia dois pequenos grumetes que Naive havia resgatado em alto mar e agora ambos eram os fiéis companheiros de brincadeira do filho mais velho deles.

Alícia estava mais bela do que nunca e já havia se acostumado com o seu novo posto dentro da sociedade. Até que Saramago decidiu que todos deveriam fazer uma pequena viagem marítima, na verdade tanto ele quanto Alícia estamos com saudades de suas aventuras pelo mar.

Na segunda gravidez de Alícia, ele gostava de brincar com a barriga da companheira, beijando e fazendo cócegas no lugar. Zein também dormia grudado a ela, enrolava seus braços em volta dela e não permitia que a mesma se movesse um único centímetro.

Já o bando estava na maior agitação e alegria, pois nunca pensaram que teria um mini companheiro tão cedo assim. O pequeno Ruan Saramago era destemido como o pai e explosivo como a mãe, muitas vezes perdia a paciência do nada. E Alícia, bom, era mimada por todas as pessoas daquele navio que não a deixavam fazer nada além de relaxar e curtir a viagem.

Naive permitiu que Zein assumisse o comando do Sereia Azul outra vez, o que deixou todos empolgados.

O capitã Saramago também deixou o próprio bando atualizado, contando para eles várias vezes durante a viagem sem deixar qualquer detalhe sobre sua gravidez de agora e o nascimento do pequeno herdeiro Ruan Saramago.

E finalmente, o bando pôde avistar a ilha que Naive havia conquistado depois de uma batalha com outros piratas logo há alguns metros de onde estavam.

Alícia sorriu ao ver a ilha de onde saiu se aproximando, estava tão animada que mal conseguiu dormir a noite! Ah, ela já podia ouvir os gritos do prefeito local, as broncas dos demais ciganos que quiseram seguir viagem com os ciganos e o doce som da voz das ciganas cantando e dançando. Ah... que saudade que eles estavam de todo aquele modo de vida!

Mesmo com o sol quente sobre sua cabeça, Valente, prefeito da vila das Flores Bergantil, avistou o grande navio Sereia Azul chegando e não demorou nada para reconhecer a caula dela sobre a proa.

Contente e sem acreditar no que estava vendo, o homem entrou na vila começou a gritar coisas como "Saramago e seus piratas estão vindo!" para chamar a atenção de todos. E ele conseguiu.

Poucos segundos depois, os habitantes da pequena vila colocaram a cabeça para fora de suas casas e correram para o porto recém-construído aguardando a chegada da família Saramago.

Logo que saiu de seu barco com seu filho de quase cinco anos nos braços, os olhos da antiga anciã cigana se encheram de lágrimas ao ver que Zein e Alícia estavam finalmente voltando para eles.

Na emoção, a mulher de cabelos brancos correu para o porto junto dos outros e mantinha um sorriso enorme no rosto. As profecias haviam se cumprido diante dos seus olhos cansados, sua neta Reina havia seguido com o herdeiro Zein Saramago para ajudar a trilhar o caminho que o destino desejava para ele.

Os antigos piratas chegaram ao porto e ancoraram ali. Alícia foi a primeiro a sair para fora do navio, animada com tantas pessoas juntas para vê-los. Além disso, ela deu uma breve olhada por todo o ambiente, não estava nada diferente do que era antes, apenas mais cheio de pessoas e coqueiros. Era como se a vila tivesse parado no tempo, mas era somente uma impressão momentânea. Não que fosse algo ruim, longe disso, era algo incrível!

— Olhem, é o navio Sereia Azul mesmo!!

— Então ele veio finalmente nos visitar! Depois de tantos anos no mar!...

— Que saudade!! Gritou um adolescente que sempre sonhou em ser como eles e que antes não passava de uma mera criança.

— Era só um garoto quando saiu daqui!

— Prefeito! Senhora Rubi! — Ela correu com os braços abertos e um sorriso gigante. — Há quanto tempo!!

Alícia esticou um pouco os braços e puxou os três para um abraço apertado.

— Sereia... Como você mudou! — Dizia Rubi em meio às lágrimas.

— Pare com isso garoto bobo! M-me solte! — Pedia Naive, tentando empurrar Lopez.

— Que saudade de vocês, sério! Porque não me levaram junto.

— Hunf, só você mesmo. — O prefeito cruzou os braços e virou o rosto. — Sai fora e volta todo rei dos piratas assim? M-me poupe. — A voz dele saia trêmula, parecia querer chorar.

Naive se afasta deles e os livre de seus braços também. Quase que imediatamente os olhos de todos se focam no garoto que Reina agora segurava. Ele encarou o menino de cabelos castanhos e olhos grandes enquanto várias perguntas se passavam por sua mente.

— Hmm, e quem é esse aqui?! — A anciã questiona com mão no queixo e aproximando o rosto da criança.

— Ah, sim! Você ainda não o conhece. Esse é o Ruan, meu filho. — Ela sorri.

— OOH! Seu filho, Sereia?! Que legal! — Rubi coloca a mão sobre os cabelos do garotinho e os bagunça. — Como vai, Ruan?

— B-beim! — O menino responde.

— Quantos anos ele tem?

— Ele completou 5 anos faz dois meses.

— Cinco anos, é?

Alícia colocou o menino no chão e ele ficou de pé enquanto agarrava sua saia e se escondendo atrás do Zein.

— Alícia! Vê se espera a gente. — Reina pediu, um tanto estressada, olhando em volta com um estranho pressentimento.

Os piratas estavam se aproximando enquanto observavam a multidão que haviam atraído até ali.

— Oh, vocês são...! — O prefeito abre a boca, surpreso. — Os companheiros do Don Saramago!

— Ah, sim! Eu sou Sandra e...

— Não precisa se apresentar mocinha. — A cigana sorri todo sorridente. — Você é filha do nosso povo. Apenas são os que decidiram seguir o Saramago até a sua ilha além-mar. E quanto a você, Zein Saramago não mudou muito. Ainda continua o mesmo dos cartazes de procurado. — Sorriu estranhamente.

Zein se afastou, era só mais uma cigana ligada ao ocultismo.

— Prefeito! — Essa velha cigana continua com a língua solta, briga com ela. Gritou Dagger irritado.

— Mas é verdade, eu conheço todos vocês dos cartazes. Apontou ela gargalhando. — Muito obrigado por cuidarem de minha neta Reina e dos meus protegidos Zein e Alícia.

— Não foi nada. — Damian comenta sorrindo.

Dante desceu do navio por último, com seu sabre apoiada no ombro e uma das mãos no bolso da calça pretas.

— Ruan, Ruan! Vem aqui! — Alícia gritou pelo filho enquanto balançava as mãos para cima.

O menino que já havia visto algumas aves estranhas pela praia saiu correndo junto das outras crianças ciganas e não entendeu, a princípio, e tombou a cabeça para o lado. Para logo sair correndo novamente... Zein apenas gargalhou alto vendo a empolgação de seu primogênio.

— Eh? Você não é dessa tripulação, certo, querido? Você é algum aprendiz do Saramago, certo?

Felipe II olhou para o outro capitão e sorriu para ele.

— O Lipe está viajando com a gente por um tempo. — Colocou um de seus braços em volta do pescoço do rapaz. — Ele veio conosco para aliviar o peço da sua cabeça, uma coroa por ser muito incomoda as vezes!

— Certo... — A anciã ainda estava meio confusa.

— Você está bem, Alícia? Eu desci sem ver como você estava. — Zein pergunta.

— Estou bem, Don Saramago. Obrigada. — Ela sorriu minimamente para o mais ele, que sorriu de volta com a resposta.

— Entendi! Depois eu explico tudo, a anciã Rubi!

Zein largou o jovem príncipe e correu para o lado contrário da vila, causando confusão na cabeça dos demais.

— Ei, Saramago! Onde você vai? — Naive pergunta ao capitão.

— Vou ver se as crianças precisão de ajuda, oras! Caçar os filhotes de avestruzes sempre foi muito divertido.

Os piratas ficaram com um ponto de interrogação na cabeça novamente, pois Zein Saramago não havia mudado em nada! Quando foi resgatado pelos ciganos após a morte de seus pais, ele passou anos nessa ilha sendo treinado e correndo pelas praias atrás dos filhotes de avestruzes.

Porém, sem questionar, eles seguiram o capitão para o total meio do mato. Alícia foi junto já que não tinha muita opção, pois não conhecia nada e ninguém ali.

A cigana anciã Rubi, apesar de sua idade avançada conseguiu alcançar a criança e ficou segurando a mãozinha de Ruan, se aproximou do pai e mãe caminhando ao lado dele.

A anciã parecia ansiosa ou sei lá.

E Alícia, do jeito que era, nem sequer olhou para a mulher e só caminhava, mas logo a mulher a chamou.

— Alícia Saramago...

Alícia finalmente olhou para ela.

— Sim...

— Você e o destino?... Cuidado a quem dá ouvidos? Boatos venenosos podem destruir vidas!

Alícia arregalou os olhos e se engasgou com a própria saliva, tossindo logo depois.

— C-como assim?

Rubi riu.

— Perdão. É que os olhos do nosso Saramago brilharam quando olham para você. Senti algo, sabe? Além do grande amor, ainda há muitas desconfianças entre os dois. E a falta de diálogo pode trazer grandes problemas.

Alícia vira o rosto para que ela não veja seu rosto, mas era fácil presumir que ela estava toda corada.

Um pouco mais para na frente, os piratas se perguntavam aonde o capitã deles estava indo. O caminho era tão diferente de quando eles brincavam antes por toda a ilha.

— Ah, minhas perninhas já estão doendo! — O pequeno garoto reclamou, cansado.

— Pois é! Onde Zein está indo? — Felipe II questionou colocando as mãos nos joelhos para descansar. — Eu tenho a doença se-eu-não-parar-de-correr-eu-morro... Além disso, sempre tive pessoas para fazerem esforços para mim!

— Deixa de ser fraco reizinho. — Dagger brigou e continuou sua caminhada.

— Acho que Zein conhece alguém que mora por aqui. Ou pode ser algum esconderijo dele quando ainda era um grumete. Ele citou alguma coisa para algum de vocês antes? — Naive comentou tentando avistar alguma coisa que não fosse árvores e mato à frente.

— E quem seria? Um tesouro escondido? Algum segredo oculto? — Sandra pergunta, mas ninguém do bando parece saber a resposta.

— Zein Saramago não fala muito do passado dele, não é? — Bard comentou logo atrás da governanta.

Os piratas continuaram se perguntando o que era Zein tanto buscava e porque ele iria em um lugar tão longe da vila dos ciganos. Até que, não muito longe de onde estavam, todos puderam ouvir o grito do capitão vindo de longe.

Curiosos, todos correram para ver o que estava acontecendo e, chegando lá, viram Zein parado na frente de uma mulher de cabelos escuros, essa que parecia não acreditar no que seus olhos viam.

O cigarro na boca dela se soltou dos lábios e foi ao chão, ela estava boquiaberta. Os olhos estavam arregalados e ela precisou piscar algumas vezes para ter certeza de que não estava sonhando.

— Dara! Que saudade!! — Zein abriu os braços e um sorriso também, estava tão animado e alegre em vê-la novamente!

— Menino Saramago... — Foi o que a mulher conseguiu pronunciar diante da figura do rei dos piratas.

Não era como ninguém imaginava, afinal, a presença de alguém que sabia do passado da família Saramago ali já lhes faziam tremer as pernas.

Da última vez que o viu, Zein Saraamgo era apenas um menino ingênuo com um desejo gigante, vingar o assassinato de seus pais e recuperar suas terras. E agora, ele era um homem tão grande quanto seu sonho.

Dara sentiu as lágrimas acumularem nos olhos e ela deixou seus lábios tremerem na tentativa de falar algumas palavras para tentar segurar o choro.

— Menino Rodolfo Saramago... — Disse novamente e virou-se de costas para ele, colocou o antebraço sobre os olhos e Gritou. — O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? A-achou que eu ficaria feliz em te ver de novo?

A voz saiu trêmula e furiosa, como se não quisesse demonstrar o que verdadeiramente sentia.

Zein voltou a gargalhar alto e caminhou até ela, abraçando-a por trás com força.

— Estou feliz em te ver de novo, Dara! Assim como eu lhe prometi retornar quando conseguisse realizar o meu objetivo. E agora vou te levar para viver em minhas terras.

E a mulher se afogou em lágrimas, chorando alto o suficiente para chamar atenção dos outros ciganos da montanha.

Igor e Tara apareceram na porta daquela casa de madeira, confusos e curiosos com a situação ali fora.

— Mãe?! O que está acontecendo aí fo... ra...

Os dois não necessitam processar nada ali, pois quando viram Saramago apenas correram até ele e se juntaram ao abraço apertado.

— Igor!... Tara!... Que saudade de vocês!! — Saramago gritou, esticando seus braços para incluir os dois no abraço.

— SARAMAGO!! — Gritaram em uníssono, as lágrimas não paravam de cair facilmente.

De longe, os piratas, junto de Alícia e Felipe II assistiam a cena, todos emocionados e felizes, pois, apesar de não conhecerem muito bem aquelas pessoas, puderam sentir que elas eram muito importantes para Zein.

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