Capítulo 19
— A senhora Oliveira deve estar se levantando agora e quero lhe fazer companhia durante o café da manhã. Como eu gosto dela e de Paula... Você vem comigo, Diogo?
— Não, mamãe. Adrian e eu decidimos queimar o demônio esta noite e precisamos fazer os preparativos para...
— Diogo Saramago! — Sua mãe o interrompeu. — Você sabe muito bem que seu pai não gostava desse costume. Ele pode causar problemas e...
— Agora, quem está sendo supersticiosa? Ora, mamãe, nós só estamos querendo nos divertir um pouco! Que mal há nisso?
— Pois essa diversão é muito boba e irresponsável!
Ele piscou para Alba.
— Mas é tão bom bancar o irresponsável de vez em quando! Afinal, a vida de adulto não é nada fácil... Estou querendo convencer Zandra a me ceder aquele agasalho velho lilás. Forrado com feno, ele vai dar um bom corpo para o boneco. Só vai ficar faltando a cabeça...
— Já pensou numa abóbora? — Sugeriu a babá Sara. — Pegue a fruta, faça buracos para os olhos e para a boca e terá uma ótima cabeça para o boneco.
Diogo ficou entusiasmado.
— Ótima ideia! Agora, só vão faltar os chifres!
— E um rabo também... — Lembrou Alba.
— Basta! — Exclamou a Condessa Helena ficando apreensiva. — Espero que você saiba o que está fazendo, Diogo!
— Ora, mamãe, que bobagem! Preciso convencer Zandra a me ceder o agasalho de qualquer maneira... E quanto aos chifres, babá? Você tem alguma sugestão?
— Acho que eles não serão necessários. A abóbora em si já é assustadora o bastante!
— Você me desaponta, encorajando Diogo desse jeito, babá. — A Condessa Saramago estava revoltada. — Justo você, que é uma mulher temente a Deus e tem a cabeça no lugar!
— É por ser uma mulher temente a Deus que quero queimar o demônio, Condessa Helena. — Ela deu um sorriso maroto. — Nós vamos te queimar, queimar, queimar... e não ouse nunca mais voltar!
— Babá Sara!
— Ora, mamãe... — Interveio Diogo. — Não estrague nossa alegria!
— Pois eu não vejo graça nenhuma nessa alegria de vocês. Principalmente por causa do histórico desta família ou se esqueceu disso? — Ela dirigiu-se para a porta, com ares de ofendida. — Queime seu demônio, se quiser, mas me deixe fora disso! — E fez uma saída triunfal.
Diogo caiu na risada.
— Mamãe e seus exageros! Acho que Zandra puxou por ela!
— Será que o padre Mendoza vai aprovar? — Perguntou a babá.
— Ele é um monge jesuíta, não é? Com certeza vai ficar maravilhado!
— Mas esse é um costume pagão...
— Não se preocupe, babá. O padre não vai achar ruim, não... Bem, agora, tenho muito a fazer. Você vem comigo, Alba?
— Alba vai ficar e conversar um pouco comigo, senhor Diogo. Eu estou morrendo de saudade dela!
— Ah, pelo visto vocês vão ficar fofocando, não é? — Ele começou a rir. — Pois fofoquem bastante. Vou mandar subir chá com torradas para se distraírem.
A porta fechou-se por trás dele e Alba afundou-se numa cadeira, com um sorriso nos lábios.
— É tão bom ver que você voltou ao normal, babá...
— E você, minha querida? Também voltou ao normal?
— Eu não fui atingida pelo raio, não se esqueça disso.
— Pois eu acho que foi. Você foi atingida por um raio chamado Don Adrian Saramago... Sabe se eu tivesse a sua idade ou fosse apenas um pouco mais jovem adoraria ser atingida diversas vezes por um raio assim!
— Babá!
— Não reclame, senhorita França. Você sabe que eu tenho razão... Don Adrian atingiu sua alma e seu coração, não tente negar...
De repente, Alba sentiu uma necessidade enorme de desabafar, de repartir com alguém o segredo que guardava dentro de si. E ninguém melhor do que a babá para ser sua confidente.
— Se eu lhe contar um segredo, babá, você promete guardá-lo?
Sara Carter deu um sorriso, acentuando ainda mais as linhas de seu rosto.
— Se você soubesse quantos segredos eu guardo dentro de mim, querida...
— O que eu tenho a lhe dizer, babá... Bem, Javier é um Saramago, não é? Ele é
bem parecido com a família, não é verdade?
— Mas é claro que sim. Nem podia ser de outro jeito. Afinal, o senhor Diogo é o
pai dele!
Alba hesitou por instantes, antes de falar.
— A verdade, babá, é que Carmem disse a Diogo, naquela noite no iate, que Javier era filho de outro homem... Foi por isso que ele deixou a ilha naquele estado... E o pior é que isso pode ser verdade...
— Nunca!
— Pode, sim; por causa de uma coisa que Tim Maldonado me contou, no dia em que me levou até Diogo...
— E o que foi que o pobre do Tim lhe disse?
— Ele me falou que viu Carmem... fazendo amor com um homem na praia, embora tenha se recusado a me dizer o nome da pessoa... Daí eu conheci Diogo e o convenci de que Carmem tinha mentido a respeito de Javier, só para puni-lo... — Alba passou a mão pelos cabelos e respirou fundo. — Agora, Diogo acredita que o bebê é mesmo seu... O problema é que eu mesma não estou tão certa...
— Então você acha que Javier é filho do homem com quem Carmem fez amor na praia? — A babá balançou a cabeça, chocada. — Deus do céu, o que será que deu na cabeça daquela garota tola?
Alba estava confusa. Por que, em nome de Deus, Adrian não a esbofeteara, no momento em que o acusara de ser o amante de Carmem? Só podia haver uma resposta...
— O pior de tudo, babá, é que se Javier for realmente o filho do amante de Carmem, esse homem só pode ser uma pessoa...
Sara franziu a testa, em estado de choque.
— Você está desconfiada do próprio irmão do senhor Diogo? Que absurdo! O Don Adrian é um homem honrado! Como é que você teve coragem de pensar uma coisa dessas? Agora se fosse ao contrário eu não duvidaria de nada.
— Mas só pode ser ele, babá! Quem mais poderia ser? E tem mais uma coisa... Eu o acusei disso... e ele não se defendeu!
— Você teve coragem de fazer isso? — Sara Carter estava revoltada. — Por acaso ficou louca? Don Adrian Saramago jamais encostaria um dedo sequer na mulher do irmão! Ele não seria capaz de uma atitude baixa dessas... Deus do céu, Alba, como você consegue ter tanto ódio dele no coração? Você está tirando conclusões precipitadas por causa de boatos infundados...
Lágrimas cruéis apareceram nos olhos de Alba.
— Eu não odeio Adrian, babá! Odeio é o fato de amá-lo tanto!
As palavras haviam sido ditas e agora já não havia mais jeito de voltar atrás.
Ela secou as lágrimas com a palma da mão, procurando se controlar.
— Minha querida... — Sara Carter balançou a cabeça, preocupada. — Você está mesmo em maus lençóis... Ama o Don Adrian, enquanto o senhor Diogo insiste para que fique definitivamente aqui na ilha...
— Eu não posso ficar de jeito nenhum, babá. A próxima vez que eu for embora será para sempre...
— É a melhor coisa a ser feita. Nada de bom poderá acontecer, com o senhor Diogo desejando você e você desejando o irmão dele... Essa família já tem um histórico bastante complicado como mesmo disse a Condessa, e esse novo fato pode trazer uma grande tragédia familiar.
— Eu não... desejo Adrian.
— Pare de mentir, Alba. É claro que você o quer. Quando é que vai parar de se enganar desse modo?
A pergunta ficou sem resposta e ela achou melhor voltar ao seu quarto. Ali, debruçada na janela, compreendeu finalmente que a babá Sara tinha razão. Amava Adrian, queria-o mais do que qualquer outra coisa na vida, mas ele a via apenas como um brinquedo, uma distração passageira... Deixar a ilha para sempre seria a melhor solução. O trabalho no livro de Diogo já estava chegando ao fim e também seus dias naquela ilha. O pensamento de voltar a sua antiga vida e enfrentar de novo aquela cidade poluída a deixou cheia de tristeza. Como sentiria falta daquela praia e do ruído das ondas batendo no penhasco...
Já que hoje era feriado e não haveria trabalho, ela resolveu dar uma volta pelo jardim. Pretendia olhar bem cada flor, cada planta, cada árvore, para que elas ficassem gravadas em sua mente e lhe servissem de consolo quando estivesse de novo na cidade grande.
Estava quase chegando ao hall, quando deu de cara com a pessoa que menos gostaria de encontrar naquela hora.
— Olá! — Disse Adrian. — Posso saber onde é que você está indo?
O coração de Alba disparou.
— Eu... vou dar uma volta pelo jardim e...
— Pois vou sugerir um programa mais interessante. Que tal irmos até cidade, para comprarmos a abóbora que servirá de cabeça para o demônio?
Aquilo era a última coisa que ela queria.
— N... Não, obrigada, eu prefiro ficar...
— Eu insisto, senõrita. Você vai gostar do passeio.
E, antes que ela pudesse abrir a boca para recusar, Adrian a tomou pela mão,
levando-a para a praia correndo como se fossem dois jovens adolescentes apaixonados, onde Tim o esperava com a lancha pronta para a partida.
— Vamos para à cidade Tim.
— Sim meu Capítã...
Adrian sorriu e Tim também, deixando Alba curiosa pela estranha forma do cigano tratar Saramago.
A cidade de Saramago estava lotada de pessoas fazendo compras na feira livre, seus rostos alegres e roupas festivas saudando o verão e o tão festejado dia seu patrono e fundador Zein, o rei dos piratas. Mais adiante, havia um parque de diversões, de onde vinham os gritos entusiasmados das crianças de toda a região.
Que diferença daquele dia triste, quando Alba atravessara a cidade à procura de Diogo Saramago...
Hoje, ela poderia reparar melhor nas palmeiras que cresciam ao longo das ruas e nas casinhas pitorescas de frente para o cais, seus muros de granito cobertos por heras e plantas variadas. Notou diversas guirlandas feitas de rosas vermelhas sendo penduradas nas janelas e portas das casas.
— Há muito tempo... — Disse Adrian, passeando ao seu lado — A cidade de Saramago era governada pelos espanhóis, o rei e alguns súditos. Meu ancestral era um deles...
— Você sente muito orgulho desse tal de Don Zein, não é? Com certeza, são muito parecidos! Afinal, ele também gostava de abusar de jovens indefesas...
Adrian ignorou a provocação e mudou de assunto.
— Vamos dar uma olhada no mercado? Pode ser que você encontre alguma coisa bonita, que queira comprar.
Ela ficou um pouco sem jeito.
— Não vou comprar nada, não. Deixei a bolsa na ilha e estou sem dinheiro.
— Não se preocupe com isso. Eu tenho bastante aqui comigo. Venha, vamos dar uma olhada nas coisas.
Eles foram andando lado a lado, abrindo caminho em meio à multidão, parando de vez em quando em frente a alguma barraca, para admirar um objeto interessante.
— Olhe que beleza!... — Disse Alba, examinando um vaso. — Não é uma gracinha?
— Deixe-me ver.
Adrian pegou o objeto da mão dela e estudou seu formato.
— Acho que você deveria ficar com ele. É mesmo muito bonito.
O vaso foi embrulhado numa folha de jornal, pago por Adrian e entregue a Alba. Ao se afastarem da barraca, ele lhe disse para segurar o objeto bem firme, porque devia ser muito valioso.
Ela ficou surpresa.
— É mesmo?
— Eu acho que sim. E isso prova que você tem um ótimo olho para descobrir pechinchas. Se não me engano, essa porcelana é de excelente qualidade.
— Nesse caso, fique com o vaso. Afinal, ele foi pago por você.
— Ora, senõrita. O que é que eu vou fazer com um objeto de enfeite para um quarto de mulher?
— Mas ele é valioso...
— Mais uma razão para que você fique com ele. Eu jamais teria coragem de presentear uma mulher com algo que não fosse valioso. Não é o meu estilo.
Pouco depois, eles entraram numa quitanda, cujo aroma delicioso de frutas tropicais deixava qualquer um com água na boca,
A garota atrás do balcão sorriu para Adrian. Seus olhos brilhavam de um modo totalmente diferente, um misto de admiração e curiosidade.
— Deseja alguma coisa, senhor?
— Você tem abóbora? Estou precisando de uma.
A garota não pareceu espantada com o pedido.
— O senhor vai fazer uma torta?
Ele começou a rir.
— Não. Meu irmão quer fazer um boneco de feno e a abóbora vai servir de cabeça. Você sabe como são as comemorações do dia da reconquista, então...
A garota deu um sorriso.
— Nós recebemos mais pedidos de abóboras na época do dia das bruxas, mas acho que devemos ter uma lá nos fundos. Importa-se de esperar um pouco, enquanto eu dou uma olhada?
— Ficarei muito contente se você encontrar.
Cinco minutos depois, ele e Alba estavam andando na calçada, atraindo olhares curiosos dos que por ali passavam. A abóbora era enorme, de uma cor chamativa, mas Adrian a carregava com uma total falta de embaraço.
— Está com fome? — Ele perguntou, de repente. — Que tal um, lanche rápido?
— Por quê? Por acaso nós vamos comer essa abóbora?
Ele começou a rir.
— É claro que não. Hoje à noite, ela vai queimar na fogueira... Perguntei por que quero saber se você está com vontade de almoçar no The Pirata Coffe's, um restaurante & Café aqui perto, que é uma delícia. Eu, pessoalmente, estou louco de vontade de tomar um copo de vinho e comer lagosta feita como no passado.
Lagosta era um dos pratos favoritos de Alba também e ela nem pensou em recusar.
— Então vamos lá, Adrian. Também estou faminta.
O restaurante era rústico e aconchegante, com mesas ao ar livre, protegidas do sol por árvores enormes e frondosas árvores. Adrian encostou a abóbora num canto e sentou-se, olhou em volta e sorriu.
— É uma pena. — Disse Alba.
— O que é uma pena? — Perguntou Adrian.
— Usar a abóbora como cabeça do demônio.
— Ora, por quê?
— Porque na história da Cinderela, a abóbora acabava se transformando numa
carruagem de vidro, que a levava ao baile. Ou se esqueceu disso por acaso?...
— Sua cabeça está cheia de contos de fada. Mulheres são tão românticas... — Ele pegou o cardápio e começou a estudá-lo. — Às vezes, você fala como uma criança, sabia?...
— Só porque eu tenho imaginação?
— A imaginação é positiva, na medida em que ela não atrapalhe nossa visão das coisas. Além disso, excesso de romantismo traz expectativa errôneas sobre o amor e as pessoas. A vida real é bem diferente da ficção, mesmo que possa parecer que as vezes alguns acontecimentos ocorram iguais. A vida real não é um roteiro senõrita... Nossos atos trazem consequências terríveis. Agora, me diga o que você quer comer. Prefere lagosta ou camarão?
— Lagosta com certeza! — Ela respondeu sem pestanejar.
Pouco depois, o garçom trouxe os pedidos, juntamente com uma garrafa de vinho tinto. Ao se afastar, Adrian levantou seu copo e fez um brinde.
— Não deveria ser vinho branco? Ela perguntou estranhando o seu pedido.
— Eu não sigo as regras! Você bem sabe disso. Disse olhando fixamente a taça com o líquido. — À minha partida!
Alba ficou surpresa.
— Partida?
— Isso mesmo. Amanhã, minha querida, deixo a ilha Saramago e volto para a Espanha, que é meu lugar. Tenho muita coisa a resolver por lá. Fugir do meu destino faz parte da minha atual realidade agora.
De repente, a comida perdeu todo o gosto. A lagosta, tão apetitosa há instantes, transformou-se num prato intragável. Lá estava Rodolfo, à sua frente, saindo de sua vida, tão inesperadamente como entrara... Então, ele voltaria à sua amada Espanha e, quando lá chegasse, nem se lembraria de que um dia conhecera uma humilde assistente que cruzará o seu caminho chamada Alba França...
Mas, agora, era preciso ficar firme e não demonstrar seus sentimentos. Bebeu um gole de vinho e procurou mostrar-se calma.
— Deve estar muito quente por lá, não é?
— Quente como o inferno. Mas, para mim, aquela terra é o paraíso... Você deveria visitar essa região da Espanha. Tenho certeza de que iria gostar muito! Quem sabe Diogo a leve para lá, algum dia.
— Diogo?
— E por que não? Pode ser que ele queira fazer alguma pesquisa por lá... E, pelo que entendi, você vai ser sua assistente particular, não vai? Ele sempre quis descobrir a verdade sobre Don Zein Saramago e seus romances, e eu nunca permiti que ele lesse o diário pessoal de meu ancestral...
— Eu... eu ainda não me decidi... E por que não?
— As coisas poderiam ser mais complicadas ainda, sabe tem coisas que nem eu e nem os acontecimentos podem ser explicados. Tentou explicar, mas decidiu se calar logo em seguida bebendo mais um gole de seu vinho. — E o que está esperando para se decidir? Afinal, meu querido meio-irmão parece muito satisfeito com você... dentro e fora do escritório! Para falar a verdade, estou esperando para breve o convite do casamento de vocês...
Alba olhou para ele, seus olhos arregalados de tanto espanto.
— Casamento? Por acaso você ficou louco? Não há nada entre mim e Diogo, a não ser o trabalho! Ele é bom para comigo, me respeita e...
— E não é bondade, consideração e respeito que você procura num homem?
Então, case-se com Diogo! Ele tem todas as virtudes, enquanto eu tenho todos os defeitos. Sou o demônio que chegou nesta ilha e atrapalhou os seus planos, fingindo ser um homem honrado, enquanto, na verdade, não passo de um sem-vergonha, que seduziu a mulher do próprio meio-irmão, depois a assistente dele! Pense o que quiser de mim, senõrita! Pois decidi não me importar mais com fofocas e intrigas, já cometi erros demais por causa disso no passado. E tenha certeza não vou cometer os mesmo erros outras vezes. Amanhã, estarei na Espanha e você pode esquecer que um dia me conheceu! Não é isso que deseja?...
Alba quis dizer alguma coisa, mas não soube o quê. Teve vontade de pedir para que ele ficasse, de falar que acreditava nele, de confessar que o amava... Mas não teve coragem. Limitou-se a ficar ali, quietinha em seu lugar, e o almoço transcorreu no mais completo silêncio.
Voltaram a ilha Saramago logo depois. Alba sentou-se na lancha com o vaso embrulhado no colo, tomando cuidado para que ele não caísse. Sabia que ia lembrar-se dessa viagem para o resto de seus dias, até que fosse uma senhora madura como a babá Sara. E, como a própria babá, iria dizer a uma mulher mais jovem como ela.
"Quando eu era menina, conheci um rapaz alto e moreno, que tinha faíscas no olhar... E só uma vez na vida que se encontra uma pessoa dessas..."
Então, de repente, ela percebeu algo.
— Meu Deus! Nós esquecemos a abóbora no restaurante! — Olhou para Adrian, desesperada. — E agora?
Mas ele não pareceu preocupado com isso.
— Ah, é mesmo... Paciência! Ficamos sem a abóbora e pronto.
Alba baixou o olhar e não disse mais nada. Quando a lancha chegou à praia, ela nem esperou que seu acompanhante a ajudasse a descer e disparou areia afora, segurando com força o vaso contra o peito.
3129 Palavras
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