Mais um dia de trabalho se inicia no café. Estou me sentindo livre para fazer o que quiser, sem precisar me preocupar com os gritos do chefe.
Caminho de um lado para o outro — com os fones no ouvido —, atendendo a todos os pedidos, limpando cada mesa, vivenciando diversas histórias em apenas um dia.
Alguns incessantes minutos de trabalho depois, me apoio sobre o balcão e vejo um casal tomando capucino, esbanjando felicidade e contagiando o ambiente com tamanha alegria. A garota é loira, olhos verdes e tem um estilo bem despojado. O garoto tem o cabelo curto, olhos castanhos e uma aparência agradável. E ambos estavam felizes com alguma conversa interessante. Apenas continuei apoiada no balcão, com os fones no ouvido, admirando o casal.
Sorri em meio ao nada, e Aline me chamou:
— Atenda a mesa 26.
Assenti, peguei o bloco de anotações para pegar o pedido do cliente e me direcionei até onde ele estava.
Tirei os fones de ouvido e avistei um rapaz... que me fez parar por um instante e perceber o quanto ele era diferente, talvez, especial. Nossa troca de olhares foi momentânea, mas o suficiente para mostrar que existia algo de ruim entre nós: a distância.
Uma distância terrível, que nos prendia da felicidade, da forma de ver o mundo, de compartilhar coisas juntos e sentir um ao outro.
Tentei me controlar, ser eu, mas não consegui disfarçar a sensação de tê-lo.
Tentei respirar fundo, recompor as energias, manter a calma e não gaguejar, mas parecia que algo de muito importante estava prestes a ser perdido.
— O que... vo-você... vai querer? — perguntei (gaguejando).
Ele sorriu, apoiou os braços sobre a mesa, fitou meu cenho franzido e tentou se ajeitar na cadeira, deixando cada vez mais os dentes à mostra.
— Quero saber o seu nome — disse ele.
Bom, eu poderia sair correndo no momento, mas preferi manter o diálogo para ver até onde iria.
— Sou Sabrina... — soltei. Abaixei o olhar para o bloco de anotações, tímida, sem jeito, acho que até fiquei vermelha. Respirei fundo e voltei a fitar o rapaz. — E você, como se chama?
Ele se encostou na cadeira, cruzou os braços e sorriu.
— Pode me chamar de...
— SABRINA — gritou Aline.
Eu não acredito que ela nos interrompeu.
Aline se aproximou.
— Estou anotando um pedido — informei, meio que irritada, e já nervosa.
— Deixa que eu anoto. Vai lá limpar o balcão.
— Por que eu tenho que ir limpar o balcão?
— Porque esta é a sua função!
— Não! — exclamei. — Eu faço praticamente tudo aqui no café.
— Tudo bem, mas é que neste momento você precisa ir limpar o balcão, Sa.
Detesto quando a Aline me chama de "Sa"! Até parece que temos alguma proximidade. Somos apenas colegas de trabalho, e ponto.
Tive que ir para o balcão, sem ao menos saber o nome do rapaz.
Será que ele gostou de mim? Por que ele estava daquele jeito?
Nossa! Como eu queria ter pegado o número dele... Uma pena.
Comecei a limpar tudo. Coloquei os fones no ouvido e tentei me controlar. Fiquei com muita raiva. Mas não tinha muito o que fazer, a não ser limpar o balcão e tentar manter a ordem.
Poxa, ainda não me conformo. Como a Aline não se tocou que eu estava ali, com o cara, batendo um papo? Bom, nós não estávamos batendo um papo, foram apenas alguns diálogos, sem muita informação, mas enfim...
Melhor deixar para lá.
Continuei passando o pano no balcão, de um lado para o outro. Entrei no clima da música e até que tudo estava ficando perfeito.

Um pouco mais tarde, ao anoitecer, o movimento no café ficou mais tranquilo. Pudemos ficar mais sossegados.
Olhei através do vidro, o lado de fora, e avistei uma moça, caminhando com uma criança, provavelmente seu filho. Ambos estavam com casacos compridos, sorrindo em meio às batidas de queixo, e nada os impedia de sorrir. Admirei a cena com muita apreciação. Realmente estava frio, mas no café, estava quentinho. Permaneci com os olhos na criança e na moça. Eles estavam no outro lado da rua. O menino era lindo, uma criança feliz, e aparentemente educada. Gostei de observar os dois, naquele instante.
— Vamos embora? — disse Léo.
Olhei para ele, o fitei por alguns segundos e assenti.
Já estava na hora de ir embora, felizmente.
Voltei para trás do balcão, me direcionei até os fundos, troquei de roupa e já fui me preparando para enfrentar o frio na rua.
Nos despedimos e cada um foi para sua casa.
Ao sair do café, esbarrei em alguém sem querer. O frio não ajudou em nada e a queda no chão me fez sentir mais frio ainda.
De repente, um rapaz estendeu a mão. Segurei. Fui puxada para seu encontro e a luz do luar revelou que era o mesmo rapaz que estava no café mais cedo.
Fiquei boquiaberta e ele apenas observou minha expressão de surpresa.
"Fala alguma coisa, Sabrina, anda", pensei.
— Lucas — disse ele.
— O quê? — questionei, sem entender absolutamente nada.
— O meu nome... é Lucas.
Ele envolveu os braços em minha cintura, sorriu e se aproximou para me beijar.
Finalmente isso iria acontecer...
— Tchau, Sa — disse Aline. — Até amanhã.
Ela passou ao meu lado e nos interrompeu.
Acenei.
E Lucas (o rapaz que era desconhecido) me soltou. Aline se afastou, indo embora. Fiquei parada, com as mãos no bolso do casaco, sem saber o que fazer e com vergonha pelo ocorrido.
Ele se aproximou vagarosamente, me abraçou e rapidamente deu um beijo.
Aproveitei o momento para abraçá-lo e me senti completa ao seu lado.

Tudo em minha vida mudou desde então...
Hoje, conto aos meus filhos esta história, de como conheci Lucas. Uma pessoa que mudou completamente minha vida, fez de todos os dias os melhores, e que me surpreende a cada momento com seu gesto e prova de amor.
Tenho gratidão por sua existência, e sou a prova de que amor à primeira vista existe.
Se acreditar, confiar, e se tiver um pouquinho de sorte, tudo pode mudar... só depende de uma iniciativa e da oportunidade. ♥

😍😍😍

Olá, leitores!

Tudo bem?

Espero que esteja tudo ok. ☺

O que vocês acharam do texto, hein?

Curtiram?

Espero que tenham gostado, pois foi feito com muita inspiração e dedicação. ♥

Não sei exatamente onde eu estava com a cabeça para criar este texto intitulado "Sabrina", maaaas acho que muitos de vocês vão gostar. 😍☺

E sobre o post anterior, falei que ia colocar uma playlist aqui das músicas que ando escutando ultimamente ao produzir alguns posts, certo?

Alguns leitores ficaram interessados em saber quais as canções que trazem inspirações para tanto assunto (porque eu falo demais 😂).

Pois bem, eu não tenho uma playlist formada sobre todos os posts, sugeri postar a playlist aqui apenas pelo calor do momento, da emoção. 😂 Só que para não deixar quem estava interessado meio que no "vácuo" (vamos dizer assim), vou listar abaixo a música que ouvi enquanto estava produzindo este texto. ↑↑ Ok?

♪♫ "Rihanna – Love on the brain (2016)" ♪♫

♪♫ "Counting Crows – Mr. Jones (1993)" ♪♫

♪♫ "Bridgit Mendler feat. Devontée – Temperamental love (2017)" ♪♫

Foram apenas estas três músicas. ♥ Espero que alguém goste, e se não conhece, recomendo ouvir.

Aproveita e deixa sugestões de músicas aí nos comentários. <3 Gosto muito de novidades.

Obrigado a todos que leram até o final, comenta e vota aí para ajudar. Obrigado!

Indica este post para os amigos, chama a galera, faz um movimento aí na internet, entendeu? Diz que "Intelect☺" (2017) é top (porque é). 😂😂 Porque eu sou bem legal também. E me segue nas redes sociais.

Fala de mim para as pessoas, não esquece. ☺

Tchau, e até a próxima... ☺

Abraços...