Do you believe in vampires?
Com risos e com muita pressa, o casal teve que correr para dentro de um restaurante para se proteger da chuva inesperada. A queda brusca das gotas gordas de água botou todos na rua para correrem, tudo se tornou uma bagunça no meio da tarde. Debaixo da cobertura da frente de um restaurante, Emmett e Suzan começaram a se examinar e as suas sacolas. Não iam comprar nada, mas Suzan simplesmente experimentou umas tortas de um velho senhor no fim da rua e teve que pegar ao menos três para sua família para não terem que dividir tais divindades.
— Você devia pegar para sua família também!— comentou ela. Emmett controlou o sorriso.
— Ninguém lá em casa curte tortas.— ele disse. A ruiva ficou indignada, sentia que todos no mundo deveriam adorar aquelas divindades.
— Em uma casa com oito pessoas e ninguém gosta de torta!? Vocês não são desse mundo!
— Pimentinha, você não tem ideia!— ele respondeu com um meio sorriso malicioso. Suzan balançou a cabeça sem pensar demais nisso.
— Tá, e do que vocês gostam? Eu e Bella poderíamos cozinhar qualquer dia desses que vocês fossem nos visitar. Um frango assado talvez?
Emmett riu e balançou a cabeça.
— A gente gosta de algo mais cru.
— Sushi?— Suzan fez careta, nunca tinha montado um sushi em toda sua vida e tampouco apreciava tal comida. Emmett se segurava para não gargalhar da inocência dela e apenas se calou.
— Ei, Su— ele baixou o olhar e se encostou na parede ao seu lado. Algumas pessoas dentro do salão do restaurante os observavam com curiosidade através das grandes janelas. Suzan ficou imediatamente desconfortável com tanta atenção e tentou se focar apenas em Emmett.
— O que foi?— ela se aproximou mais dele, buscando esconder-se com os ombros largos do moreno e, claro, também tirar uma casquinha.
— Pergunta hipotética.
— Pode mandar— ela sorriu, Emmett baixou o olhar para admirar aquele sorriso meigo. Pensou numa coisa estranha: com esse jeito tão doce, como ele poderia merecê-la? Foi um questionamento novo em seu subconsciente e ele ficou muito confuso além de surpreso. Emmett não costuma ficar se perguntando se merece a companhia de uma ou outra pessoa. Bizarro.
— Ah.. é...— ele gaguejou. Franziu a testa e perdeu o foco. O que foi isso!? O sorriso da Swan se alargou.
— Que fofo, vai corar?— ela provocou. Emmett soltou uma risada nasalada e balançou a cabeça. O moreno endireitou a postura retomando sua confiança e o controle da situação.
— Não, eu só pensei em uma coisa esquisita.
— Que seria?
— Você acredita no sobrenatural, Su?— ele desviou do assunto sem que ela reparasse que tal pergunta não tinha nada a ver com seus pensamentos.
— Tipo o quê?— ela ficou curiosa com tal proposta.
— Sei lá. Seres místicos, em geral?
— Unicórnios, sereias?
— Não tão mágicos.— ele sorriu analisando atentamente a expressão dela. Suzan faz um bico e cerra os olhos azuis, pensativa.
— Preciso que seja mais claro— ela pede, por fim. Lhe deu um branco total e ela sabia que não adivinharia sem uma mãozinha.
— Você acredita em vampiros, Su?— ele ficou sério, de repente. Suzan encolheu os ombros por conta do vento frio que passou por eles, invadindo o estabelecimento quando um casal de amigos saía apressado.
— Não tenho certeza. Sou uma pessoa que gosta de ver para crer, sabe? Nunca foi provado que eles existem, mas também nunca foi provado que eles não existem.— ela admitiu, pensativa.
Sem se aguentar muito, Emmett começou a rir. Deveria ser uma conversa séria. Uma onde ele descobriria o quanto Suzan pode ficar interessada em saber sobre seu mundo. O que ela acha que ele é. Tem medo de demônios, querida? Será mesmo que ela o veria dessa forma?
— E o que você acha deles?— ele perguntou, mordendo o lábio inferior e se abraçando ao encará-la. Ele não consegue se levar a sério então é um tanto difícil para que Suzan o leve a sério. Ela coçou entre as sobrancelhas para esconder seu sorriso. Vê-la se encolher nunca vai perder a graça, Emmett pensa.
— Não sei, nunca conheci um.— ela cerrou os olhos para ele, queria saber onde ele queria chegar.
Ele se aproxima dela mais um pouco. Tem um belo e largo sorriso nos lábios, seu humor sempre contagiante faz com que Suzan se perca por uns instantes ao admirá-lo. Ele ouvia os batimentos cardíacos dela se acelerando, ouvia o sangue correndo em suas veias, a respiração irregular dela, sentia seu cheiro gostoso. Via o quanto ela é bonita e gostava de suas imperfeições humanas. Como elas se completavam.
— E se eu te dissesse... que você está cara a cara com um agora?— ele sugere, comprimindo os lábios para conter o riso.
Suzan tombou a cabeça de lado e mediu o moreno de cima a baixo com calma. O olhar sereno, imutável, Emmett sabe que ela não está cogitando isso para valer e se surpreende ao reparar o quanto gostaria que ela estivesse.
— Faria sentido— ela deu de ombros, por fim.
— Ah é?— ele baixou o tom. Sua voz se tornou ainda mais agradável. Tentadora, atraente. Suzan desceu os olhos para a boca dele e sentiu borboletas fazerem a festa na sua barriga.
— Pois é— ela murmurou se obrigando a olhá-lo nos olhos novamente. O clima entre eles fica tenso de um jeito gostoso. Como se uma bolha se formasse ao seu redor, quente e com muito recheio de serotonina— Faria total sentido porque você não pode ser humano.
— Jura, princesa?— Emmett arqueou a sobrancelha. Dois palmos de distância era o que eles tinham entre si. Suzan baixou a cabeça e seus cabelos ruivos fizeram uma cortina no seu rosto, privando Emmett do que ele mais gosta de admirar. Emmett então ergueu a mão que não carregava nenhuma sacola e tirou o cabelo dela da frente, colocando-o atrás da orelha da humana, sentiu a textura suave de sua pele na ponta dos dedos. Ele gostaria que o calor dela o derretesse, mas era mais provável que o seu corpo frio a queimasse— O que te faz pensar assim?— ele deu um toque suave no queixo dela para erguer seu rosto e os dois sorriram docemente, quase sem perceber o que estavam fazendo.
— Você parece bom demais para ser real— ela balança a cabeça e suas mãos encontram a cintura de Emmett. Por incrível que pareça, ela consegue não pensar no corpo que aquelas finas peças de roupa escondem.
— Mas eu sou mesmo— o moreno debocha. Suzan ri baixinho e revira os olhos.
— Metido demais.
— Você gosta de mim do mesmo jeito. Eu falaria com os defeitos e tudo mais, mas acontece que eu sou perfeito mesmo— ele provocou. Suzan respirou fundo e encarou a boca daquele que poderia lhe dar uma sentença de vida.
— Você é um idiota— ela resmungou, parecia enfeitiçada. Emmett sorriu, sentia-se hipnotizado da mesma forma.
— E você vai me beijar agora ou vai ficar enrolando?— ele perguntou diminuindo a distância para apenas um palmo. Sentiu as mãos de Suzan apertarem sua camiseta e isso lhe dava uma sensação estranha na garganta. Não era a sede que ele estava mais do que acostumado. Emmett ficou ansioso. Podia até pensar que seu coração estaria tão acelerado quanto o dela, se ainda batesse.
— Calma lá, vampirinho— ela debochou e, enquanto Emmett deixava escapar uma risadinha, ela ficou na ponta dos pés e o pressionou seus lábios contra os dele. Foi um simples toque e Emmett poderia jurar que Suzan era uma bruxa que podia fazer o mundo parar com o movimento mais sutil.
Ambos levaram choque, ela, pelo frio, ele, pelo calor. Foi... interessante, na falta de uma descrição melhor. Emmett se perguntou como seria sentir a pulsação dela na ponta da língua. Ele segurou o rosto dela e Suzan sentiu uma empolgação tomar espaço no seu peito e envolveu o pescoço dele com os braços, juntando seus corpos de uma vez. Nessa hora ela não estava preocupada com a temperatura dele, ou sua rigidez. Queria apenas suprir o desejo. Mas não é bem assim que funciona, depois do primeiro beijo, a atração começa a aumentar. Emmett fechou os braços ao redor da garota e eles se encaixam em um ritmo ansioso. A garganta dele ardeu pra caralho e ele sentiu que perderia o fio da meada, sabia que ela estava correndo um risco enorme com aquele contato.
Quando apertou Suzan um pouco mais forte e a garota soltou um gemido, foi que Emmett teve um vislumbre racional e a soltou com cuidado, a sede lhe subia a cabeça lentamente, e ele começou a repetir um mantra em seus pensamentos que não machucaria ela de jeito nenhum. Ele colocou as mãos nos quadris dela e a afastou gentilmente, Suzan não resistiu, um pouco confusa com a reação dele e o porquê de sua boca estar fria agora.
— Espera um pouco— Emmett trincou o maxilar e virou o rosto para se conter. Ainda bem que ficar sem respirar não é tão incômodo quanto parece.
— Eu fiz alguma coisa?— Suzan se preocupou, não soube o que pensar, ele a afastou mas não tirou as mãos dos quadris dela. O que isso deveria significar? Emmett fez careta e não respondeu. Ok, talvez ele tenha forçado um pouquinho a barra. Não que ele tenha se alimentado de muitos humanos ao longo de sua existência sendo criado desde sempre por Carlisle, mas das vezes que aconteceu... Ah, foi muito prazeroso.
— Não. Não!— ele a soltou e saiu da cobertura do restaurante, rapidamente sendo encharcado pela chuva.
— Emmett?— Suzan franziu a testa, perdida.
— Está tudo bem, princesa— ele sacudiu a cabeça e gesticulou para que ela não o seguisse.— Tá tudo bem— ele sorriu forçado. Não conseguia pensar em nenhuma desculpa para sua atitude e não gostava de ver certa mágoa no rosto da garota embora ela tentasse disfarçar— Eu só precisava de um banho frio mesmo!— ele passou a mão nos cabelos escuros. Suzan o encarou sem pensar em nada e esperou. Ela só não saberia dizer exatamente o quê.
É. Não foi um bom jeito de acabar com um bom encontro, mas aconteceu.
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