A escuridão do quarto não era apenas a ausência de luz, mas o peso invisível de tudo o que nunca foi dito. O mundo lá fora seguia indiferente, enquanto dentro dela um grito silencioso se acumulava como um nó impossível de desfazer. O espelho refletia um rosto que não parecia seu, marcado por palavras que nunca deveriam ter sido ouvidas. Família, amigos, amor—conceitos distantes, quase lendas. E ali, entre o cansaço e a dor, restava apenas a pergunta que ecoava sem resposta: se ninguém a enxergava, ela ainda existia?