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Capítulo XXXVII


— Quando? — a mágoa me envolveu, firme e dura. — Quando você se lembrou?

Harry abaixou a cabeça, envergonhado.

— Hoje mais cedo, quando você me livrou da sereia.

— Hoje mais cedo? — deixei as lágrimas descerem. O meu trato interno não parecia importante mais. — Você se lembrou de tudo naquela hora e não me disse nada?

— Eu não podia, Bella. — ele chorou também. — Você já tinha desistido, de nós. Já estava machucada o suficiente para saber agora que eu me lembrei. Eu nunca pensei que me encontraria de novo. Que Arthur me manteria vivo para ser uma espécie de guarda escravo sem memória. Não sou mais o mesmo. Era tarde demais.

— Não era tarde demais!

Não consegui encará-lo. Tentei me recuperar de costas.

— Como? Como aconteceu?

— A tatuagem. — ele disse baixo, com a voz embargada. — Quando nos despedimos, no quarto, e você me segurou, a minha tatuagem reapareceu e ardeu. Você não sentiu?

Eu senti, mas não importava mais.

— Até que parte da história que Arthur me disse é verdade? Você realmente aceitou me esquecer? A sua vida está ligada à dele?

— Ligada? Não! Isso nunca aconteceu.

Eu já devia ter imaginado. Ele sempre mentia. Aland podia ter o matado, e nada aconteceria a Harry. Foi o blefe perfeito.

— Por que agora? Se estava decidido a esconder isso e me deixar, por que me contar agora?

— Não consegui. Achei que podia, mas fui egoísta o bastante para não conseguir te deixar para outro.

— E porque me deixaria com o Aland? Por que me jogar pra outro homem?

— Porque ele te daria uma vida melhor. Porque ele é um príncipe, e eu fui um Duque fracassado que só te fez sofrer e que não foi capaz de te salvar quando devia. Porque eu te deixei ir quando devia ter te protegido.

— E por isso decidiu me esquecer? — chorei. Ele não tinha negado essa parte.

— Era a única garantia que eu tinha de que Arthur nunca mais chegaria perto de você. Foi a coisa mais difícil que eu já tive que fazer. O feitiço foi mais doloroso do que toda a tortura que passei. Eu não queria que você sofresse além do que sofreu quando pensou que eu estava morto, se soubesse que Arthur me manteve vivo para me torturar mais teria sido pior, por isso tentei cortar a nossa conexão. Você sentia a minha dor durante os sonhos, eu não sabia até onde isso iria te atingir. Queria que você fosse feliz de novo, mesmo que isso significasse que eu viveria o resto da minha existência no completo vazio.

Harry me olhou com ardor. Seus olhos azuis brilhavam. Ficamos presos nesse olhar, até eu perceber que tudo era demais. Demais para que eu pudesse assimilar agora.

Corri em direção a minha cabine, e fechei a porta sentindo meu corpo desmoronar no chão. Tudo parecia girar ao meu redor. Eu não podia encará-lo.

E quanto a Aland? Ele merecia uma resposta. Uma resposta que, agora, era tão óbvia que me fez perceber que eu estava presa a um único homem, e sempre estaria. Eu não podia mais me enganar. Sempre seria Harry, mesmo que amá-lo doesse como a morte e fosse o caminho mais difícil.

Aland merecia um amor sincero e inteiro. Ele era perfeito, mas não parecia ser perfeito para mim. Como eu conseguia preferir Harry? Um pecador complicado e teimoso tão diferente de mim que pensava que se sacrificar seria melhor?

Chorei sozinha no quarto, sem saber o que fazer com tantas emoções juntas, explodindo e fazendo o meu corpo tremer. Minha boca estava seca. Eu precisava dele. Agora que o tinha de volta, não conseguia me livrar da sensação de que, a qualquer momento, o perderia de novo.

Eu estava tão sensível que podia sentir Harry me chamar. Eu podia sentir o calor dele clamando pelo meu, de forma tão intensa que me sufocava. Como se fosse uma necessidade.
Abri a porta, pronta para ir até ele quando encontrei seu corpo parado do outro lado.

Ele estava me esperando. Seus olhos azuis como o oceano penetraram os meus. Ele sentia o mesmo. A mesma necessidade. O mesmo sofrimento por termos ficado separados por tanto tempo. O arrependimento que corroía a alma por não termos ficado juntos quando podíamos.

Eu me forcei a dar um passo adiante, quando ele atravessou a distância e me tomou para si, fechando a porta do quarto atrás de mim. Harry me beijou com tanta urgência e saudade que eu senti a parte vazia em mim se encher de
novo. A parte quebrada, machucada e dolorida estava inteira.

Uma onda forte de calor me invadiu. Meus braços agarraram o seu pescoço enquanto os meus dedos entravam em seu cabelo. Eu me perdi nele, deixando para trás tudo o que nos separava. Chorei enquanto o beijava, sentindo o meu coração se entregar.

Eu sempre fui dele, e sempre seria.

Faíscas efervescentes percorreram meus braços e pernas conforme o beijo ficava mais calmo e suplicante. Quando terminamos, não conseguimos nos soltar.

As mãos de Harry continuaram em minha cintura, fazendo círculos carinhosos com o polegar, e os meus braços continuaram enroscados no pescoço dele. Sua testa descansou na minha.

— Eu te amo, estrela. Você entrou em mim, tornou-se parte de mim. Eu sou incondicionalmente seu, desde o dia em que nos casamos.

— Eu também te amo, me perdoe por todas as coisas que eu te disse...

Ele me interrompeu com outro beijo.

— Você sempre mentiu mal, meu bem. Eu não chorei porque acreditei no que você me disse, e sim porque percebi que Arthur estava te torturando tanto que obrigou você a dizer aquilo. Me odiei por ter deixado você ir embora sozinha e por ter feito você cair nas mãos daquele homem maldito.

— Não me deixe, nunca mais pense que me esquecer é a solução. Se fizer isso, não irei suportar.

— Eu não teria forças para isso.

Ele entrelaçou a mão na minha, e levou meu pulso aos lábios, sussurrando baixo:

"Um amor que não se pode morrer, lembra?"

Cada toque dele me queimava e me reconstruía ao mesmo tempo. Deixei todas as minhas emoções fluírem em direção a ele, à flor da pele, expostas e sensíveis. Um baque no barco, então, fez o nosso corpo ir, com força, ao chão. Harry me abraçou forte, levando a queda inteira nas costas.

— O que foi isso?

— Eu não sei.

Outro baque surgiu, como se o barco tivesse batido em uma grande pedra. Harry me ajudou a levantar sem deixar de segurar a minha mão e me guiou para fora. 

Aland andava de um lado para o outro, lutando para arrumar o barco enquanto eu procurava freneticamente por algo firme para me segurar, em meio a uma tempestade furiosa que não nos dava trégua. Harry correu para ajudá-lo.

— Foi um iceberg. — ele explicou, inteiramente preocupado. — O barco não vai aguentar por muito tempo, precisaremos descer.

— Descer? No meio do mar?

— Tente ver além da neblina, Bella. — Aland gritou de longe, tentando arrumar as velas.

Forcei a visão, até entender o que ele estava tentando dizer. Um frio ainda mais forte me envolveu. Nós não nos afogaríamos no meio do mar, porque a parte à frente já estava congelada, e no horizonte, a ponta de um Palácio de gelo brilhava.

Chegamos na Vermênia.



Foi um completo desespero. A maré violenta jogou o barco de um lado para o outro até que ele começou a se quebrar. Harry e Aland trabalharam juntos até conseguir direcionar o que restou do barco até a superfície congelada.

Eu não consegui prestar muita atenção no que eles faziam, porque os meus ossos começaram a doer de frio.

— Estrela? Por favor, olhe para mim, aguente firme. — escutei a voz de Harry, enquanto ele me olhava desesperado. Senti meu corpo ser erguido.

— Me deixe carregá-la, ela vai morrer de frio se não for comigo. — Aland pareceu discutir.

— Não! Acenda uma fogueira, qualquer coisa.

— Fogo não se acende no gelo.

— Eu est-tou bem. — tentei dizer, sentindo meus pulmões doerem. Harry tentou me abraçar mais forte, até perceber que não estava funcionando. Não tínhamos roupas quentes o suficiente, e tudo do barco tinha molhado na tempestade.

— Ela não está e você sabe disso. — a voz de Aland saiu mais firme. — Eu não vou fugir com ela.

Senti o corpo de Harry se enrijecer de raiva.
Ele beijou a minha testa e eu senti meu corpo ser passado aos braços de Aland.

Foi como se o ar tivesse voltado aos meus pulmões, sensação essa que veio junto com a culpa. Ele estava me ajudando, e eu tinha voltado com Harry sem dizer nada a ele.

Eu não podia mais ser tão egoísta. Precisava contar. Ele, provavelmente, seguiria sozinho e nos deixaria. Aqui, no meio do gelo completo, mas não importava. Eu não me importava de ser largada no chão. Ele precisava saber, por mim.

— Eu preciso conversar com você. — sussurrei, vendo a fumaça fria sair da minha boca enquanto ele me aninhou nos braços. — Preciso dar a sua resposta.

— Não precisa, Qhana. — ele não conseguiu me olhar. — Eu sei.

Senti meu peito se abrir.

— Como?

— Você está feliz. Mesmo tentando esconder de mim, você parece estar brilhando por dentro. Sempre quis te ver assim, então por favor, não fique mal por minha causa como sei que está agora. — ele tentou me consolar, o que fez com que eu me sentisse pior, porque era ele que estava sendo atingido.

— Não posso me sentir de outra forma. Te machuquei.

— Você não me machucou, eu fiz isso a mim mesmo, estraguei nossa amizade.

— Não estragou. Por favor, me jogue no gelo. Me sentirei melhor.

— Nunca. — ele sorriu, parecendo se esforçar para gerar mais calor, o que não devia ser simples em um local tão gelado. Seus olhos tinham se tornado fendas. — Não está sendo fácil, mas eu amo você, e esse amor não vai passar porque sei que você pertence a outro. Eu apenas preciso de um tempo para transferir esse sentimento para o lugar certo. Preciso te amar como uma amiga, que é como deveria ser. Passamos muito tempo juntos, talvez um homem e uma mulher não devam ficar sozinhos por tanto tempo. Um dos dois vai acabar pensando besteiras.

Um silêncio se formou. Eu sabia que Harry não estava escutando, porque Aland fez questão de andar mais rápido do que um humano era capaz de acompanhar. Mesmo assim, eu conseguia sentir a raiva e o ciúmes dele o
corroendo.

— Obrigado, por entender.

— De nada. — ele tentou forçar a visão, no que parecia ser uma névoa de gelo. — Precisamos encontrar roupas para você. O Palácio está longe.

— Eu já me sinto melhor.

— Não o suficiente. Está na hora de deixar alguém cuidar um pouco de você. Só está aqui por minha causa, não vou permitir que morra de frio.

Não consegui mais discutir. Aland diminuiu o passo, e Harry nos alcançou. Ele também parecia estar congelando, mas suportava em silêncio. Depois de muito andar sem conseguir ver nada, os braços de Aland começaram a fraquejar.

Ele estava fazendo muito esforço para me manter aquecida, e começou a ficar com os lábios roxos. Depois de muita relutância, ele me soltou e eu voltei a andar.

A roupa fina não tinha ajudado, então o frio logo voltou a me envolver. Harry retirou o casaco e, depois de Aland o aquecer, colocou em meus ombros. Eu não sabia para que direção estava andando, mas permaneci na esperança de que encontraríamos o Palácio antes de morrermos congelados.

Uma flor branca e solitária de dez pétalas, da cor do gelo, me chamou a atenção durante o caminho. Eu nunca tinha visto nada tão bonito, então a arranquei do solo de gelo. Por algum motivo, quis guardá-la no bolso do casaco.

— Harry, proteja a Arabella! — Aland disse alto, depois de paralisar na frente. Harry me puxou para trás.

— O que está acontecendo? — tentei perguntar, até a névoa passar. Um rosnado alto e assustador fez o chão tremer. Não demorou até que eu visse a enorme criatura por trás do barulho.

Era um tigre dente de sabre.

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