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Capítulo XLII


Minhas pernas tremeram quando senti o ar gélido que saiu das asas dela. Que espécie de pergunta era aquela?

— Você acabou de dizer que sabe quem eu sou. Arabella, você sabe meu nome.

— Não é isso que estou perguntando. Você me diz quem é. — ela repetiu, com os olhos brilhando. Tive medo de ela que me matasse com aquele bico dourado.

— Eu... — engoli a vontade de chorar. — Eu não sei quem sou.

Fechei os olhos, pronta para virar comida de coruja quando escutei ela sorrir, se é que as corujas sorriam.

— A resposta está correta. Você já foi muitas coisas, e nenhuma delas é mais. Já foi uma princesa, já foi uma sobrinha quase morta pelo tio, já foi uma filha que perdeu o pai, já foi uma viúva, e agora, não sabe quem é. Vou te dar a resposta. Você é a responsável por guiar pessoas e cuidar delas, mesmo que isso signifique que irá se machucar no processo. Você despertou dois homens que estavam na ruína. Criou dentro deles um amor e senso de fidelidade a você que poucas vezes é encontrado. Seu amor é verdadeiro e intenso, e por isso você foi a escolhida. Você pensou que era pequena e fraca por apenas saber amar, quando na verdade essa é a maior das virtudes. Seu nome é Arabella, e seu coração é forte, por isso, terá um desejo concedido.

Meu peito se aqueceu. Eu nunca pensei que aquelas palavras fossem me marcar tanto, e me pareceu uma grande responsabilidade escolher algo dessa forma. Poderia ser, literalmente, qualquer coisa.

Celeste observou a minha hesitação.

— Não temos muito tempo. O que deseja? Imagino que seja matar Arthur. Ele a prendeu, machucou e retirou de você o homem que amava.

Por um momento, aquelas palavras pareceram tentadoras. O mundo seria um lugar melhor sem Arthur, mas como eu poderia desejar a morte de alguém? Eu não criei a vida dele, e não era digna de tomá-la.

Apenas o fato de considerar a ideia me fez perceber que o meu coração não era justo e que eu não era apta a fazer justiça com as minhas próprias mãos. Um dia, de alguma forma, ele sofreria as consequências de tudo que causou.

— Não é o que eu desejo. — segurei minhas próprias mãos, sentindo o temor da responsabilidade me deixar tonta. — O que as outras pessoas antes de mim pediram?

— O de sempre. Dinheiro, poder, morte, vida.

Vida.

Meu coração se apertou ao me lembrar do meu pai. Da sensação do abraço dele na memória que se desfez. Eu poderia mentir. Dizer a Aland que nunca encontrei o Cristal, e então teria o meu pai de volta. Mamãe seria feliz novamente. Cecília e Apolo teriam ajuda para governar. Eu teria o meu pai.

— Eu posso... eu posso trazer de volta alguém que já morreu?

A Coruja soltou o que parecia ser uma respiração pesada, e seus olhos me invadiram com pena, e ao mesmo, algo parecido com decepção.

— Não, o ciclo da vida não pode ser quebrado. Meus poderes não são ilimitados, há uma balança que deve ser mantida. Sinto muito, Arabella, não posso trazer alguém que já se foi de volta.

Senti lágrimas quentes rolarem pelo meu rosto, que veio junto com um alívio que eu não queria admitir. Eu estava mesmo disposta a trair o meu amigo, e a deixar que a guerra continuasse. Agora, tinha real noção do meu coração corrompido pelo pecado.

— O tempo corre, e logo tudo se esvairá. Nada do que ocorre aqui, você se lembrará. Me diga o seu desejo, e logo o concedo. És humana, e como humana foi tentada, cumpra o seu destino com sabedoria e razão, e terá paz em seu coração.

A rima só serviu para me deixar ainda mais nervosa. Como assim eu não me lembraria? E se eu fizesse uma escolha ruim? Quais consequências teriam? Agora, eu sabia que não era digna. Não merecia estar aqui.

Caí de joelhos ao chão, percebendo o que era realmente importante. Eu não era importante. O pedido não deveria ser sobre mim.
Considerei pedir para que vencêssemos a guerra, até cogitar que as pessoas dos reinos que perdessem, provavelmente, morreriam.

O povo não era culpado pelas ações de líderes ruins. As mulheres ficariam viúvas dos seus maridos, e sofreriam tudo que sofri. As crianças perderiam seus pais, mães perderiam seus filhos com idade para lutar.

Pessoas inocentes, que não tinham absolutamente nada a ver com os líderes. Pessoas como Calanthe e Isis. Como Abigail e Abiezer. Como Ava e o marido. Agora, com certeza do meu pedido, me levantei com firmeza e encarei seus grandes olhos.

— Meu desejo é que não haja guerra.

Celeste virou a cabeça de lado.

— Esse é um pedido grande, e complexo. Imagino que esteja me pedindo apenas por esta guerra, de sua geração. Compreende que isso significa que outras guerras no futuro poderão surgir? Para que nenhuma guerra jamais ocorra, isso dependeria que todo o coração da humanidade fosse mudado, e isso é impossível de ser realizado.

— Se é tudo que posso pedir, então sim, desejo que não haja guerra nessa geração.

— Só há uma possibilidade de realizar seu desejo, com uma consequência, e você não saberá qual é. Tem certeza de sua decisão?

Ela parecia orgulhosa. De alguma forma, eu sabia que estava fazendo a coisa certa. Não podia trazer paz ao futuro, mas traria ao presente.

— É exatamente isso que eu desejo.

O Cristal brilhou, e instantaneamente, a coruja se transformou em uma grande guerreira, que na verdade, se parecia muito comigo. O vapor encheu a sala até eu perceber que eu estava encarando o meu próprio reflexo, e eu tinha ganhado uma coroa de gelo e um vestido azul cristalino, que descia em pedras de diamante por toda a manga dos braços e a saia rodada.

Então, fui empurrada por uma força invisível que me carregou em um limbo vazio. Foi como se a minha memória estivesse se perdendo, e, aos poucos, a imagem da Coruja ia desaparecendo, como areia escorrendo pelos dedos.



Senti o ar encher meus pulmões, então, com força, e quando abri os olhos, vi que Harry estava chorando enquanto me segurava em seus braços. Toquei seu cabelo, sentindo meu peito se partir ao ver seu rosto coberto de lágrimas.

Ele se assustou ao sentir o meu toque, e a expressão de desespero se suavizou ao mesmo tempo em que ele me beijou, com tanta ternura e preocupação que me fez retribuir com a mesma intensidade.

Ele me abraçou forte, e roçou um breve beijo em meu pescoço.

— Você acordou. Ah, meu amor, você acordou! Eu espero que eu não esteja ficando louco.

— Harry... — toquei em seu rosto, sentindo a dor da angústia dele. Por que ele estava daquela forma?

— Achei que tinha te perdido de uma vez.
Depois de tudo o que passamos, nunca pensei que chegaria a um ponto de desespero tão grande que superasse todos os outros. Senti um pavor insuportável e corrosivo. Pensei que nada me assustaria mais até te ver no chão, pálida e sem respirar. Pensei que teria que suportar viver o resto da minha existência miserável sem você.

— Eu estou bem, estou aqui...

— Não, estrela, você não estava. — ele tocou o meu rosto, ainda incrédulo.

— Como assim? O que aconteceu?

Me sentei, tentando perceber onde eu estava. Parecia uma cama. Era uma cama. Morna e confortável. Isso era estranho. Até onde me lembrava, eu estava na Vermênia.

Harry beijou os meus dedos, e me olhou, como se ainda não acreditasse que eu era real.

— Se passaram três meses.

— Três meses?

Os lençóis... o cheiro de orvalho...

— ELA ESTÁ VIVA! — a voz que parecia extremamente familiar surgiu. Então, a pessoa entrou no quarto. Violetta. Era Violetta!

— Filha! — mamãe entrou em completo desespero, com os olhos inchados, e me abraçou, com tanta força que meus olhos doeram. Harry se levantou da cama, levando a mão ao rosto.

— CECÍLIA! CECÍLIA, ARABELLA ACORDOU!

Foi uma completa gritaria. Então, depois de Apolo, Cecília, Christian e dez servas, quando eu achei que ninguém mais entraria no quarto, os olhos roxos de Aland encontraram os meus. Ele parecia tão mal quanto Harry, e soltou uma respiração de alívio tão profunda que seus escamas das mãos brilharam.

Eu não sabia qual informação associar primeiro. Senti meus músculos pesados.

— Como eu cheguei até aqui?

— Você estava morta, filha. Parecia congelada. Todos achamos que tínhamos perdido você... — mamãe soluçou, e eu a abracei novamente. Ela não parecia conseguir continuar.

— Foi muito tempo. Muito tempo, Qhana. — Aland me olhou, e todos abaixaram a cabeça.

— Nós fizemos um velório. — Ceci sentou na cama, segurando a minha mão enquanto a minha mãe permanecia me abraçando.

— Vocês iam me enterrar? — engoli em seco, sentindo um temor terrível de me imaginar acordando em meio a terra.

— Harry não deixou. — Aland completou, o olhando como se o admirasse. — Ele acreditou que você voltaria, quando todos nós desistimos.

Encontrei o olhar do homem que eu amava, com a aliança no dedo, no canto do quarto. Ele parecia não ter dormido há três meses. Então, eu entendi.

Eu sabia o que ela tinha sentido, porque eu tinha sentido também, quando pensei que ele estivesse morto. As palavras dele entraram em mim pela ligação "eu sempre fui seu", e eu as guardei no coração, sem acreditar que havíamos passado pela morte por mais vezes do que um casal pode aguentar, e ainda assim, estávamos juntos.

Nossos corações batiam ao mesmo tempo, e eu soube, naquele momento, que aquilo era casamento. Uma união tão profunda que ninguém era capaz de quebrar. Eu era dele e ele era meu, na mesma proporção, e juntos, éramos um só. Quis, desesperadamente, ficar a sós com ele, mas no momento, ainda tinha muita coisa para eu tentar entender.

— O que aconteceu nesses três meses? — perguntei à minha mãe, preocupada com o povo. Ela segurou firme a minha mão. — Arthur conseguiu tomar os oito reinos?

— Se te contarmos, você não irá acreditar. — Apolo respondeu, cruzando os braços.

— O que? — insisti. — O que foi?

Todos se olharam, como se decidissem quem iria me dar a notícia. Vi não aguentou.

— Arthur virou uma estátua de pedra!

Abri a boca, incrédula.

— Como?

— Ninguém sabe como aconteceu. — Christian completou pela esposa. — Foi algo inexplicável. Todos ficaram temerosos, Irina ordenou que os ataques parassem e os rumores da guerra cessaram. Não houve nenhum pronunciamento, mas todos voltamos a respirar.

Eu não sabia se sorria junto com eles ou se chorava. Era a coisa mais maluca que eu já tinha escutado. Eu estava livre, e agora entendia o olhar amoroso que Harry me lançava. Isso significava muito.

Todos estávamos livres.

— Agora nós que precisamos saber de você. — Ceci me questionou, completamente curiosa. — O que aconteceu, enquanto você dormia?

Eu não sabia. Só conseguia me lembrar da caverna de gelo, e do abraço de Harry quando as estalactites começaram a cair.

— Ela não tem que responder agora, precisa descansar. Vou pegar algo para você comer. Toda a comida de Beaumont. — mamãe se levantou, e puxou Ceci e Vi. Os servos, Aland e meus cunhados os seguiram.

Harry andou até mim, e me apoiou quando eu tentei me levantar. Ele ainda me olhava como se eu não fosse real.

Me apoiei no seu abraço, sentindo o meu corpo inteiro doer pela falta de movimento.

— Você não está boa para se levantar ainda.

— Eu já passei da hora de me levantar. — tentei andar, sentindo meu joelho me trair. Harry me segurou a tempo.

— Teimosa. — ele me pegou no colo, recebendo a minha expressão furiosa de protesto.

— Me coloque no chão! Eu preciso andar, Harry!

— Fique quieta, somente uma vez na vida.

— Não me mande ficar quieta, Harry Avondale.

— Tem um lugar que eu preciso te levar, e tem que ser agora.

— A minha mãe vai trazer a comida, eu preciso comer!

— Não agora, o que eu tenho para te dizer é mais importante.

Com passos rápidos, Harry andou comigo por todo o Palácio, como se já o conhecesse. Vergonha encheu a minha face de pontos vermelhos ao passar pelos servos sendo carregada daquela forma.

Era um comportamento impróprio e inadequado, e eu ainda não estava preparada para agir daquela forma na casa dos meus pais, mas os meus insultos não o pararam.

Antes que eu pudesse insistir ainda mais em meus argumentos, Harry me leva até a parte dos fundos do castelo, parando em frente a uma enorme estrutura de vidro. Com cuidado, ele me coloca no chão, e apoia o rosto ao meu.

— Feche os olhos.

Fechei um olho, tentando espiar pelo outro.

Não funcionou.

Ele cruzou os braços.

— Não pense que pode me enganar, meu bem. Eu te conheço desde que tinha sete anos.

— E ainda assim, naquele dia, eu chutei a sua canela. — fechei o outro olho, escutando ele sorrir.

— Foi a coisa menos dolorosa que você já me causou nessa vida. — senti ele puxar as minhas mãos.

Andar sem conseguir ver era uma tortura para a minha curiosidade. Senti cheiro
de flores, e depois os lábios de Harry nos meus, macios e quentes.

Abri os olhos, depois do beijo, impressionada ao ver uma estufa perfeita. Fileiras intermináveis de flores se estendiam por ela, cada uma mais viva e bonita que a outra. Rosas delicadas desabrocharam em tons de vermelho, rosa e amarelo, suas pétalas macias e sedosas capturando a luz que dançava pelos corredores.

Cada uma parecia bem regada e cuidada, como se tivessem sido plantadas por uma única mão, que as criou com tanto amor que nenhuma delas veio a desfalecer. Parecia um sonho, e tinha sido feito para mim.

Quando pensei que não podia ficar mais impressionada, Harry se ajoelha e me estende o mesmo anel que, um dia, quando deixou o meu dedo, levou o meu coração.

— Eu plantei cada rosa pensando em você. Acreditando que você acordaria, e me daria esse sorriso que me faz perceber que você estava certa quando disse que tinha muita beleza no mundo. Arabella Beaumont, eu perdi meu coração para você, e não posso mais imaginar um minuto da minha vida sem que esteja por perto. Você aceita se casar comigo?

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