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Capítulo V


O caminho até o vilarejo não era tão distante como eu havia pensado. Tentei aprender o caminho, mas estava escuro e todas as árvores pareciam exatamente iguais iluminadas pela péssima lamparina que o Duque carregava.

Senti uma pedrinha irritante entrar em minhas sapatilhas revestidas de rubis e suspirei, frustrada, ao ver que ela estava inteiramente suja de terra e gramado, assim como a barra de meu vestido creme e bordô.

— Tem certeza que essa era a roupa mais simples que tinha? Bella, você está indo a uma taverna, não a um baile!

— Se não se lembra, foi o senhor que me colocou nessa situação e não, eu não tenho nada para ir a uma taverna porque eu nunca fui em uma!

Fomos o caminho inteiro brigando um com o outro.

Quando chegamos, o barulho da taverna ecoava alto do lado de fora. Era um estabelecimento relativamente grande, repleto de vigas de madeira, bem iluminado e bastante barulhento. Três homens tocavam flautas, dois batiam tambor e um bardo tocava alaúde, dançando ao redor das mesas.

Quando eu entrei, no entanto, a música parou. Todos olharam imediatamente em minha direção e me encararam de cima a baixo. Engoli em seco, buscando a mão de Harry em desespero. Ele entrelaçou os dedos aos meus e se colocou em minha frente.

— Ora rapazes, não precisam de toda essa recepção!

— A donzela está perdida? — um homem velho disse, mastigando um pedaço de palha e sorrindo de forma irônica.

— Se está acompanhando o Harry, a última coisa que ela é é uma donzela. — disse outro homem, gargalhando alto. Todos deram risada junto com ele.

— Arranjou uma dama de luxo dessa vez, Duque? Me apresente a ela para que ela possa me acompanhar também. — outro homem disse, de cabelos crespos e bigodes ruivos.

Olhei para Harry incrédula, esperando ele dizer que eu era a sua esposa. Ele não disse.

Soltei a sua mão.

— Que alvoroço é esse em meu bar? — um homem saiu de uma porta dos fundos, com bebidas na mão e um pano de louça jogado sob os ombros. Ele parou e olhou para a banda. — Por que não estão tocando? Estou pagando vocês à toa?

A música voltou. O homem andou em nossa direção e cumprimentou Harry com um abraço. Percebi que ele possuía um porte elegante demais para um plebeu, e ele era bonito. Muito bonito.

— Não vai me apresentar à dama? — o homem perguntou, me lançando um sorriso gentil.

— Jacob, essa é... a Arabella.

— Arabella? — a sobrancelha dele se ergueu e então surgiu um barulho de um prato caindo atrás dele.

— Beaumont? — perguntou a mulher que estava servindo uma mesa, usando um avental branco em um vestido amarelo. Seu cabelo estava amarrado para trás com uma bela fita azul.

— Não acredito que você fez isso, Harry. — Jacob o repreendeu com o olhar.

A mulher o empurrou.

— Eu vou lhe matar seu cretino!

A música estava tão alta e as pessoas estavam tão bêbadas que ninguém pareceu prestar atenção no que estava acontecendo.

— Controle sua mulher, Jake!

— Ela faz o que ela quiser. — Jacob deu de ombros, cruzando os braços enquanto assistia à surra que Harry tomava. Permaneci estática, tentando entender o que estava acontecendo.

— Tinha que ser com uma Beaumont? A garota não merecia isso!

— Ela concordou, nós temos um acordo, pelos reinos... pare de me bater, Tiana!

— Você concordou com essa loucura? — ela parou de bater nele e me olhou, enfurecida.

— Perdão, nós nos conhecemos? — segurei as mãos uma na outra, constrangida por não me lembrar de vê-la em nenhum local antes.

— A maluca da sua irmã nunca te falou sobre mim?

— Qual das duas?

— Violetta!

Então eu me lembrei. Tiana e Jacob, era claro! Como eu havia esquecido da história?

— Lord Jacob? — o olhei incrédula.

Era o primo do príncipe Christian! Sua barba havia crescido, seus ombros estavam maiores e as roupas, claramente, não lembrava um dos homens mais cobiçados dos bailes. Ele estava irreconhecível. Ainda bonito, mas de um jeito mais... rústico.

— Não acredito que enganou a família dela, Harry. Eu te disse para escolher qualquer outra. — Tiana voltou a empurrá-lo.

— O meu casamento é da minha conta.

— Seu casamento? — olhei para Harry, ainda sentindo raiva por ele não ter dito nada quando foi preciso. — Achei que eu era uma dama de luxo.

— Bella...

— Tem algo para beber, Tiana? — o cortei, me dirigindo a ela.

— Claro, vamos por aqui. — ela me puxou e saímos para longe deles. Me sentei em um banco, na frente das bebidas.

— O que deseja, Gim? Vodca? — ela se escorou no balcão. Arregalei os olhos.

Ela ergueu as sobrancelhas.

— Nunca bebeu, não é?

— Não, eu só queria sair de perto dele. — confessei, sentindo minha raiva se inflamar. — O que me sugere?

Tiana pegou um copo e o encheu com uma garrafa azul.

— Não pergunte o que é, apenas beba.

Virei o copo de uma vez, sentindo o início adocicado e depois o sabor extremamente forte. Quase rasgou a minha garganta.
Era bom.

— Ele já está te enlouquecendo?

— Completamente. — sorri, me sentindo confortável ao conversar com ela. — Não acredito que, do outro lado do mundo, eu fui encontrar logo a amiga da minha irmã.

— A vida é mesmo louca, não é? — ela sorriu de volta. — Sua irmã foi a garota mais maluca que já conheci. Estou morrendo de saudades dela.

— Confesso que eu também. Eu pensei que te conheceria no casamento dela com o Christian.

— Como eu poderia ter ido se não houve tempo? Fui saber que eles haviam se casado três meses depois, quando as notícias chegaram aqui em Sírios. Eu deveria ter continuado morando em Várzea, mas quando Jacob me pediu em casamento nós decidimos ir para outro reino.

— Mas e os títulos dele?

— Ele os perdeu quando nos casamos. O conselho de Várzea não aceitou o casamento com uma plebéia, mesmo que o Príncipe Christian tivesse tentado. Então, o seu marido foi o nosso salvador. Ele ofereceu a Jacob as poucas terras que ainda tinha antes de perder tudo e viemos construir uma vida aqui. Construímos uma casa e usamos esse terreno para a taverna.

— O mundo é mesmo pequeno.

— E então, como anda o casamento de mentira?

— Eu... ainda não sei nada sobre ele. — confessei, me sentindo ainda mais irritada por constatar isso. Eu estava com raiva de um homem que sequer conhecia.

— Tenho certeza que, se perguntar, Harry irá te contar.

— Ele tem família? Eu me lembro vagamente dos pais dele quando eu era pequena, mas já faz muitos anos. Por que ele mora em uma cabana isolada do vilarejo?

— Jacob me contou que os pais dele morreram quando ele tinha tinha treze anos. O Duque adoeceu e a sua esposa decidiu cuidar dele e acabou contraindo a mesma doença, que era contagiosa. Harry não pôde sequer ver
os próprios pais nos últimos meses de vida. Como se isso não fosse o bastante, a mulher que ele amava foi assassinada, dois anos atrás. Ele se sente culpado até hoje pela morte dela e se isolou do mundo, começando a beber demais e fazer apostas. Ele não é ruim, Bella, só é um homem sozinho que sofreu demais nessa vida.

Senti meu coração se apertar.

— Bom, de qualquer forma, nada disso justifica o que ele fez com você. — ela completou, enchendo meu copo de novo. Bebi de uma vez novamente.

— Não mesmo. Parece que nada do que estou vivendo é verdade. É como se eu estivesse dentro de um livro muito maluco.

— A vida nunca sai como a gente planeja, não é? — Tiana pegou um pano e começou a limpar um balcão.

— Como você consegue? Quer dizer, ficar aqui com tanto barulho limpando e servindo bebida para tanta gente? Não sente falta de morar em um castelo?

— Bella... posso te chamar assim?

Assenti.

— Bella, eu não sei se sua irmã te contou a história direito, mas eu limpava o palácio. Não é muito diferente da minha vida aqui. Na verdade, aqui é muito melhor. Eu gosto de todo o barulho e do trabalho também. Tenho uma boa casa, um bom marido e muita comida na mesa. Eu não me apaixonei por Jacob por causa do dinheiro que ele tinha. Ele, inclusive, perdeu tudo por minha causa. Deve ter sido bem mais difícil a transição dele do que a minha. De qualquer forma, se ele se incomodou, eu não percebi. Ele ama essa taverna.

Olhamos para trás, vendo Jacob gritar junto com os bêbados.

— Não é preciso muito para viver. — ela sorriu, guardando o pano. — Vou pegar algo para você comer.

Afastei o copo, me sentindo mal pelo que havia dito. Eu era, realmente, muito mimada. Havia julgado que Tiana não fosse feliz apenas porque levava uma vida simples. Todo o meu luxo, agora, parecia totalmente sem importância.

Três adolescentes entraram na taverna, com roupas surradas e sapatos gastos. Elas encostaram perto do balcão e olharam impressionadas para a minha roupa. Tentando disfarçar, as três sorriram nervosas.

— Boa noite moça, a senhora viu a Tiana? — a mais alta perguntou, retirando um cacho do cabelo castanho que caía nos olhos. Seu rosto pálido era repleto de sardas.

— Ela foi buscar algo lá dentro, já deve estar voltando.

— Obrigada. — ela me devolveu um sorriso amável. — A senhora é muito bonita.

— Já é casada? — a menor perguntou, com o cabelo loiro preso em um coque e pequenas luvas brancas quase rasgadas nas mãos.

— É claro que ela é casada, Beth, como uma dama tão bela estaria sozinha? — a terceira disse, com os olhos verdes altivos.

— Onde está o seu marido?

Olhei para trás, vendo uma mulher sentar no colo de Harry. Meu sangue ferveu.

— Espero que goste do meu caldo, Bella. — Tiana apareceu da cozinha, me livrando de uma resposta que eu não queria dar. — Ah, oi meninas!

— Podemos levar um pouco de caldo hoje, Ti? Prometo que lhe trarei o pagamento no fim do mês. — a mais velha disse, com o rosto vermelho de vergonha. Tiana sorriu.

— Já separei o de vocês. — ela tirou uma grande vasilha por detrás do balcão. — Se não viessem buscar, eu mesma levaria. Mandem um abraço e deseje melhoras para a mãe de vocês.

— Não temos como agradecer. — as três deram a volta no balcão e a abraçaram.

As observei sair, com o coração apertado. Tiana se sentou ao meu lado.

— O que a mãe delas tem? — perguntei, sem tentar esconder a minha curiosidade.

— Está muito doente, o pai delas morreu na última guerra e o pouco dinheiro que ganharam está acabando. Eu tento separar todo dia algo para elas comerem, são garotas boas e estão passando por um momento difícil. A mais velha já está com idade de se casar e está colocando toda a esperança em encontrar um bom marido que, pelo menos, traga algum dinheiro para a família.

— Isso é... de partir o coração. — engoli em seco.

Eu havia perdido o meu e sabia como era lidar com esse tipo de dor, mas nada tinha faltado a mim e às minhas irmãs. Eu nunca havia pensado em como era difícil a vida de uma moça solteira sem dote.

— O pior é que o inverno está chegando e elas estão ficando sem roupas que as servem. Não há ninguém que costure no vilarejo...

— Eu tenho muitas roupas. — a interrompi, sem pensar duas vezes. — Posso trazer para elas.

— Sério? Oh Bella, isso seria maravilhoso, elas vão ficar tão felizes. Obrigada, mesmo... que pouca vergonha é aquela? — a voz de Tiana mudou drasticamente ao olhar para trás. — O que Harry está fazendo com uma mulher no colo? Você vai deixar?

— Não somos casados, não de verdade, não tenho nada a dizer. — bebi um pouco do caldo, tentando engolir os pedaços de frango junto com a minha ira. Ele parecia mesmo empenhado em buscar, com agilidade, o consolo que queria.

— Isso não é certo Bella, ele deve o mínimo de respeito a você. Eu vou acabar com isso agora!

Não foi preciso. Quando ela ia se levantar, Harry retirou, gentilmente, a mulher que estava sentada no colo dele, e andou em nossa direção. Tiana o fuzilou com o olhar.

— Já está tarde, Bella, vamos?

O ignorei.

— Vai continuar mesmo sem falar comigo? Está com raiva de mim?

— Descobriu agora, gênio? — Tiana jogou o resto da bebida de um copo na cara dele.
Me levantei, com elegância, e a agradeci com um abraço.

— Muito obrigada pelo jantar, voltarei amanhã para trazer os vestidos.

Harry permaneceu esperando que eu olhasse para ele. Me virei e saí da taverna, como se nunca tivesse o conhecido.

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