Capítulo treze
Jeongguk caminhava no centro de uma pequena calçada com um corrimão em cada lado, aonde deixava que sua mão esquerda segurasse no alumínio redondo, enquanto a outra era apoiada sobre o ombro de Hyolyn como auxílio para chegar até uma parede branca que via em sua frente. Queria sair um pouco, mas o máximo que conseguira foi dar alguns mizeros passos em um local vazio dentro do hospital.
Seu corpo parecia se adaptar aos movimentos das pernas novamente, já que mal conseguia se levantar pelo enorme incômodo que seu ferimento causava. Aquele avanço fez Jeon sorrir aliviado. Estava finalmente melhorando.
Hyolyn deixou que o mais novo seguisse sozinho até finalmente alcançar a parede branca, dando várias palmas em alegria.
– Parabéns, querido! – Caminhou até o mais novo segurando-o a mão entre as suas. – Provavelmente você não irar demorar para receber alta.
– Obrigado, noona. – Sorriu pequeno. – Acho que é o que eu mais desejo. – Lembrou-se de Taehyung, deixando um sorriso de canto dominar seus lábios. – distanciou seus pensamentos quando fora chamado para retornar ao seu quarto.
– Jimin hyung! – Sorriu ao que tentava se aproximar até o mais novo que estava sentado em um banco de frente para o quarto de repouso dele. – Pensei que não viria mais me ver.
Jimin sorriu, ao que levantava e abraçava o mais novo a sua frente.
– Desculpa não ter aparecido, tinha que resolver várias coisas. – Suspirou ao lembrar que "aquelas coisas" não se resolveram de verdade. – Mas e então, como está hoje?
– Parece que não irei demorar para receber alta.
– Oh, sério? – Jimin entreabriu os lábios ao que tocava as mãos nos ombros do mais novo. – Isso é ótimo! Finalmente sair desse lugar fechado. Vou te falar, esse branco todo já estava me fazendo ter vontade de pinchar tudo. – Brincou. – Vem, vamos te colocar na cama, você ainda não pode fazer esforço.
– Tudo bem. – Olhou para Hyolyn, sorrindo para a mais velha. – Não se preocupe noona, pode ir. – Observou a mais velha confirmar com um sorriso, ao que se distanciava no corredor.
– Eu fui ver o Taehyung esses dias. – Abriu a porta, olhando de canto quando o mais novo que virou o rosto para ele. – Ele ficou chateado por saber que você está cuidando do pagamento da mãe dele, mas não se irritou.
Caminhou com Jeon até o meio do quarto, fitando ele se deitar na cama e se cobrir com o edredom branco até sua cintura.
– O que ele disse?
– Que só não queria fazer contas que não poderia pagar depois.
– Será que ele não entende que não tem que me devolver o dinheiro? – Suspirou. – Eu estou ajudando e não quero nada em troca.
– Ele é cabeça dura.
– Ah, eu imagino. Depois de tudo isso eu tive certeza. – Sorriu de canto. – Mas enfim, Jimin hyung. Eu irei tirar o Taehyung daquele lugar quando sair daqui.
– Como assim? – Indagou. – Se você está pensando em pagar a fiança dele, eu acho melhor desistir. Ele vai ficar uma fera.
– Irei fazer melhor que isso. – Sorriu, fitando o rosto confuso de seu hyung. – Irei retirar as queixas sobre ele dadas pelo meu irmão.
– Mas... ahhhh. – Passou as mãos na madeixas puxando-as levemente. – Se ele perguntar se eu confirmei isso, finja que eu nunca ouvi nada sobre, certo? Ele ainda me mata se saber que deixei você tirar ele de lá.
– Mas ele não deseja sair de lá, hyung?
– Na cabeça dele, ele precisa pagar por todas as suas atitudes. – Jimin sorriu, sendo acompanhado pelo moreno. Virou o rosto para olhar o lugar que imaginou estar a câmera, voltando a fitar o ededrom branco da cama de Jeongguk. – É... Você não pode tirar as do Yoongi também? – Murmurou baixinho.
Jeongguk fechou a cara, ao que tirava a atenção de Jimin para as orquídeas na janela. Suspirou, fechando os olhos e sentindo o frio refrescante bater sobre seu rosto. Fitou novamente o Park.
– Hyung, Yoongi passou dos limites. Você sabe disso bem como eu, já que eu contei exatamente o que aconteceu. Mesmo que eu não tivesse nenhuma intenção de mandar ele aquele lugar, pensar que eu estou em uma cama de hospital e o Taehyung está preso por uma idéia absurda dele tomou meus olhos de raiva. – Mordeu os lábios. – Não tem nenhuma chance disso acontecer.
Jimin engoliu o choro repentino que o tomou, abaixando a cabeça ao que fitava seus sapatos.
– Tá bem. – Disse, por fim.
Jeongguk percebeu o silêncio de Jimin, sentindo seu coração apertar. Havia recusado o único pedido que o mais velho havia feito mesmo depois dele ter ficado esse tempo todo em companhia a ele, fazendo o melhor que podia para ajudá-lo depois de tudo e antes mesmo daquilo parar tão longe. Tentou encontrar alguma melhor alternativa, sorrindo ao que algo um pouco mais aceitável surgiu em sua mente.
– Escuta, hyung... – Chamou o mais velho, vendo-o levantar o rosto para olhá-lo. – Quando eu sair daqui e tirar o Taehyung da delegacia, irei junto com vocês onde o Yoongi está e deixarei que conversem. Vocês três eram amigos, certo? Então se perceberem que ele realmente pretende mudar, eu irei retirar as queixas. Se for preciso, até mesmo pago a fiança dele. Mas se ele continuar com as mesmas ações estúpidas, eu mesmo cometo um homicídio.
Jimin sorriu, seu coração se enchendo de esperança.
– Obrigado, Jeongguk! – Aproximou do mais novo o abraçando de forma desengonçada, mas ainda sim sendo aprovado pelo mais novo.
– Tá bom, tá bom, agora pare de ficar triste e vamos jogar alguma coisa! – Observou Jimin se afastar limpando com as pequenas mãozinhas as lágrimas que deixou cair. O sorriso tomando conta dos lábios cheinhos.
– Vamos!
~
Dias depois de sua estadia ali, observou quando um homem de aparência debilitada foi despojado no local grosseiramente. Fitou-o de canto; uma fina linha de medo percorrendo sua espinha. Disfarçou porém, mantendo-se deitado na cama, onde permanecera encarando o teto a sua frente.
Horas depois, Yoongi fora obrigado pelo corpo a se levantar a contra gosto e buscar algum líquido que satisfizesse sua sede.
O homem que até então permanecia segurando a grade do outro lado da cela, virou e fitou-o jovem a sua frente dos pés à cabeça, como se buscasse respostas.
– Você parece muito jovem para estar preso, garoto. – Falou indiferente. Sua voz ressoando alta para que chamasse atenção de Yoongi. – O que fez de errado?
Yoongi franziu o cenho. Não era como se desejasse fazer amizades com qualquer um que o direcionasse a palavra, mas a voz do homem pareceu um tanto familiar, apesar de sua memória está em péssimo estado, o que logo foi deixado de lado. Como não tinha nada de tão interessante para fazer, apenas respondeu curto e grosso.
– Besteiras.
– Ah, mesmo? – O homem arrastou seu corpo coberto por uma fina camiseta laranja, assim como sua calça, pela grade fria, sentando-se no chão da prisão, voltando a atenção ao jovem a sua frente. – Qual seu nome?
– Yoongi. – Voltou a sentar-se na cama, observando melhor o homem a sua frente. Era magro; o rosto aparentava definhar a cada respiração que parecia causar dor ao portador; O braço esquerdo não se movia, inerte ao lado do corpo, e possuía vários arranhados. O Min se interrogou sobre aquilo. Deixou que suas dúvidas morressem, ao que arqueava as sobrancelhas para o homem a sua frente. – E você? Qual seu nome? Como veio parar aqui?
– Me chamo Kyungsoo. E bem... – Sorriu de canto. – Acabei cometendo muitos erros na minha vida, mas a linha foi curta dessa vez. – Suspirou. – Fui pego no meu último assalto, não teve escapatória. Foi aonde consegui esse braço inútil aqui. – Movimentou com a outra mão o braço inerte para cima, o soltando em seguida.
– Você não parece irritado por isso.
– Talvez eu ache que tenho que pagar pelo que fiz. Nunca me perdoei por ter sujado minhas mãos de sangue. Foi uma única vez, e me tirou todo o resto de paz que eu ainda tinha.
– Você matou alguém?! – Yoongi perguntou assustado. Seu lugar não era ali, de fato. Suas mãos estavam limpas, pelo menos de coisas tão horrendas como aquela.
– Sim – O homem falou com pesar, arqueando sua cabeça para trás e tombando fortemente no ferro, fechando os olhos com força. – Eu queria voltar atrás. Pedir perdão para aquelas crianças que estavam com ele. Elas não mereciam, nem ele.
Yoongi remoeu algo que gostaria de esquecer. Havia passado pela mesma coisa. A perda de seu pai, em sua frente, foi o pior de seus pesadelos. Nunca esqueceu do momento, revirando em suas memórias mesmo depois de tanto tempo passado. Ainda estava vivo ali dentro; a última memória de seu pai com vida.
Sentiu raiva do homem à sua frente por ter feito outros pobres inocentes perderem a chance de crescer ao lado paternal. Desejou encerrar aquele assunto, sentindo o embrulho em seu estômago. Caminhou até o banheiro desagradável do pequeno alojamento, sentando sobre a tampa do vaso sanitário e permanecendo lá até quase adormecer, mas voltou em seguida para sua cama, que agora era ocupada por Kyungsoo.
Bufou zangado. Havia chegado primeiro. Alguém iria dormir na rede que havia ali, e não desejava que fosse ele. Limpou a garganta, tentando chamar atenção do homem à sua frente, mas o mesmo parecia ter apagado, não dando opção ao Min, que se localizou na rede, resmungando xingamentos vergonhosos.
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