Capítulo oito
Jeongguk sentia tontura em sua cabeça como se estivesse em uma montanha russa. Odiava surpresas ruins, ainda mais quando de algum modo afetavam mais que suas emoções; bagunçavam sua razão também.
Fugiria para longe se pudesse. Queria se esconder.
Criava muitas sensações sobre como seria não precisar mais se machucar. Sempre buscou viver por si só, sem mais depender da ajuda dos pais. Dos poucos amigos, manteve apenas aqueles que não tinham interesse em apenas extorquir os bens materiais que o dinheiro de sua família poderia dar. Sentia-se feliz por conseguir ser uma pessoa de mente aberta. Tanto para si mesmo quanto para os outros.
Entendia seu hyung, mesmo que esse tivesse chegado ao ponto além do extremo. Não deveria, porém, julgar quem tinha — tem — o mesmo pensamento que si.
Odiava receber ajuda. Não pensava jamais em precisar pedir algo, sem precisão para pagar. Queria manter-se firme e saudável por suas próprias ações. O Kim talvez estivesse pensando a mesma coisa quando fez seu erro. Todavia, até mesmo com seus pensamentos um tanto individuais, conhecia o momento de parar.
Não seria ter fraqueza com a própria palavra quando sabia que seria para um bem maior que o orgulho íntimo.
Mesmo que não opinasse pedir ajuda para os pais e irmão, não era para si; se seu amigo precisava de ajuda, traria a ajuda — de forma correta. E depois arcaria a pagar aquilo que devia, pois acreditava que era o certo. Isso não machucaria sua mente em noites próximas.
Taehyung desconhecia isso.
E esse foi o motivo de sua perdição momentânea. Para ele, se não conseguisse com as próprias mãos, seria punido. Punido por uma mente tão imprópria que fora alimentava por Yoongi quando jovem e temperamental. Yoongi havia mexido com a sua mente.
Já Jeongguk tentava ao máximo conhecer suas ações, e assim, o motivo delas. Depois de um tanto se esforçar com aquilo, já havia o conseguido, mesmo que considerasse falha totalmente em relação ao Kim.
Pensava em como Taehyung havia se sentido quando colocou em suas mãos uma quantidade de dinheiro grande o suficiente para ajudar a pessoa que amava de forma incorreta. Deveria torturar-se por se deixar levar, entretanto, conseguiu o bem maior. A saúde dela por um tempo longo.
Aquilo deveria ter enganado o Kim por muito tempo para sentir-se como um inocente.
Em seus poucos meses próximo ao mais velho, imaginava que encontrava-se perdido demais em relação a muitas coisas.
Estava deveras apaixonado por aquele sorriso, que radiava quando o moreno sorria para o loiro. Encantava-se como a tez da pele do loiro conseguia ter uma sincronia tão maravilhosa com os olhos azuis.
Aqueles olhos.
Porque diabos o Kim não poderia usar óculos escuros em plena manhã e evitar que o menor visse? Entendia que talvez o mais velho só não gostava daquilo. Propunha idéias para sua criatividade evitar um antigo encontro com o loiro, como por exemplo, tropeçar no chão e adormecer por lá mesmo, ou sair de casa apenas alguns minutos mais tarde — isso lhe permitiria uma distância ótima de seu maior rival.
Considerava-o um rival. Como havia de entrar em seu coração, derrubar todas as suas defesas em questões de minutos e aproximar-se de forma tão... gentil?
Queria domar seu coração. Queria que o mais velho dissesse que gostava da cor dos seus olhos; apenas para que lhe fosse permitido acariciar suas bochechas e lhe dizer algo mais carismático ainda.
Condenava-se por ter se dado de inteiro ao loiro sem ao menos saber. E o Kim? E ele? Pensava se o beijo tão doce que deram havia sido por saudade a outra pessoa.
Afinal, que tipo de amor Taehyung sentia por Naeun? Deixou seus pensamentos sóbrios. E por ele?
Jeon estava cansado.
Sua cabeça doía. Solucionava para si que talvez tivesse levantado de mal jeito, ou apenas batido a cabeça em algum lugar. Qualquer uma daquelas alternativas seria mais compreensível.
Sentiu aquela pergunta ser respondida.
Então esse é Kim Taehyung?
Seu coração sabia que precisava ajudá-lo desde o início. Desde quando o viu, a aura do mais velho transmitia certo pesar. Seus olhos deveras bonitos ainda não estavam em seu brilho maior. Perguntou-se, então, mas do que estaria salvando seu querido e incorrespondido amor.
Deixou seus ideais acreditarem da melhor forma que ele entendeu.
Ele estaria salvando Taehyung dele mesmo.
Seus pensamentos formularam respostas para dúvidas sobre o vilão da história sem devido consentimento.
Talvez, o Kim amava Naeun em quantidade gigantesca ao ponto de jogar fora toda a sua dignidade. Imaginou o quão idiota havia sido. Havia deixado a paixão que sentia cobrir seus olhos. Se apaixonou por alguém que já tinha seu coração preenchido.
Xingava em silêncio. Porque não conseguia simplesmente culpar Taehyung e dizer o quanto ele merecia ser punido por bancar o herói sem condições? O Kim nem mesmo havia mantido contato com ele quando viajou para ver sua família.
Estaria com Naeun lembrando dos bons momentos, dizendo-lhe palavras tão doces e colando os lábios aos dela? Ou só estaria emotivo demais com pensamentos pesados que não desejava passar aquilo para seu ele? Queria tanto acreditar na segunda opção.
Seu estômago embrulhou.
Deveras irritado consigo. Não era o momento para pensar ou não se seu hyung correspondia-o, muito menos clamar o mais velho como inocente ou culpado. Deixaria que o próprio motivo de tantas perguntas —Taehyung — o dissesse a verdade.
— Então é isso? — Murmurou, mesmo que seu coração sentisse vontade de expor toda a angústia. — Ele realmente queria ajudar sua irmã, Jin hyung. Considere ao menos.
Seokjin pendeu a cabeça para trás ao que observava o teto e pensava. Magoava seu coração saber que Jeongguk já estava muito tempo com Taehyung, impossibilitado de ver tudo que girava entre apenas uma "ajuda suja". Observou Jeongguk dar-lhe as costas e abrir a maçaneta da porta.
— Onde você irá agora? — caminhou até o mais novo que insistia em encenar que tudo aquilo não o afetara.
Até mesmo fingir estava sendo terrível. Por que estava considerando ser uma pessoa terrível por não ter ajudado Taehyung antes, se nem o conhecia?
Pensaria milhares de vezes se estava fazendo o que era certo. Acreditar que o Kim fez tudo por amor era o melhor no momento, mesmo que suas atitudes tenham sido desagradáveis.
— Eu avisei ao meu irmão sobre você precisar de uma boa quantia para o tratamento de Naeun, e ele se ofereceu para ajudar também. Deve estar chegando próximo a faculdade nesse momento, então irei recebê-lo. — Suspirou, apertando com grande força a maçaneta. — E bem, falar com o Taehyung...
— Jeon, ainda não consegui te agradecer o suficiente. Mesmo que não conheça minha irmã, você está tentando ajudá-la. — Jin apertou sua destra no ombro do moreno, e algumas lágrimas teimosas escorreram pelo seu rosto. — Muito obrigado, de verdade. Eu prometo pagar tudo.
— Jin hyung, não precisa me agradecer por isso. Somos amigos e eu lhe ajudarei sempre que precisar. Mas, eu quero te pedir algo. — olhou para trás, fitando o rosto com lágrimas do mais velho. — Eu só espero que em troca você não faça mais isso. — Falou, sentindo um pouco de decepção com a atitude passada do mais velho. Ele não teve empatia com o Kim, aquilo o machucava em grande parte.
— Sobre o que está falando? — Jin perguntou, confuso. Mesmo que imaginasse sobre o que Jeon falava, acreditara com todas as forças que aquilo era o correto. Taehyung precisava cair de seu mundo cheio de "faz de conta". Reprimia-se, todavia.
— Machucá-lo. — Murmurou, ao que abria a porta em toda sua área permitida. — Machucar o Taehyung...
— Ah, isso. — Fingiu surpresa, enquanto caminhou até a mesa em que estava, sentando novamente. — Sabe, quando eu o soquei, pensei com todas as forças que era o ideal. Mesmo assim, desejei voltar atrás quando ouvi Jimin pedindo que eu parasse. Foi eu quem acabou caindo na real. — engoliu em seco. — Foi ele que ajudou Naeun, eu sei disso, mas ainda sim não ligou para as consequências, e no momento, isso me atormenta-
— Seokjin! — Jeon retrucou, deixando formalidades para outro dia em que seu coração não afetasse tanto sua saúde mental. — Já não importa mais, entende? — grunhiu. — Tudo que ele tomou para ajudar sua irmã já foi gasto; sumiu das mãos dele. Eu pagarei tudo aos seus amigos se for preciso, não precisa mandá-los cobrarem ao Taehyung, nem mesmo você. Ele... só queria ajudar. — Caminhou em passos lentos para fora da biblioteca. — Pena que de forma errada.
Jeon caminhou a passos largos pelo corredor da faculdade. Por minutos, sentiu estar perdido. Buscou o celular no bolso, para buscar o PDF com a planta de áreas da faculdade quando ouviu a voz de Jimin. Procurou pelo chamado, vendo o mais baixo se aproximar um tanto nervoso.
— Jeongguk! — Seus olhos estavam assustados. Parecia ter visto o pior dos fantasmas. Preferia isso, todavia. — Você por acaso viu o Taehyung?
— Hyung, eu o deixei com você. Estava com o Jin hyung e eu sai de lá há pouco tempo. Não teria possibilidade alguma de tê-lo visto. — afirmou.
— Droga, droga, droga! — Praticamente gritou. — Que idiota eu fui! — Passou a mão nas madeixas as levando para trás.
Jeon guardou o celular, já preocupado com o mais velho. Se aproximou tocando levemente no ombro de Jimin. — Hyung, qual o problema? Aconteceu algo?
— Escute com atenção, Jeon. — Falou. — Há um tempo atrás eu falei com o Taehyung sobre ele visitar sua família, e ele falou algo que me preocupou muito. Creio que se lembre do dia que pedi para falar com ele e convencê-lo a não cometer os mesmos erros...
— Lembro, claro que sim. — Disse, sentindo seu corpo pesado. Estava cansado?
— Ele disse que tinha pensamentos ruins sobre sua mãe ter a mesma doença de Naeun, e deixou claro que se isso acontecesse, não ligaria para os próprios atos. — Tentou falar mais devagar, sentindo que engolia as palavras. — Eu conheço o Taehyung há muito mais tempo que todos. Desde quando éramos crianças. Sempre que ele dizia qualquer coisa desse tipo, fazia algo que com certeza se arrependeria...
— Como assim, Jimin? Você está me assustando! Em que lugar está o Tae hyung? — Perguntou, segurando firmemente com as mãos no ombro do mais velho.
— Ele vai cometer alguma besteira! Tenho certeza disso. — Murmurou. — Eu o deixei no quarto e o pedi que ficasse lá, eu só ia pegar um remédio para ele já que eleo estava dizendo que sentia muita dor de cabeça, mas quando voltei, ele não estava mais lá. E o que mais me aflige, é que nem ele, nem o Yoongi atendem minhas chamadas. — Falou, sentindo as forças escorrerem de suas mãos, como sua coragem.
— Jimin, talvez o Tae hyung tenha ido conseguir o remédio sozinho. — Jeongguk buscava iludir sua mente. O medo estava tomando de conta dos seus sentidos. — E o idiota do Yoongi deve estar atentando alguém na faculdade nesse momento-
— Não, não, não, você não compreende! — Tentou não parecer rude, sabia que não estava sendo claro o suficiente. — O Yoongi tem uma arma autorizada e mesmo que eu saiba que ele não seja estúpido o suficiente, eu não a achei em suas coisas. Taehyung e Yoongi nunca ignoraram minhas chamadas. A única vez que Taehyung fez isso, ele estava com você. E se ele não está com você...
— Só pode estar com o Yoongi... — Completou o mais mais novo.
— Ainda estamos com sorte porque as visitas só ocorrem amanhã, então poderemos achar eles antes de qualquer idiotice-
— Meu irmão...
— O que tem haver seu irmão com isso, Jeongguk? — Perguntou, confuso.
— Meu irmão está trazendo uma enorme quantidade de dinheiro a pedido meu. — Falou, tentando manter longe todas as ideias do que poderia acontecer.
— Ah, merda! Isso é terrível! — Tentou se acalmar, precisava fazer algo. — Escuta, eu vou procurar eles pela faculdade, e você — empurrou o mais novo para a direção que levava a saída. — Você irá se encontrar com seu irmao agora! Taehyung jamais fará algo se você estiver. Só posso garantir isso nesse momento!
— Tudo bem, eu estou indo! — Comecou a correr, desenfreado pela culpa que se alcancava em si, tomando cuidando com os degraus da escada logo abaixo.
— Boa sorte, Jeon... espero que não tenhamos chegado tarde.
~
Jimin procurou em todas as salas que podia, enquanto tentava ligar para o número de Taehyung novamente. Sentiu um breve descanso lhe ocorrer quando avistou Yoongi sentado em um muro baixo, com a costa encostada em uma coluna de mármore, parecido com uma enorme janela, olhando exatamente para a entrada principal, muito distante dali.
Se aproximou, parando em frente ao mais novo que o olhou surpreso.
- Jimin hyung? — Perguntou, fingindo não saber de nada mais que seu nome.
— Yoongi! — Colocou as mãos nos joelhos, arfando pesadamente. Fitou o rosto do mais novo, que o encarava. — Onde... está... o Taehyung?
— Porque eu deveria saber? Ele deve estar fazendo o que convém aos seus hormônios. — Sorriu irônico. — Não precisa se preocupar.
— Pare de brincadeiras! — Grunhiu, observando o sorriso forçado de Yoongi desaparecer. — Onde está a droga da sua arma?
O mais novo se escorou mais na parede, fitando o céu. Hoje o tempo está diferente. Olhou a face de Jimin novamente. — Com o Taehyung. — Disse, sem rodeios.
Jimin o olhou desacreditado. Murmurou vários idiotas, mais para si do que para Yoongi. Se aproximou mais do mais novo, mantendo-se ereto. — E onde ele está?
Yoongi sorriu estranhamente. Para Jimin, era como se estivesse realmente possuído por algo ruim.
Observou o mais novo erguer a mão até a altura de seu rosto, apontando para o portão principal da faculdade. — Ali.
~
Jeongguk sentia suas madeixas antes comportadas balançando com o vento forte que se chocava à medida que corria. Pensou novamente em fugir. Era uma opção, afinal.
Recordou seus motivos principais para ficar naquela condição, deixando o receio de lado. Era seu irmão. Jamais se perdoaria se algo acontece, e pelas mãos de Taehyung.
Em um certo momento, começou a caminhar. Seu corpo era forte, mas ainda não era suficiente para conseguir arcar com seus pedidos de última hora. Arfou pesado, tentando respirar mais devagar, enquanto buscou o celular e discou rapidamente o número que se recordava.
A chamada do outro lado demorava demais para Jeongguk; o som de espera parecia insuportável em seu ouvido. Sentia freneticamente sua vontade de apenas gritar ao mundo que precisava de ajuda.
Seu coração aliviou momentaneamente quando ouviu a voz tão conhecida do outro lado. Seu irmão havia atendido.
— Hyung! Onde você está? — Perguntou aflito, resolvendo correr novamente. Colocou a mão livre em seu peito, respirando com dificuldade. Havia chegado na saída da faculdade, e conseguia ver ao longe o portão principal, mas precisava chegar mais perto caso quisesse ver seu irmão.
— Oi para você também, Jeon... — Seu irmão parecia calmo, o que por instantes acalmou o coração afoito de Jeongguk. — Eu estou no portão principal, mas não consigo te ver. Também não há ninguém aqui para me receber Jeon, apenas um cara loiro que tenho certeza que nunca vi. — riu baixo.
— Escuta, volte! Volte agora para casa, eu explico tudo depois! Apenas volte... — Deixou algumas lágrimas salientes caírem. O pressentimento aumentava, sentia medo; angústia.
— Mas Jeongguk, eu já estou aqui dentro e-
— Jeongwan? Jeongwan! Responde logo! — Jeongguk colocou rapidamente a chamada no auto falante, apenas para ouvir o seu maior tormento.
— Desliga a droga do celular!
Notou a chamada ser encerrada sem mais desculpas.
Aquela voz não poderia ser tão desagradável naquele momento. Amaria ouvi-la em qualquer outro dia ou hora, mas por simples segundos, sentiu-se acabado. Taehyung já estava lá.
Jeongguk não pensava mais em nada. Seu corpo todo doía, respondendo ao estresse. Jamais estivera tão cansado como naquele momento. Cairia no chão e permaneceria lá, se não tivesse visto a seguinte situação:
Seu irmão mantinha as mãos segurando a mochila que trazia o dinheiro atrás de si. Parecia calmo até demais para alguém que estava sendo ameaçado. Taehyung, no entanto, segurava uma arma em sua direção, e parecia mais aflito do que o próprio Jeongguk. Seu rosto suava, suas mãos cairiam do corpo se permitisse. Estava gritando coisas como "me desculpa", enquanto implorava para que o outro desse logo a mochila para ele.
Culpou seu irmão por ser sempre tão cabeça dura e não entregar logo o que o Taehyung pedia. Ele só desejava aquilo, apenas. Era tudo papel! Não valeria sua vida!
Algumas torneiras no chão foram ativadas automaticamente, espirrando água para todos os lados. Apenas assim, Jeon percebeu que não estava mais na calçada, e sim sobre o gramado. Deixou que a fina agua molhasse suas roupas. Aproximou-se perto o suficiente para que sua voz pudesse ser ouvida, pois seu próprio corpo não resistiria mais. Sentiu uma tontura forte, mas não desistiria antes.
TAEHYUNG! — Gritou ao mais velho que virou de súbito. Observou sua face, e por um momento, se sentiria feliz em apenas te-lo por perto. — Por favor, não faça isso...
O Kim parecia abismado consigo mesmo. Jamais desejaria que o Jeon conhecesse aquela parte negra e vergonhosa de sua vida que ousara acordar novamente. Havia deixado sua dignidade dentro do quarto que a pouco estava com Jimin. Lembrou do mais velho, o quão preocupado talvez o deixara.
Percebeu, então.
Nada girava em torno de si. Seus atos afetariam as pessoas próximas a ele, iria punir e ser punido. Observou o chão com gramíneas baixas, e deixou que sua mão abaixasse a arma em direção ao solo. Fitou novamente Jeon, deixando que suas lágrimas sôfregas fizessem parte de todo aquele erro, murmurando um "perdão" inaudível.
Jeongguk conseguiu sorrir ao perceber que o mais velho parecia arrependido de seus atos, sentindo que tudo parecia ter terminado bem, mas foi apenas momentâneo.
Afinal, nada sai exatamente como desejamos. Até mesmo o mais perfeito, é falho.
Sentiu como se seu pobre e fraco coração fosse explodir quando seu irmão saiu de onde estava e tentou puxar a arma da mão do Kim, o que fora, literalmente, a pior coisa que tivera acontecido.
Taehyung tentou afastar o irmão de Jeongguk, levantando a arma na altura do seu peito, e percebeu quando o garoto que segurou fortemente em sua mão o fez atirar para frente sem intenção.
Tudo parou por segundos. Era como se o tempo houvesse congelado. O Kim e Jeongwan pararam no exato momento que ouviram o tiro, observando perplexos o que — inocentemente — havia sido acertado.
Jeon sentiu seu corpo enfraquecer e cair instantaneamente, enquanto percebia lágrimas quentes navegando por seus olhos. Sentiu o conforto leve do largo tapete verde, enquanto inalava o cheiro de terra molhada. Colocou devagar a mão sobre a barriga, passando-a levemente, e a trouxe para sua frente.
Sangue.
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