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Capítulo I

Reino Beaumont, 1548
Século XVI


Eu nasci para reinar.

Sei que esta autodeclaração pode soar egoísta e autoritária, como as minhas irmãs gostam de me chamar, mas é a verdade. Não há outra pessoa no reino de Beaumont mais capacitada para receber a coroa do que eu, e isso não deveria me fazer parecer uma monárquica sem coração. Eu me preparei a vida toda para isso.

Corações servem para nos enganar e mudar o foco do que realmente queremos, como meu pai sempre diz. Mesmo tendo esperado fielmente por um primogênito do sexo masculino, mamãe relata que seus olhos brilharam quando me viu. Meu pai, rei Joseph Francis Beaumont III. O homem mais íntegro, justo e forte que eu já conheci. Era amado pelo povo, e respeitado diante aos outros reinos. Não havia exemplo maior em que eu pudesse me inspirar.

Dediquei-me vigorosamente a aprender tudo que podia sobre meu povo, e minha nação. Posso travar um diálogo de horas sobre política, administração real, economia e ainda possuo a capacidade de narrar, por no mínimo dez vertentes distintas, os últimos acontecimentos e guerras históricas dos últimos cinco séculos.

Não obstante, é improvável encontrar outra princesa que consiga se portar com tamanha graça, postura e austeridade quanto eu. Considero-me fluente em onze línguas divergentes, toco pelo menos sete instrumentos (dentre eles piano e violino), sei bordar e alcançar sorrisos fáceis das condessas e rainhas dos reinos vizinhos.

Quando pondero sobre todas estas coisas, tudo parece extremamente pesado e sufocante, mas não é. Amo meu povo, meus deveres, e minha responsabilidade. Quero honrar a meu pai com uma sucessão próspera e em paz, além de alcançar o lugar que muitos jamais concordariam em ser meu.

Serei a primeira rainha em toda a história de Beaumont a assumir o trono de meu próprio reino, e nada me impulsiona mais do que isso. Eu amava ser princesa, mas não poderia dizer o mesmo das minhas irmãs.

— Cecília, saia de seus devaneios pessoais e ajude-me a encontrar a minha bota! Preciso sair para cavalgar em poucos minutos. — grita Violetta, a plenos pulmões.

Seus olhos acinzentados encontram os meus furiosos enquanto ela tentava segurar todo o seu volume de vestido em tom de púrpura e andar descalço ao mesmo tempo. Fecho os olhos e respiro fundo, pensando em como éramos extremas opostas.

— Querida irmã, quantas vezes tenho que repetir que botas não são adequadas? Somos princesas, temos responsabilidades e uma imagem a passar ao nosso povo. Decerto que nosso pai perderia a cabeça ao vê-la gritando como um animal feroz. Não a ajudarei em suas loucuras da juventude!

— Me poupe de seus sermões, norma de etiqueta de ambulante!

— Parem vocês duas! Será que não tenho um minuto de paz? — interfere Arabella, minha irmã mais nova.

Seu cabelo ruivo brilhava sobre a luz da janela, ressaltando um contraste enorme se comparado a mim e a Violetta, que carregávamos fios loiros. Seu tom avermelhado havia saído de nossa mãe, rainha Anna Katherine Louise Beaumont. Assim como ela, sua personalidade gentil e amável ainda tentava inutilmente conter, diariamente, uma guerra colossal entre mim e a rebelde princesa do castelo.

— Bella, por favor, coloque juízo na mente de nossa irmã. Serei coroada daqui cinco meses, quatorze dias e vinte horas. Não posso ser conhecida como a rainha que possui uma irmã selvagem! — me viro para ela, que arremessa uma escova de cabelo em minha direção.

— Engula o castelo e todo o resto. Só quero me ver livre dessa prisão.

— Você é tão egoísta Violetta! Deveria me apoiar, sabe como é difícil tudo que passo? — confesso quebrando a minha regra e soltando alto demais.

— Ah claro! É muito difícil ser a queridinha do papai e a boneca perfeita de porcelana.

— É difícil sim! Se você quer continuar ignorando a sua posição nessa família, se nos odeia tanto assim deveria considerar não fazer mais parte dela!

— Me poupe, Cecília! Quero mais é que você morra.

— VIOLETTA! — nossa mãe entra no quarto no mesmo instante, ouvindo a frase cruel que a minha irmã havia acabado de soltar. Nossas brigas sempre foram constantes, mas nunca pensei que fosse chegar a tanto. Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, e me levanto saindo da sala.

— Você foi longe demais. — ouço Arabella dizer a ela, e me viro não me importando com as lágrimas que desciam. Olho dentro dos seus olhos, e digo com toda mágoa que eu podia:

— É por isso que ninguém gosta de você.

Eu não fiquei para ver qual foi a reação dela. Saí sentindo meu peito se rasgar por pensar que minha própria irmã desejava a minha morte, e tentei me blindar de tudo ao meu redor. Fechei a porta do quarto com força e desci as escadas infinitas do palácio.

A decoração em tons de dourado parecia menos brilhante naquela manhã fria e nublada, o que me fazia pensar seriamente que o sol não gostava de Beaumont. Seguro a barra pesada do meu vestido azul claro tentando parar de chorar e falho inutilmente.

Eu amava Violetta, ela era a minha irmã. Não sei em que ponto da nossa vida entramos em uma convivência de guerra, só sei que jamais imaginaria que o seu desprezo por mim estivesse chegado a tal nível.

Eu estava cansada! Cansada de justificar as atitudes dela e passar por cima de tudo dizendo que era apenas uma fase de uma garota de 18 anos com temperamento difícil. Cansada de carregar tudo nos ombros sozinha, enquanto ela passava as tardes ignorando que era uma princesa.

Corro até o jardim do palácio e me encaminho ao meu local preferido de infância. Me jogo no banco de madeira que ficava em uma parte isolada no castelo, e enfio o rosto entre as mãos deixando as lágrimas fluírem. Eu precisava ficar sozinha. Eu só queria, uma vez na vida, ficar sozinha.

— Alteza, devo informa-la de que não é mais permitido a sua permanência desse lado do castelo. — ouço uma voz grossa e firme em minha frente, e me recuso e olhar para ver quem era. Com certeza, apenas mais um guarda.

— Saia! Fico aonde eu bem entender.

— São ordens do rei. Aqui os muros são baixos, imagino que deva ter consciência dos possíveis ataques da oposição que podem ocorrer. Se não voltar para as margens seguras do castelo, terei que levá-la contra a sua vontade. — sua voz ressoa firme mais uma vez e eu sinto a raiva me invadir. Levanto o rosto e me ponho de pé, ignorando meu rosto caoticamente molhado.

— E essas são as minhas ordens! Eu serei a sua rainha daqui pouco tempo, então não me diga aonde eu deva ou não andar em meu próprio castelo. Posso cuidar de mim mesma. — ressoo com a maior firmeza que conseguia e tento não me abalar com a proximidade e a aparência do homem de pele negra e braços fortes à minha frente. Ele era bonito, mais do que eu gostaria de admitir. Seus olhos escuros me encaram sem se abalar, e sua boca se move em um sorriso torto.

— Não acredito que sou pago para escutar desaforos de uma princesa arrogante e mimada. — ouço ele sussurrar e sorrir sem humor.

— Como é? — digo incrédula. Nenhum guarda jamais, em todos esses anos, se dirigiu a mim dessa forma. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu não soube como reagir a aquele insulto. — Está demitido!

A partir do momento em que proferi essa frase, tudo ocorreu de forma extremamente rápida. Em poucos segundos, um cheiro horrível de fumo invadiu o ambiente, e uma lâmina de espada estava em meu pescoço.

Antes que eu pudesse associar a minha eminente experiência de risco de morte, os braços do guarda agiram rápido enfiando uma espada no dorso lateral do meu agressor, o fazendo cair imóvel ao meu lado no chão.

Eu permaneci parada em estado de choque. Me recusei a olhar para baixo e encarar um homem morto sangrando ao chão. Abro e fecho a boca diversas vezes tentando encontrar alguma palavra e saio do meu estado inerte ao sentir o guarda puxando o meu braço, mais uma vez, sem expressar nenhuma reverência.

— Solte-me. — puxo o meu próprio braço e o vejo me olhar com raiva.

— Não sou o inimigo aqui, alteza. Pare de agir como uma inconsequente, talvez assim eu a tratarei com o respeito que é devido. Não percebe que quase morreste a poucos segundos atrás?

— Espera que eu te agradeça? — o olho confusa demais com todos os meus sentimentos que não sabiam como se organizar. Raiva? Tristeza? Medo? Choque?

— Cecília! — a voz de meu pai invade o ambiente e ele aparece ao lado de mais cinco guardas com armas de caça. Sua postura como rei continuava sempre intacta, mas seu rosto emanava uma preocupação genuína. — O que estava fazendo deste lado do palácio? Já lhe avisara diversas vezes que não venha mais aqui.

— Vossa Alteza, a princesa acabara de sofrer um ataque. Creio que tenha sido um inimigo do reino vizinho, era apenas um homem carregando uma espada de qualidade inferior. Creio que foi para mandar algum tipo de aviso.

— O quê? — papai me olha incrédulo demais para associar a informação e se aproxima de mim segurando meu braço com força. — Você está bem, filha?

— Estou pai, foi só o susto inicial. — digo tentando não preocupa-lo. Eu estava apavorada, mas novamente, não sabia como focar apenas nesse sentimento.

— Guardas, retirem o corpo e investiguem o que puderem sobre esse homem. Quero mais reforço nesta parte do castelo, chamem mais homens!

— Vossa Majestade, estamos com poucos soldados. — um dos homens interfere e olha para baixo com medo do olhar de meu pai. — Perdemos muitos na última guerra.

— Cuidarei disso mais tarde! — meu pai franze o cenho, e se vira respirando fundo em frente ao guarda que me tratara mal. — Soldado...?

— Carter, senhor! Apolo Reid Carter. — ele responde, fazendo uma reverência.

— Obrigada por ter salvado a vida de minha filha. A partir de hoje, será o guarda pessoal dela. A siga por todos os lugares que ela for e não permita que esse incidente de hoje se repita.

— É o quê? — grito alto demais para uma princesa.

Não, não, não, isso não pode estar acontecendo...ele me detesta. Irá recusar. Não posso ser seguida por um guarda costas arrogante e irreverente. Papai iria reconsiderar. Ele não iria aceitar.

O olho com raiva nos olhos e vejo o soldado Carter assentir com a cabeça, fazendo minhas veias estourarem.

— Perfeitamente, Majestade!

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