Capítulo 19
Scarlett P.O.V
Sinto algo a bater contra o meu pescoço, uma leve rajada de ar, enquanto sinto o que deve ser uma mão a subir um pouco da minha cintura.
Tento me virar mas quem quer que esteja atrás de mim não o permite. Que porra é que está a acontecer?
Sem que me aperceba, os minutos transformam-se em horas, e, quando abro os olhos consigo distinguir os contornos vermelhos do despertador que marca 06:14.
Quando passa mais um minuto, aquele ruído irritante ocupa todo o quarto e obrigo-me a fechar os olhos com mais força na tentativa obviamente falhada de diminuir o ruído.
Ouço o colchão a fazer barulho ao meu lado, e, pelo canto do olho vejo uma silhueta masculina. A sério, que porra é que aconteceu??
Ele senta-se enquanto passa os dedos por entre o cabelo, tento virar-me o mais descretamente possível mas, simplesmente paraliso quando reconheço os olhos que têm ensistido em aparecer nos meus sonhos, ele olha para mim de sobrancelha erguida e é preciso passarem longos segundos para que eu perceba finalmente o que aconteceu.
- ETHAN?! - grito sentado-me na cama sentindo-me estranhamente leve.
- Não grites logo de manhã - reclama, enquanto ele solta um longo suspiro, automaticamente, os meus olhos descem pelo seu corpo que por algum motivo está destapado.
- Que merda é que...- paro de falar quando me endireito na cama sentindo-me sem as minhas roupas íntimas, por falar nisso, eu nem me lembro de ter chegado ao quarto.
- Tenho de ir Smith - diz pegando na camisa que estava algures no chão e vai em direção à porta, antes de sair vira-se para mim com o típico sorriso - e vê se não gritas tanto da próxima vez.
Ele sai. Ele simplesmente sai....
O QUE RAIO É QUE ELE QUIS DIZER COM AQUILO?!
Eu não...ele não... Porra, porque é que eu não me lembro de nada??
...
- O que foi? - pergunta Naile revirando os olhos.
- Tu vais dizer-me porque é que estavas no meu quarto agora ou eu disparo! - ameaço apontando uma arma sem munições.
Ele olha para mim de sobrancelha erguida, e abre um sorriso malicioso.
- Sabes Smith, surpreende-me que te tenhas esquecido da noite passada - ele olha para mim de cima a baixo - parecia que estavas mesmo a gostar do que eu fazia.
Sinto o meu rosto ficar vermelho, a este ponto já nem sei se é de raiva ou de vergonha, sem me aperceber, baixo arma fazendo com que Ethan abra um sorrio ainda maior.
Foi de um momento para o outro, aconteceu em meros segundos. Sinto o meu corpo a ser prensado contra a porta do quarto dele enquanto o seu corpo me impede de escapar e a minha arma encontra-se no chão, e na situação em que estou duvido que consiga agarrá-la.
Ele aproxima o rosto ao meu pescoço e a sua respiração faz com que todo o meu corpo se arrepie.
- Pela cara que fizeste tenho a certeza que imaginaste o cenário errado Scarlett - ele murmura o meu nome ao meu ouvido, a sua voz parece estar mais rouca que o habitual, não sei como é que já estou habituada a ouvi-lo chamar-me pelo meu sobrenome ao ponto que quando usa o meu nome sinto algo estranho na barriga.
- Para com os jogos Foster.. - murmuro, engulo seco assim que a minha voz falha.
Ele ri-se e afasta-se indo em direção à cama sentando-se na mesma, enquanto eu continuo paralisada à porta a fazer figura de palhaça.
- Então está claro que não te lembras de nada do que aconteceu ontem? - pergunta voltando estranhamente rápido ao Ethan fácil de conviver.
- É claro que me lembro, lembro-me da Marie e da Rachel no telhado, lembro-me de me terem atirado um copo de água e lembro-me de ti a fumar - cruzo os braços.
- Mais nada? - nego, ele olha para mim confuso - Bem, mais ou menos à meia-noite vieste bater à porta do meu quarto e disseste que não conseguias dormir por causa de um pesadelo e antes que pudesse dizer alguma coisa puxaste-me para o teu quarto e durante a madrugada o ar condicionado avariou - ele apoia os cotovelos nas pernas e observa atentamente a minha reação.
Que porra?! Como é que eu não me lembro disso?
- Uma pergunta - continua - Tu sequer bebeste ontem à noite?
- Quase nada, estive demasiado ocupada a tentar ter a certeza que ninguém morria - respondo.
- E dizes isso mesmo que tenhas trazido uma arma para me ameaçar?
- Em minha defesa ela não estava carregada - ele sorri e levanta-se indo em direção à porta, afasto-me e ele abre a mesma, sem se virar para mim continua - e...tenho uma imensa curiosidade de quando iremos repetir o que fizemos no shopping.
Ele sai do quarto deixando-me sem uma resposta.
Que tipo de jogo é que ele está a jogar?! E como é que eu ganho o mais depressa possível?!
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