• Capítulo 14 •
- Como é que isto saí?! - resmungo a tentar tirar a tinta do cabelo.
- Então...não me vais mesmo contar o que aconteceu? - pergunta Nathan pela milésima vez.
- Não aconteceu nada porra - respondo pela milésima vez - mas teria acontecido se vocês não tivessem estragado tudo!
Nathan cospe a água que estava a beber e olha para mim incrédulo, segundos depois ele abre um sorriso malicioso, contagiando-me a mim também.
O que teria acontecido se ninguém tivesse intervido? Porra...eu fiquei completamente louco quando ela soltou um leve gemido. E..se só com isso eu fiquei completamente descontrolado, adoraria descobrir como teria ficado se fôssemos até ao fim.
Em meio os meus pensamentos, Nathan continua a falar sobre que coisas "quentes" é que poderíamos fazer se eles não tivesses estragado tudo.
Agora que tenho a "permissão" da patroa, as coisas serão um pouco diferentes. Eu já sabia que Scarlett não era "sem coração" ou que a sua personalidade seja apenas ser fria, calculista, corajosa. Mas foi depois do dia da chuva que eu tive a certeza, além de que foi a única vez que nós ficamos mais de 10 minutos juntos sem nos tentarmos matar, já para não falar, que foi a primeira vez que eu a vi rir, não um riso sarcástico ou acusador, mas um riso sincero.
- ...e depois vamos ir ao shopping para comprar algumas coisas para o aniversário de Marie - diz.
- Hm? - só prestei atenção nessa última parte, estava demasiado ocupado a...lavar o cabelo, que por sorte, saiu.
- Estava a dizer que amanhã vamos ao shopping comprar as coisas do aniversário de Marie - repete.
- Interessante - murmuro, e.. se esta fosse a oportunidade de realmente ter o prazer de me descontrolar por completo?
É verdade que a Scarlett hesitou, mas eu percebi que uma parte dela quisesse o mesmo que eu, a outra é composta por orgulho.
Além disso, é só atração física, é óbvio que nunca me irei apaixonar por Scarlett! Que piada.
- "Interessante"? A sério?
- O que é que tem?
- É óbvio que estás noutro lugar, bem, pelo menos a tua cabeça - reviro os olhos - deixa-me adivinhar, estás a pensar nela? - ele abre um sorriso malicioso.
- Nem penses - riu - quantos anos é que Marie faz? - mudo de assunto.
- A mudar de assunto - cantarola Nathan - ela vai fazer 20, é um ano mais velha que a Scarlett e a Rachel.
- Por falar na Rachel - agora o jogo virou, abro um sorriso malicioso e Nathan ruboriza.
- O..o que é que tem ela? - finge-se sério.
- É óbvio que gostas dela - digo - até eu percebi.
- Estás a ver coisas? É óbvio que não - responde demasiado depressa - que ideia.
- Claro - reviro os olhos.
Depois de mais ou menos uns dez minutos de conversa, Nathan saí do meu quatro e vai para o seu. Pego no saco de gelo que deixei em cima da mesa de cabeceira, que já está derretido, e ponho-o na testa, sentindo a mesma latejar. Porra. Eles tinham mesmo de interromper, não tinham?!
Sento-me na cama de olhos postos nas chamas da lareira que acendi á pouco tempo. Suspiro e nesse momento, alguém bate á porta, grito "entre" e a porta abre-se.
Ótimo! Estou a imaginar coisas. É óbvio que a Scarlett não está a minha porta com outro saco de gelo.
Ela entra sem dizer nada, aproxima-se lentamente. Assim que chega á beira da cama, senta-se na mesma a uma distância razoável de mim. Ela estende o gelo na minha direção e eu não recuo, ela pousa o gelo na minha testa e a sua atenção direciona-se somente para essa tarefa.
Pelo contrário, a minha atenção direciona-se para toda a Scarlett. Alguém a envenenou? Ela está sobre controle mental? Ou..alguma coisa do tipo.
Minutos depois, a testa para de latejar, ela afasta o gelo e quando se tenta levantar, eu puxo-a pelo braço fazendo com que ela não se afaste. Ficamos a centímetros de distância, Scarlett olha para mim confusa. Quando ela abre a boca para dizer algo, puxo-a para mais perto e selo os nossos lábios.
Scarlett paralisa durante um momento, afasto-me dela alguns centímetros e encaro a mesma. Ela está com os lábios entreabertos, olhos confusos e o rosto ruborizado.
Que merda é que eu fiz?! Abro a boca para pedir desculpas mas quando o faço, Scarlett sela os nossos lábios novamente.
Levo a minha mão até á sua cintura e aperto-a, as nossas línguas exploram cada milímetro da boca do outro. Num impulso, puxo-a para mim fazendo com que ela fique no meu colo.
Ela leva a mão ao meu cabelo e enterra os dedos no mesmo, puxando-os levemente, fazendo com que deixe alguns suspiros saírem sem permissão. Deixo as minhas mãos deslizarem até às suas coxas, aperto as mesmas fazendo com que Scarlett suspire durante o beijo.
Porque é que tudo em Scarlett parece uma espécie de..droga? Quando se experimenta uma única vez não conseguimos parar.
Separamo-nos e ambos estamos com a respiração ofegante, nenhum de nós desvia o olhar, ela tem as pupilas dilatadas, aposto que eu também, quando tento juntar os nossos lábios de novo, alguém bate á porta.
- Ethan? - diz Nathan - queremos saber se amanhã vais connosco ao shopping.
Scarlett afasta-se como se tivesse acordado de um sonho, ela tem a mão na boca e encosta as costas á parede.
- Ethan? - repete Nathan - estás a dormir?
- Eu..- digo ainda ofegante - eu vou com vocês.
- Tudo bem, até amanhã.
Quando ouço os seus passos a se distanciar do meu quarto, Scarlett vai em direção á porta sem dizer nada, e saí.
Que merda é que acabou de acontecer?!
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