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𝟐𝟎. › FILL THE VOID

𝟎𝟐𝟎.             PREENCHER O VAZIO

INVERNO⠀──⠀ DEZ. 2, QUINTA-FEIRA
NARROWS, COMPLEXO DE APARTAMENTOS

OS LÁBIOS DE BRUCE encontraram os de Delilah no exato momento em que a porta se fechou, como se o mundo ao redor tivesse sido reduzido a nada além dos dois. O silêncio do ambiente foi quebrado apenas pelo som urgente de bocas que se buscavam com uma fome crescente.

A sacola com flores foi largada de qualquer jeito sobre a ilha da cozinha, enquanto as chaves escorregaram, caindo com um tilintar seco sobre o mármore frio. Sem hesitar, Bruce a empurrou contra a parede, aprofundando o beijo com uma intensidade feroz. Seus dedos, firmes e ávidos, deslizaram pela cintura de Delilah, apertando sua silhueta com uma mistura de desejo e urgência, como se precisasse se certificar de que ela era real, de que estava ali, tangível sob suas mãos.

Delilah, com as mãos trêmulas, deixou seus dedos viajarem do rosto de Bruce até os ombros, lutando com o peso do sobretudo que ele vestia. O tecido grosso resistiu por um breve instante antes de deslizar para o chão, esquecido, irrelevante diante do momento. Bruce, quase selvagem em seus movimentos, afastou as mãos de sua cintura apenas o suficiente para ajuda-la a se livrar do próprio casaco, lançando-o ao chão ao lado do dela. Seus olhos, intensos e penetrantes, não se desviaram das orbes verdes, e ele a observou enquanto ela, lentamente, retirava as roupas.

Agora, vestida apenas com o sutiã preto rendado e as calças jeans, Delilah se oferecia mais ao toque de Bruce, e ele não desperdiçou a oportunidade. Seus lábios desceram da linha da mandíbula até o pescoço, onde o hálito quente dele se mesclou ao aroma de sua pele, doce e intoxicante. Os dedos de Delilah se enterraram nos cabelos escuros de Bruce, puxando suavemente os fios à medida que os beijos dele se tornavam mais intensos e mais febris. Cada beijo era molhado, deliberado, como se Bruce quisesse marcar sua presença em cada centímetro daquela pele delicada, gravando o momento em um lugar de onde jamais pudesse ser apagado.

O arrepio que percorreu o corpo de Delilah era inevitável, uma resposta física à mistura de calor e desejo que envolvia os dois.

A respiração dele estava entrecortada, quente contra a curva da garganta dela, enquanto seus beijos se transformavam em mordidas suaves, cada uma enviando ondas de calor pelo corpo de Delilah até o meio de suas pernas. Ele sabia exatamente onde tocar, onde deixar sua marca, e quando seus dentes roçaram a junção entre o maxilar e o pescoço, o interior de Delilah se incendiou. Seu quadril, num reflexo involuntário, encontrou o dele, e ela o sentiu — a dureza sob as camadas de roupa que só aumentava o desejo entre os dois.

Mas ainda não era o suficiente.

Bruce se afastou um pouco, lábios inchados e úmidos, o peito subindo e descendo como se cada respiração cobrasse um grande esforço de sua parte. Os olhos escuros dele, pupilas totalmente dilatadas, a observavam com uma mistura de desejo e hesitação. Ambos estavam à beira de algo que poderia mudar tudo, a tensão no ar entre eles quase tangível, mas estava sendo ignorada. Delilah não hesitou. Ela o puxou novamente, os lábios encontrando os dele com uma ferocidade renovada, como se pedisse por mais, exigisse mais.

As mãos dele deslizaram para suas coxas, os dedos apertando a carne com possessividade. Ela sabia o que aquilo significava. Quando Bruce a levantou, suas pernas se enrolaram ao redor de sua cintura, um convite silencioso e já aceito. Ele a carregou pelo corredor, os lábios nunca se afastaram por muito tempo, até que finalmente a deitou com cuidado na cama.

O beijo se quebrou, e por um instante, o mundo pareceu desacelerar. Seus olhos se encontraram, a respiração deles pesada, mas o silêncio entre os dois era parecia carregado, denso. Delilah sentiu o coração pulsar no peito, uma batida forte e constante, enquanto o peito de Bruce também subia e descia, o olhar dele queimando o dela. Erguendo seu tronco, Delilah se apoiou nos cotovelos para observá-lo melhor, esperando o próximo movimento em silêncio.

Ele retirou a camisa e a descartou no chão. Os olhos dela seguiram a extensão do corpo dele, observando minuciosamente os detalhes do torso bem construído agora exposto de Bruce. A pele pálida era adornada por algumas cicatrizes, algumas sobre o peito e abdômen, outras em seu braço, mas não o deixavam menos atraente. Na verdade, a fazia desejá-lo ainda mais.

Sua linha de pensamento se dissipou como fumaça no vento quando Bruce se aproximou, a mão firme e calejada subindo até o rosto dela, os dedos desenhando seu contorno com uma precisão quase cirúrgica. O polegar roçou seus lábios, inchados e ligeiramente entreabertos, e Delilah não conseguiu conter a respiração pesada que escapou de seu peito. Ela estava apoiada nos cotovelos, quase vulnerável, os olhos fechando-se por um breve instante enquanto seu corpo respondia automaticamente ao toque dele, cada centímetro de sua pele implorando por mais daquele contato.

── Tem certeza? ── A voz dele saiu rouca, um sussurro grave, enquanto sua outra mão ainda estava pousada no quadril dela, o polegar desenhando círculos preguiçosos na pele através do tecido. ── Nós não precisamos... se você não quiser...

O silêncio que se seguiu era quase palpável, carregado de eletricidade. As palavras eram supérfluas naquele momento, uma distração desnecessária. Em vez de responder, Delilah o puxou com firmeza, os dedos agarrando os ombros dele, sentindo a tensão dos músculos enquanto o trazia para mais perto. Seus lábios encontraram os dele, um beijo que não deixava espaço para dúvidas, e Bruce cedeu, como se aquele único toque quebrasse a última das barreiras que ele ainda tentava manter de pé.

── Naquela noite, você disse que não era um bom momento... Agora é. ── ela sussurrou contra os lábios dele com firmeza para que ele não duvidasse mais de suas palavras mais. ── Eu quero você, Bruce.

Ela não desviou o olhar do dele quando falou, mantendo o contato visual. Bruce aceitou cada palavra e, como resposta, a fez deitar na cama.

O corpo de Bruce se acomodou sobre o dela com uma gentileza que não era esperada naquele momento. Ele sustentava parte de seu peso, como se temesse esmagá-la, mas a proximidade era intensa, quase insuportável. As mãos de Delilah subiram lentamente pelas costas dele, os dedos deslizando sobre a pele marcada, sentindo cada cicatriz como se fosse uma história que ela pudesse ler com o toque. O calor de seu corpo contra o dela parecia derreter qualquer resquício de incerteza.

Os lábios dele começaram a descer, deixando um rastro de calor pela linha de seu pescoço, até a clavícula. Quando ele passou suavemente por cima de uma cicatriz que ela trazia ali, Delilah estremeceu, o corpo reagindo de forma involuntária ao toque. Um arrepio a percorreu como uma onda, suas costas arqueando levemente, buscando mais. A respiração dela se tornou um sussurro trêmulo, enquanto ele explorava cada parte de sua pele com devoção. Quando seus lábios chegaram ao tecido que cobria o peito dela, Bruce parou por um segundo, o olhar perdido na expressão de Delilah, antes de apertar um dos seios entre os dedos, sentindo-a reagir ao toque.

Ela jogou a cabeça para trás, um suspiro escorregando por seus lábios enquanto a tensão dentro dela atingia o ápice. A coluna dela se curvou, o corpo oferecendo-se completamente ao toque dele, incapaz de resistir à maneira como ele a despedaçava, pedacinho por pedacinho, com cada beijo, cada carícia. Aproveitando aquele momento, as mãos dele deslizaram pela caixa torácica dela até o fecho do sutiã, desfazendo aquele confinamento. Delilah o ajudou, retirando a peça do seu corpo e a jogando sobre a cama, e em seguida fitou Bruce que estava concentrada em admirar os seios dela à sua frente.

Sem pudor algum, ele envolveu o direito com os lábios, cheio de dentes, língua e sucção, e apertou o outro com a mão, cobrindo toda a extensão com sua palma bem maior. Tudo o que Delilah conseguiu fazer foi se contorcer e choramingar, aceitando a forma como o tratamento bruto de Bruce mexia com seu corpo, aumentando o fogo entre suas pernas, fazendo-a doer por ele.

Havia passado alguns minutos até que Bruce se encontra satisfeito, após usar sua boca nos dois seios dela, deixando ambos duros e doloridos depois de serem marcados por ele. Continuou sua descida, os lábios mal tocando a pele, mas deixando um rastro de calor, como se ele estivesse mapeando cada centímetro do corpo de Delilah, gravando cada reação dela em sua mente. Seus movimentos eram lentos, meticulosos, cada toque era um estudo da reação dela, como se estivesse absorvendo não só o momento, mas o impacto dele, tentando saber exatamente onde tocar para fazê-la sentir prazer e soltar os sons que eram como música para seus ouvidos.

Quando seus lábios finalmente chegaram ao cós da calça jeans que ela ainda vestia, ele parou por um instante, respirando contra o tecido. Com um único gesto fluido, Bruce desabotoou e removeu a calça junto com a última peça íntima que ela vestia. Ele segurou as coxas de Delilah com firmeza, mas sem brutalidade, os dedos longos se ajustando à carne macia enquanto ele a encontrava totalmente exposta diante dele. Ajoelhado, os ombros largos de Bruce sustentavam o peso das pernas dela, que ele cuidadosamente repousou sobre eles.

A respiração dela era superficial, aguardando ansiosamente em um ritmo acelerado que correspondia àquela quietude tensa que pairava entre eles. Bruce a olhava, seus olhos azuis profundos, predatórios, faiscando com uma intensidade que forçava Delilah a não desviar os olhos, mesmo quando Bruce lentamente a penetrou com dois dedos calejados. Ele não desviou o olhar, captando cada reação dela, e ela também não o fez.

── Bruce... céus... Bruce ── ela gemeu, o nome dele saindo entrecortado, quase como uma prece, à medida que o ritmo do vai e vem dos dedos dele acelerava.

Bruce intensificou os movimentos dos dedos dentro dela, o ritmo acelerando de forma gradual, mas controlada, com uma precisão que fazia o corpo de Delilah tremer sobre o olhar dele que nunca se desviava de seu rosto. Ela prendeu a respiração, o peito subindo e descendo de maneira irregular, antes de liberar um suspiro suave, sem palavras, como se as palavras tivessem deixado de existir.

Então, sem aviso, a boca de Bruce encontrou sua intimidade com uma delicadeza que contrastava brutalmente com o desejo feroz que ele claramente controlava com tanta dificuldade. Ele era lento, porém firme. Não parou quando a coxa dela se contraiu sobre sua mão nem quando ela tentou se esquivar. Apenas soltou um grunhido, grave e intenso; então roçou o nariz na pele próxima ao abdômen, respirou e voltou a usar a língua.

Um gemido involuntário escapou dos lábios de Delilah, como se o toque de Bruce tivesse desligado qualquer resistência que ela tinha. Sua mão direita se ergueu instintivamente, os dedos afundando nos cabelos escuros e desgrenhados dele, segurando-o sem saber se queria que ele se afastasse ou continuasse o que estava fazendo, ancorando-se naquele momento enquanto ele a devorava com uma concentração quase animalesca. A sensação era avassaladora. Cada movimento da língua de Bruce era uma nova corrente de prazer que a percorria, como uma onda que subia por sua espinha e descia de novo, deixando-a trêmula.

O corpo de Delilah reagia por conta própria, suas costas arqueando levemente, os quadris buscando mais da boca de Bruce, enquanto ele a segurava com firmeza, controlando o ritmo, ditando a intensidade e gemendo contra ela ao buscar saciar sua fome. Seus olhos se fecharam com força, bloqueando o mundo ao redor, como se o prazer que ela estava sentindo fosse algo que exigisse toda sua atenção, toda sua energia. O som dos próprios gemidos se tornava mais irregular, entrecortado, uma sinfonia sutil de prazer que preenchia o quarto. Bruce não parava, não cedia, e ela podia sentir o controle sobre seu próprio corpo escapando, rendendo-se completamente à maneira como ele a fazia se perder, a forma como ele a comia, sem pressa, sem hesitação, dando prioridade a ela.

As pernas de Delilah se apertaram um pouco mais contra os ombros dele, o calor crescendo dentro dela como uma tempestade iminente, prestes a explodir, e tudo o que ela podia fazer era segurar, os dedos se emaranhando mais nos fios escuros de Bruce, puxando-o um pouco mais para perto, implorando por mais, implorando que ele a devorasse por inteiro. Ele deu a ela tudo o que ela queria, tudo o que ela precisava. Os dedos dele também não paravam, ajudando a prolongar o prazer e, quando um longo gemido saiu pelos lábios entreabertos, as paredes dela se apertando ao redor de seu médio e indicador, Bruce soube que acertou o ponto exato que a fez ver estrelas.

O calor que se acumulava dentro de Delilah era incontrolável, suas pernas tremendo levemente enquanto seus dedos ainda estavam firmemente presos no cabelo de Bruce, como se ele fosse a única âncora que a impedia de ser arrastada por aquela corrente de prazer devastadora. Cada vez que a língua dele explorava uma nova parte de sua intimidade, cada vez que os dedos dele se enrolavam dentro dela,uma nova onda de calor se espalhava pelo corpo de Delilah, como fogo liquefeito correndo por suas veias.

Ela tentou manter a cabeça erguida, tentou olhar para ele mais uma vez, mas o mundo parecia se dissolver ao seu redor. Sua mente se apagava toda vez que a língua dele fazia círculos precisos sobre seu clítoris, focada apenas no prazer, como se tudo o que ela fosse naquele momento estivesse concentrado nas sensações que Bruce estava extraindo de seu corpo. Seu corpo reagia de maneira instintiva, os quadris se movendo levemente, uma súplica silenciosa por mais, para que ele não parasse, para que ele a levasse ainda mais fundo naquele abismo. Seus gemidos ficaram mais altos, menos contidos.

Bruce, por outro lado, parecia estar totalmente no controle, as mãos segurando suas coxas firmemente, mantendo-a onde ele queria, os lábios e a língua se movendo com uma precisão que a levava à beira da loucura. Ele não estava apenas tocando seu corpo, ele estava a consumindo, cada toque um golpe calculado que a derrubava um pouco mais. Seus olhos estavam fechados, mas ela sabia que ele estava atento a cada tremor, a cada suspiro, a cada contorção do corpo dela. Ele sentia cada pedaço de sua resposta, ajustando seus movimentos como um maestro controlando a música que ele mesmo estava criando.

Um gemido mais profundo partiu dela, o som reverberando no quarto silencioso, o corpo inteiro tremendo. Sua respiração vinha em arfadas rápidas, e ela sabia que estava perto, muito perto. O prazer dentro dela estava acumulando-se a um ponto insuportável, e ela não sabia quanto tempo mais conseguiria segurar. As mãos dela apertaram ainda mais o cabelo de Bruce, os quadris se movendo de forma errática, incapaz de manter o controle. E então, de repente, a barreira dentro dela finalmente se quebrou.

Delilah arqueou as costas, os quadris se levantando da cama enquanto o orgasmo a atravessava como uma onda implacável. Bruce precisou pressionar uma mão contra o abdome dela para mantê-la no lugar, enquanto sentia o gosto dela encher sua boca. A sensação era tão intensa que por um momento ela quase não conseguia respirar, como se o próprio ar tivesse sido arrancado de seus pulmões. Sua mente ficou em branco, e tudo o que ela conseguia sentir era o calor explosivo que tomava conta de cada centímetro de seu corpo, queimando, devastando tudo. Seu corpo tremia de forma incontrolável, um gemido longo e rouco escapando de seus lábios enquanto ela se entregava completamente.

Bruce não parou, continuando a guiá-la através daquele clímax com uma paciência quase cruel, prolongando o prazer até que Delilah não soubesse mais onde terminava e onde ele começava. Quando finalmente o corpo dela começou a relaxar, os tremores diminuindo aos poucos, beirando a superestimulação, ele subiu lentamente pela cama, o olhar intenso ainda fixo no rosto dela. Seus olhos se encontraram mais uma vez, e ali havia algo diferente — um entendimento silencioso, uma cumplicidade que transcendia o desejo físico. Sem dizer uma palavra, Bruce se inclinou sobre ela, seus lábios roçando os dela suavemente.

Delilah ainda ofegava, os olhos semicerrados, o corpo mole como se tivesse sido despedaçado e reconstruído pelo prazer que Bruce lhe proporcionara. Seus dedos se afrouxaram dos cabelos dele, deslizando pelo pescoço até suas costas. Quando seus lábios se tocaram de novo e ela sentiu seu próprio gosto na boca dele, havia uma suavidade, uma lentidão que contrastava com a intensidade que os consumia há poucos instantes.

── Você está bem? ── Bruce sussurrou, a voz baixa, rouca de desejo e preocupação, como se uma parte dele ainda duvidasse de que não a tivesse levado longe demais.

Delilah abriu os olhos devagar, o rosto relaxado, uma expressão de puro contentamento se formando em seus lábios. Ela não precisava responder com palavras, seu olhar dizia tudo, mas ainda assim se esforçou para dar a ele aquela garantia.

Com um leve movimento, sua mão subiu para tocar o rosto dele, os dedos acariciando a linha dura de sua mandíbula com uma delicadeza quase reverente. O toque era uma resposta tão clara quanto qualquer frase, mas mesmo assim, ela se esforçou para lhe dar a segurança que ele buscava.

── Sim... ── Delilah murmurou, a voz baixa, suave, como o eco de um suspiro que ainda não tinha se dissipado no ar. ── Agora sim.

As palavras dela fizeram algo nos ombros tensos de Bruce relaxar, mas não completamente. Ele era um homem preso em constantes dilemas, sempre entre o controle absoluto e a entrega completa, e o desejo que brilhava nos olhos dele agora era uma mistura crua de ambos. Ele a estudava como se estivesse desenhando mentalmente cada traço de seu rosto, cada resposta silenciosa de seu corpo, enquanto suas mãos ainda traçavam um caminho pela pele dela, o toque intenso, mas suave, como se estivesse tentando conforta-la.

Então, depois de uma pausa carregada, os lábios de Bruce se curvaram em um sorriso quase imperceptível, aquele traço de seriedade que raramente o abandonava ainda presente, mas com uma faísca de desejo inabalável em seus olhos.

── Acha que pode continuar? ── A pergunta saiu firme, quase desafiadora, mas havia algo de genuíno por trás dela e Bruce quase parecia tímido quando perguntou, escondendo seu rosto na curva do pescoço dela, beijando a área da cicatriz na clavícula com gentileza.

Delilah soltou uma risada baixa, provocante, o som reverberando entre eles como uma promessa não dita. O sorriso que se formou em seus lábios agora era carregado de malícia, seus olhos brilhando com a mesma intensidade que os dele. Ela não precisava responder com palavras, mas decidiu fazer isso mesmo assim, gostando da maneira como a tensão nos músculos de Bruce se renovava com a expectativa quando ergueu o rosto dele para encará-lo, segurando-o em suas mãos.

── Eu poderia ir à noite toda ── ela disse com a voz baixa, quase um sussurro contra os lábios dele, as palavras carregadas com uma firmeza desafiadora, como se estivesse aceitando uma provocação implícita. E, antes que ele pudesse responder, ela o puxou para si, seus lábios se encontrando em um beijo que era tudo menos suave.

O beijo era ardente, carregado de uma urgência crua, os lábios dela se movendo contra os dele com uma fome insaciável, um ímpeto que reverberava por seus corpos como eletricidade pura. Bruce soltou um gemido baixo, aquele som grave que a fazia sentir o controle e o caos ao mesmo tempo. Suas mãos, grandes e calejadas, deslizavam por seu corpo enquanto as unhas de Delilah riscavam levemente as costas dele, provocando reações imediatas. Era como se o contato entre eles estivesse aumentando a intensidade de tudo, os corpos moldando-se, encaixando-se, a intimidade crescendo a cada segundo que passava.

Mas, de repente, Bruce se afastou, os olhos ainda presos aos dela, o rosto marcado por um desejo que ele, à custa de uma força hercúlea, segurava. O tempo pareceu suspender por um breve momento enquanto ele a encarava com seriedade, como se a pausa fosse necessária para garantir que ambos estavam em sintonia.

── Tem camisinha? ── ele perguntou, a voz rouca, quebrando o silêncio com calma e certa meticulosidade.

Delilah piscou, surpresa pela pergunta direta, mas assentiu prontamente.

── Segunda gaveta ── indicou com a cabeça, apontando para a mesa de cabeceira ao lado da cama, onde o abajur que iluminava fracamente o quarto ficava.

Bruce afastou-se, o olhar relutante, como se não quisesse perder o contato visual com ela por um segundo. Ele abriu a gaveta rapidamente, vasculhando-a até encontrar um pacote de preservativo, pegando um e deixando o restante sobre a mesa.

Enquanto ele fazia isso, Delilah se ajeitou na cama, recostando-se nos travesseiros e observando cada movimento dele. A visão dele se despindo das calças e cueca fez o coração dela disparar, e ela engoliu em seco ao descer os olhos pelo corpo de Bruce, até finalmente se fixar no membro dele. Grande. A mente dela se inundou de pensamentos momentâneos e práticos, como a possibilidade de precisar comprar camisinhas maiores no futuro. O desejo que a percorria, no entanto, era imediato, visceral e Delilah queria saber como seria senti-lo dentro de seu corpo.

Seus olhos subiram novamente, encontrando os dele já fixos nela. A intensidade do olhar de Bruce a fez prender a respiração por um momento, o tempo entre eles parecia condensar-se em uma conexão singular. Bruce aproximou-se, colocando-se entre suas pernas com cuidado, as mãos grandes e firmes acariciando o quadril dela com uma gentileza surpreendente. O rosto dele exibia uma preocupação sincera, algo quase protetor em sua expressão.

── Ainda tem certeza que quer continuar? ── perguntou ele, sua voz baixa e calma, mas carregada de uma seriedade que cortava o ar. O tom dele era quase hipnótico, e, naquele instante, ele a tinha completamente sob seu feitiço. Não havia escapatória. Ele a via por completo, e isso a desarmava de uma forma que poucos homens haviam conseguido. ── Podemos parar por aqui.

Ela o encarou, as palavras dele pairando no ar como uma promessa, ou talvez uma tentativa de controle. Seus dedos subiram pela lateral do corpo dele, puxando-o suavemente para mais perto, uma mão traçando o contorno firme de seus músculos até suas costas.

── Não ── ela respondeu, a voz firme, porém sedosa, enquanto movia a cabeça em uma negativa suave. Seus dedos deslizaram pelas costas dele, e ela se inclinou para que seus lábios pairassem perto dos dele, a respiração entrecortada. ── Preciso que você me foda agora, Bruce. Preciso de você dentro de mim.

Bruce fechou os olhos com força, a mandíbula tensa enquanto lutava para manter o controle. Seus punhos apertaram os travesseiros ao lado da cabeça dela, e por um breve momento, ele se permitiu ser consumido por aquela vontade crua que o invadia.

── Delilah... ── murmurou ele, a voz tão baixa que mal passava de um sussurro, como se estivesse à beira de perder o controle. ── Você não está facilitando as coisas pra mim.

── Eu nunca facilitei pra você, querido ── ela respondeu com um sorriso ladino, repetindo as palavras que ele mesmo já havia dito antes, o tom dela carregado de provocação. ── Então pare de perguntar e me foda de uma vez.

Bruce abriu os olhos, seus olhares se encontrando novamente. Ele a estudou com cuidado por um tempo. E então, em um movimento súbito, mas controlado, ele a pegou pelas coxas, puxando-a abruptamente, fazendo com que escorregasse pelos travesseiros até que estivesse totalmente deitada sob seu corpo.

O riso de surpresa que escapou dos lábios de Delilah foi genuíno, uma explosão de som que parecia ecoar pelo quarto. Ela se moveu para se ajustar, ainda rindo, mas logo o som foi substituído pelo silêncio tenso de antecipação quando Bruce se inclinou sobre ela novamente. Seus lábios encontraram o pescoço dela, beijando com uma gentileza que contrastava com a urgência anterior, enquanto suas mãos deslizavam pelas laterais de seu corpo, acariciando, explorando.

Ele se posicionou cuidadosamente entre suas pernas, o calor dela o envolvendo, enquanto seus olhares permaneciam conectados. A respiração de Delilah estava ofegante em antecipação, irregular, mas ela se forçou a relaxar, sentindo o peso reconfortante de Bruce sobre si. Ele era firme, sólido, uma âncora que a puxava para mais fundo naquele momento.

Bruce entrou nela com uma lentidão quase torturante sem desviar seus olhos das feições dela, concentrado em captar qualquer desconforto, os dois respirando juntos, seus corpos ajustando-se ao ritmo que construíam. Delilah agarrou os lençóis com força, uma onda de prazer irradiando de seu centro, e ela suspirou, mordendo o lábio inferior, enquanto sentia sua visão embaçar com as lágrimas não derramadas. O calor se espalhou por ela, e, à medida que Bruce avançava e recuava com movimentos precisos, fazendo o possível para manter o controle.

── Preciso que você relaxe para mim ── disse Bruce, seus olhos voltando a encontrar os dela, e dessa vez, a voz dele soava como um comando sutil, mas cheio de cuidado.

── Estou relaxada. ── murmurou com a voz quebrada, a cabeça jogada para trás, o corpo tenso.

── Não, não está. Está tensa, eu consigo sentir ── Bruce afirmou, cravando os dedos nos quadris dela enquanto afunda sua ponta e com um impulso fluido ele mergulha mais fundo ── Só respire.

Ela fechou os olhos e respirou fundo, relaxando seus músculos. Mesmo depois que Bruce usou a boca e os dedos, ela ainda parecia apertada ── ou ele que era grande demais, era difícil ter certeza agora.

Quando ele chega ao fim, seu peito sobe e desce. Ela é tão quente e macia, Bruce precisa fazer o possível para manter o foco, para não se perder. Delilah nota isso, percebe que ele precisa de um momento para fechar os olhos e apenas se concentrar no que está fazendo. Ela sentia cada centímetro dele, o corpo de Bruce a preenchendo por completo, e uma onda de prazer a invadiu como uma maré alta. A respiração saiu de seus pulmões em um arquejo longo, e seus braços automaticamente se enroscaram em volta do pescoço dele, puxando-o para mais perto, como se quisesse fundir seus corpos em um só e beijando-o para conseguir ignorar a queimação que sentia quando ele entrou.

Bruce moveu-se devagar a princípio, quase dolorosamente lento, saboreando a sensação. Os músculos dele se flexionavam sob a pele, as cicatrizes que marcavam seu corpo eram testemunhas silenciosas de tudo o que ele havia suportado, mas naquele momento, tudo o que importava era Delilah. Ele estava totalmente presente, com cada movimento seu feito para intensificar a experiência, para gravar aquele momento em suas mentes.

── Droga, Delilah... ── Ele grunhiu entre os dentes, a voz cheia de uma mistura de prazer e frustração contida. ── Você... vai ser a minha morte.

Ela apenas sorriu, os olhos entreabertos observando o rosto dele quando Bruce se afastou e segurou a cabeceira da cama com uma mão, a tensão esculpindo cada linha de sua expressão. Havia algo glorioso em vê-lo assim – tão controlado, tão contido, mas ao mesmo tempo, se desmanchando com o toque dela. Era um poder que ela não sabia que possuía, e se entregou completamente a ele.

Os movimentos de Bruce começaram a acelerar, os quadris se movendo com mais firmeza, a urgência crescendo conforme ele se chocava contra ela. O som de suas respirações entrecortadas preenchia o quarto, misturado aos gemidos de Delilah, que não conseguia mais controlar o fluxo de prazer que a invadia. Sua mente estava nublada, o mundo afundando em uma escuridão acolhedora onde só existiam eles dois.

── Mais forte, B-Bruce... ── Ela pediu, a voz arrastada pelo desejo, mal reconhecendo a si mesma. E Bruce obedeceu, os músculos de suas costas se contraindo enquanto ele empurrava com mais força, a cama se movendo levemente sob o impacto de seus corpos e a mão livre segurando a perna esquerda dela contra o quadril. ── Não se contenha. Porra, não pare...

Qualquer contenção que Bruce tinha, se desfez; a euforia que ele sente por estar dentro dela é demais e ele não perde tempo em estabelecer um ritmo punitivo. Ele se moveu com uma precisão brutal, os músculos tensos, segurando Delilah debaixo de si enquanto a inclinava para que seus quadris se encontrassem com uma força quase selvagem. A intensidade do movimento era tanta que as bordas da visão dela começaram a se apagar, reduzindo tudo a sons e sensações.

Cada estocada é enfatizada com um gemido primitivo vindo dele enquanto ambos os corpos começam a brilhar com a transpiração, reluzindo ao luar. Minutos se passam em um êxtase nebuloso, a cama balançava contra a parede a cada investida, mas nenhum dos dois se preocupava com as consequências disso. A necessidade de preencher o vazio que sentiam, de esquecer todas as suas preocupações e apenas se perder no corpo um do outro era maior.

A cada estocada, Delilah sentia seu corpo se despedaçando em pequenos fragmentos de prazer, cada um mais intenso que o outro, até que sua mente mal conseguia segurar os pensamentos. Ela se arqueou debaixo dele, o corpo tenso como um arco, os dedos agarrando os lençóis enquanto o prazer ameaçava consumi-la por inteiro. Ele se perdeu no som do seu nome saindo dos lábios dela — entre gemidos e palavras desconexas — enquanto cada movimento o levava mais fundo.

Uma onda de prazer subindo por sua espinha como fogo líquido, queimando por dentro até que a mente dela mal pudesse processar o que estava acontecendo. Ela sentia como se estivesse prestes a despedaçar, o corpo inteiro tensionado, quase à beira do colapso. Aquela pressão familiar na base da espinha já está aumentando novamente, evidenciando que seu orgasmo está perto.

── Eu não vou... aguentar... ── Ela sussurrou, a voz entrecortada, as palavras quase se perdendo no ar. Mas Bruce ouviu, e isso o fez intensificar seus esforços, o suor já começando a escorrer pela sua pele, misturando-se ao dela.

── Deixe... ── Ele respondeu, a voz dele entrecortada, quase irreconhecível, enquanto seu rosto encontra a curva do pescoço dela mais uma vez para sussurar aquelas palavras ── Deixe ir, Delilah...

Não há como ela não ceder agora, não quando a aspereza dos movimentos de Bruce a impulsiona. A onda de prazer que a atingiu foi tão intensa que parecia ter tirado o fôlego dela. O corpo inteiro dela tremeu sob o dele, os músculos contraindo-se incontrolavelmente enquanto um gemido alto e rouco escapava dos lábios de Delilah, ecoando pelo quarto. Ela segurou Bruce com mais força, as unhas cravadas nas costas dele enquanto era consumida pelo êxtase. O prazer a dominou como uma corrente forte demais para resistir.

Bruce, sentindo o corpo dela se apertar ao redor dele, não conseguiu mais se segurar. Com um último impulso profundo e feroz, ele seguiu o caminho dela, deixando-se perder naquele abismo de prazer. A última resistência dele se desfez, e ele desmoronou junto com ela, o corpo inteiro estremecendo enquanto gozava no preservativo e soltava um gemido rouco tão prazeroso que Delilah precisou observá-lo por longos minutos.

Ainda dentro dela, Bruce deitou a cabeça contra o peito de Delilah. As mãos dela, delicadas e firmes, mantiveram-no próximo, suas unhas acariciando suavemente a pele dele, oferecendo um consolo que ambos precisavam. A respiração deles estava descompassada, mas, aos poucos, foi se acalmando, criando um ritmo único, um compasso de pós-êxtase. Delilah sentia o peso do corpo dele sobre o dela, mas não havia desconforto nisso — havia uma familiaridade, uma entrega mútua.

Ela o tocava suavemente, dando-lhe o tempo necessário para recuperar o controle, até que ele finalmente se afastasse. A sensação da umidade descendo por suas pernas a fez estremecer, um lembrete físico do quão intensa havia sido aquela experiência. O pensamento de que nunca tinha gozado tão forte cruzou sua mente como um relâmpago, mas logo se dissipou, perdido na maré de sensações que ainda dominavam seu corpo.

Quando Bruce saiu de dentro dela, um ruído baixo escapou de seus lábios, uma mistura de sensibilidade e um cansaço satisfatório. Ele se deitou ao lado dela, ambos ofegantes, os corpos suados e quentes. Durante um longo momento, os dois ficaram em silêncio e apenas observaram o teto do quarto. Deitados no escuro, respirando juntos, na mais profunda intimidade, seus olhos se encontraram.

Os olhos de Delilah vagaram até Bruce, seus olhares se encontrando na escuridão suave do quarto. Havia uma pergunta silenciosa naqueles olhos azuis, como se ele também estivesse processando o que acabara de acontecer. Delilah tentou decifrar o que sentia, mas antes que as dúvidas pudessem se formar, a mão de Bruce se moveu para retirar uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto dela, um gesto íntimo e cuidadoso. Ele colocou o cabelo atrás da orelha dela com uma suavidade que contrastava com o ardor de antes, e seus dedos entrelaçaram-se com os dela. Sem dizer nada, ele levou os lábios ao pulso dela, beijando suavemente acima da pulsação que ainda batia acelerada, mas dessa vez não era por causa do sexo.

── Como se sente? ── Bruce a questionou.

── Desossada ── Delilah murmurou, os olhos se fechando com o toque, permitindo-se apenas sentir o calor dele. Havia um fantasma de sorriso nos lábios de Bruce, um traço quase imperceptível de satisfação contida.

Por alguns segundos, o silêncio voltou a envolvê-los, até que Bruce começou a se mover, como se se preparasse para se levantar. Instintivamente, Delilah segurou o pulso dele, seus olhos semiabertos, um pedido silencioso.

── Fica ── ela sussurrou, a exaustão evidente no tom de sua voz, o corpo mole demais para reagir mais do que isso.

Com aquela paciência que sempre possuía, Bruce inclinou-se de volta, olhando-a com uma tranquilidade reconfortante.

── Não vou a lugar nenhum ── ele assegurou, sua voz suave. ── Só vou ao banheiro, preciso pegar algo para limpar você. Não vou demorar.

Ele afastou suavemente a mão dela de seu pulso e se levantou. Delilah ouviu seus passos se afastando, a luz do banheiro se acendendo, o som da água correndo. O sono começou a pesar em seus olhos, e antes que percebesse, ela adormeceu brevemente, sua mente flutuando entre o descanso e a consciência.

Ela só acordou quando sentiu o toque frio de um pano úmido entre suas pernas, o que a fez estremecer, a pele hipersensível reagindo ao contato inesperado. Bruce murmurou desculpas em um tom baixo, quase inaudível, e ela mal registrou o que ele dizia. O mundo ao redor dela era um grande borrão, os pensamentos se desfazendo na exaustão. Tudo o que veio depois foi uma sequência de sensações indistintas: Bruce a movendo delicadamente, cobrindo-a com um cobertor quente, o peso reconfortante de seu corpo ao lado dela.

A última coisa que ela percebeu com clareza foi o calor de Bruce contra ela. O braço dele repousava em seu quadril, enquanto o peito se alinhava às suas costas, e o som rítmico do coração dele contra suas costelas a embalava em um sono que, até então, mostrava-se tranquilo.

Delilah acordou com um sobressalto, o suor frio escorrendo por sua testa enquanto seu corpo se erguia bruscamente da cama. O pânico a envolveu como uma onda que a sufocava, seus pulmões lutando para puxar o ar. Ela engasgou, levando uma mão trêmula aos lábios secos, tentando reprimir o choro que ameaçava escapar de sua garganta. Seu coração disparado martelava contra as costelas, e a realidade se demorava em voltar, como se seu corpo ainda estivesse preso no pesadelo. Mas, lentamente, a consciência de que tudo não passara de um sonho tomou conta de sua mente.

Seu tronco permanecia ereto, os músculos ainda tensos, enquanto ela se agarrava ao edredom como se este pudesse protegê-la. Aos poucos, seus tremores começaram a ceder, mas as memórias do pesadelo não a deixavam. As imagens permaneciam vívidas, e por um momento, ela jurou que ainda podia sentir o gosto de sangue nos lábios, o estalar dos ossos sendo quebrados. A sensação de terror absoluto ainda pairava no ar. O que havia acabado de viver parecia real demais. Horrível demais.

A respiração de Delilah se arrastava, pesada, irregular, seus olhos piscando rapidamente na tentativa de focar em algo concreto, em algo que dissesse que ela estava segura. O quarto estava em ordem, as roupas espalhadas pelo chão lembravam-na da noite anterior, mas nada parecia certo. Seus dedos se apertaram contra o peito, sentindo o coração bater de maneira descompassada sob a palma de sua mão. Ela massageou a área, tentando recuperar o controle, forçando-se a aceitar que estava tudo bem. Era apenas um pesadelo. Apenas um pesadelo, repetia a si mesma, como um mantra para afastar o horror que ainda rastejava em sua mente.

Seus olhos se fecharam por um momento enquanto ela inalava profundamente, tentando acalmar o zunido que parecia vibrar em seu peito. Quando os abriu novamente, foi apenas então que notou a figura ao seu lado. Bruce, meio adormecido, começou a se mexer, o edredom escorregando pelo seu corpo enquanto ele se sentava, piscando os olhos pesadamente, afastando o véu de sono que ainda o cobria.

── Delilah... ── chamou ele, a voz rouca e grave, arrastada pela sonolência. Ele se endireitou ao perceber a postura dela, a forma como seu corpo ainda tremia levemente. Bruce não precisou de mais do que um olhar para saber que algo estava errado.

A mão dele tocou o ombro dela, um toque suave, mas a reação de Delilah foi imediata: seu corpo se encolheu instintivamente ao contato. Bruce recuou apenas o suficiente para não pressioná-la, mas sua preocupação se intensificou.

── O que aconteceu? ── a pergunta saiu, e agora, ele estava totalmente desperto, observando cada detalhe do rosto dela.

Delilah hesitou. As lembranças da noite anterior voltaram de forma confusa. Eles haviam dormido juntos pela primeira vez, e agora, com o pavor do pesadelo ainda fresco, ela se sentia desconectada daquela intimidade. Como deveria reagir? Como poderia falar sobre algo tão mundano quando havia acabado de ser consumida pelo terror?

Pressionando as palmas das mãos contra os olhos, ela tentou se centrar. Respirou fundo, sentindo o ar entrar devagar, e soltou-o com dificuldade. Não queria pensar nas consequências daquele momento, de Bruce ao seu lado, de tudo o que haviam compartilhado na noite anterior. Não agora.

── N-nada ── murmurou, a voz vacilante, traindo o controle que tentava desesperadamente manter. Ela odiava como suas palavras saíram trêmulas, pequenas. ── Está tudo bem. Volte a dormir, Bruce. Está tudo bem.

Mas não estava. A garganta seca, a voz rouca e os tremores que mal haviam cessado contavam outra história. Bruce não era ingênuo. Seus dedos deslizaram com cuidado pelo pulso dela, e em um movimento firme, porém gentil, ele afastou as mãos dela do rosto.

── Não está tudo bem ── murmurou, mais próximo agora, seus olhos azuis fixos nos dela, penetrantes. ── Fale comigo.

Delilah abaixou as mãos, puxando o edredom para mais perto do peito, como se aquilo pudesse criar uma barreira entre eles. Ela piscou repetidamente, os olhos marejados encarando o vazio à frente. Sua respiração já estava mais calma, mas ainda havia resquícios do pânico agarrados a cada suspiro. As lágrimas que antes escorriam por suas bochechas haviam secado, deixando rastros salgados na pele úmida e pegajosa de suor. Pequenos fios de cabelo grudavam nas laterais de seu rosto, completando o quadro de alguém que acabara de enfrentar algo muito mais intenso do que um simples sonho ruim.

── Foi só... um maldito pesadelo ── sussurrou, quase temendo falar mais alto e quebrar a frágil paz que reinava no quarto. ── Só isso.

Bruce não desviou o olhar, suas feições duras suavizadas por uma preocupação palpável. Ele a observava com uma intensidade que a fez tremer novamente, desta vez de maneira diferente. Havia algo naqueles olhos, um medo talvez, um medo de que houvesse mais ali do que ela estava disposta a compartilhar. Talvez ele nunca a tivesse visto assim, tão vulnerável, e isso o inquietava profundamente.

── O que você precisa? ── a voz dele era baixa, quase um sussurro, mas ela podia sentir a proximidade física de Bruce quando o ombro dela roçou contra o peito nu dele. A mão dele subiu até suas costas, movendo-se em um toque lento e reconfortante.

Delilah sabia que Bruce não era exatamente a pessoa mais hábil em situações emocionais como aquela, mas o esforço que ele fazia, a disposição em tentar, a tocava de uma maneira que ela não conseguia explicar. Ele sabia o que era ser perseguido por pesadelos, talvez melhor do que ninguém.

── Acho que... um pouco de água já é o suficiente ── respondeu, sua voz mais calma agora, embora ainda fraca. Ela massageou o peito mais uma vez, sentindo o coração finalmente desacelerar. ── Já passei por isso antes, não é tão ruim quanto parece. Vai passar logo.

Bruce assentiu, soltando um suspiro pesado antes de apertar suavemente a cintura dela em um gesto de apoio. Ele se levantou da cama antes que ela pudesse impedi-lo. Delilah o observou pegar a sunga que havia sido despejada no chão horas antes e vestir. Ele saiu do quarto e caminhou até a cozinha do apartamento dela. Delilah o escutou abrindo a geladeira, pegando um copo no armário e enchendo de água.

Poucos minutos depois, Bruce retornou, silencioso, como sempre. Ele entregou o copo com água a Delilah, que agradeceu com um murmúrio quase inaudível. Havia algo frágil no ar, como se qualquer movimento brusco pudesse despedaçar a tênue calmaria que os envolvia. Talvez fosse o peso da madrugada – as três da manhã, quando Gotham parecia mais morta do que viva, o inverno deixando suas ruas desertas e suas almas inquietas. O vento lá fora fazia um leve uivo, mas dentro daquele quarto, tudo parecia suspenso no tempo.

Delilah bebeu a água com longos goles, tentando acalmar a mente e o corpo. Ao terminar, limpou a testa com as costas das mãos, como se quisesse afastar o peso da noite junto com o suor frio. Ela colocou o copo no criado-mudo e Bruce, em um movimento quase automático, puxou as cobertas e deitou-se ao lado dela novamente. Não precisaram de palavras; a comunicação entre eles era feita por gestos, por um instinto mútuo. Ela se aninhou contra ele, e Bruce a envolveu com seus braços como se quisesse protegê-la do que quer que estivesse à espreita nos recônditos sombrios de suas mentes.

A cabeça de Delilah repousava sobre o peito dele, e ela ouvia o som constante do coração de Bruce – uma batida firme, reconfortante. As mãos dele começaram a acariciá-la, primeiro no ombro, depois subindo até o couro cabeludo, massageando suavemente seus cabelos. O movimento era repetitivo, quase hipnótico, e o silêncio que pairava entre eles era pesado, mas não opressivo. Bruce, sempre observador, passou o polegar pelo rosto dela, um toque leve.

── Quer falar sobre isso? ── Ele perguntou em um murmúrio baixo e grave.

── Não agora ── ela negou. ── Talvez... Depois.

Bruce murmurou em um tom grave, a voz pesada com uma compreensão silenciosa que dizia mais do que qualquer palavra poderia.

Enquanto isso, Delilah sentia a familiar inquietação se instalar. Não era por causa de Bruce, mas pelas memórias que insistiam em voltar àquela hora fatídica – três da manhã, o chamado "horário do diabo", como alguns gostam de dizer. Porém Delilah pensou que, pelo menos daquela vez, dormir seria um alívio e não uma maldição. Ela estava errada, é claro. E agora Bruce estava ali para presenciar como algumas noites conseguem ser mais difíceis do que outras para ela.

Ele, por sua vez, manteve olhar estava cravado nela, mesmo quando Delilah traçou lentamente o contorno de uma cicatriz irregular em seu estômago com a ponta do dedo. Bruce estremeceu levemente sob o toque, uma resposta involuntária, mas ainda assim, seus olhos não vacilaram.

── Isto aqui é de que? ── ela quebrou o silêncio, a voz baixa no quarto escuro.

── Esqui. ── Bruce respondeu prontamente, sem hesitar, como se a resposta já estivesse pronta há muito tempo.

Ela assentiu levemente, murmurando baixinho em compreensão e os dedos deslizando para outra cicatriz, mais acima, perto do ombro.

── E este?

── Acidente de carro ── ele respondeu de imediato, mas antes que ela pudesse fazer outra pergunta, Bruce deixou seus dedos percorrerem suavemente a pele dela, parando sobre uma fina cicatriz nas costelas. Seu olhar endureceu um pouco. ── E essa? Foi por causa do...

── Não ── Delilah o interrompeu, a voz um tanto fria. Ela sabia que Bruce se referia ao ataque do Ceifador e a lembrança, misturada com o pesadelo, a deixaram com um gosto ruim na boca ── Não foi. Acho que foi no dia do incêndio... faz muito tempo.

Bruce franziu levemente o cenho.

── Li sobre isso. Disseram que foi criminoso. ── ele comentou cuidadosamente ── Pegaram o culpado?

Claro que ele leu, ela pensou. Da mesma forma que ela havia pesquisado sobre ele depois que os dois se conheceram na Universidade. Delilah quase sentiu vontade de rir.

── Ele morreu na prisão ── respondeu, o olhar de se perdendo em algum ponto distante no quarto ── E o homem que matou seus pais... ele nunca foi pego.

── Não. Nunca.

Há silêncio entre eles novamente.

── Você deveria dormir. ── Bruce sugeriu suavemente, mais como um pedido do que uma ordem.

── Não consigo.

Um minuto silencioso se passa antes que ele pergunte. ── Do que você precisa?

Delilah ergueu o olhar para ele, encarando intensamente enquanto o silêncio consumia os instantes seguintes entres eles, criando um espaço. Bruce se dispunha a fazer qualquer coisa para aliviar o que quer que estivesse corroendo-a por dentro e ela estava disposta a aceitar o que ele estivesse disposto a oferecer.

── Me ajuda a esquecer. ── ela sussurrou finalmente, a voz quase inaudível, mas o pedido era claro.

O olhar de Bruce se intensificou, e no momento seguinte, seus lábios encontraram os dela, sem mais perguntas, sem hesitações.

O beijo começou gentil, experimental, mas se tornou necessitado , carregado de uma urgência que ambos sentiam, como se precisassem daquele contato para manter a escuridão à distância. Um som gutural escapou da garganta de Bruce quando sua mão firme deslizou até a bunda dela, apertando com possessividade antes de subir sob a blusa fina, encontrando a pele quente de suas costelas. O toque fez o corpo de Delilah se arrepiar, mas ela não cedeu, permanecendo ali, imersa no beijo, explorando o gosto dele, deixando-se guiar pelo ritmo intenso que Bruce ditava.

A pressão de seus lábios aumentava, a respiração entrecortada de ambos preenchia o quarto, e logo o corpo dele estava sobre o dela, cobrindo-a, prendendo-a em uma prisão que ela não desejava escapar. A mão de Bruce subiu de suas costelas para o peito, apertando o seio com uma mistura de delicadeza e necessidade. O contato breve só serviu para alimentar a crescente fome entre eles, que agora os tomava com uma pressa quase desenfreada.

Ele se afastou apenas o suficiente para alcançar a mesa de cabeceira, os dedos ágeis pegando um preservativo na gaveta. Bruce mal teve tempo de abaixar a cueca, deslizando a camisinha com uma precisão mecânica, quando, em um movimento rápido e inesperado, Delilah inverteu as posições, subindo sobre ele com uma graça feroz. O mundo pareceu girar por um instante, e Bruce arfou, levemente surpreso.

Ela se posicionou sobre ele, pressionando sua intimidade contra o membro rígido, provocando, deslizando as dobras úmidas ao longo dele, criando uma fricção torturante. Bruce rosnou, as mãos firmes encontrando seus quadris, segurando-a no lugar, mas sem forçar.

── Pare de provocar ── sua voz era baixa e rouca, cheia de desejo.

Delilah sorriu maliciosa, inclinando-se para ele, os lábios próximos o suficiente para sussurrar.

── Não tem graça sem a provocação, Brucie. ── Ela piscou para ele, sua voz carregada de um tom brincalhão que apenas o incitou ainda mais.

Bruce bufou em frustração, mas antes que pudesse responder, Delilah deslizou os lábios até o pescoço dele, mordendo levemente a pele antes de lambê-la, marcando-o como se quisesse gravar sua presença em cada centímetro do corpo dele. Bruce a segurou com mais força, as mãos em sua cintura, os dedos pressionando contra sua pele enquanto ele sentia o controle escapar por entre seus dedos, mais uma vez.

O calor entre eles era palpável, o corpo de Delilah quente e molhado, permitindo que ele a penetrasse sem esforço. Bruce soltou um suspiro entre os dentes, agarrando seus quadris com mais força, enquanto Delilah choramingava em resposta à sensibilidade de seu corpo, ainda sentindo os efeitos da rodada anterior. Bruce não se apressou, deixou que ela se ajustasse novamente à presença dele, suas paredes sensíveis acomodando-se ao tamanho.

Cheia. Ela se sentia cheia naquele momento, onde Bruce conseguiu alcançar ainda mais fundo naquela posição. Aquela plenitude, a forma como Bruce a envolvia e a fazia sentir, fez qualquer temor, qualquer lembrança dolorosa se apagar de sua mente. Tudo o que ela se concentrava era em senti-lo. O toque dele sobre seu corpo, a forma como ele estava pulsando dentro dela, as respirações entrecortadas, seus músculos internos relaxando, acomodando-se à presença de Bruce.

Foram apenas alguns segundos, mas logo Delilah começou a se mover, buscando o choque de prazer que percorria seu corpo cada vez que eles se encontravam. O movimento era lento no início, mas rapidamente ganhou ritmo, cada encontro de seus corpos enviando ondas de eletricidade pelos nervos de ambos.

Bruce apoiou um braço atrás de si, mantendo o tronco ereto enquanto ela cavalgava no colo dele, os movimentos fluindo em uma sincronia perfeita. As mãos dela deslizavam por seu pescoço, peito, acariciando os músculos tensos, provocando-o com toques sutis que apenas aumentavam o desejo. Quando seus dedos encontraram um mamilo, Delilah gemeu suavemente, e Bruce, em resposta, acelerou, empurrando para dentro dela com mais força, sentindo o calor e a pressão ao redor de seu membro.

O quarto parecia desaparecer ao redor deles, o mundo se restringindo ao calor dos corpos, ao som dos gemidos abafados e ao ritmo frenético de seus movimentos. A cada investida, Bruce empurrava para cima, encontrando-a no meio do caminho, e juntos criavam um fluxo constante de prazer.

Delilah arqueou as costas, sentindo cada fibra de seu corpo vibrar com a intensidade do momento. Raios de luz explodiam atrás de seus olhos, e cada vez que Bruce se movia, era como se ela estivesse sendo lançada para mais perto do êxtase. O suor brilhava em sua pele, e o calor deles misturava-se ao ar frio da noite, tornando cada toque ainda mais febril, mais necessitado.

Ele não resistiu mais; suas mãos deslizaram dos quadris de Delilah para as coxas, os dedos afundando na carne macia enquanto ele se levantava para ficar mais perto dela. Os corpos de ambos estavam colados agora, o contato de pele com pele criando uma intimidade avassaladora. Delilah, em resposta, jogou os braços ao redor do pescoço de Bruce, os lábios dela encontrando o lóbulo da orelha dele antes de sussurrar algo entre suspiros, palavras que se perderam no calor do momento conforme ambos se aproximavam rapidamente de seu ápice.

── Bruce... porra. ── ela arfou, o som quase quebrado, carregado de êxtase e desespero. Lágrimas embaçam sua visão novamente ── Estou perto.

── Eu também ── disse ele, entredentes.

A mão esquerda dele desceu entre seus corpos, pressiona a palma contra a barriga dela enquanto coloca o polegar sobre o clitóris, fazendo-a gemer prolongadamente. Ele começa a estocar mais forte, seu ritmo começa a se perder, indo tão longe quanto aquela posição o permite. Os olhos de Delilah reviraram no mesmo instante, a cabeça cai para trás em um grito silencioso e o rosto de Bruce vai de encontro ao seu pescoço.

E então, como se uma corrente elétrica os atravessasse, ambos chegaram ao limite ao mesmo tempo. Delilah gemeu alto, seu corpo enrijecendo enquanto a onda de prazer a dominava, cada nervo em seu corpo parecendo explodir em um fogo de artifício de sensações. Bruce, com o maxilar travado, sentiu o mundo à sua volta desaparecer completamente enquanto ele se derramava dentro dela, segurando-a firme contra si como se temesse que ela pudesse se desintegrar nos braços dele.

Os dois permaneceram imóveis por alguns instantes, suas respirações gradualmente voltando ao normal, o coração dos dois ainda disparado, como se tivessem acabado de correr uma maratona. Delilah desabou sobre o peito de Bruce, exausta, o corpo suado colando-se ao dele enquanto seus dedos brincavam, agora preguiçosamente, com os cabelos desgrenhados dele. O silêncio que se seguiu era espesso e o ar do quarto cheirava a suor e sexo mais uma vez, mas desta vez não havia tensão, apenas uma paz momentânea.

O relógio ao longe marcava quase quatro da manhã. Gotham lá fora, com sua quietude enganadora, logo despertaria para outra noite de caos. Mas, por enquanto, naquele quarto isolado do mundo, eles tinham uns aos outros e, pelo menos por essa noite, isso seria suficiente.

AUTHOR'S NOTE.

I. |  Depois dessa, eu nem sei como começar essas notas KKKK escrever quase 9k só de smut me desestabilizou e eu nem sei dizer se tá bom, porque não escrevo cenas assim com frequência. Eu espero que pelo menos tenha ficado... Agradável.

II. | Sei que eu falei que seriam dois caps seguidos, mas eu consegui colocar todo o conteúdo nesse único capítulo, o que significa que talvez não tenha no próximo, mas o que eu falo não se escreve, então não confirmo e nem nego nada (eu mudo meu planejamento o tempo todo gente, é uma loucura).

III. | Como sempre, eu revisei o cap. mas sou uma pessoa meio desatenta e posso ter deixado passar algo. Então, relevem qualquer erro, por favor. Foi cap. longo e minha vista não aguentava mais olhar para a tela do computador.

IV. | Pra finalizar, dedico o capítulo a minha querida amiga dixstark que fez aniversário ontem. Um presente meio inusitado, né? Mas eu espero que você e os outros leitores tenham gostado. Até a próxima sexta-feira para lidarmos com o dia seguinte e suas consequências ♡

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