Aquela conversa com meu pai no carro parecia não ter fim, ou tudo aquilo começou a ficar entediante, parecia que já havia vivido aquela manhã um milhão de vezes, ou seria somente o acaso de coincidências, não existia sim algo a mais de tudo aquilo, mas o que seria como eu poderia tentar achar de modo lógico uma explicação para aquela mistura de sensações que eu sentia naquela manhã, quando tomei café com meu pai, ou aquele vazio que sentia quando cheguei na escola? Era como se algo me faltasse e eu não sabia explicar exatamente o que estava me faltando.

O calor do sol não era a mesma coisa, eu estava já na metade do período na escola sentado na arquibancada que ficava na quadra, via o Cassio ali conversando com o pessoal da sala e outros colegas nossos, e não sentia nada, era como se me faltasse algo, olhava minha volta é por um pequeno momento achei que tudo aquilo não passaria de um sonho, mas como eu teria um sonho tão longo, em geral se você acha que está em um sonho acorda, mas eu sabia que aquela era a realidade, pelo menos para mim era a realidade. Peguei meu celular e olhei a hora pela décima vez, abrir o app do Instagram e passei a ver as fotos do meu final de ano, havia feito uma viajem com meu pai para São Thomé das Letras, ele havia prometido aquela viajem por quase um ano, e finalmente fomos, as lembras daquela cidade era de aquecer o coração de qualquer um, prometi a mim mesmo que este ano eu voltaria para lá e chamaria o Cassio para me acompanhar, tenho certeza que ira gostar e muito daquele lugar.

­- O que anda aprontando Benji? _Uma voz feminina perguntou logo atrás de mim, o que me fez bloquear a tela do celular meio que por instinto.

- E você, achei que fosse outra pessoa e não alguém que para mim não existe mais.

- Vejo que ainda anda chateado comigo, quando vai passar esta sua mágoa?

- No dia que o Sol gelar é o mar evaporar, talvez eu repense se você ainda existe para mim.

- Sério? Meu deus você e infantil de mais Benji.

- Eu sou infantil? Me poupe de suas palavras Renata, eu confiei em você, eu te contei coisas que somente você é o Cassio sabiam, e você correu e conto para escola inteira, meu deus menina o mundo não gira ao seu redor, eu não quero mais saber de você, simples assim.

- Me desculpa, o que preciso fazer...

- Renata, já disse que te desculpo, mas eu não quero mais falar com você e adeus.

Peguei minhas coisas e a do Cassio que ele havia deixado comigo e passei a caminhar em sua direção, já que ele estava do lado oposto daquela quadra, passei por ele e somente entreguei seu material e não lhe disse nada, ele me olhava sem entender muito bem o que estava acontecendo, mas não estava a fim de falar com ele, nem ninguém, não queria ter dor de cabeça naquele dia, já me bastava minhas neuras é as preocupações que tenho, passei na cantina peguei algo para comer e voltei para a sala de aula lá talvez teria um momento de paz, antes das últimas aulas daquele dia. Cassio foi um dos ultimo a entrar na sala, ele entrou e sentou a minha frente como de costume mas desta vez em silencio, não me disse nada, não me questionou nada, achei aquilo meio suspeito, já que meu amigo não era o tipo caladão ao contrário ele falava até pelos cotovelos.

E assim se foi até a última aula, um silencio total, se ele não queria falar comigo eu que não iria puxar conversa com ele, mas o destino não que saber do que eu penso ou desejo, já que minutos antes da aula acabar nosso professor disse que teríamos que montar um trabalho em dupla e apresentar para a sala e que o trabalho seria basicamente 1/3 da nota total do bimestre, suspirei fundo e toquei no braço do Cassio que olhou sorrindo para mim.

- Achei que você iria fazer sozinho! _Cassio falou me encarando com um sorriso sacana no rosto.

- Serio mesmo? Você que esta ai em silencio e não falou comigo.

- Benji, será porque você saiu da quadra e fingiu que eu não te chamei?

- Benjamin e Cassio, estava muito bom o silencio dos dois, espero que continue com ele até a aula acabar e isso vale para todos! _Nosso professor falou e volto a explicar do que ele queria neste trabalho.

Cassio e eu nos entre olhamos e sorrimos pela situação boba, não demoro muito até o professor terminar a explicação e dispensar nossa sala, peguei minhas coisas e sai da sala acompanhado pelo Cassio, saímos conversando sobre o que poderíamos fazer neste trabalho e como poderia ser a nossa apresentação, ele somente me ouvia é hora ou outra concordava com alguma coisa.

Quando saímos meu pai já nós esperava do outro lado da rua, era está a rotina do meu pai desde a sua separação da minha "mãe", ele sempre me levava e buscava todo dia na escola, ele passou a me dar muito mais atenção do que na época que eles eram casados. Mas ainda tinha medo de ter uma certa conversa com ele, de falar o que sentia, por mais que meu amigo me falasse "Seu pai jamais vai te renegar", mas eu evitava está conversa a todo custo.

- Quais as novidades Cássio? Já que o Ben vive no mundo da lua, alguma coisa boa deve ter acontecido. _meu pai falou assim que entramos no carro.

- Minha nossa será que ele está amando? _Cassio falou cumprimentando ele.

- Serio? Isso seria uma novidade, eu fica...

- Senhor não fica nada, eu estou aqui , e olha não tem nada de diferente comigo! _falei terminando aquela conversa dos dois.

Meu pai simplesmente ligou o carro é fomos para casa, no meio do caminho ele passou em um lanchonete e comprou alguns salgados para podemos comer.

— Posso dormir na sua casa?

— Que pergunta estranha? Lógico que pode, já aproveitamos e adiantamos o trabalho...

— A não melhor não, vou ficar em casa. _Ele disse não me deixando concluir.

— Besta! Você e sempre bem vindo, fora que pelo jeito meu pai já desconfiou do seu pedido, porque acha que ele parou para comprar besteira? _falei rindo e descendo do carro, já que meu pai avia acenado me chamando.

Para primeira sexta-feira do volta as aulas, aquela seria bem animada, me entupir de comida e passar a noite falando nada com nada com o Cássio.

— Vocês dois nada de ficar até amanhecer o dia jogando vídeo game. _meu pai falou logo após de terminar de arrumar a bagunça que fizemos.

— Pode deixar, o pequeno Ben vai dormi antes do sol nascer.

Passamos algumas horas jogando e depois tentamos ver alguma série o filme, mas confesso que o meu sono estava de matar, e o Cássio peguei ele cochilando umas duas vezes, desliguei a tv e falei para subirmos para meu quarto, ele me olho com uma cara de preguiça e somente concordou.

Quando chegamos ele foi se jogando na minha cama, para mim sorte ela era uma cama de casal então não teria nenhum problema dormir.

[...]

Acordei naquele sábado com um preguiça que só por deus, porque meu pai estava tão agitado é me chamando, hoje era dia de dormir até mais tarde, olhei para o lado e não vi o Cássio, nossa aquele preguiçoso já havia acordado? Me levantei mesmo com preguiça é fiz minha higiene matinal é desci direto agora cozinha. Tive uma outra surpresa ao ver que somente meu estava lá, e vestido como se fosse ir trabalhar.

— Benjamin! _meu pai falou me encarando com um semblante de raiva no rosto.

— O que foi? Pai, cadê o Cássio?

— E eu la sei do Cassio, não o vejo desde o ano passado?

— Gostei da brincadeira, tô falando sério pai.

— Benjamin que não está para brincadeiras hoje só eu, você tem quinze minutos para tomar café e estar pronto para aula, nada de ficar enrolando.

Olhei para ele surpreso, como assim aula? Peguei meu celular e levei um susto ao ver a data que aparecia naquela tela. Como isso era possível? Será que o Cássio havia mexido nas configurações dele antes de eu acordar? Pois não havia outra explicação.

Mais um capítulo para vocês, espero que estejam gostando da história, os próximos capítulos terão uma visão diferente dos acontecimentos.

Mil beijxs a todos e não esqueça de dar aquela 🌟