Cansaço
Quem já viu o aviso do meu perfil sabe por que estou postando aqui....não sei se esse vai ser o único de hoje, mas vou tentar escrever mais. Boa leitura!!!
Logan Ballard-Hunt
-Eu não quero acordar ele.- ouço a voz baixa de Izzy.
-Eu sei que não.- Kira fala calma.- Mas você disse que ia acordar ele quando...
-É a primeira vez que ele dorme.- Izzy explica.- Vamos deixar ele descansar.
-Eu tô acordado.- me viro e vejo as duas sentadas lado a lado perto dos computadores.
-Valeu a tentativa.- Kira sorri para Izzy.
-O que temos?- me levanto.
-Matteo me deu acesso aos informantes, até agora eles não acharam nada.- Kira mostra a tela.- Temos gente na África, Austrália, Rússia, China...
-Andrea estava sem força nos negócios.- sento ao lado dela.- Talvez não tenha parceiros, ele a levaria direto para a Itália.
-Sim, também pensei nisso.- Izzy aponta para a Europa e vejo pontinhos azuis.- Isso é onde os informantes já procuraram.
-Vai demorar uns dois dias para ver tudo.- Kira explica calma.
-Dois dias é tempo demais.- levanto de novo e pego minha jaqueta.
-Logan.- Izzy começa a levantar.
-Vou tomar um ar.- explico.
Saio do apartamento e entro no elevador, coloco minhas mãos dentro dos bolsos da jaqueta e respiro bem fundo sentindo que alguma coisa está errada. Deve ter algo que não estou vendo.
Passo uma mão pelo cabelo e o elevador abre, tiro minhas chaves do bolso da jaqueta e subo em cima da moto, ergo meu rosto para ver uma imagem familiar, eu já vi aquele homem.
Saio da moto e começo a caminhar atrás dele, minhas mãos apertam dentro dos bolsos e ele vira em um beco. Respiro fundo e olho para os lados antes de entrar no beco atrás dele e não ver nada.
Tiro minhas mãos dentro dos bolsos e sinto alguém agarrar minha jaqueta por trás, sou jogado contra a parede e não penso duas vezes antes de desviar de um soco e agarrar o braço dele.
Ouço o ruído de dor quando o coloco contra a parede de costas para mim, agarro a nuca dele e o deixo preso. Ele não vai sair daqui até eu deixar ele sair, então agora temos tempo.
-Logan, sono io.- fala em italiano.- Sei pazzo? Sono io!
-O que está fazendo aqui?- continuo em italiano.
-Estão caçando pessoas de dentro que reportam à outros.- ele explica.- Vim para a primeira pessoa que pensei.
-E não pensou em me avisar do ataque?- forço ele contra a parede.
-Eles fizeram na hora.- explica gaguejando.- Eu não sabia de nada. Como poderia? Só sou o cara que desova os corpos.
-Então também não é útil para mim.- viro ele e pego minha arma.
-Não! Não! Não!- ele mexe as mãos desesperado.- Somos amigos!
-Falei uma vez com você.- semicerro os olhos.
-Eu vi você se comunicando com seu avô e não falei nada.- ele fala rapidamente.- Eu não vou trair você, Logan.
-Justo agora você aparece?- falo com raiva.- Acha que vou confiar em um informante de Michel?
-Deixa eu mostrar algo.- ele limpa a garganta.
-Bem devagar.- me afasto apontando a arma para ele.
-Ok.- ele começa a levantar a camisa e toco o gatilho.
-O que é isso?- levanto as sobrancelhas.
-Karina mandou fazer.- ele explica enquanto vejo. Parece que alguém desenhou ele com uma faca.
-Karina?- me pergunto.
-Michel está doente. Ela assumiu.- ele abaixa a camisa.- Ela está caçando os traidores e eu fugi antes de me matarem.
-Como você fugiu?- ainda não confio nele.
-Eu...- ele limpa a garganta.- Eu transei com ela, tá?
-Você transou com ela?- abaixo a arma.
-É, ela ficou excitada e eu transei com ela.- explica.- A porta ficou aberta e aproveitei a chance. Devem estar me procurando agora.
-E por que acha que vou ajudar você?- volto a levantar a arma.
-Porque eu sei onde Sophia está.- ele fala e minha arma quase caí das minhas mãos.- Você e ela estão juntos, né? Ouvi boatos daquele lado...
-Você vai me contar tudo.- falo baixo.- Tudo.
-Claro.- ele assente.- Assim que eu estiver seguro.
Travo o maxilar e guardo a arma, preciso saber onde Sophia está, mesmo que isso seja levar o cara para o meu apartamento. Mexo a cabeça e ele começa a me acompanhar pelo caminho.
-Se fizer algo, está morto.- aviso.
-Justo.
✫
Sophia Fontana
Encosto meu corpo na parede ao lado da porta e olho para baixo, minhas mãos estão ansiosas e parece que eu estou tomando um choque de tanta tremedeira que está dando no meu corpo.
Já fazem dois dias. Dois dias e eu consegui ver a relação das horas, sei que em alguns segundos Genevieve vai entrar por essa porta e vai deixar meu jantar aqui. Então é aí que eu vou agir.
Aperto as mãos com força e ouço os passos, respiro bem fundo e ouço o som da chave na porta para depois ver Genevieve entrando de mansinho.
Ela deixa a bandeja na cômoda e começa a me procurar, avanço para cima dela e a derrubo no chão indo junto com ela. Genevieve arregala os olhos quando me vê e sorrio com raiva quando começo a sufocar ela.
Seus olhos parecem desesperados e minhas mãos apertam seu pescoço como se os ossos dela fossem vidro e eu pudesse os quebrar, minha mente vai para longe e eu fico pensando em tudo que passei com ela e com Eva.
-Não me deixou chorar a morte de Eva. Nem chorou quando ela morreu.- sussurro.- E ninguém vai chorar quando você morrer.
Ela arranha meus braços e eu sorrio com alegria quando vejo que está perdendo o ar de verdade, meu corpo balança em cima do dela e nem ao menos ligo quando ela desiste de arranhar meus braços.
Lágrimas descem pelas minhas bochechas, mas eu não tiro o sorriso do rosto por um segundo. Afinal, ela me ensinou a sorrir, então a última coisa que ela vai ver será eu sorrindo.
Seu corpo para de se mexer completamente e continuo com minhas mãos nela, minhas unhas se afundam em sua pele e percebo que não tenho tempo para isso de qualquer jeito.
Desço minhas mãos até o cinto dela e meu corpo se alivia quando sinto o metal das chaves, levanto rapidamente e começo a me virar. Paro de repente quando vejo quem está na minha frente.
-É uma pena.- Andrea balança a cabeça.- Ela ia ser babá do nosso filho.
-Não existe nosso filho.- minha voz não sai do jeito que quero.
-Ah, vai existir.- ele tira o casaco e vejo a arma no coldre.- É bom ver onde ela está, vou usar em você se não colaborar.
-Não pode me matar.- aperto as chaves com força.
-Não, mas posso machucar.- ele fecha a porta atrás de si.- Gostava de Genevieve, ela usava a força quando queria.
-Vocês não são diferentes.- travo o maxilar.
-Que bom que sabe disso.- ele olha para mim, para meu corpo.- Como vai ser Sophia?
-Você vai morrer.- sorrio lentamente.
-Logan enfiou idiotice demais na sua cabeça.- ele respira fundo.- Mas eu não preciso de você depois dos nove meses, então...
Grito quando ele me agarra e sinto as chaves geladas na minha mão, uso o que tenho e passo o dedo pelo anel das chaves, então uso elas como soco inglês e faço exatamente como Theo e Dakota me ensinaram.
Andrea grita quando faço isso e se encolhe quando sangue pinga no chão rapidamente como se a torneira estivesse ligada de leve, olho para a arma no coldre dele e percebo que ele começa a pegar.
Arrumo outra depois.
Começo a correr porta afora e lágrimas molham minhas bochechas, olho para as chaves em minha mão e colido contra um portão de barras de ferro.
Minhas mãos treme enquanto eu tento achar a chave e respiro fundo tentando controlar meu choro. Testo todas as chaves e nenhuma parece dar certo, não desisto, continuo tentando casa chave.
-Por favor.- sussurro.- Por favor...
Um tiro e grito alto, caio no chão e sinto uma ardência fora do comum quando olho para minha perna e vejo que ele atingiu minha coxa. Minha respiração fica tão rápida que acho que tudo está girando envolta de mim.
-Você nunca vai sair daqui, vadia.- Andrea agarra meus cabelos ofegante.- Aceite isso.
Ele me puxa pelos meus cabelos e nem tento mais controlar meu choro, subo as mãos para tentar agarrar os pulsos dele e minhas unhas cortam a pele dele, mas Andrea parece não se importar.
-Que animal você se tornou, Sophia?- ele me joga no quarto e uma onda de dor toma meu corpo.- Saiba que só ganhou um dia. Ainda tenho vários, tenho todo o tempo do mundo.
-Eu vou cortar você em pedacinhos.- falo alto.- Eu vou matar você...
-Quem? Você?- ele ri.- É preciso mais que uma garotinha assustada para me matar.
Ele bate a porta e acabo o plano sem chaves, sem armas, com um tiro na coxa e com um corpo no quarto. Não foi nada do que eu planejei, não está sendo nada do que eu planejei.
Se não posso sair desse jeito, tem outro jeito. Um que eu não queria admitir, mas acho que não tenho escolhas, não quero fazer o que eles querem que eu faça, nem que para isso eu tenha que morrer.
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