Criei coragem e fui, minhas pernas travavam a cada passo, sentia uma gota gelada descer por minha garganta.

"Estou suando frio?"

Sim, estou. E não é para menos, quanto mais caminho em direção a ela, mais a garota de Áries cochicha com os seus amigos enquanto não desgruda os olhos de mim.

"Merda, o que eu falo?"

Talvez fale sobre política.

"Você é retardado? Quem chega em alguém falando sobre política"

Infelizmente como estudante de geografia parece algo comum de se fazer.

— Oi! — gritei alto no canto do seu ouvido, tentando ser superior a música.

Acredite ou não, mas a garota de Áries continuou a rebolar enquanto conversávamos. Para não perder a deixa comecei a rebolar também, de frente para ela.

Ela começou a rir, mas não parou a bunda.

— Você dança muito mal! — Foram suas primeiras palavras para mim.

Não é mentira, danço pessimamente mal, mas precisava dizer na minha cara.

— Está ouvindo as merdas que este novo presidente anda dizendo? — Desesperado, puxei o assunto para política.

Mesmo que ache um erro, tenho que saber se ando com pessoas que votam em seres humanos.

— Nossa! Nem me fala desse babaca! Venho para cá esquecer de macho!

Será que a resposta foi um aviso a mim?

Não senti, ela continuou sorrindo para mim.

— Sei que!

— Fala mais alto!

— Sei que — gritei no ouvido dela — Não é o melhor jeito se chegar. Só que estou te olhando faz um tempo e fiquei super interessado em você!

Ela voltou a sorrir, não sabia se a garota de Áries me namora ou me subjuga.

— Não é assim que se chega em alguém garoto!

Falou com graça em sua boca, mas logo isso. Acho que qualquer homem espera que uma garota lhe beije de primeira. Pelo menos naquele momento esperei um beijo.

A garota de Áries sorriu.

Realmente, não é tão legal beijar do modo que estávamos, meus joelhos doíam e meus quadris também. Compreendi e levei algo para meu coração.

Para conquistar aquela garota de Áries, tinha que dançar.

Virei minha bunda para ela, como um garoto magrelo, branco, de cabelo cacheado, acho que a única coisa que desperta beleza em mim é o tamanho da minha bunda.

A garota de Áries pôs as mãos na minha cintura me agarrou como se tivesse um pinto no meio das pernas. Jurei sentir algo que parecia ser.

Por sorte foi apenas o botão da sua saia.

Ali ficamos. Dançando durante vários minutos, várias músicas diferentes. Sempre que viro meu rosto para lhe olhar vejo o seu cabelo grudar no rosto suado.

Com aquele sorriso que me deixa apaixonado.

Sentir meu joelho arrear, era a deixa para parar de dançar um pouco.

"Não dá para conquistar as mulheres".

Queria mijar, cabisbaixo saí de lá para encontrar o banheiro.

No meio do caminho senti um enorme tapa na minha bunda, um golpe que me fez avançar contra o vento.

Olhei para trás.

— Vai sem me dar um beijo?

Curvei meu torso, um metro e oitenta às vezes permite essa vantagem.

Foi um beijo estranho, nada de romantismo apenas nosso tesão falando alto. Toquei em sua cintura, obviamente querendo estar apertando com violência a sua bunda.

Deslizei minhas mãos sobre sua nuca entrelaçando seus cabelos em meus dedos, queria aquela garota para mim, na minha cama. Seu corpo em minha boca.

Com um súbito movimento sinto um puxão, em meu ombro, que violentamente me tira da minha posição de desejo.

Viro para trás.

— Acha que é quem para beijar a namorada dos outros!?

Recebi um soco.